Quando queria ser geek
Quando era nova, não tinha como sonho levar a minha vida a escrever. Muito pelo contrário. Eu queria ser uma Abby como a do NCIS ou uma Garcia como a das Mentes Crimosas. Computadores, ciência e um pequeno géniozinho à mistura era aquilo que queria fazer de mim.
Queria saber hackear PC's mas também servir de antivírus; queria escrever super rápido sem sequer olhar para as teclas (a única coisa que consegui cumprir); ter bases de dados gigantes e universais que me dessem toda a informação do mundo; saber escrever aqueles hieróglifos estranhos, cheios de pontuação ilegível, num qualquer programa de fundo preto e perceber todos os resultados que lá me eram apresentados. Uma geek, basicamente.
E a verdade é que ainda hoje são essas personagens-tipo que me apaixonam e que me prendem. Apesar da volta de 180º que a minha vida deu, dos objectivos e dos sonhos terem mudado e ter deixado para trás tudo num banho-maria que tende a arrefecer ao longos dos anos, o bichinho ainda está lá. E há dias em que o sinto a mexer dentro de mim, quase que a querer ser reanimado.