Mentiria se dissesse que Tóquio é uma cidade lindíssima. Não é. Não tem a delicadeza das cidades italianas, a doçura de Paris ou uma linha conceptual estável como Praga. Não é uma capital que nos deixa de queixo caído por aquilo que tem – mas talvez pela forma como vive. Pelo rigor e a organização que reinam no meio do caos. Pela heterogeneidade que, por estranho que pareça, é fator de união. Pela cultura que, apesar de tão diferente da nossa, tem pontos em que cheira a ocidentalização - e, nesse momento, percebemos que é melhor ficar como está e deixar o que é nosso deste lado do mundo.
Há lugar para cada um de nós em Tóquio; sítios para todos os gostos e estilos, dos freaks aos mais clássicos. Independemente de quem somos... é só uma questão de procurar. E foi isso que mais me fascinou: como é que tanta coisa pode caber num só sítio?!
A ideia que temos dos japoneses malucos é errada e demasiado restrita. Em Tóquio, principalmente durante a semana, a cidade é invadida por engravatados e roupa mais formal, incluindo todos os alunos, que usam fardas para ir para escola. Ao todo, entre 90 a 95% das pessoas usa este dresscode. Aquela concepção que temos dos japoneses com roupas estranhas, cabelos com cores extravagantes e penteados estrambólicos aplica-se a grupos mais restritos, jovens na faixa dos 20 anos, e que não se encontram em todas as partes da cidade. Akihabara é um dos sítios mais propícios a encontrarmos estas espécimens – mais abaixo vão perceber porquê. Ah!, e não posso deixar de elogiar o estilo das japonesas. Gostei muito, muito, muito da forma como as mulheres se vestem e queria levar os guarda-roupas delas comigo (e em parte trouxe, porque me desgracei na Uniqlo...). Regra geral não há decotes nem saias curtas; os conjuntos são originais e pouco óbvios, com peças menos mainstream e formas irregulares mas que, ainda assim, prezam pelo incrível bom gosto e um equilíbrio surpreendente. Queria tudo!
Ainda falando de ideias pré-concebidas, e ao contrário da anterior, devo dizer que tudo o que achamos sobre a organização e limpeza dos japoneses é mesmo verdade. Diria que são os alemães ou suíços do oriente. E eu, que adoro regras e organização, achei aquilo o paraíso na terra. Eles fazem filas para entrar no metro! E deixam sempre os sapatos à porta de tudo - mesmo nos quartos dos hotéis, nos templos e até nos provadores das lojas! E não deitam lixo para o chão! E limpam tudo - até o espaço entre os azulejos em plenas ruas! E têm o sentido por onde se deve circular em cada sítio, ora pela esquerda ou direita, com mais espaço para o sentido com mais afluência. É o paraíso na terra!
Como há muita coisa para fazer e ver, convém mesmo que esta seja uma viagem bem planeada – o que exige muito tempo de preparação, mas que compensa com o tempo que não se perde in loco (até porque para pedir ajuda é preciso encontrar um japonês que saiba falar bem inglês, o que não é fácil...). Analisar as rotas mais curtas para visitar o maior número de locais é essencial - e, para mim, fazê-lo a pé (pelo menos na sua maioria) é importante. Complementamos os caminhos com a ajuda do metro, mas eu acho que uma cidade conhece-se a pé - e os 18kms que fizemos em média, diariamente, comprovam-no bem. Para nós o planeamento prévio foi ainda mais importante, uma vez que tivemos de cortar um dia inteiro em Tóquio por causa do dilúvio e dos ventos que se fizeram sentir.
Os nossos roteiros não tinham só como enfoque os monumentos ou pontos turísticos mas também os bairros em si – ir lá, passear, perceber o tipo de pessoas que os frequentam e tirar-lhes a pinta. Percebemos que na maior parte das vezes éramos os únicos ocidentais num raio alargado, o que só prova que conseguimos imiscuir-nos no mundo dos japoneses, o que tornou a experiência ainda mais rica. Não sei se foi por ser época baixa ou devido às notícias do furacão, mas a verdade é que fiquei surpreendida pela pouca quantidade de turistas que vi na cidade. Se a memória não me falha, só num ou dois templos é que realmente nos apercebemos da diversidade de pessoas que lá andavam; de resto, eram os japoneses e nós, os três estarolas ocidentais ;)
Para me facilitar a vida agrupei as minhas considerações e fotos por bairros. Esta divisão não é mega precisa, até porque as fronteiras entre uns e outros nem sempre são perfeitas, mas dá para ter uma ideia do espírito de cada um dos locais. Os sítios mais deslocados, em que não visitamos o bairro em si, estão no final. Tenham em atenção que aqui não incluo tudo o que é templos, que mostrarei numa publicação futura. Vamos a isto.
Ginza, o bairro fancy de Tóquio
O nosso primeiro hotel ficava em Ginza – o que por um lado é bom, porque foi a zona que indiretamente mais exploramos, mas que por outro acabou por ser aquela que mais “desprezamos”. É o bairro com as ruas mais amplas e luminosas, com edifícios grandes, mais atuais e cosmopolitas, cheios de vidro e formas estranhas e bonitas. É aquele onde o passeio é agradável mas em que nos sentimos um bocadinho pequeninos perante a impossibilidade de comprar ou até aceder à grande parte das coisas que lá está. Ele é Gucci's, Chanel, Hermés e coisas que tais – mas também tem Zara's e, adivinhem, a maior Uniqlo do mundo. Era nosso plano entrar lá (e fazer compras, óbviooo) mas, por uma questão de logística, acabamos por ir à loja de Shibuya, que já foi grande o suficiente para eu desgraçar a minha carteira. Mal por mal, talvez tenha poupado o meu porta-moedas de uma tragédia ainda maior.
Muito perto do nosso hotel ficava o Kabukiza Theater, um teatro com 130 anos. Só apreciamos por fora, mas vale a passagem.
Apesar de Ginza ser o centro fancy e de compras da cidade ficou marcada, para mim, pelo Mercado Tsukiji – o antigo mercado do peixe, onde se vendiam aqueles atuns enormes em leilões que se realizavam às tantas da manhã. Atualmente é um mercado, estilo Bolhão, em que tanto locais como turistas compram os mais variados alimentos – entre vegetais e frutas, até marisco. Fiquei espantada com a quantidade de peixe que eles lá têm e a forma como o apresentam; há imenso peixe seco (sabiam que até as espinhas se comem?), outros em molhos estranhos... Vende-se também comida confecionada, como os mini-polvos e as lulas grelhadas na hora, entre outros pitéus. Eu adorei o ambiente, a comida e a variedade – e foi sem dúvida o meu sítio preferido das redondezas de Ginza. Foi lá o nosso primeiro almoço, num restaurante totalmente escolhido ao calhas e que não sei o nome – era de sushi, com tapete rolante, só com japoneses que já sabiam o funcionamente daquilo de cor e salteado e que ficavam a olhar para nós – e provavelmente para as nossas maneiras horríveis – como se fossem burros a olhar para um palácio. Adorei!
Kabukiza Theater
Banca do mercado Tsukiji
Os céus de Ginza
Várias comidas no mercado Tsukiji
Akihabara, o paraíso dos geeks
Este bairro é o sonho de qualquer geek. São lojas e lojas e lojas e lojas cheias de livros de anime, figuras de anime, autocolantes de anime, jogos de anime, legos de anime... basicamente tudo o que possam imaginar e que envolve anime. E manga. Muitas destes items com preços absurdos, claramente dedicados a colecionadores e apreciadores. E, acreditem, há muitos! Vi adultos de fato e gravata a jogarem a cartas de Pokémon's, Invizimals e outras séries que não sei o nome como se aquele fosse o último dia das suas vidas!
Não sou fã deste tipo de coisas mas fui com duas pessoas que eram – e andei atrás dos melhores preços em lojas que não lembram ao diabo, pequenas, estreitas, em quartos e oitavos andares com escadas que convidam à queda, apurando o olho para uns bonequinhos em específico por entre corredores minúsculos, atulhadas de bonecos estranhos que nunca antes tinha visto na vida. Fica a dica: os melhores preços estão nas lojas mais escondidas e remotas, por isso abram a pestana! Toda esta correria foi estranha, cansativa, mas boa ao mesmo tempo. E gostei particularmente do par de lojas que vi com coisas vintage – GameBoys e outras consolas antigas, centenas de jogos e outros objetos que me levaram a uma viagem no tempo.
Esta é também a zona dos MaidenCafés – onde as empregadas de mesa levantam as saias enquanto servem os seus clientes. Não fomos a nenhum (dispenso ver cuequinhas ou até um pouco mais), mas fiquei com a sensação de que algumas das meninas que estavam sugestivamente vestidas na rua a atrair as pessoas não se limitavam a “mostrar coisas”. E eram muito novas para isso. Não gostei.
Em resumo: foi das zonas mais movimentadas e loucas onde estivemos, de tal forma que nos acabamos por sentir envolvidos por aquilo e vibrar tanto como eles.
As bonecas à venda numa loja em Akihabara
Anime... Anime everywhere!
Alguns livros chegavam a custar mais de 100 euros!
Figuras de animação de Dragon Ball - um autêntico must have no Japão
Consolas vintage em Akihabara
Jimbocho, o sítio certo para quem ama livros
Achei este bairro um mimo. E há um ponto positivo: como não percebo nada do que diz nos livros, não tenho tentação de os comprar – até porque são caros... Mas, por momentos, vontade não me faltou; acho a forma como as páginas estão escritas (na vertical) giríssima, assim como todos aqueles caracteres desenhados, que tornam tudo muito mais bonito.
As lojas em si são encantadoras. Pequeninas, como quase tudo lá, e com as paredes todas forradas a livros, papel e lombadas antigas. No exterior havia sempre tabuleiros recheados de livros, assim como algumas livrarias de rua, que utilizavam as paredes como prateleiras. O sonho de qualquer pessoa que gosta de livros. Vale bem a pena.
Destaque para uma das livrarias mais populares, a Kitazawa. Tem dois pisos: o de baixo tem um café, o de cima tem livros estrangeiros e raros. Não é uma Lello, com uma beleza arquitetónica particular, mas é bonita.
Loja em Jimbojo
Uma livraria de rua
Um cantinho da livraria Kitazawa
Loja em Jimbojo
Loja em Jimbojo
Harajuko, entretenimento e compras de mãos dadas
Em Harajuko passamos pela grande avenida que é dominada pela Omotesando Hills, um complexo de lojas muito grande; ora tem Gucci's e Chanel's, como lojas vintage de alto calibre que também não nos aventuramos a tentar. Destaque para duas lojas temáticas. A primeira é a Kiddy Land, o paraíso dos miúdos (e graúdos) que gostam de tudo o que seja desenho animado ou anime. Se a memória não me falha são seis pisos recheados de bonecos, peluches, merchandising, canecas... tudo! Passando por coisas tão diferentes como Star Wars, Snoopy, Lego, The Avengers, Hello Kitty, Pokémon, Doraemon e outros desenhos animados tipicamente japoneses. É um mundo – mesmo para quem não é fã destas coisas! A segunda loja situa-se no interior da Laforet, um espaço multi-loja, que tem lá dentro dois espaços recheados de coisas das Sailor Moon. Vale a pena para quem via estes desenhos animados em pequeno – caso contrário, na minha opinião, é totalmente dispensável.
Entre esta avenida e o templo Meiji (do qual gostei muito e de que falerei no outro post dedicado aos templos), passamos em Takeshita-Dori, uma rua muita conhecida pelo seu movimento e diversidade de lojas. Normalmente é quase impossível lá circular, mas dada a época do ano e o fenómeno meteorológico que se aproximava, não estava nada demais. Melhor que a Rua das Flores na maior parte dos dias ;)
Omotesando Hills
Takeshita Dori
Shinjuko, a energia em forma de bairro
Do templo Meiji seguimos a pé para Shinjuko, daí ser difícil perceber a fronteira entre um bairro e outro. De qualquer das formas, uma coisa é certa: o coração de Shinjuko tem uma energia eletrizante – e é enormeeeee. É talvez o sítio onde mais andamos entre pontos de interesse; parecia que as ruas nunca mais acabavam! Não tem propriamente uma razão para ser muito conhecida, mas vale a pena passar lá. Não sei se foi por ter lá estado ao final da tarde, mas gostei muito das luzes e da vida que têm – até mais que Shibuya, confesso.
É lá que podem encontrar a cabeça do Godzila no topo de um edifício. Se não souberem onde procurar é provável que nem reparem – para além de que têm de estar bem posicionados para o ver decentemente. É giro, vê-se se estiver de passagem, mas a menos que sejam grandes entusiastas do filme não acho que tenha de ser um ponto obrigatório. Mas as ruas à volta são bem agradáveis e merecem o passeio.
Foi lá que, do nada, entramos numa loja de jogos enorme, com uma barulheira astronómica. São jogos de dança, guitarras, tambores, jogos de terror, corrida. De tudo um pouco. Ainda nos aventuramos nos tambores, mas confesso que não fomos muito bem sucedidos. O negócio do jogo, em toda a capital, é brutal - e há ambientes realmente pesados. Há que escolher bem os sítios onde se entra, porque vale a pena a experiência, mas dispensa-se ficar mal disposto com o vício de algumas pessoas que claramente nos rodeiam nesses locais.
Foi lá que ficamos na nossa última noite (no hotel cápsula), numa zona que me deu uma outra percepção dessa parte da cidade – e não posso dizer que tenha sido muito boa. Se por um lado a rua principal estava invadida por lojas e restaurantes coreanos, com todo o caos que isso implica a uma sexta-feira à noite, as perpendiculares enchiam-se de “gentlemans bars”, meninas pouco vestidas e um ambiente um bocadinho pesado. Ainda assim, continuo na minha: aquilo é enorme. E com muitaaa gente!
Ficou por ver, lá, o Tokyo Metropolitan Government Building, que ofereceria uma vista panorâmica da cidade de forma gratuita, mas que está fechado aos fins-de-semana... altura em que contávamos lá ir. Por isso fica para uma próxima.
Há milhares e milahres e milhares de máquinas deste género, com todo o tipo de objetos que possam imaginar, mas que engolem dinheiro como se não houvesse amanhã e que nuncaaa dão nada em troca. Ingratas!
O Godzilla no topo do edifício
As cores das ruas de Shinjuko
As cores das ruas de Shinjuko
Shimokitazawa, o bairro vintage
Chegar a Shimokitazawa desde Ginza, através de metro e comboio, demora cerca de uma hora. É, por isso, um investimento de tempo. Mas, para mim, valeu totalmente a pena! Até o caminho é giro, porque sentimos que estamos a sair do Tóquio-grandioso para Tóquio-subúrbio, onde a vida real se desenrola; sem grandiosismos ou o sentimento cosmopolita que se sente noutros locais. É uma cidade simples, daquelas que víamos no Doraemon quando éramos miúdos – e se eu, que nunca gostei desse tipo de desenhos animados, gostei tanto, imagino quem de facto era fã!
Infelizmente, dadas as circunstâncias e a obrigatoriedade de encurtar tempos devido ao tufão, não dispus do tempo que queria lá; mas tive muita vontade de me perder totalmente naquelas ruas e ir à descoberta sem o GPS em modo de auxílio. Há muitas lojas de roupa em segunda mão e outras tantas de roupa nova mas original (não no sentido negativo da expressão), com decorações muito giras e uma vibe um bocadinho alternativa ou boho, tal como gosto. Os preços, esses, não eram assim tão acessíveis – mas dependiam, obviamente, do tipo de peça e de lojas onde estavam.
Mais uma vez, éramos os únicos ocidentais que por lá andavam, o que ainda dava mais a sensação de que estávamos nas profundezas do Japão. Adorei!
Um dos pontos altos lá foi o donut da Captain's Donuts, uma sugestão que já trazíamos no roteiro e que valeu totalmente a pena. Dado que é uma coisa conhecida (na loja existem várias fotos com grupos de música e de reportagens televisivas), esperávamos que fosse uma coisa grande; mas na verdade é uma lojinha minúscula, que deve ter pouco mais que cinco metros quadrados, apenas com uma senhora velhinha lá dentro, que simpaticamente nos atendeu. Serviu-nos dois donuts maravilhosos; uma espécie de bolas de berlim, sem aquele açúcar todo por cima, e levemente aromatizados com algo que não sei descrever, mas que equilibrava incrivelmente com o doce e a (pouca) gordura que o donut trazia. Aconselho.
Almoçamos numa hamburgueria, da qual não fiquei fã e que não guardei o nome.
A típica loja de Shimokitazawa
Os maravilhosos donuts da Captain's
Eram mesmo bons!
Uma montra apetecível nas ruas de Shimokitazawa
Shibuya e a sua mítica passadeira
É talvez dos sítios mais populares de Tokyo pela sua passadeira hiper-movimentada e pelos ecrãs gigantes, ao bom estilo de Times Square. É capaz de ter sido um dos sítios mais mexidos onde estivemos, mas não é nada do outro mundo; estivemos lá quando o tufão já estava a ameaçar chegar, e já chovia, pelo que não devia ser a altura mais popular naquele local. É lá que estão as lojas mais conhecidas como a Uniqlo, a H&M, entre outras – como a Don Quijote, uma loja gigantesca onde podem encontrar tudo o que há no mundo: desde roupa, fantasias, cosmética, comida... tudo!
A passadeira mais famosa do Japão
Odaíba, a ilha tecnológica
Odaíba é uma ilha artificial de Tóquio, uma parte claramente mais recente e tecnológica da cidade. A travessia do centro da capital para lá, de comboio, é uma viagem bonita e que deve ser apreciada. O bairro está repleto de shoppings enormes, com centenas de lojas para todos os gostos, bolsos e feitios; alguns mais virados para a roupa, outros para a comida, outros para entretenimento.
Fomos lá no dia a seguir ao tufão e a maior parte das coisas só abriu da parte da tarde. A manhã foi dedicada a uma busca infindável de um sítio para comer (estava mesmo TUDO fechado, inclusivamente os supermercados abertos 24 horas), a apreciar as vistas da cidade e os monumentos ao ar livre – nomeadamente uma miniatura da estátua da Liberdade. Para fazermos tempo acabamos por ir à única coisa aberta no shopping – o piso das diversões, onde acabamos no típico karaoke japonês. E, digo-vos, é imperdível! Escolhem a sala onde querem estar, encomendam comida e cantam o que quiserem, durante o tempo que vos aprouver. Ri-me que nem uma perdida e adorei! Diria que é uma experiência obrigatória em Tóquio, mesmo para quem tem vergonha de cantar ou se acha uma cana rachada. Aquilo não é o Got Talent – o objetivo é divertirmo-nos. E isso, diria, é garantido.
Odaíba era para nós uma paragem obrigatória porque tínhamos comprado com antecedência bilhetes para o TeamLab, um museu de imagens e salas interativas, com projeções e luzes em movimento. Devo confessar que não adorei. Achei-o extremamente desorganizado (algo muito atípico entre os japoneses), com filas enormes para algumas das salas mais especiais, que pouco mais serviam do que para tirar fotos bonitas. O museu é isso: um palco para fotos, uma estrela para o instagram. E isso vende. E é uma verdade: quem tiver tempo e paciência tira lá fotos dignas de um book. Mas como não era para isso que lá estava, confesso que me passou um bocadinho ao lado e não voltaria a investir o meu dinheiro lá.
É em Odaíba que hoje em dia se situa o novo mercado do peixe mas, pelas mesmas razões que já falei acima, estava também fechado – o que se tornou numa das nossas grandes falhas nesta viagem. Mas, enfim, fugiu fora do nosso controlo.
A vista de Odaiba
A mini Estátua da Liberdade em Odaíba
O majestoso edifício da FujiTV
Team Lab
A sala mais concorrida do Team Lab
A sala mais concorrida do Team Lab
Um dos pontos de visita obrigatórios em Tóquio é o Palácio Imperial. Mas, se estiveram atentos às notícias, sabem que a coroação do novo imperador foi há dias - e isto fez com que este e outros locais estivessem fechados ou a meio-gás, com vista à preparação de um evento tão especial para os japoneses. O Palácio Imperial foi, obviamente, um deles - e apesar de termos lá ido na última manhã em que esteve aberto, só uma pequena partes dos jardins estavam acessíveis, pelo que foi uma desilusão. Ao menos fica o "check" neste ponto crucial da visita.
A entrada do Palácio Imperial
À entrada do Palácio Imperial com o meu mais que tudo
No caminho para o Palácio passamos pelo Hibiya Park, um dos muitos que preenchem de verde a capital japonesa. São todos extremamente bem cuidados e bonitos, como não podia deixar de ser. E uma das coisas que mais adorei foi ver crianças, das creches ou berçários, a passearem com as suas cuidadoras numa espécie de parques (aquelas mini-cercas para elas brincarem) ambulantes. Era só a coisa mais querida-fofa-cutxi-cutxi de todo o sempre. Tão fofo que até tinham um sinal de proibido fotografar - porque claramente toda a gente acha aquela imagem totalmente irresistível. Nota-se mesmo que a interação dos miúdos com a natureza é uma prioridade para eles.
Outro dos parque mais conhecidos é o Ueno, por onde também passámos.
Hibiya Park
É a Torre Eiffel lá do sítio - e, tal como a própria, vale mais a pena visitá-la de noite, pois é muito mais bonita iluminada. A Tokyo Tower é outro ponto obrigatório na capital e optamos por a ver de fora, não subimos (para ir ao topo, rondam os 25 euros). Fiquei feliz só por a ver de perto e acho que foi uma boa aposta gastar o dinheiro noutras atrações ou compras que fizemos posteriormente.
O topo da Tokyo Tower
Passamos por outros locais que, por só terem sido de passagem ou não ter achado que mereciam grande menção, deixei aqui para o fim. Alguns deles: Chidorigofuchi, Chuo-dori Avenue, Hamarikyu Gardens, Tokyo Station, Tokyo Skytree e a Mori Tower.
Por outro lado houve sítios que tínhamos no roteiro que, por uma razão ou por outra (maioritariamente devido ao tufão), tivemo de descartar. Alguns deles: Tokyo Anime Center, Roppongi Hills, Park Hyatt Hotel (o bar do “Lost in Translation”), Omoide Yokocho (Piss Alley), Parque Yoyogi e Tomigaya.
A seguir... Quioto!