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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

28
Mai19

A importância que os trackers têm na minha vida

De cada vez que alguém me vê a pôr cruzinhas na minha agenda já estou à espera da derradeira pergunta: "o que é isso?". Quando respondo ficam com uma cara ainda pior do que quando perguntaram, como quem diz "esta miúda é louca" ou "ninguém aguenta uma control freak desta espécie". A verdade é que já nem me dou ao trabalho de explicar.

Estou a falar dos trackers. Já tinha explicado aqui que, apesar de usar agenda, utilizo os espaços de notas para fazer dela uma espécie de bullet journal - onde cabem secções sobre temas a escrever aqui no blog e os trackers, as tais cruzinhas que preencho todos os dias. Foi a forma que arranjei de ir seguindo aquilo que fazia ou não fazia, nomeadamente quando publicava nas páginas de facebook e instagram que giro e quando faço posts aqui no blog; de um ponto de vista mais pessoal registo quando vou ao ginásio (esta é fácil: nunca), quando leio, treino piano e o meu humor (utilizando três cores: rosa choque para os dias maus, amarelo para os assim-assim, e azul turquesa para os bons). 

Esta gestão é importante para mim porque me localiza. Consigo ver rapidamente se tenho "produzido" muito ou não, onde é que tenho de publicar coisas com mais frequência, onde é que ando a falhar e tenho de apostar mais nos próximos tempos... Não o vejo como um controlo asfixiante das coisas, é apenas mais um método de organização e que me permite ter uma noção global de todas as minhas tarefas quase-diárias. 

Mas, acima de tudo, o balanço que faço diariamente do meu estado de espírito é mesmo muito importante. Parece ridículo, não é? É sempre aquela parte que choca mais as pessoas, eu auto-avaliar como foram os meus dias. Lembro-me sempre de um comentário que me deixaram aqui há uns anos, sobre o facto dos romanos terem o hábito de avaliar os seus dias quando chegava a hora de ir dormir. Metiam uma pedra branca num vaso se o dia fosse bom, e uma preta se fosse mau. Ao final do mês faziam o balanço. 

Eu não uso pedras - são pesadas e ocupam espaço -, mas os trackers são a minha forma de fazer um balanço ao fim do mês. E a verdade é que quando somos obrigados a pensar no nosso dia, quando meditamos a sério sobre as últimas 12 horas em que estivemos acordados e revemos as coisas por que passamos com mais frieza, tudo parece menos negro. As coisas que nos chatearam de manhã afinal não foram assim tão más e a reunião que foi uma seca a meio da tarde não foi capaz de estragar o nosso dia, até porque no fim tivemos um jantar que valeu por tudo o resto. Relativizamos. Pesamos acontecimentos. E, no fim, tendemos a agradecer pela vida boa que temos, porque chegamos à conclusão que afinal até são poucos os dias maus. É um exercício que nos obriga a focar no todo e não nos pequeninos dissabores que às vezes nos pintalgam os dias. 

Acreditem em mim. Deviam experimentar. Mesmo que no fim vos chamem control freaks maluquinhos.

 

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24
Mai19

Empresária wannabe: quando lidar com os outros é o nosso calcanhar de Aquiles

De todas as coisas que me assustavam na ideia de trabalhar na fábrica - eram, e ainda são, muitas - a maior delas era a relação com os meus funcionários. Tinha muito medo da reação deles perante a direção de uma mulher, muito jovem, com idade para ser filha e até neta de alguns deles. Nos primeiros tempos comparei a minha relação com eles como os humanos têm com os ratos: eu tinha medo deles, mas na verdade eram eles que praticamente fugiam de mim.

Agora que já fiz daquilo a minha segunda casa esse sentimento já se diluiu; eles habituaram-se à minha presença, ao meu olhar curioso, um bocadinho inquisitivo e a puxar pelo sentido crítico, e eu à forma de estar e de trabalhar deles. Mas a gestão de recursos humanos continua a ser (e acho que será sempre) o meu ponto crítico à frente das empresas. Tão simplesmente porque implica lidar com pessoas - e aquilo que elas são e não são, fazem e não fazem, dizem ser e fazer, o que querem mostrar e o que não querem dizer, o que sentem e não querem transparecer - e com uma série de preconceitos que vêm de há muitos anos relativamente aos patrões e seus empregados. Há um gap grande entre nós e não fui eu que o criei - ele já estava lá. E a verdade é que por muito que tente, não consigo mudar as coisas; estou a lutar contra a maré.

Agora em época de eleições sinto isso mais do que nunca. Fico arrepiada de cada vez que ouço o PCP a dizer que os patrões isto, os patrões aquilo, e que todos os "camaradas" são explorados por quem os chefia. Não me identifico minimamente com esta relação de amor-ódio entre patrões e funcionários que ainda hoje se respira em muitos sítios, em particular nos locais mais tradicionais - e irrita-me muito que ainda hoje se alimente este tipo de sentimentos, nomeadamente para arrecadar votos. O objetivo final de tudo isto é que todos tenhamos uma vida digna e boa, dentro das limitações de cada um - e esquecemo-nos de que nunca seremos felizes se odiarmos todos os dias a pessoa que nos paga ao fim do mês ou, no caso contrário, as pessoas que permitem que o nosso negócio funcione. Eu desligo a rádio ou mudo de canal de cada vez que ouço este discurso, mas preocupa-me que os outros não façam o mesmo. O 25 de Abril foi há 40 anos, as diferenças e dicotomias da altura não são as de agora - parem de as eternizar!

Eu sei que preciso tanto dos meus funcionários quanto eles de mim, e preferia que estivéssemos taco a taco, com respeito mútuo, em vez do pedestal em que os patrões tantas vezes se colocam e que tanta revolta traz aos seus empregados. Mas eu tenho 24 anos, tenho esperança nestas coisas que muitos dizem ser utopias. Ouço, com alguma preocupação, as vozes da experiência: "eles comem-te viva", "vão fazer de ti o que querem", "não podes deixar" e sou consecutivamente arrastada para aquele velho paradigma, o amor-ódio de que me queria distanciar. Tento arranjar um meio termo.

E para isso foi importante para mim ter trabalhado por conta de outrem antes de ter começado esta aventura. Senti na pele as dores de quem é mandado; de ser repreendida sem ter culpa e de não ser recompensada por fazer algo de bom; de não me sentir bem liderada, de pensar que as coisas deviam ser feitas de outra forma mas não ter o poder de mudar isso. No fundo, essa experiência tornou-me mais empática; ensinou-me a colocar-me nos calcanhares dos outros - algo que espero nunca esquecer, o que acontece com a maior parte dos líderes, que se tornam impermeáveis as emoções e vidas de quem corre à sua frente.

Mas nunca sei até que ponto posso ir. Até onde posso acreditar. Até que ponto posso perdoar. Não posso ser naive e achar que é tudo um mar de rosas e que toda a gente vai ser sincera, honesta e boa pessoa para comigo; estamos a falar de gente marcada pelo passar dos anos, por antigas lideranças e patrões, que só quer levar a água ao seu canteiro. Algumas delas marcadas pela revolução, época rainha nas discrepâncias entre patrões e funcionários. Não posso esperar que, só por eu aparecer, uma esponja se passe pela história e seja tudo pacífico. Nem sequer posso querer que pessoas com o dobro ou o triplo da minha idade percebam ou compreendam a minha visão da vida e dos negócios. Mas também não posso começar de pé em riste, já a prevenir tudo o que de mau pode acontecer. Lá está: o ideal seria o meio termo. Mas como se consegue uma proeza dessas, quando muitas vezes a própria gestão nos exige pouca humanidade?

Para mim, a este nível, a única forma de fazer as coisas é ir lidando com elas no dia-a-dia, antecipar apenas o inevitável. Porque a verdade é que as pessoas são imprevisíveis. Tive a minha prova de fogo quando decidi dispensar alguém, por considerar que essa pessoa já não tinha capacidades físicas para fazer bem o seu trabalho e por me aperceber que tinha outras alternativas melhores para aquele caso. Nem dormia direito ao pensar naquela derradeira conversa. Como é que se consegue ser empático e humano quando vamos despedir alguém - ainda que tenhamos razões para isso e lhes dermos tudo a que têm direito? Como é que esquecemos que aquela pessoa também tem uma vida, contas para pagar, bocas para alimentar? Será que isto de ser patrão obriga a uma permeabilidade dos sentimentos, quase como fazem os médicos em relação à dor e à vida dos outros? Um negócio só consegue ser bem gerido com este tipo de palas ou é exatamente o contrário - serão essas palas que eventualmente nos destroem o negócio?

Como se vê, tenho muito mais perguntas que respostas, muitos mais medos que certezas. A única coisa que sei é que agi, até agora, de bem com a minha consciência. Fiz o melhor que pude, para ambos os lados. E acho que só assim é que faz sentido, até ao fim do caminho. Mesmo que Steve Jobs tenha razão quando diz que "if you want to make everyone happy, don't be a leader - sell ice cream" ("se queres fazer toda a gente feliz, não sejas um líder - vende gelados"). Acho é que quando disse isso, nem ele se lembrou que o vendedor de gelados também tem uma empresa para gerir.

 

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21
Mai19

London on my mind

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Eu estava a precisar de um fim-de-semana fora como de pão para a boca. Desde Setembro que ainda não tinha feito férias e o meu cérebro já pedia misericórdia - principalmente por todas as mudanças consecutivas no âmbito de trabalho (ora têxteis, ora piano, ora contabilidade e gestão). Contei afincadamente os dias para me meter no avião e ir para Londres - uma visita de médico, ir sexta e voltar domingo, mas que me soube pela vida. Mudar de ares consegue fazer milagres.

Mentiria se não dissesse que esta foi uma viagem especial. Foi, porque foi a primeira viagem que fiz com o meu namorado; foi a primeira vez que estivemos juntos durante 24 horas, sem trabalho pelo meio, sem cada um ter de ir para suas casas ao final da noite. Em que superamos questões que diariamente dão discussões em casais pelo mundo inteiro tal como "onde é que vamos comer?", em que partilhamos casa de banho e as decisões do dia-a-dia. E a verdade é que foi incrível.

O plano inicial era irmos aos estúdios da Warner Bros, do Harry Potter, do qual ambos somos fãs. Compramos as viagens, marcamos hotel (pensando que tudo isto seria prioritário) e, quando vamos ao site dos estúdios comprar bilhete, damos (ainda que virtualmente) com o nariz na porta. Já só há bilhetes para Julho - a menos que se comprem packs por agências que incluem viagens de ida e volta e cujos preços são ainda mais inflacionados que o normal (uma negociata qualquer com a Warner Bros que devia ser proibida, mas enfim). Ficamos com pena, mas Londres é muito mais do que aquilo: por isso fomos à descoberta. 

Esta foi a minha terceira visita à capital inglesa mas a primeira dele, por isso quis dar-lhe um cheirinho de tudo aquilo que Londres é para mim - a cidade que, apesar de cinzenta, seria provavelmente aquela que escolheria para viver se fosse obrigada a sair do meu país.

Tivemos sorte com o hotel (Grange Wellington Hotel), que fica num edifício antigo, tipicamente inglês, localizado na zona de Westminster. A envolvência era muito calma, com um parque e casas vitorianas a toda a volta; no fundo estávamos muito perto de tudo mas longe da azáfama que é a Londres citadina que sempre conheci. Apesar da aparência antiga do exterior, o interior era todo renovado e o quarto (assim como a casa de banho) era muito agradável e espaçoso o suficiente para se circular e não nos sentirmos apertados. A única coisa que não adorei foi o pequeno-almoço: a comida era boa e fresca, mas os funcionários não eram muito simpáticos e achei a distinção entre "english breakfast" e "continental breakfast" um bocadinho parva... como a minha reserva só incluía o pequeno-almoço continental não tínhamos direito a comer os pratos "quentes", pelo que havia uma zona onde não podíamos tocar. Não que a mim me faça diferença, pois sou pessoa de ó comer pão com manteiga ao pequeno-almoço, mas achei um tanto ao quanto indelicado, como quem diz "ali não podem comer, é só para clientes de ordem superior"...

Cresci a ouvir falar dos teatros em Londres, de como tudo era magnífico. Da última vez que lá estive, há três anos, fomos ver o Mamma Mia e fiquei fã. Queria muito repetir a experiência (com outro espetáculo) e levar o meu namorado comigo - e enquanto esperávamos pelo avião no aeroporto (era TAP e atrasou como sempre...!), fomos pesquisando algo que interessasse a ambos e que não custasse mais do que a estadia do nosso hotel e viagens juntos... Tivemos de também de conjugar a nossa disponibilidade com os poucos lugares que já havia vagos e, no meio disto tudo, surgiu o Witness of the Prosecution - um teatro baseado numa obra da Agatha Christie. As reviews eram na generalidade muito boas e havia uma sessão no dia da nossa chegada, por isso foi o escolhido.

 

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Cartaz do espetáculo

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County Hall, local do espetáculo

A peça acontece no County Hall e decorre naquilo que parece ser o centro de um parlamento, em forma de hemiciclo. Só por isso já é giro e diferenciador - e faz sentido, uma vez que toda a peça decorre à volta de um julgamento e parte do público faz até parte integrante da ação. As voltas e reviravoltas que a história dá, muito ao estilo de Agatha Christie, mantêm-nos presos à trama - mesmo nos momentos mais lentos. Confesso que depois de um dia de viagem houve alturas em que o sono apertou, mas de uma forma geral gostei muito da peça e das interpretações - e o final, claro, foi inesperado, ou não fosse esta uma peça escrita pela mestre do crime! Não é um musical e, como tal, não nos traz aquela boa disposição e energia com que fiquei no Mamma Mia - mas saímos de lá enriquecidos e com um segredo no bolso que, como é óbvio, não podemos revelar. ;) Não aconselho a quem não tenha um entendimento muito bom do inglês - com dicções menos boas e a rapidez com que eles falam, nem sempre é fácil entender tudo, por isso é necessário ter um bom conhecimento da língua.

É engraçado como fomos bafejados pela sorte com muitas das pessoas que se cruzaram no nosso caminho durante a viagem. Durante o intervalo da peça um casal de americanos, do Texas, meteu conversa connosco - e do nada já estávamos a falar de Fátima, dos pastéis de nata, do bacalhau e de como eles tinham mesmo de vir a Portugal. Mal aterramos tivemos também uma surpresa boa: quando íamos comprar os bilhetes para o comboio até ao centro da cidade, um casal, a dirigir-se para o aeroporto, vem ter connosco e oferece-nos os seus bilhetes de transportes públicos, válidos até ao resto daquele dia. Andamos de comboio e metro durante sem pagar um cêntimo e graças à boa-vontade de um casal, que podia perfeitamente ter levado os bilhetes consigo e ter-se borrifado para os outros. Achei um gesto mesmo muito bonito.

À chegada ao hotel, já preparadíssimos para pôr em prática o nosso saber da língua inglesa, recebe-nos uma portuguesa - contentíssima por, nesse dia, já serem os segundos conterrâneos que conhece. E, já no fim da viagem, à ida para o aeroporto e num comboio atolado de gente (com carruagens vazias mas fechadas ao público - não se percebe...), sem lugar para me sentar, um italiano ofereceu-me o seu lugar. Ao meu lado ficou uma inglesa que também meteu conversa connosco - e lá voltei eu à conversa do bacalhau e de como a senhora tinha de visitar Portugal. Aprendam comigo: a conversa do bacalhau não falha! Ajudou a que a viagem passasse mais rápido e, por a senhora ser nativa, faz-nos sentir muito mais integrados - conhecermos pessoas que vivem nas terras que estamos a visitar é, talvez, a melhor forma de sentirmos que aquela cultura ficou verdadeiramente entranhada em nós.

Apanhamos um tempo incrível e por isso quisemos usufruir ao máximo dos outdoors em vez de nos metermos em locais interiores. Nas horas em que choveu aproveitamos para ir ao Madame Tussauds (que eu também nunca tinha ido) e foi um momento divertido. Fiquei de coração partido por já não estar lá a estátua do Robert Pattinson, mas enfim, penso que seja o destino - agora que tenho namorado, já me tiraram o homem inglês do caminho...

Compramos os bilhetes pela internet e todo aquele sistema de entradas é um bocado confuso (é feito por slots de horas, mas há filas diferentes em vários locais, o melhor é sempre perguntar). Apesar de estar cheio de gente e do preço não ser barato, acho que é algo giro de se fazer (principalmente se não quisermos ver museus mais "pesados" e estivermos à procura de uma escapadela mais descontraída) e transforma-se numa recordação que se leva para a vida. Há algumas estátuas mais bem conseguidas que outras, atrações pagas (como uma viagem ao mundo do Sherlock Holmes ou as fotografias com o Harry e a Meghan), mas passam-se ali um par de horas num abrir e piscar de olhos. Para mim uma das minhas partes favoritas foi o percurso de "táxi" que se faz dentro da história de Londres. 

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Picamos o ponto em todos os lugares principais: Buckingham Palace, Picadilly Circus, Oxford Street, Westminster Abbey (nunca lá tinha passado e fiquei um pouco desiludidade, pois achei que era muito maior, devido às fotos do casamento da Kate e do William), Leicester Square, Westminster Bridge, etc. Outro dos locais que, para mim, é obrigatório é Camden Town: fomos numa altura em que choveu um bocadinho mas é sempre um local com graça, com todo o tipo de pessoas e estilos, óptimo para quem está no mood para compras e coisas mais fora da caixa (que não foi o meu caso). Ainda tentei passar pelo estúdio de fotografia que me roubou mais gargalhadas em toda a minha vida, onde me vesti de dama antiga, mas creio que já fechou... É pena. Almoçamos por lá, demos uma volta, rimo-nos com algumas personagens que passaram por nós e foi um bom bocado. Ah!, e já que não conseguimos ir aos estúdios dos Harry Potter fizemos uma paragem rápida em Kings Cross, onde deixamos umas libras na loja dedicada aos filmes porque, apesar de adultos, no que toca a HP, ainda somos umas autênticas crianças.

 

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Vista para o London Eye da Ponte de Westminster

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Westminster Abbey

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Leicester Square

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Oxford Street

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Palácio de Buckingham

 

Acabamos por passar uma boa porção de tempo a passear por parques, eu toda embevecida a olhar para patos, gansos e, claro, os esquilos. Parecia uma criança eufórica quando vi um esquilo a passar-me à frente! Por sorte apanhamos um local onde viviam três "papagaios" (não sei se eram de facto papagaios ou outro tipo de aves), que várias pessoas alimentavam. Mais uma vez fomos presenteados pela simpatia dos locais, que nos deram para a mão muitos frutos secos e por isso passamos largos minutos a fazer vídeos e a tirar fotos com os pássaros, enquanto os chamávamos e eles pousavam nas nossas mãos, enquanto enxotávamos as pombas com o resto do corpo (uma delas agarrou-se ao meu soutien; na altura não teve graça!). Foram momentos completamente improvisados mas que, honestamente, vão ser dos que vão ficar mais marcados na minha memória.

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Carolina embevecida com os animais, parte 1

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Carolina embevecida com os animais, parte 2

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A tentar uma transferência do passáro de mão para mão

Passei também pela zona rica das embaixadas, perto do nosso hotel, que depois acaba por ir dar ao Harrods. Pelo meio ainda atravessamos a ChinaTown lá do sítio, local onde também nunca tinha estado. Por estas pequenas "pérolas" pelo caminho é que vale muito a pena conhecer uma cidade a pé e perder tempo a explora-la, mesmo nos locais que não aparecem nos mapas como sendo turísticos. Tenho para mim que a verdadeira essência das cidades está nos sítios onde menos esperamos.

Londres, por ser uma cidade enorme, tem muito que ver - e a zona onde ficamos hospedados influencia muito os locais que visitamos, pois nunca queremos sair muito de um determinado raio. Ainda não foi desta que fui a Portobello Road, à Tower Bridge, a Cheshire Street ou ao Old Spitalfield Market (assim como o Borough Market): coisas que já tinha na agenda mas cujo tempo não deu para tudo. Por um lado é bom: assim ficamos com mais uma razão para um dia lá voltar.

 

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Pelo bairro de Westminster

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Chinatown

 

O que faltou ver: Portobello Road, Tower Bridge, Cheshire Street, Old Spitalfield Market, Borough Market. Museu britânico. Estúdios da Warner Bros.

Onde fui comer: Jamie's Italian em Victoria Street (nada de especial); Tozi's (italiano, no bairro de Westminster, comemos uma boa carne e o espaço é bastante agradável); Loco Locale (também italiano, em frente ao County Hall, razoável).

Onde fiquei: Grange Wellington Hotel, em Westminster.

Relato da minha viagem a Londres em 2016, aqui.

14
Mai19

Crónica de uma ex-solteira: Contar aos outros

Acho que ninguém esperou que, mal eu tivesse um namorado, fosse contar às outras pessoas. Por todas as razões e mais alguma - e principalmente por ser uma pessoa reservada, que gosta muito de ter a sua esfera íntima bem protegida - penso que todos contavam que eu guardasse segredo até a situação estar estável. Até eu achava que ia ser assim!

Mas dei por mim sufocada na minha própria omissão. Eu não mentia, mas não dizia tudo - e sentia isso como uma deslealdade para com com aqueles que me amavam e que tinham o direito de saber que eu estava feliz. E o que me estava a fazer feliz.

Esconder coisas ou mentir está longe de ser a minha especialidade - mas, acima de tudo, eu não estava bem com a minha consciência ao inventar desculpas só para estar com uma pessoa. Eu queria poder dizer que ia estar com ele, em vez de dizer que tinha uma ida programada ao cinema, a um escape game ou à praia. Porque tendo namorado ele é, por si só, um plano - não é preciso justificações extra ou algo fora da rotina para explicar mais uma saída. 

E por isso fui contando. Uma a uma, as pessoas foram sabendo, da forma mais desprevenida e "desplaneada" possível. Quando tinha uma oportunidade (no meio de uma conversa normal ou quando me davam alguma deixa) largava a bomba e esperava pelas reações - que foram quase todas hilariantes, uma vez que ninguém estava a contar. Juro que devia ter filmado! Entre dizer que tenho namorado ou que vou fazer uma viagem à lua... a incredulidade era semelhante. Os olhares e as expressões de choque, os "estás a gozar" e as caras de espanto ainda hoje me fazem rir quando me recordo. Só nesta altura me apercebi a proeza que consegui fazer ao longo destes anos: não só acreditar piamente naquilo que dizia em relação a não querer ter namorados mas, acima de tudo, de fazer os outros acreditar no mesmo.

Depois disso - e apesar de toda a curiosidade, as bocas e o burburinho que se gerou na família à volta deste assunto - fiquei muito mais leve. Deixou de existir um elefante na sala e eu senti que fui fiel aos meus princípios. 

O passo seguinte era tornar as coisas públicas, fora da esfera familiar. E também nesse aspeto eu sentia alguma urgência em contar ao mundo - principalmente aqui, que sempre foi o meu espaço predileto de desabafo e de verdade. Não sei o que me parecia estar a passar uma fase tão bonita da minha vida sem o demonstrar ou registar aqui. Era só incoerente com tudo o que tinha vindo a fazer nestes últimos oito anos. E por isso - mais uma vez, surpreendendo muita gente - decidi escrever aquele texto, que foi uma forma incrível de expor o que estava a sentir naqueles últimos tempos, aproveitando também para organizar as ideias e os meus próprios pensamentos.

A verdade é que sempre achei parva a exposição excessiva dos relacionamentos nas redes sociais e na internet. Tenho há anos um texto para escrever cujo título seria algo como "as redes sociais são o melhor termómetro dos relacionamentos". Quando no Facebook se passa de "numa relação" para "é complicado", é porque a coisa está grave. Quando se transfere, silenciosamente, o status de relacionamento de comprometido para solteiro (apagando simultaneamente todas as fotos em conjunto que havia por entre as entranhas desta rede social) é porque está tudo condenado e a coisa foi-se de vez. Acho que é informação a mais, principalmente quando exposta no facebook - a ferramenta mais usada hoje em dia no âmbito da cusquice e da inveja alheia.

E hoje, por um lado, percebo porquê que as pessoas o fazem. Acho que nos é intrínseco querermos mostrar algo ao mundo que nos faz muito felizes - e isto é ainda mais impulsionado pelas redes sociais, onde queremos mostrar tudo o que de bom e de melhor se passa na nossa vida. E, como humana que sou, às vezes dou por mim a ter de resistir à tentação de publicar fotos nossas, principalmente porque ainda o sinto muito meu, quase impartilhável. Não quero saber da opinião dos outros, mesmo que esta seja só "que fofinhos!". Não quero saber se o acham bom ou mau para mim, giro ou feio, com cara de boa pessoa ou não; se a voz é fina ou grossa, se as mãos são grandes ou cabem dentro das minhas e se o seu sorriso é alinhado. Por um lado quero contar e mostrar, mas por outro quero combater a cusquice e a maldicência alheia, ficando nesta bolha que se vive nos primeiros tempos e que, creio, não voltará a acontecer.

Estou a usufruir ao máximo deste meio termo que consegui, entre a verdade e a não-exposição. Ainda não houve apresentações oficiais, mas também não nos escondemos - se acontecer um encontro espontâneo as apresentações já ficam feitas e o problema resolvido. Caso contrário, fica para um dia destes, sem stresses, que para já estamos a usufruir de todos os minutinhos de paz e sem qualquer intromissão alheia. De qualquer das formas, se um dia destes virem uma foto algures com um rapaz simpático e uma rapariga com um sorriso embevecido - eu - já sabem do que se trata. Somos nós ;)

10
Mai19

Vale a pena ir ao Palácio da Pena

Sintra sempre foi uma das minhas cidades favoritas. Fui lá várias vezes em passeio, outras somente para comprar queijadas (ninguém me pode condenar por isto, aquele doce devia ser considerado a 8ª maravilha do mundo) e até em visita de estudo - e em cada uma destas paragens me apaixonei mais por aquele serra, aquelas estradinhas e a sua aura mística. Já tinha ido à Quinta da Regaleira (maravilhosa, aconselho vivamente e com visita guiada!) e ao Palácio Nacional, mas tinha uma falta gravíssima no currículo: o Palácio da Pena.

Já há muito que queria lá ter ido e aproveitei o feriado para concretizar este desejo - tivemos sorte, porque estava um dia de sol lindo, que dava uma luz especial às cores que pintam o palácio. E apesar do mar de gente que lá estava (e não era por ser feriado, uma vez que 95% eram estrangeiros) e de ter suado um bocadinho para subir aquilo tudo, valeu muito a pena. É este tipo de coisas que vamos ver no estrangeiro e que nos deixam maravilhados e a verdade é que nos esquecemos que temos locais tão ou mais bonitos em Portugal do que os que vemos lá fora. As salas do palácio (onde, infelizmente, não deixam fotografar) têm decorações lindíssimas, tetos muito trabalhados e de um bom gosto imenso. Mas a verdade é que fica muita coisa por ver e explicar, muito por culpa da falta de organização do próprio palácio.

Mal fomos comprar o bilhete disseram-nos logo: havia 40 minutos de fila para entrar. Isto porque Sintra padece do mesmo mal que o resto do país - excesso de turistas. Portugueses, nem vê-los! A nossa língua mãe era a menos falada ali no meio, só mitigada por um número razoável de brasileiros que andava por lá a deambular. 

Sintra sofre pela proximidade de Lisboa e pela beleza incrível da cidade, que atrai qualquer pessoa... mas a verdade é que ali tudo ali é pequeno, os acessos são maus, as estradas estreitas, os parques de estacionamento minúsculos. Sintra é linda, mas só se não tiver um mar de pessoas. E o pior é que a questão não é só chegar lá: é também a visita ao próprio palácio, que é feita por ordem de chegada, em filinha indiana (qual meninos da escola - com contínuas e tudo a vigiar!), o que não potencia minimamente a visita. Somos quase obrigados pelo resto da fila a ir avançando pelos corredores fora, sem tempo para poder olhar à volta ou ler as pequenas descrições na sala (que são as únicas informações que nos contextualizam sobre o sítio onde estamos). Senti mesmo muita falta de uma visita guiada, de alguém que me explicasse o que estava a ver, para dizer quem eram as pessoas que estavam pintadas nos quadros pendurados na parede, contar histórias engraçadas sobre aqueles espaços e dar-lhes alguma vida, assim como a noção de como eram as coisas naquele tempo. Acima de tudo senti falta de parar e apreciar o que estava à minha volta. Penso que se houvesse visitas com hora marcada, para um determinado número de pessoas, tudo funcionaria melhor e todos os visitantes desfrutariam e sairiam muito mais enriquecidos do palácio, bebendo muito mais da cultura e da história de Portugal.

Estou com esperança de que, se um dia voltar, as coisas já sejam diferentes e mais organizadas. Acho que é dos locais no nosso país que mais merece protagonismo e um planeamento estruturado, com cabeça, tronco e membros. O Palácio da Pena (e toda a sua envolvência) é incrível, com vistas de cortar a respiração, com uma mística mesmo muito especial e que merece a visita de todos nós. Oupa, façam-se ao caminho!

 

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08
Mai19

Review da semana 27#

Charcoil Nose Strip

 

Eu sabia que algures há uns tempos tinha escrito sobre os (pouquíssimos) produtos que uso para manter a pele minimamente decente, já que fui bafejada pela sorte no que diz respeito a espinhas e coisas que tais. Fiquei um bocadinho deprimida ao perceber que esse post a que me referia, escrito "há uns tempos", conforme eu dizia, data de 2014. Medo! No entanto, e apesar de isto me fazer sentir um bocadinho velha, é com algum espanto que constato que ainda uso vários produtos que ali listei.

E hoje venho falar-vos de um upgrade que fiz. Na altura utilizava as clear-up strips da Nivea, para tirar os pontos negros, mas entretanto descobri outro produto que, com o mesmo príncipio, faz melhor. Pus os olhos nele enquanto fazia tempo para arranjar as minhas sobrancelhas no Brow Bar da Benefit, numa loja Sephora, e decidi trazer para casa para experimentar.

Chamam-lhe Charcoil Nose Strip e é muito parecido com os da Nívea: uma banda o para nariz (que também pode ser colocada noutros locais) para "arrancar" os pontos negros; a diferença para o da outra marca é que este é enriquecido com extrato de carvão absorvente e desincrustante (portanto é preto) e vende-se individualmente, e não em packs. 

Não sei se é por ter cor preta e fazer mais contraste com as impurezas da pele, mas a verdade é que eu noto que a pele fica muito mais limpa (e a banda mais suja) com estas clear-strips da Sephora do que com as da concorrência. 

Está longe de ser uma coisa baratucha (custam cerca de dois euros cada, sendo que há muitas vezes promoções e campanhas relacionados com os produtos de marca própria da Sephora), mas a sensação de limpeza imediata que proporciona vale cada cêntimo. Gosto muito e recomendo.

 

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06
Mai19

A filha do patrão

Nunca fui eu outra coisa. Desde bebé que percorri os corredores das fábricas - ora dentro da barriga da minha mãe, em colos alheios ou já pelo meu próprio pé. Sempre fui filha do patrão e, no alto dos meus seis anos, sabia-o bem. Andava por lá, com o narizinho levantado, por saber o estatuto que tinha. Todos sabiam quem eu era, todos sabiam o meu nome. Eu também sabia o deles. É curioso pensar em como era tão pequena mas já tão sabidola. E ainda é mais curioso ver como a minha sensação de poder por ser a filha do dono foi decrescendo à medida que os anos passaram - hoje, do alto do meu nariz só vejo os meus óculos, e sinto-me só mais uma peça naquele tabuleiro de xadrez, tão importante como as outras.

Quando me despedi do jornal para me dedicar às empresas da família, soube que ia doer. E é difícil tomarmos uma decisão sabendo que depois vamos sofrer as passas do Algarve. Porque não é fácil trabalhar com a família; não é fácil separar o pai-pai do pai-chefe; não é fácil não trazer os problemas, as zangas e as mágoas para casa; não é fácil entranharmo-nos nos sistemas criados por outras pessoas, tentarmos perceber o que vai na cabeça delas. Acima de tudo, não é fácil ter de corresponder às expectativas. E é muito difícil, às vezes, ter de bater o pé por aquilo em que acreditamos. 

Estou há cerca de nove meses nesta aventura e uma das coisas que me apercebi é que um dos processos mais complicados é aceitarmos que não somos necessariamente um prolongamento dos nossos pais. Que não temos a mesma forma de pensar, de agir, de trabalhar, de organizar. E perceber que isso não é nenhum crime. 

O curso deu-me oportunidade de conhecer outras pessoas como eu e de ver como até lido bem em não ser a Carolina, mas sim a "filha do papá" e "neta do avozinho". Não me importo de ser a "menina"; de não ser doutora, engenheira, dona ou senhora (ainda bem!). E é engraçado como em conversa com outras pessoas (mesmo fora do curso, que vou encontrando e que percebo que se estão ou estiveram na mesma situação que eu, dentro de empresas familiares) as situações se repetem. "Parece que estás a descrever a minha realidade", dizem. Porque não é propriamente uma coisa da área de negócio, não depende do tipo de pai ou do tipo de filho. É algo genérico. E é sempre difícil.

Mas já se sabe que as nossas dores são sempre superiores às dos outros. Os que não são filhos do patrão insurgem-se, muitas vezes indignados, pela vida facilitada que temos à partida. E eu percebo. Quando me perguntam, em jeito de provocação, "queres trocar?!", eu digo sempre que não. Porque eu sei que os outros não sabem que também é duro ser somente a filha de alguém, eventualmente não valer pelo seu valor próprio. Não sabem que a comparação das atitudes, ações e forma de estar se torna num bicho de sete cabeças nem que as expectativas criadas pelos nossos pais-patrões e todos à nossa volta se converte num autêntico bicho-papão. Não sabem o que custa não poder dizer que está mal, não sermos livres de nos sentirmos revoltados por isto ou aquilo, por estarmos a ser alvo de uma injustiça qualquer - porque quem manda não é só quem manda, mas também quem sempre nos ama e sempre amou, e os sentimentos confundem-se.

Eu não queria trocar, porque pode não ser fácil... mas a verdade é que eu não sei ser outra coisa senão a filha do patrão.

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