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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

11
Mai17

5 dicas para escrever em fitas universitárias (e porquê que é importante escreve-las)

Recebi ontem uma fita universitária para escrever e isso trouxe-me - a par das muitas fotos que vi de amigos e colegas meus no cortejo académico do Porto - algumas memórias e pensamentos à tona. Fui buscar a minha pasta, que recheei com as fitas que recebi, e li alguns trechos que me aqueceram o coração. E lembrei-me das várias fitas que escrevi o ano passado - nunca deixei nenhuma por escrever - e de algumas que ficaram por me entregar. E acho que posso dizer que uma fita não é só uma fita.

Só entreguei fitas a quem achava que devia, que era importante para mim ou no meu percurso universitário. Não entreguei muitas, porque toda a gente sabe que pessoas não é coisa que eu tenha muito na minha vida: mas entre família (grande) e amigos, acho que já foi uma quantia simpática. Já no que diz respeito a escrever, é lógico que eu sou suspeita para falar: faço-o com facilidade, tenho traquejo, mas vejo isto como uma oportunidade de dizer coisas boas a pessoas que, para mim, importam (se me entregaram fitas, é porque importam).

Não devia ser assim, mas muitos de nós tem imensa dificuldade em expressar sentimentos no dia-a-dia, cara a cara - eu tenho, e não é pouca! - e, escrevendo, as coisas saem com muito mais facilidade; pensar que não temos de estar lá quando o outros lerem as nossas palavras, as nossas verdades, as coisas que no dia-a-dia ficam por dizer, que às vezes ambos sabem mas que é bom que fiquem registados em momentos especiais como estes. É uma oportunidade para demonstrar afeto, amor, amizade ou o que for. E, acima de tudo, dedicação. Porque já todos nos vimos com uma fita à frente e pensamos "o que raio vou eu escrever?". Ultrapassar essa barreira nem sempre é fácil: não é fácil para quem não escreve com frequência, não é fácil para quem não se sente inspirado, não é fácil para quem não está a habituado a demonstrar aos outros aquilo que sente, não é fácil porque, apesar de tudo, ainda é uma grande responsabilidade estar a escrever na fita de alguém e queremos fazer o melhor possível.

Por tudo isto, demora tempo - e tempo é coisa que muitas vezes não temos (ou, para estas coisas, não queremos ter) -, requer paciência e alguma perseverança. E, acima de tudo, respeito pelo outro a quem estamos a escrever. Se nos mandaram a fita, foi por alguma razão. E não a escrever, a meu ver, é tão mau como desmarcar consecutivamente um jantar, um encontro ou um café; como não atender as chamadas quando vemos quem é do outro lado da linha. É uma desconsideração por alguém que, à partida, gosta de nós o suficiente para querer partilhar um momento importante da sua vida connosco.

Por isso, pensem duas vezes antes de deixar essas fitas em cima da secretária - e depois dentro da gaveta, para onde as atiram para não serem corroídos pelos remorsos. Pensem e escrevam. Em vez de um episódio de uma série que só vêem para queimar tempo, em vez de fazerem scroll infinito no facebook, em vez de pintarem as unhas: escrevam e proporcionem a alguém que gostam um momento feliz. Para os que estão em apuros, com o tempo a queimar-lhes os dedos, ou para quem está em remorsos profundos depois do que aqui escrevi, deixo cinco dicas que poderão ajudar-vos nesta tarefa hercúlea que é escrever numa fitinha. Ora vamos lá:

 

  1. Tudo tem um princípio, meio e fim - e as fitas e as relações não são excepção (embora neste caso, vamos esquecer a parte do "fim" nas relações, não vale a pena pensar nisso). Comecem pelo princípio - como é que começou a relação com essa pessoa? Simpatizaram logo ou foi precisamente o contrário? Quando se conheceram? São amigos recentes e que esperam um futuro brilhante ou já se conhecem há uma vida e já perdem a contagem dos anos? Comecem a vossa fita tal como a vossa relação - pelo início.

  2. Contem uma história engraçada, é sempre uma boa forma de fazer com que a leitura seja ligeira e que na cabeça de quem escreve e de quem lê se repitam bons momentos. Façam referência a ocasiões que passaram juntos, de peripécias que na altura foram dramáticas e que agora têm imensa piada. Se a pessoa fitada se começar a rir ou a sorrir para a fita, é porque fizeram um bom trabalho. E nisto, já escreveram metade.

  3. Elogiem. Como disse, esta é uma óptima forma (e desculpa) para dizer às pessoas de que gostamos delas sem ser demasiado constrangedor ou lamechas. As fitas servem exatamente para celebrar uma pessoa, por isso celebrem as suas qualidades - quanto aos defeitos, podem até brincar com eles, mas não sejam demasiado chatos nem dêem demasiada ênfase ao assunto. 

  4. Dêem os parabéns ao fitado pelos feitos conquistados (tirar um curso, apesar de tudo, é cansativo) e façam votos para o futuro (de preferência em que os dois intervenientes façam parte). Lembrem as dificuldades, as pedras no caminho mas, acima de tudo, enfatizem o facto de todas as barreiras terem sido ultrapassadas. Desejem coisas (uma casa cheia de filhos? um casamento milionário? uma viagem para dar a volta ao mundo? voluntariado em África?), brinquem um pouco, mas também não exagerem - afinal de contas, isto é uma coisa para a vida.

  5. Se escrever não é mesmo a vossa cena, ao menos desenhem e assinem. Tenham só em conta que desenhar em fitas ainda é capaz de ser mais difícil que escrever, por isso pensem bem no assunto. Quem vos avisa, vossa amiga é. 

(E agora estão à espera de quê?)

 

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