Maldito vício
Roer as unhas e gostar de usar anéis não é incompatível - desde que, claro, se tenha dentes para roer as unhas e dedos para enfiar os anéis. É possível mas definitivamente horroroso. Pavoroso. Terrivelmente horrível. E o pior é que eu conjugo as duas coisas.
Comparado com outros vícios, roer as unhas não é assim tão mau - para além do facto de não ter nenhuma componente química viciante. Mas eu costumo dizer que o problema é outro: estão mesmo ali à mão de semear. Se eu fumar, preciso de dinheiro para tabaco, preciso de levantar o rabo da cadeira para o ir comprar à tabacaria e ainda gastar dinheiro num isqueiro. As unhas não. Levantamos o braço à altura da boca e tcharam!, tudo o que um viciado precisa para se deliciar.
A verdade é que, depois de algum tempo com o "bichinho" adormecido, este voltou em força. Já não tenho unhas e, de umas mãos que considerava bonitas, passei a ter umas patas horrorosas. Que, ainda por cima, gosto de adornar com anéis que chamam ainda mais à atenção! Fisiologicamente compatível, incompatível em tudo o resto.
A tática costuma ser pinta-las, mas não está a resultar. Não sei se é do stress, da irritação ou da ansiedade, mas independentemente da causa preciso das minhas unhas de volta. Não estou para gastar fortunas em unhas de gel e os vernizes com aquele sabor péssimo estão fora de questão. Estou aqui a pensar naquelas unhas postiças fracotas mas que, durante uma ou duas semanas, deverão servir para o efeito. Acho que amanhã já tenho coisas para fazer.