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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

22
Out22

Roma, uma cidade com história em cada esquina

Quem me segue há alguns anos sabe que sou uma grande adepta de cruzeiros. Já tinha feito dois - podem ler tudo o que escrevi sobre eles na através das duas tags que criei na altura, "Cruzeiro no Báltico" e "Cruzeiro no Adriático" - e convenci o Miguel a fazer aquele que foi o meu terceiro (o primeiro dele). Não foi fácil inicialmente, pois este estilo de viagem tem sempre colada a ideia de que é para velhos e é tudo uma chatice - mas depois dos meus vastos relatos lá o convenci. Acho que a fase que atravessávamos jogou a meu favor: apesar de, algures em Abril, o fantasma do Covid já estar mais esbatido, o setor dos cruzeiros ainda atravessava uma fase muito crítica devido à pandemia; penso que todos nós nos lembrámos de ver nas notícias o terror que foi quando houve surtos em vários navios e isso marcou amplamente o ramo da navegação. Os barcos passaram mais de um ano parados e altamente condicionados nas suas rotas, tendo um prejuízo gigante. Isso fez com que, na altura em que os países começaram a levantar as barreiras, eles estivessem em ânsias para vender passagens - e, para isso, fizeram grandes promoções, nomeadamente para os cruzeiros de 2022, que já estavam ali ao virar da esquina e cuja incerteza ainda batia à porta. Ainda hoje há boas promoções - se querem fazer uma viagem destas, continua a ser uma boa altura para aproveitar - mas dada a altura em que marcámos, conseguimos fazer um óptimo negócio.

A parte difícil veio depois: escolher. Primeiro a rota, depois a companhia. Se já leram o texto sobre as Maldivas, devem ter percebido que o Miguel é extensivo nas pesquisas que faz, querendo sempre que tudo corra pelo melhor; para isso procura e retira tanta informação sobre as opções disponíveis que, a certa altura, nem sabe o que fazer com tudo o que recolheu. Eram vários fatores que queríamos conjugar: ele queria navegar num barco grande e recente, eu queria viajar numa companhia com a qual tivesse confiança. Para além disso, gostava que um de nós ficasse a conhecer, pelo menos, um sítio novo. Apontámos logo para o Mediterrâneo - o que, apesar de excluir logo uma série de hipóteses, não ajuda imenso, pois é dos locais mais navegados, com imensas opções de rota. Fomos atraídos pela ideia das ilhas gregas e, pouco depois, decidimos navegar no Escape, da Norweiggian Cruise Line, companhia da qual eu já tinha recebido boas referências. Eu já tinha navegado com a Royal Caribbean e a Celebrity, por isso achei que seria bom ter mais uma empresa no repertório - e a verdade é que gostamos muito. Como disse acima, usufruímos de uma série de boas promoções; todas as companhias tinham campanhas, com diferentes ofertas, mas quase todas interessantes e algo semelhantes. No nosso caso, com a marcação de um quarto com varanda a um preço mais simpático que o habitual, ainda conseguimos extras como 150 minutos de internet (que, no barco, é paga a preço de ouro), desconto de 50% em excursões para um dos viajantes, dois jantares em restaurantes temáticos (pago aparte), o pack mais barato de bebidas, que permitia que bebêssemos "à pala" qualquer bebida até um determinado valor (que felizmente incluía Coca-Cola, a única bebida que ingerimos para além da água durante todo o cruzeiro) e, não menos importante, as viagens de avião. Quanto à rota, partiríamos de Roma e zarparíamos logo para a Grécia, onde após um dia de navegação (e supostamente o único), visitaríamos Santorini, Atenas, Mykonos e Corfu - e eu faría o meu "check" na Grécia, país onde nunca tinha ido; depois pararíamos em Malta e, a seguir, partíamos para a parte italiana do cruzeiro, em que o plano era atracar em Messina, na Sicília, depois em Nápoles e por fim Livorno (para eventualmente visitar Florença). Como lerão nos textos seguintes, este roteiro sofreu alterações - e não foram para melhor. Mas "first things first".

A viagem começou de Roma, onde fomos com pouca coisa planeada - gosto sempre de ter roteiros feitos e prontos antes dos passeios, mas nenhum de nós conseguiu dedicar o tempo que queria a esta causa. Nas semanas anteriores eu tinha recolhido informação sobre os sítios onde íamos passar (o que visitar, onde comer, etc.) , mas nunca cheguei a tempo de fazer uma lista ou um top dos locais a visitar. Foi tudo muito em cima do joelho e isso stressou-me - assim como o facto de já não estar habituada à pressão temporal que um cruzeiro acarreta, pois são poucas horas em cada sítio e é preciso estabelecer prioridades e fazer escolhas. Na noite anterior a partirmos para Roma, sentamo-nos hora e meia no sofá e, com recurso aos guias que tinha recolhido, fizemos um roteiro onde tentamos optimizar o tempo e as pernas, vendo o maior número de monumentos que conseguíssemos e andando o menos possível (e, como tal, "perdendo" menos tempo entre locais de interesse). Quando nos fomos deitar, a cabeça não me deixou sossegar: porque devia ter marcado mais uma noite em Roma, porque o nosso roteiro era demasiado ambicioso tendo em conta o tempo que tínhamos, porque assim não íamos ter tempo para ver nada de forma decente e "ai que não sei quando é que vou voltar a ter oportunidade de visitar Roma, devia ter planeado isto com mais tempo, que negligente". Enfim, foi um desassossego. Isto aliado ao facto de estarmos a atravessar, à época, umas noites quentíssimas, de nos termos de levantar às 4h da manhã para ir para o aeroporto e - sejamos sinceros - por eu estar em ânsias por fazer finalmente mais uma grande viagem, só dormi um par de horas na noite que antecedeu a partida. Foi um pontapé de saída mais complicado, mas que nas horas seguintes não viria a ser facilitado.

Como os nossos vôos foram marcados pela companhia de cruzeiros não tínhamos em nossa posse as reservas completas, apenas os dados base que serviriam para fazer o check-in no aeroporto. Faríamos escala em Madrid, num vôo operado pela AirEuropa, e seguiríamos para Itália pela Alitalia - foi a nossa estreia em ambas as companhias. As escalas não eram generosas em termos de tempo, mas exequíveis. Pior foi quando chegámos ao aeroporto e se abateu um nevoeiro cerrado, que começava a atrasar vôos de forma sucessiva. Pior: por alguma razão que nos é alheia (e que, supostamente, também era ao funcionário que estava no balcão), não nos conseguiram fazer o check-in para Roma. Tentamos fazê-lo online, ligámos para o apoio telefónico da companhia, mas nada feito: ninguém conseguia dar a nossa entrada no avião. As indicações que nos deram foi para ir aos balcões das companhias, quando chegássemos à capital italiana, de forma a resolver o problema - mas, para isso, era necessário chegar a tempo e não perder o avião. 

E apesar de termos saído com uns 45 minutos de atraso no Porto, conseguimos: fomos dos primeiros a sair do avião e fomos a abrir até ao balcão da companhia mais próxima... que estava fechado. Interpelamos umas hospedeiras de bordo, que nos sugeriram ir para a porta de embarque e falar com as colegas que lá estivessem; pelo caminho ainda parámos num balcão de informações, onde nos disseram perentóriamente que tínhamos de sair da zona de embarque, fazer o check-in normalmente, passar de novo na segurança e embarcar - o que, no tempo que tínhamos, era digno de um filme Missão Impossível. Decidimos arriscar e esperar na fila para o vôo - e quando as hospedeiras chegaram, traziam dois bilhetes na mão. Eram os nossos. Não sei se foi o funcionário do guichê em Portugal que fez chegar a mensagem ou se foi pelo telefonema para a central, mas alguma coisa aconteceu ali para nos trazerem os bilhetes. Foi um alívio - e, pelos vistos, não é uma situação pouco comum, pois dizem que as plataformas da AirEuropa e da Alitalia não são compatíveis, apesar de terem uma parceria (e ambas deitam as culpas uma à outra pelo sucedido). Como de costume, quem fica a perder somos nós - e, se tivéssemos feito o que nos haviam sugerido, provavelmente teríamos perdido o avião. Não foi uma situação simpática e fez-me ficar com muito pouca vontade de voltar a voar nestas companhias.

Mas a verdade é que chegámos a Roma - e, connosco, a mala de porão (uff, um alívio!). Ainda no aeroporto comprámos bilhetes para o Leonardo Express, que faz sem paragens a ligação entre o aeroporto e o centro da cidade. No dia anterior, para além da rota apressada, tínhamos também tratado de comprar bilhetes para o comboio que, no dia embarque do cruzeiro, nos levaria do terminal central de Roma até Civitaveccia, onde estava atracado o nosso barco; no entanto, como não sabíamos ao certo as horas a que aterraríamos (entre atrasos e malas, nunca se sabe com o que contar), preferimos adquirir o bilhete na zona das chegadas do aeroporto. A compra foi rápida e prática, assim como a viagem, que foi muito tranquila e surpreendentemente silenciosa.

Chegados a Roma Termini, seguimos a pé para o nosso hotel. Marcamos um sítio próximo desta zona de forma propositada, para estarmos com boa acessibilidade ao metro e aos comboios - é uma prática que costumo ter, mas precavenho-me sempre, pesquisando sobre a zona em questão. Por alguma razão que desconheço, as redondezas de muitos terminais de comboios não são propriamente simpáticas, sendo locais muitas vezes "mal frequentados", onde prevalece um sentimento de insegurança. Daquilo que pesquisei, não é o caso de Roma - e como tal decidimos ficar num hotel que ficava a cerca de 15 minutos a pé (embora não aconselhe que o façam - os passeios e estradas ali à volta não estão preparadas para quem traz malas grandes - de tal forma que, à ida, preferimos ir de táxi), o The Radical Hotel. Ao contrário da maioria dos hotéis na capital italiana, não tem uma traça antiquada; embora eu ache graça ao estilo clássico, confesso que nem sempre me inspira confiança (vem-me sempre o cheiro a velho à memória, com a qual não simpatizo), pelo que preferimos um hotel atual e que nos pareceu prático e bem localizado. Fica num segundo andar de um prédio antigo, com direito a elevador de ferro e a um terraço comum com os outros moradores do edifício; o quarto era pequeno mas confortável, a casa de banho era grande tendo em conta o tamanho da habitação. O pequeno-almoço foi servido no quarto e o serviço foi muito amistoso. Gostámos.

Depois de pousarmos as malas demos início ao roteiro que havíamos traçado no dia anterior - fizemos apenas uma paragem antes de começarmos a caminhada, para recuperarmos energias de uma noite mal dormida e de uma viagem atribulada: estava na hora de comermos alguma coisa. Por sorte, percebemos que uma das pizzarias mais bem cotadas das redondezas era literalmente abaixo do nosso hotel. Era o sítio mais humilde e mais mal decorado da cidade, mas acreditamos que seria bom; eram 16h, o restaurante estava às moscas, mas aceitaram servir-nos, naquele que foi um maravilhoso lanche ajantarado, numa das melhores pizzas que comi na vida (também podia ser da fome... nunca saberemos!). Escolhemos um pouco às cegas, uma vez que o menu estava em italiano e a funcionária também não falava outra língua - mas, pelo que percebemos, comemos a verdadeira pizza romana - com uma massa estaladiça e salgadinha, sem tomate (adorei esta parte!), com um formato retangular e claramente maior do que o necessário para uma só barriga, com o fiambre frio colocado no topo.. e comida à mão. A verdade é que estava óptima - e nós saímos com as energias renovadas. O restaurante chamava-se Habemus Pinsa.

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O início do nosso roteiro era na Appian Line, o ponto mais próximo do nosso hotel. Esta foi a primeira auto-estrada do mundo, que ligava Roma ao porto de Brindisi. Não sei se fomos induzidos em erro pelo Google Maps, mas parámos numa rua normal - ou pelo menos assim nos pareceu. Supostamente há um parque arqueológico com alguns monumentos, mas passou-nos ao lado. Como não tínhamos tempo a perder com grandes pesquisas e este não era um dos pontos obrigatórios, seguimos caminho para a próxima paragem: a Basílica Santa Maria Maggiore. A entrada é gratuita. É uma igreja bonita (embora os assentos sejam horríveis, muito pouco consonantes com o ambiente de toda a igreja e estraguem um pouco a sua imagem) com uma capela particularmente vistosa e, acima de tudo, com uma cripta invulgar, que ainda por cima é visitável. É a maior das 26 igrejas em Roma dedicadas à Virgem Maria.

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Numa secção aparte da igreja principal, com uma cúpula muito bonita

 

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Dentro da cripta, onde se encontra uma enorme estátua de Pio IX em forma de túmulo

 

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Dentro da Igreja de Santa Maria Maggiore

 

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Fachada de Santa Maria Maggiore

 

Dali partimos para o grande marco de Roma: o Coliseu. Pelo caminho passamos pelo Monte Ópio - um grande parque público com aquilo que, à primeira vista, são fragmentos de monumentos antigos que, infelizmente, não estão assinalados nem bem tratados. E isto é Roma: história em toda a parte. Há locais no mundo em que tudo é aproveitado para o turismo, todas as tradições e vestígios de antepassados são transformados em marcos... já ali, havendo tanta coisa bonita e importante a que prestar atenção, tudo o resto se torna banal. Aquele parte albergava as Termas de Trajano e as ruínas do palácio de Nero - mas só o soube numa pesquisa posterior, pois não há indicações neste sentido. Pelo caminho, junto a um campo de basquetebol, tirámos as nossas primeiras fotos junto ao Coliseu - é um local com menos gente e com uma vista privilegiada para o monumento. O Coliseu é monumental, a obra-prima de Roma; o seu estado semi-degradado mas, simultaneamente, bem conservado (há partes da fachada onde já houve claramente grandes intervenções) tem uma mística particular. Como é que se construiu aquilo sem gruas, sem máquinas? Como é que aquele edifício chegou a ter uma espécie de teto, sendo uma área tão grande? É lindo e incrível e a sua visita, ainda que no exterior, é obviamente obrigatória. Diz o ditado, com um início completável à vontade do freguês, que "é como ir a Roma e não ver o Papa". Que me perdoe o pontífice, mas crime é ir a Roma e não ver o Coliseu (acabei de ganhar um passe grátis para o inferno, não foi?).

 

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À saída do Monte Ópio, junto ao campo de basquetebol, num local cheio de boas "abertas" entre árvores para tirar bonitas fotografias

 

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Como escrevi acima, fazer um cruzeiro implica fazer escolhas, pois o tempo em cada local é muito limitado. Doeu ter de tomar algumas decisões - e em Roma então, custou-me muito! - mas optamos por não entrar em nenhum dos grandes monumentos da cidade. Eu já tinha visitado o Coliseu, em 2017, numa visita anterior à capital italiana, também a propósito de um cruzeiro (ler aqui); na altura não conheci Roma, limitei-me a sair de um autocarro para visitar o Coliseu e voltar a entrar para ir à Basílica de São Pedro, no Vaticano. Fizemo-lo no âmbito de uma visita guiada, que aproveitava a manhã do dia do vôo para se conseguir conhecer alguma coisa da cidade onde o barco atracava no seu destino final, mas que não permitiu sequer que déssemos uma volta a pé pela cidade. Apesar do Miguel nunca ter visitado, decidimos que a entrada ficaria para outras núpcias, pois não dava tempo para fazer visitas e completar o roteiro que tínhamos definido. 

Demos a volta às imediações, o que contemplou a visita ao Arco de Constantino (mesmo junto ao Coliseu) e ao Fórum Romano - este último é um enorme complexo de edifícios, onde se podem passar umas belas horas a absorver história e a imaginar o que seria Roma Antiga. De fora não se vê grande coisa, mas é o suficiente para deixar o bichinho - e é um dos locais onde quero muito ir, quando voltar à capital italiana. Sinto que muitas vezes, quando visitamos ruínas, somos obrigados a puxar bastante pela imaginação para tentar projetar o que ali se passou (não é preciso ir muito longe, basta pensar em Conímbriga - num exercício que embora possa se interessante, não deixa de ser complexo, dado o nível de degradação dos espaços). Mas ali é diferente: a imponência e o bom estado de conservação de muitos edifícios permite-nos idealizar com facilidade como é que era ali a vida antigamente. Diria que é dos locais a visitar com tempo e, de preferência, com visita guiada. 

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Arco de Constantino

 

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Arco de Constantino

 

Os próximos pontos do roteiro indicavam paragens em Santa Maria em Cosmedin e San Nicola in Carcere - mas, por alguma razão, decidimos passá-los à frente. Mas, Roma sendo Roma, presenteou-nos com outras coisas bonitas - que, aparentemente, tem escondidas em cada esquina - que nos deixaram maravilhados. A primeira, logo à saída do Coliseu, foi o Foro di Nerva (o Fórum de Nerva), que foi o último dos fóruns imperiais de Roma. Apesar de ainda ter estruturas bem visíveis, o estado de degradação aqui já é considerável. Penso que parte deste fórum é, hoje em dia, usado em espetáculos; não é visitável, mas é visto a partir da rua, sendo por isso gratuito. Voltamos a alterar a nossa rota quando, a partir das ruínas, vemos um edifício imponente que não constava na nossa lista: tratava-se de Il Vittoriano, um monumento projetado no final do século XIX em homenagem a Vítor Emanuel II, o primeiro rei da Itália unificada. É um monumento muito grande, que cresce em altura à medida que nos vamos aproximando dele, e é impossível passar despercebido tendo em conta ser tão branco e imponente. Pelo que percebi, é um edifício mal amado - e até gozado, de tal forma que lhe chamam "bolo de casamento" devido à sua forma e cor. Só depois é que soube que tem um elevador panorâmico, que permite ver Roma de lá de cima (bilhete: 22€). Este é, mais uma vez, é um exemplo perfeito do que é a capital italiana (e, na verdade, Itália no geral): um monumento desta envergadura é quase completamente ignorado nos guias. E não é por ser feio - é por ser "só mais um", num universo gigante de infraestruturas históricas que Roma tem para oferecer. 

 

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Foro di Nerva

 

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Foro di Nerva

 

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Il Vittoriano

 

Rumamos ao Panteão, que foi o primeiro local onde encontramos mais gente. Este é um edifício pesadão, sem grandes linhas ornamentais que apeteça observar com atenção - mas com uma imponência que mete respeito. Também à posteriori vimos um documentário sobre a sua construção e é impressionante pensar como é que, antes de Cristo, tiveram a capacidade de construir uma cúpula daquele tamanho (a maior a ser construída antes dos tempos modernos). Este monumento já estava fechado quando lá passamos, mas é possível visitá-lo. Não foi, de todo, dos que mais me encantou.

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Panteão

 

Next stop, Piazza Navona. É uma praça que faz juz aquilo que nos vem à mente quando nos falam em Itália: um sítio grande e cheio de movimento, recheado de vendedores de rua, cafés e restaurantes, sempre com um cheirinho a cultura inconfundível - tem vários edifícios imponentes, entre eles o Palazzo Pamphilli e a Igreja de Santa Agnes, assim como duas fontes.  A que chama mais à vista é a Fontana dei Quattro Fiumi, com um obelisco ao centro, que fica em frente à igreja. É dos locais onde é bom passar um bocadinho de tempo, sentar a beber um café (sabendo que se vai lá deixar meio salário só por uma chávena de cafeína provavelmente mal tirada, mas tendo em mente que aquilo que se está verdadeiramente a pagar é a vista) e perceber a dinâmica da cidade - que foi o que eu não fiz, pois estava em modo contra-relógio. Ainda assim, é o sítio ideal para nos imaginarmos num filme do Woody Allen, com tantas vidas a acontecer por ali.

 

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Igreja de Santa Agnes

 

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Fontana dei Quattro Fiumi

 

Daqui saímos para a Praça de Espanha, que ainda hoje alberga a embaixada deste país. Mais do que a praça, aquilo que é reconhecido é a sua escadaria. Eu ainda não sabia, mas seria aqui que veria um pôr-do-sol para mais tarde recordar - dos mais bonitos que vi no contexto de uma cidade. Não fizemos de propósito para estar lá àquela hora, mas diria que é uma boa recomendação: ver o sol a descer sobre a cidade, com aquele laranja a casar com a cor dos edifícios, tornando a cidade ainda mais quente... é lindíssimo. Há momentos que guardamos mas que, enquanto os vivemos, não valorizamos ou achámos que seria algo digno de memória; outros, como foi este caso, são um autêntico rebuçadinho, que embrulhamos e guardamos diretamente no coração, sabendo de antemão o sabor doce que sentiremos quando um dia voltarmos atrás e abrirmos o papel de embrulho daquela recordação.

Se a vista da cidade era bonita àquela hora, diria que o local em si não saía favorecido, estando a envolvência um pouco escura e só o topo da igreja cheio de luz - a pouca que ainda restava do dia. A verdade é uma: a vista de baixo da escadaria, a própria Praça de Espanha, não me ficou na memória - com excepção da quantidade monumental de turistas que lá estavam, dependurados numa fonte sem grande interesse (que me perdoe a Fontana della Barcaccia, que à luz de tantas outras na cidade, sai ofuscada), mas guardada por duas mulheres polícia que apitavam mal alguém se empoleirava ou deitava alguma coisa na água. Que triste mundo este, em que temos de ter pessoas destacadas para supervisionar o comportamento de visitantes numa cidade estrangeira.

E este é, na verdade, um ponto crítico da cidade: Roma é suja. Muito suja. É lixo em tudo quanto é canto; copos de gelado, guardanapos sujos, garrafas de vidro e plástico, máscaras... enfim. Como é que uma capital desta envergadura deixa a situação chegar a este extremo (será que foi sempre assim?) ou como é que consegue reverter isto (será possível?), eu não sei - mas é mau. E triste. Já o seria em qualquer sítio, mas piora tendo em conta o contexto em que Roma se insere: uma cidade linda, com monumentos de cair o queixo ao virar de cada esquina, mas que peca nas pequenas coisas. De que vale termos os edifícios restaurados, as paredes pintadas e os mármores polidos se o chão parece sempre saído de um festival de verão?

 

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Pelas ruas de Roma

 

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Pelas ruas de Roma (se eu mostrasse esta foto sem contexto, não diriam logo que estava em Itália? Estas cores topam-se à distância e proporcionam à cidade uma mística própria e quente, que eu adoro)

 

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Em frente à escadaria espanhola

 

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A Praça de Espanha atolhada de gente. Na foto a Fontana della Barcaccia

 

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A Igreja da Santíssima Trindade dos Montes, no topo da escadaria

 

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O sol a esconder-se por detrás de Roma

 

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No topo da escadaria, a apreciar o mais bonito dos pôr-do-sol

 

Da praça de Espanha são poucos metros até ao ponto mais overrated da cidade: a Fontana di Trevi. Este foi, sem dúvida, o sítio mais lotado por onde passámos - e, se querem que vos diga, sem merecer. É só mais uma fonte bonita - "mais uma" porque estamos em Roma e não nos faltam fontes para apreciar - e o festival que montam à volta desta em particular faz com que perca qualquer magia que até possa ter. É impossível chegar sequer perto dela. As centenas de pessoas sentadas nos bancos à volta da fonte, com tantas outras a posar para a foto, em permanente destaque em frente àquelas águas, fez com que este fosse apenas um photo stop e um local de passagem. Não é agradável estar ali; não se consegue absorver a beleza das coisas quando há um barulho ensurdecedor à nossa volta, quando estamos constantemente a ser empurrados e abalroados. É demasiado. Por isso, escusam de me perguntar se pedi desejos ou atirei moedas; limitei-me a arranjar um buraco onde coubesse durante trinta segundos, a tirar uma fotografia e a desandar rapidamente para um local mais calmo e acolhedor. Se querem visitar a Fontana di Trevi, façam-no quando a noite já for longa ou bem cedo pela manhã - só assim poderão usufruir daquilo que vão ver.

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Fontana di Trevi

 

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Fontana di Trevi

 

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O caos instalado na Fontana di Trevi

 

No que diz respeito a monumentos, o nosso dia ficou por aqui. Depois de um banho bem merecido - suámos muito, muito, muito, o que seria um prenúncio para toda a viagem - fomos jantar a um restaurante chamado Signorvino, que também serve de enoteca; passámos à porta quando íamos para o hotel e gostamos do aspeto, mas não foi nada de brilhante. Será certamente uma melhor experiência para amantes de vinho - o que não é o nosso caso, tendo em conta que nenhum de nós bebe álcool. Aproveitamos o resto da noite para dar uma volta nas redondezas do nosso hotel e apreciar uma Roma menos turística, absorvendo a verdadeira energia da cidade. 

O plano era sair bem cedo no dia seguinte - a ideia era já estar na rua pelas 7h da manhã. Mas com um dia como o anterior, com stress entre aeroportos e muitos quilómetros nas pernas, não conseguimos sair tão cedo como planeado - até porque não era boa ideia ficar KO precisamente antes de entrarmos para o barco. Assim, mesmo tendo derrapado mais de uma hora, eram 8h e pouco e estávamos a sair para o Vaticano. Se tivéssemos ido cedo, faríamos o caminho a pé (50 minutos do nosso hotel) e era da forma que conhecíamos mais uma parte da cidade, a uma hora em que o movimento turístico ainda não é exagerado; como falhámos o plano, fomos de Uber, encurtando o caminho para pouco mais de 10 minutos. Os Uber e os táxis têm uma parceria em Roma - na aplicação, podem até escolher até o que preferem, sendo os táxis um bocadinho mais baratos, o que é muito fixe!

Eu queria ir cedo porque tinha a experiência da minha última visita, em que esperamos mais de uma hora para entrar na Basílica de São Pedro. Tendo em conta a temperatura do dia anterior e o nosso tempo limitado, não me pareceu boa ideia correr o risco de voltar a ficar na fila ad eternum. A igreja abre às 7h mas às 9h, hora a que entramos, não havia fila considerável - nem dez minutos demorámos, sendo o processo é mais longo devido à revista dos pertences que é feita à entrada. E, apesar de ser um "cromo repetido", mal entrei, soube a razão porque quis voltar e mostrar ao Miguel este local. Não é preciso ser religioso para o achar magnífico. É de uma grandiosidade estonteante, mas de uma minúcia incrível no mais pequeno detalhe - e este contraste torna-a numa das mais belas igrejas do mundo, pelo menos das que já visitei. Acho que há outras, em Itália, que eventualmente lhe fazem sombra (não quero dar muitos spoilers, mas a Catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença é... wow!), mas esta terá sempre um lugar no topo das preferidas. Para quem é crente, todo o simbolismo religioso serve como um bónus a tudo aquilo que se vê - e acredito que, tal como Fátima, tenha uma mística especial. Ir ao Vaticano não é, para mim, turismo religioso - é só mais um ponto que temos de visitar se queremos conhecer alguns dos mais belos edifícios de Roma, em que a Basílica de São Pedro tem entrada direta. A Capela Sistina, supostamente, também - mas pela segunda vez consecutiva falhei a sua visita.

 

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À entrada, num local onde habitualmente as filas já são intermináveis. Nesta altura já com um lenço a fazer de saia - por uma questão de respeito, não se deve mostrar os ombros nem os joelhos dentro da igreja

 

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Este "lençol" de mármore no topo de uma porta é qualquer coisa de espetacular. Como é que se torna uma pedra numa estrutura aparentemente maleável? 

 

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A lista dos Papas sepultados na Basílica

 

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Na praça principal do Vaticano

 

O último sítio por onde passámos, no regresso ao hotel, foi o Castel Sant'Angelo - que também pode ser visitado, uma vez que é agora um museu (mas que também ficou de fora das nossas opções). É um edifício construído uma centena de anos antes de Cristo e serviu primeiramente como mausoléu e, depois, como fortaleza militar. Mesmo junto ao rio Tibre, dizem que tem uma vista muito bonita sobre a cidade.

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Castel Sant'Angelo

 

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Nesta fase as horas já apertavam e voltamos ao hotel, onde tínhamos pedido que nos guardassem as malas, em passo rápido. Desta vez, e como já sabíamos o caminho sinuoso que teríamos pela frente, decidimos apanhar um táxi para ir para a estação de Termini. Fomos cedo, com tempo para almoçar, e ainda bem - o cais onde estava o nosso comboio era o mais distante, a quase dez minutos de caminho; demoramos ainda mais tempo a chegar lá porque o fluxo de pessoas que chegou era tanto que formava uma corrente impossível de penetrar quando se ia no sentido contrário. Com uns encontrões pelo caminho e, certamente, um ou outro insulto, lá conseguimos chegar - e a viagem até Civitavecchia foi tranquila.

O pior veio a seguir. Quando comprámos o bilhete de comboio havia a possibilidade de adquirir um bilhete duplo, com uma viagem de autocarro incluída até ao terminal dos barcos. Mas, quando lá chegámos, havia centenas de pessoas perdidas e ninguém para ajudar. Os autocarros que lá estavam também eram muito poucos - e os que havia ou não eram da companhia correta ou recusavam-se a levar-nos, alegando que só podiam levar pessoas que viajassem num ou outro barco (que nunca era o nosso). Tínhamos uma hora de check-in definida para entrar no barco, mas estávamos com tempo - e eu dei a infeliz sugestão de irmos a pé até ao cais. Por isso, daqui vai a dica mais preciosa para todos aqueles que façam cruzeiros a partir de Roma: nunca se aventurem sozinhos pelo terminal de cruzeiros romano - demorem o tempo que precisem, apanhem um autocarro ou táxi, ou agilizem com a companhia de navegação. Mas nunca se aventurem sozinhos pelo porto! Nunca!

A sinalização é inexistente e a informação é nula, assim como a vontade de ajudar de quem lá passa; foram mais de duas horas até chegarmos ao barco (passou longamente a hora do check-in, como é lógico) e foi um caminho muito duro, confuso e enervante. Andámos quilómetros a pé com as malas atrás, sob um calor abrasador e um sol que não dava tréguas; íamo-nos juntando a outros passageiros perdidos - pessoal desesperado com a falta de informação e já com os nervos em franja, com um humor que não foi em nada ajudado pelas altas temperaturas que se sentiam, que nos tornava facilmente irritadiços e nos faziam parecer saídos de uma poça de água, encharcados da cabeça aos pés. Depois de muita espera, demasiados quilómetros, dois autocarros e de vagas tentativas de falar italiano, chegamos - literalmente! - a bom porto. Foi um alívio ver o barco e sabermos que, dali a pouco tempo, poderíamos finalmente deitar toda aquela roupa para lavar e tomar um merecido banho.

Para trás ficou Roma, que apesar de não deixar uma boa última impressão - alguém precisa de trabalhar a comunicação daquele porto, por favor! -, é simplesmente magnífica. Em retrospetiva, sinto que a capital italiana é bonita em todas as horas do dia - quer com o sol a brilhar, amarelecendo ainda mais todos aqueles edifícios de cores quentes e pastel, quer com o cair da noite, onde a iluminação ainda faz notar mais a tinta das paredes naturalmente queimada. Este tom meio outonal, conferido às cidades pela cor dos seus edifícios, é das coisas que mais gosto e me faz sentir quente, confortável, quase em casa. Isto, pintalgado com o bom gosto da decoração das lojas de rua - Roma está cheia de lojas de couros e mármores - e o cantar da língua italiana que ouvimos a cada passo... é apaixonante. E se de facto Roma tem coisas más que tem de trabalhar (o lixo, os muitos sem-abrigo que habitam as ruas), tem outras coisas muito boas - como é o caso da iluminação noturna dos monumentos e, por exemplo, os pontos de reabastecimento de água, grátis, espalhados pelo centro histórico da cidade.

Penso que apesar de todo o stress inicial de saber que não haveria tempo para ver e fazer tudo o que queríamos, aproveitamos bem o nosso tempo. E, como eu digo sempre, esta é mais uma das vantagens dos cruzeiros: o facto de não conseguirmos fazer tudo dá-nos uma boa razão para voltar. Desta vez fiquei a conhecer muito mais do que em 2017 - e espero que numa próxima consiga aprofundar tudo o que vi agora pela rama. No futuro quero muito levar o Miguel ao interior do Coliseu, quero ir ao Fórum Romano e ter a oportunidade de me sentar num café e sentir a vida da cidade; eventualmente visitar alguns locais que ficaram de fora do nosso roteiro, como a Villa Borghese, as Termas de Caracalla, o Theatro Marcello e a Ostia Antica. E, para além disso, tentar ter a mente suficientemente aberta para usufruir da verdade gastronomia italiana - porque apesar de gostar de pizzas e massas, eu sou muito "simplória" e não gosto de experimentar novas comidas, algo que devia mudar, para tentar ter uma experiência mais completa. E que melhor lugar que Itália para tentar abrir horizontes? 

Por isso... temos mesmo de voltar.

06
Out22

Chávena de Letras: os dois primeiros livros da série Bridgerton

As duas próximas reviews podem ter spoilers. Os livros foram lidos depois de ter visto a série.

 

bird1.jpg

É difícil fazer a análise de um livro quando já temos na nossa posse todos os detalhes da história e conhecemos as personagens. E foi isso que me fez chegar a duas conclusões invulgares, que até podem parecer contraditórias:

1) A série é muito melhor que o livro.

2) O livro é bom (para o estilo) e difícil de "deslargar".

Aquilo que a série fez com o universo Bridgerton é só incrível; é um trabalho digno de aplauso, tendo em conta esta base de partida que, por comparação, é muito mais fraca e superficial. A série abre o espectro deste mundo criado por Julia Quinn, enquanto que o livro é extremamente focado no casal Daphne-Simon. O mais provável é que a série já tenha ido buscar detalhes dos livros futuros, de forma a construir personagens mais complexas e um universo coerente, que se adeque aquilo que vai acontecer a seguir; mas a verdade é que para além desse afunilamento da narrativa que existe no livro, na obra escrita nada mais nos puxa para além do romance. Por outro lado, a série cria todo um mistério à volta da Lady Whisteldown (que é pouco mencionada neste primeiro livro, excluindo as citações no início de cada capítulo), dá vida e conteúdo às personagens em redor dos protagonistas (Eloise, a Bridgerton com mais personalidade na série, não é mencionada no livro, por exemplo; a rainha não existe; mesmo o papel preponderante da Lady Danburry é muito desvanecido), já para não falar de todos os cenários incríveis e a música que a série apresenta.

A verdade é que, pelo menos lido à posteriori, este livro perde por comparação à série - se esta não existisse, eu provavelmente contentava-me com o que tinha lido e nem sequer questionava. Mas aqui entram de novo os contrassensos: será que eu compraria o livro se a série não existisse e se a capa não tivesse a cara das personagens? Definitivamente não. Este é o tipo de obra que faz check em todos os preconceitos de "chick lit" - desde a capa cor de rosa, passando pelo ar apaixonado da menina com as florzinhas no cabelo, culminando com cenas mais quentes que fazem as delícias de qualquer leitora ávida deste estilo de leitura.

Apesar de tudo isto, é muito provável que leia o segundo (e o terceiro, e quarto, sei lá!) - e esta é talvez esta a maior qualidade da escrita de Julia Quinn: deixar-nos presos, tanto enquanto lemos como quando pousamos o livro. Tem uma escrita fácil, fluída, empolgante. E nesta fase em que me encontro, com hábitos de leitura ainda instáveis, esta é a qualidade que mais aprecio e que mais me importa em qualquer obra que leia - mesmo que seja chick lit da mais pura.

 

brid2.jpg

Mais uma vez, li o livro depois de ter visto a série. E, de novo, tiro o chapéu à série, por ter sido capaz de ver para além da escrita de Julia Quinn, do enredo demasiado focado só nos protagonistas e por ter conseguido diversificar o interesse noutras personagens, não desprezando ainda assim o desejo ardente entre os dois protagonistas. Tudo aquilo que enalteci na review do primeiro livro, poderia reescrever aqui.

A história central, desta vez, foge mais ao original, comparativamente ao primeiro; tudo o que a série modifica só vem acrescentar valor, por isso não me choca - como é o caso do enlace com Edwina, que no livro nunca chega a acontecer e o arrastar do envolvimento mais sério entre Kate e Anthony, que no livro é um tanto ao quanto repentino e na série demora mais a desenvolver-se. Lady Whistledown continua nas sombras, tendo um pequeno destaque nas páginas finais do livro, o que leva a crer que a cortina se vai abrir nos capítulos seguintes.

O próximo livro será o primeiro que lerei sem ter a série como base de comparação - e confesso-me muito curiosa, por só aí poderei fazer uma crítica mais ponderada, sem cair na tentação de comparar a escrita com a criação televisiva. De qualquer das formas, acho que gostei mais do primeiro livro de Queen e algo me diz que isto vai em decrescendo... Esperemos que esteja errada. O tempo o dirá - o terceiro livro da saga já está na estante à espera de ser lido.

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