Update das aulas de condução
Catorze aulas de condução até agora. Com muito stress, nervosismo e suor à mistura. Muito mesmo.
As aulas começaram, definitivamente, muito mal - com tanta, tanta crítica que eu nem me sabia para onde me virar. Toda e qualquer motivação, optimismo e entusiasmo foram pelo cano, dando lugar ao nervosismo, à falta de vontade de ir às aulas e à ideia de que nunca mais na vida iria sair da cepa torta. É difícil lidar com tanta crítica junta quando ainda não sabemos bem por onde melhorar e num tão curto espaço de tempo. Nada estava bem. Ora era a forma como descrevia a curva, ora a forma como rodava o volante. Ou o pé na embraiagem. Ou a velocidade a menos ou a mais. Ou o código que não estava bem sabido. Ou as mudanças que entravam bruscamente. Ou porque não as punhas na altura certa. Caraças, não sabia o que fazer, para onde de virar e chegava a meia hora de aula completamente desnorteada, sem saber o que era a direita ou a esquerda, num mar de suor de tanto nervosismo.
Entretanto, enquanto a minha instrutora foi de férias, veio um outro. Esse era o oposto dela - calmo, falava de uma forma quase imperceptível, com muito poucas críticas mas muito mais conselhos, dados nas alturas certas e não me assustando na altura dos erros (que, como é óbvio, não são assim eram assim tão graves). Foi bom para me dar conforto ao volante, tendo a capacidade de me elogiar quando fazia as coisas bem, o que me deixou muito mais confiante - não em demasia, mas na dose que precisava para não ir a tremer para as aulas.
Mas as férias acabaram e a minha instrutora voltou. Eu gosto dela, sempre gostei. Mas a forma como ela lida comigo nas aulas (e não fora delas, atenção), mexe-me com os nervos. Continua a criticar tudinho, tudinho. Nada está bem. E ontem, talvez por já não estar habituada a tão elevada dose de críticas, voltei a ir-me abaixo e a pensar em mudar de instrutor, escola... fosse o que fosse.
Voltei a dar mais uma chance e hoje lá fui eu. E correu muito melhor. E ela elogiou-me (pela primeira vez na vida!) e disse que já estava bem, que agora era limar as arestas que faltavam! Arre, finalmente! Esforcei-me tanto para a ouvir, para fazer tudo o que ela queria (embora, naturalmente, nem sempre conseguisse), que já era merecido. Saiu-me um peso de cima, já não me sinto uma nódoa. Sei que vou continuar a ouvir das boas, a ouvir bocas por tudo e por nada (ou é porque levo vestido, ou é porque tenho piscina em casa ou então porque não tenho namorado), mas ao menos já sei que superei a barreira que queria superar.
Não duvido que me continue a apetecer desistir desta "aventura" ao longo dos próximos dias, porque todos temos dias maus. Sei que pode chegar a um ponto de exaustão tal que vou ter mesmo de mudar de instrutor, mas não o queria fazer (no entanto, e que fique claro, que se tiver de ser, o farei). É mulher, tem feitio de mulher, mas não a acho má pessoa de todo - é perfeccionista e não sabe adequar isso ao nível dos alunos, nem incentiva-los a continuarem a melhorar. Falta-lhe o balanço entre a crítica e o elogio, mas sei que, de tanto ouvir, quando chegar ao exame, vou ter presente aquilo que tenho de fazer.
E eu, como teimosa que sou, quero chegar ao final deste verão com tudo o que quero. A carta na mão, tirada com esta instrutora que me fez a vida negra; as notas que queria no final do secundário; os exames feitos - e bem feitos; e a entrada na faculdade. Só aí terei a minha missão cumprida para esta jornada. E ainda falta um bocadito para desanuviar.