Os filhos
Podem dizer-me muita coisa - que o relógio biológico vai tocar, que a mentalidade muda e que blábláblá - mas o que eu sei é que no dia em que quiser ter filhos, atingi um ponto tal de irracionalidade que mais vale é ser internada.
Eram hoje 7 da manhã, mais coisa menos coisa, quando ouço um berro vindo do quarto ao lado - escusado será dizer que apanhei um susto que só visto. Depois é que reparei que era a minha sobrinha mais nova a dar os bons dias aos pais.
Como raio é possível que haja mulheres que desde novas queiram ter filhos?
Para mim, ter filhos, significa roubar parte da vida aos pais (mesmo lhes dando outra parte); significa ter uma responsabilidade para toda a vida; significa ter a impotência de os ver partir um dia, de os ver sofrer sem que nada possamos fazer - porque assim é a vida; significa mais despesas; significa menos noites dormidas, menos diversão individual e conjugal - menos tempo, menos paz!
E eu falo pelo que vejo. E sim, também vejo momentos de pura alegria. Não sei é se compensam os outros. (Adendo) A mim, duas coisas levar-me-iam a querer ter filhos: a pessoa com que estivesse os quisesse ter e a vontade de dar os meus genes a outra pessoa.
A quem me disser "isso muda" - e eu não digo que não - eu respondo "há casais que não têm filhos não há?".
(sim, isto foi tudo por causa do berro que me acordou de manhã)