Ossos do ofício
Há já uns anos para cá que sou eu a tratar de embrulhar os presentes de cá de casa. Tendo em conta que damos prendas aos nossos familiares mais próximos, incluindo os miúdos, e mais algumas prendas aqui e ali para promover o espírito de "não-crise", contrariando o que se tem sentido nos últimos anos, ainda há muita coisa para tratar.
Este ano começamos cedo nas compras e já está quase tudo comprado - e eu, que estou ao rubro com este espírito natalício, fiz-me hoje ao sótão e embrulhei algumas prendas - algumas das dos miúdos, que são as mais chatas de embrulhar por terem formas um tanto ao quanto complicadas. E enquanto gasto o meu tempo a cortar papel e pôr fita-cola para ficar tudo lindinho e impecável - um gosto e um jeito (ou não) que fui adquirindo ao longo dos anos - vou pensando que, em pouco tempo, todo o meu trabalhinho irá pelo cano só com um pequeno movimento de mãos daqueles diabinhos. Lá se vai o papel, os bonecos e a fita-cola para o lixo - e eu ali, horas, e embrulhar tudo lindinho!
Ainda assim, valem-me as horas de entretenimento ao som do Buble, com aquele disco de natal que eu gosto tanto. Há trabalhos injustos, pá.