Ainda a questão do toque (isto está a custar)
Eu, de facto, devo escrever com muita determinação, dando muitas vezes a ideia errada das coisas. Isso ou as pessoas interpretam aquilo que escrevo de uma forma extrema. Ou talvez se conjuguem as duas e eu transmita uma ideia errada daquilo que quero passar para o exterior.
O texto que escrevi sobre o facto de não gostar que as pessoas me toquem foi um daqueles que teve mais impacto à minha volta - não sei se por uma questão de espanto ou de gozo, mas subitamente toda a gente sabe, fala e tenta corrigir a forma como interage comigo. E, valha-me deus, não é caso para tanto!
O que eu queria dizer é que não sou uma pessoa de toques, de expressar aquilo que sinto de forma física. Ou seja, eu não dou beijos ou abraços à toa; não passo a minha vida sobre as pessoas, encostada a elas, a fazer-lhes festinhas. E também não gosto que o façam comigo, de forma quase "gratuíta". Mas isso não quer dizer que seja uma maníaca e não toque em ninguém! Eu cumprimento as pessoas, eu abraço-as quando acho que é a altura certa para isso, dou-lhes um beijo quando penso ser oportuno - mas, de facto, é muito menos frequente do que se vê normalmente. Eu não me importo que me toquem para me chamarem, que me abracem quando precisem, que me dêem um beijo quando acharem que eu - por alguma razão - mereço. Só não acho que isso deva ser a toda a hora nem que seja toda a gente a faze-lo. Não quero que a caminho de um abraço e me digam "ah, não, espera, lembrei-me que não gostas que te toquem". Não exagerem.
Tal como todos, tenho sentimentos, preciso de carinho, sou afetiva. Posso não o demonstrar e posso não me sentir confortável quando o fazem em demasia, quando o contacto corporal é demasiado. Mas, normalmente, eu torno esse meu desconforto bem claro - voluntária ou involtuntáriamente. Tudo tem o seu peso e medida. E eu compreendo que possa não ser "normal" neste aspeto, que não me agarre às pessoas como as pessoas "normais" costumam fazer - mas sei que, inconscientemente, as pessoas que me rodeiam já sabem disso. Isso faz parte de nós e, mesmo sem percebermos, aprendemos qual o espaço pessoal dos que nos rodeiam. Não façam disto um bicho de sete cabeças. Posso parecer, but I'm not a freak of nature. Ou talvez só um bocadinho.