Férias
Este ano, pela primeira vez na minha vida, ponderei não ir ao sul passar umas férias. De alguma forma, em todos os outros anos, com ou sem os meus pais, acabei por ir lá parar - sempre para a mesma zona, sempre para a mesma praia. E nunca me queixei, porque adoro aquilo. Há coisas singulares de cada terra, e o cheiro do Algarve e as praias de lá, para além de me dizerem muito, são inigualáveis.
Ando na minha típica seca de verão, a não fazer nada, a não querer fazer nada, a não ter forças para não fazer nada. Uma moleza tão característica e que eu odeio, mas na qual acabo sempre por me afundar. Este verão tinha uma série de ideias e projectos, que apesar de continuarem de pé, avançam à velocidade de um caracol - o que me está a pôr com os nervos em franja! E, por tudo isto, achei que se ficasse por cá talvez não fizesse mal, mas acabei por me aperceber que sair destes meus ares e estar uma semaninha com outras pessoas para além da família e ver outros ares para além da minha casa e a piscina, talvez tivesse um efeito positivo em mim.
Por outro lado, deu-me uma vontade gigante de ir andar de gaivota (aqueles barquinhos a pedais, com um escorrega incorporado). E isso rematou a minha decisão. Amanhã rumo a sul, numa viagem de 7 horas de comboio em que vou acabar por trepar paredes de tanto tédio.