A minha professora de história
Embora não saibam, este foi, muito provavelmente, o post mais pedido de todos os tempos. Desde que, há coisa de um ano atrás, pus os olhos em cima do que iria ser a minha professora de história, que uma colega minha não descansou enquanto não o escrevi. E, como diz o ditado, quem espera sempre alcança.
Esta professora foi o primeiro balde de água fria que apanhei mal mudei de curso - depois de toda a coragem que arrecadei para meter os papéis, anular disciplinas, inscrever-me para os exames, refazer o meu horário, ela ainda me conseguiu deitar abaixo. Fui assistir a uma aula dela, com o estômago estilo ervilha, como se pode imaginar, e quando lhe perguntei se podia assistir às aulas e lhe expliquei a situação, disse-me logo "mas fez mal, mas fez mal [em ter saído de ciências]! Mas pronto, pode ficar."
Como é óbvio, na altura, não achei que ela me tivesse feito uma recepção muito calorosa, mas muitas vezes são estes os professores que dão mais gozo em "dar a volta". Ela não me conhecia, tal como eu não a conhecia a ela (embora já tivesse ouvido falar - e muito!) e por isso achei que ambas merecíamos um desconto - como tal, não desisti, continuei a ir às aulas e a trabalhar como se de uma aluna normal se tratasse.
Hoje sei que valeu o esforço e gosto imenso dela - ela é, como se costuma dizer, uma "personagem". Não usa aparelhos electrónicos praticamente nenhuns, passa a vida a falar-nos dos filhos (de quem nós já descobrimos os respectivos facebooks, não há quem resista!) as suas reacções diárias são uma risota pegada.
Por muito que digam, por muito que eles os próprios o neguem, as primeiras impressões e aquilo que passamos de nós mesmos acaba por ser muito importanto no juízo final de um professor. O facto de ela já me conhecer este ano deu-me logo uma enorme vantagem (não em termos de nota, porque não a tenho) e à vontade, o que me facilitou bem mais a vida. E teve a capacidade de me fazer redescobrir o gosto pela história, que havia perdido algures no nono ano. Agora sou, de novo, uma apaixonada por aquilo que se passou no passado e a ela o devo. E, na minha opinião, é assim que se distingue um bom professor.