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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

26
Jun19

Quero a Uniqlo em Portugal!

Pisei pela primeira vez uma loja da Uniqlo há uns meses, quando fui a Londres. Não foi algo desprevenido: assim que a avistei em Oxford Street pus-me logo ao caminho, porque já tinha lido muito sobre a cadeia japonesa (nos meus tempos de trabalho no jornal) e a curiosidade já tinha tomado conta de mim. Ultimamente tenho-me encontrado com fornecedores que vendem para esta marca e as minhas expectativas estavam em alta, principalmente relativamente ao conforto das peças que eles vendem. Não saí defraudada.

Para quem não conhece, a Uniqlo é uma das maiores cadeias de fast fashion do oriente - uma espécie de Zara por aqueles lados. Há, no entanto, duas grandes diferenças: a primeira é que a marca japonesa é muito menos permeável às modas temporárias do que a Inditex - por outras palavras, vive muito mais de básicos e de peças simples, pouco arrojadas, que combinam com tudo e dão para uma vida, independente daquilo que se esteja a usar; segundo, a qualidade dos materiais é substancialmente diferente. Os preços entre as duas marcas não são muito diferentes, mas enquanto a Zara põe todas as fichas no design e na renovação constante (e, diria, incessante) das coleções, a Uniqlo aposta na qualidade das peças, no seu conforto e usabilidade.

Para mim, que me abasteço praticamente só com básicos, a Uniqlo é o paraíso na terra. Há outras marcas de roupa simples (lembro-me da Cos, por exemplo, embora tenha uma linha mais conceptual ao nível do corte), mas no que diz respeito às fibras os japoneses ganham aos pontos. Já tinha ouvido falar sobre a qualidade das roupas interiores deles, por isso foi essa a zona a que me dirigi mal entrei na loja. Agora, que já usei tudo o que comprei, sinto-me em pleno direito de comentar e dizer que adoro. Na altura em que ouvi falar das malhas interiores deles era inverno, portanto tratavam-se de camisolas e bodys finos mas bem quentes; por agora não estão à venda, mas encontram tantas outras coisas interessantes - nomeadamente roupa interior fresca, com poucas costuras, de rápida secagem e anti-odor. A mim, em particular, saltou-me logo à vista as camisolas com soutien integrado. E que maravilha que são!

Eu sou daquelas pessoas que nunca anda sem soutien. Não consigo. Durmo, inclusivamente, de soutien. Não me incomoda quem não use, todos aqueles que são a favor do movimento #FreeTheNipple e essas coisas todas, mas para mim não dá. Descarto imediatamente todas as peças de roupa que não se coadunem com o uso desta peça, mas admito que às vezes é mais uma coisa para fazer calor e que nem sempre é mega confortável. E foi com grande surpresa que percebi que muitas das peças (não só da linha dos básicos de verão, "Airism", como também vestidos e outras roupas) têm suporte para o peito, sendo o soutien perfeitamente dispensável, nunca descurando o conforto. Não sou uma cliente fácil neste aspeto - não gosto de sentir que anda tudo meio livre - e fiquei muito, muito cliente! É só vestir, pôr e andar. E o conforto daquelas malhas? É melhor do que muita lingerie!

Andei também a ver a roupa de homem e admito que ainda gostei mais do que a linha de mulher. Camisas em linho ou t-shirts de um toque muito macio; parkas e kispos muito leves (que são unissexo, na verdade, por isso podemos aproveitar). Para além, claro, da secção de boxers e de roupa interior, que eu impingi logo aos homens da minha vida - nomeadamente ao meu pai, que me anda a servir de cobaia. Não esperem cortes complexos, diferentes ou irreverentes, 30 padrões de florzinhas ou t-shirts com citações inspiradoras. É tudo para o simples, mas em bom. Eu, pelo menos, gosto muito.

Posto isto, o meu novo desejo é que a Uniqlo chegue a Portugal. Dispenso a Asos, a Foverer 21 (que, já sei, há em Lisboa, mas ainda não chegou ao Porto) ou a Miss Selfridge. Quero a Uniqlo. Já. Agora. No Porto. Por favoooor! 

(até lá, podemos sempre mandar vir pela net - são 10 euros de portes, não é um valor simpático, mas é o que há...)

 

IMG_20190622_115027.jpg

goods_413659_sub11.jpg

(um exemplo das tais camisolas, que podem ver aqui)

22
Jun19

Um mar de calmia em pleno Alentejo

No início do mês realizei um desejo que já tinha há muito: ir ao Alentejo. Passo sempre esta região de rajada, ignorando-a por completo devido a uma vontade cega de chegar ao destino do costume: o Algarve. Mas desta vez fizemos daquele sítio o nosso destino e lá fomos nós, país abaixo, prontos para uns dias de descanso.

Não descansamos muito, porque parecíamos baratas tontas a querer ver as praias, as vistas e tudo o que a natureza tivesse para nos eferecer. Conto todos os locais por onde passamos e o nosso itenerário num próximo post, porque agora quero só falar do sítio maravilhoso que nos acolheu durante aqueles dias, em Vila Nova de Milfontes. Um local pautado pela cor branca, pelo simplismo e, acima de tudo, pela calmia.

O Três Marias, turismo rural, era tudo o que eu precisava nesta fase mais louca da minha vida. Adorei o espaço, a filosofia e a decoração. Mais: adorei o facto de acolherem uma avestruz, ovelhas e... três burros naquela quintinha, que se passeavam calmamente por lá enquanto tomávamos o pequeno-almoço! É caso para dizer que este hotel foi feito a pensar em mim ;)

Tinha ficado com o espaço debaixo de olho depois de o ter visto num blog e correspondeu a todas as expectativas que tinha sobre ele. É, literalmente, um sítio para se descansar. Para se ouvir o vento a correr nas árvores e a ver as estrelas no cair da noite. Onde o único trânsito que existe é no ar, onde as andorinhas fazem corridas para chegar primeiro às migalhas. Onde nos apetece falar baixinho para não interromper o estado de calmia em que estamos todos mergulhados. Onde não há televisão – nem no quarto nem na sala comum. É mesmo um retiro da sociedade – ou, para lá chegar, não tivessemos de percorrer dois quilómetros de terra batida!

O nosso quarto era uma mezannine, com um sofá em baixo e o quarto e a casa de banho em cima. Vivia dos detalhes: a cama protegida por uma rede mosquiteira, num cenário mega romântico-fofinho; as portas feitas em tábuas de madeira, que davam um ar rústico a todo o espaço; o chão aquecido na zona da casa de banho; a chaleira e as chávenas prontas para servir um chá. Tudo perfeito. Para mim só faltava uma coisa para ser algo do outro mundo: uma piscina, para uma pessoa não ter de fazer mais do que uns metros para poder estar de papo para o ar e aproveitar as maravilhas do mundo rural.

Adorei o pequeno-almoço, não muito grande mas com comida muito fresca (como um bolo quentinho, acabado de sair do forno) e toda a simpatia das pessoas. Tive pena de não jantar lá, pois creio que a comida devia ser tão caseira como nas nossas casas – e, pelo que li, onde se promove o convívio entre os hóspedes, numa mesa grande onde todos se sentam tal e qual uma grande família.

À saída peguei num cartão, nos postais que têm à disposição de quem lá fica e prometi voltar. Gostava muito de conseguir cumprir essa promessa.

 

TRÊS MARIAS (1).png

TRÊS MARIAS.png

18
Jun19

O cansaço mora em mim

No 11º ano tive de ter explicações de matemática. Foi uma grande derrota pessoal para alguém que sempre quis ser independente em tudo - mesmo na arte de aprender. Era-me indiferente que os meus colegas tivessem aulas extras de todas as disciplinas e que, por causa disso, tivessem altas notas nos testes - tudo aquilo que eu conseguia era por mim própria, não tinha a papa feita por ninguém, era o meu suor e o meu raciocínio que estavam ali em peso. Sentia quase como se jogássemos em diferentes campeonatos - um com ajuda, outro sem. E mesmo não havendo vergonha em pedir auxílio, sempre foi uma bandeira que gostei de erguer - ainda hoje é assim, mesmo que seja uma parvoíce de todo o tamanho.

Por isso tenho sofrido nos últimos tempos do curso, em que a carga matemática é cada vez maior. Lembro-me muitas vezes da minha angústia algures em 2012, enquanto olhava para senos, cossenos e radianos e não conseguia digerir o que estava à minha frente. Tenho uma relação muito problemática com as coisas que não percebo. Comem-me viva.

Mas agora tenho um problema extra: se com a trigonometria ficava irritada por não saber mas descansada por ter a noção de que aquilo não seria algo essencial na minha vida, agora fico em pânico por me sentir incapaz em alguns tópicos que podem ser essenciais na gestão de uma empresa. Ponho-me constantemente em causa. 

Há dias em que eu acredito que essas dificuldades são só teóricas e altamente potenciadas pelo cansaço de um ano de curso, de muitas mudanças e de uma fase que se avizinha mais complicada para mim; mas há outros em que esses pensamentos me deitam abaixo e me convencem de que nunca vou conseguir. Olho para os outros - aqueles a quem agora tenho de pedir ajuda -, que parecem fazer aquilo com uma perna às costas, com ficheiros Excel todos bonitos e a frustração toma conta de mim. Martirizo-me por já não ter capacidade de concentração em aulas com termos económico-financeiros que não domino, por não ter ouvido com atenção, apontado melhor. Penso no dinheiro que investi, que os meus pais investiram em mim, e sinto-me gradualmente mais incapaz.

Acho que estou a chegar a um breaking point. Estou a acusar o cansaço. E preciso de férias para poder voltar a acreditar em mim e nas minhas capacidades.

06
Jun19

É verdade: às vezes não sobram minutos

Uma das minhas regras de ouro aqui no blog é não apagar posts. Se achar que, por razão de força maior, algum deve mesmo ser retirado da vista do público, coloco-o em privado, de forma a que só eu o leia - mas nunca, jamais, apago o que quer que seja. A escrita é o testemunho mais real que tenho da minha própria vida - e mesmo que, passado uns anos, já não concorde com as opiniões que tinha ou não me reveja em determinados sentimentos que descrevi, sei que na altura foram reais. Não os esqueço nem os monesprezo. Fizeram parte de mim, do meu crescimento, da minha vida - e por isso têm e vão ter sempre lugar aqui.

A verdade é que não há muitos posts de que me envergonhe. Não me lembro de nada que tenha escrito que hoje me apeteça apagar; acho que nunca cometi nenhum erro crasso. Aliás, continuo a concordar com muito do que aqui escrevi. Não sei se isso é bom ou não: se por um lado tenho opiniões consistentes, que não têm tendência a mudar como quem muda de cuecas, ou se sou uma teimosa incorrígivel que não consegue mudar a sua própria mentalidade. Pode cair para cada um dos lados. Cá para nós, devo confessar que guardo um certo orgulho pela minha estabilidade a este nível...

Mas estes dias tenho pensado muito em algo que antes dizia e que hoje não consigo subscrever. Não sei se alguma vez escrevi sobre isso, mas sei que o pensei durante muito tempo. Tem que ver com o tempo - ou a falta dele. Sempre disse que arranjamos tempo para aquilo que queremos, basta fazer uma boa gestão de tempo e de prioridades. Recordo-me de ouvir as pessoas queixarem-se disto e de eu pensar que com uma agenda e um bocadinho de cérebro a coisa se resolvia. Até me lembro de dizer que, na loucura, se devia dormir menos. Coisas que se dizem quando se tem energia para tudo, não é verdade? (Gostaram deste discurso de velhinha?)

Hoje vejo que não é bem assim. Sempre me considerei muito boa a gerir o meu tempo e agora olho para mim, frustrada, sem saber o que fazer da minha vida. E continuo a achar que tem tudo que ver com a gestão da agenda e das prioridades - mas agora percebo que às vezes as prioridades tomam conta da nossa vida, sufocam-nos. A pós-graduação - que entrou agora na reta final, benzó-deus! - e todos os consequentes trabalhos que vêm com ela, tomam conta de grande parte do meu tempo. Dar aulas de piano é mais uma quantidade de horas em que estou longe do mundo, só centrada nas teclas e nos meus alunos. Estar no início de uma relação também não ajuda: a quantidade de tempo que passamos com a pessoa é proporcional à nossa felicidade, por isso queremos estar o máximo de tempo possível com ela. Faço do trabalho na fábrica, aquele que ainda tem menos obrigações, o meu tempo "ninja" - aquele que manipulo consoante as minhas necessidades e exigências. Mas, mesmo assim, há muitas coisas que saem para fora das 24 horas que têm o dia.

Estar com os meus pais e com a minha família não deixou de ser prioridade - nunca deixará. Escrever aqui não deixou de ser prioridade. Tudo o que não o era saltou fora da minha vida neste momento: o ginásio, os outros blogs, as redes sociais, até alguns amigos e umas boas horas de sono. Mas chega uma altura em que não dá para cortar mais e só nos resta o exercício de fazer caber em pequenos pedacinhos de tempo tudo aquilo que nos preenche mas que, nestas fases, nos faz sentir vazios, por não conseguirmos dar vazão a tudo.

Não tinha razão quando dizia que há sempre tempo para tudo. É verdade que somos nós quem define as prioridades, quem tem de saber pesar as vantagens e as consequências de cada ato - e podemos cometer loucuras, deixar de fazer coisas obrigatórias em prol de outras facultativas... mas, pela lógica normal das coisas, há mesmo fases em que não sobram minutos. Estou numa dessas, pelo menos até acabar o curso. Já vejo a luz no fundo do túnel, mas só a meio de Julho é que verei a luz do dia. Estou ansiosa, acho que nem vou saber o que fazer com tanto tempo livre!

Para já, resta-me tentar ser eficiente em todas as tarefas que me enchem a agenda, de forma a despachar tudo de forma efetiva. E contentar-me com os buraquinhos de tempo que me aparecem - como este, que me permitiu escrever este texto, e que me soube pela vida. Agora... siga! 

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