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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

28
Nov17

Dezembro, podemos pôr um bocadinho o pé no travão?

Ainda só passei uma vez pela época natalícia enquanto trabalhadora - esta vai ser a segunda - mas já percebi que o ano passado não foi uma excepção, mas sim a regra: Novembro e Dezembro são caóticos, os piores meses do ano no que diz respeito ao volume de trabalho, volume de stress, volume de problemas e volume de correrias. Não sei se é assim em todos os tipos de trabalho, mas fazer um jornal mensal nesta altura - e devido à época festiva, que faz com que os últimos quinze dias de Dezembro sejam praticamente inutilizáveis - significa fechar dois jornais num só mês, o que não é propriamente fácil.

Para além disso, algumas coisas estão a mudar no jornal e eu estou a acumular (e a aprender) funções, o que me vai passar a roubar mais tempo; por o Natal estar a chegar também começam os jantares e os almoços, os amigos-secretos e a decisão e a compra das prendas de Natal; como se isso não bastasse, ainda me meti num "projeto de Natal" pessoal, em que estou a recolher gravações da família inteira dos últimos 20 anos - e a passa-las das cassetes para o computador - para depois fazer um best of em plena véspera natalícia. Não quero revelar demasiado, porque tenho muitos cuscos na minha família a ler este blog que estão ávidos de informação, mas depois do grade dia conto um bocadinho desta aventura que me tem ocupado muitas horas nas últimas semanas (nomeadamente para pôr a trabalhar equipamentos que não viam a luz do dia há uns 15 anos).

É claro que isto tudo ainda se conjuga com a vida familiar, o blog, o piano e o ginásio - e mais algumas coisas que vão surgindo pelo meio -, pelo que a gestão não tem sido fácil. Eu bem que tento escrever ao fim-de-semana, mas nem isso tem sido simples - e, confesso, a vontade de passar ainda mais horas em frente ao computador durante as minhas "horas livres" também não é muita. 

Com isto quero dizer duas coisas: a primeira é desculpem pela ausência - eu prezo muito a constância de publicações em qualquer blog e gosto e tento escrever todos os dias aqui, mas há alturas em que, por uma razão ou por outra, não consigo; a segunda é que isto não é, de todo, uma questão de preguiça - porque, quando for, eu admito e passarei aqui para vos dizer "não estou com pachorra para escrever" em vez de perder tempo em explicações como esta. Chateia-me cada vez mais que as pessoas achem que eu não faço nada só porque tenho um trabalho que me permite uma grande flexibilidade de horários; não deixo as coisas por fazer e, até hoje, não tive qualquer razão de queixa por parte das pessoas com quem trabalho ou que me chefiam. Tenho prioridades e o trabalho vem sempre primeiro: mas organizo-me da melhor forma, todos os dias, e de maneiras diferentes com o objetivo final de ter ter tudo pronto e bem feito no menor tempo possível - e, para isso, não me arrasto, não faço fretes, tento ser objetiva e riscar tarefas do caderno. E isto faz com que consiga ter aulas de piano, consiga ir ao ginásio, consiga escrever aqui e que consiga meter-me em projetos natalícios que se calhar só eu é que vou achar piada. E isso, que eu saiba, são coisas suficientes para deixar alguém ocupado até aos dentes. 

(Farei o meu melhor para escrever todos os dias - caso não consiga, já sabem: ando metida entre jornais e cassetes :))

26
Nov17

Eu ontem não vi o Robert Pattinson

Este título só faz sentido para quem me lê há muito tempo (pelo menos há cinco anos) porque, como canta o José Cid, "há muito, muito tempo, ainda era eu uma criança", eu escrevi um post com um título muito semelhante - mas na positiva. O que também só faz sentido se me lerem - ou conhecerem - há mais tempo, para perceberem toda a história que tenho com a série Twilight e se souberem que o Robert está cá, em Portugal, para participar em duas sessões do Lisbon&Sintra Film Festival.

Há cinco anos eu fui a Lisboa de propósito para o ver no Centro Cultural de Belém. Na altura a questão não se colocou: eu ia e ponto final. Passei muitos anos da minha vida a publicar fotos dele, a "segui-lo" para todo o lado, a ver os filmes dele, a suspirar por ele - e se ele vinha cá, eu ia atrás, pelo menos para ter a certeza de que o homem era de carne e osso. E ainda hoje acho que aquilo que eu fiz - quer concordem quer não, quer achem que foi uma palermice de adolescente ou também não - foi coerente com a minha posição ao longo dos tempos e com o meu trabalho no blog, que eu levei a sério e com muito profissionalismo ao longo dos anos.

Recordo-me bem de muitos momentos - alguns dos mais felizes, relacionados com esse evento, nem sequer foram lá, mas sim quando soube que ele vinha cá em plena aula de físico-química - mas, olhando para trás (e lendo que escrevi na altura), aquilo não foi um momento espetacular para mim. A histeria e as centenas de miúdas que estavam lá fizeram com que eu começasse a ter um ataque de pânico - proporcionado também pelo cansaço das horas passadas à espera, e de pé, e também pelo stress da envolvência de tanta gente que falava comigo e que estava à minha volta - e deitasse um pouco a experiência a perder, até porque cheguei a um ponto em que me encostei a um canto, fechei os olhos e esperei simplesmente que ele passasse na passadeira para os berros cessarem. 

Tenho vindo a pensar e cheguei à conclusão que um dos meus problemas, em tudo, sempre foi fazer parte dos grupos e não fazer parte deles. Ou seja, eu fazia parte de algo porque me identificava, integrava ou era alguma coisa - mas os meus comportamentos divergiam sempre do clássicos das pessoas que o completavam, por isso, na prática, eu não estava dentro do grupo. Eu era adolescente, porque tinha 15 anos, mas não era adolescente no sentido da maluqueira, das irresponsabilidades, das paixões assolapadas e das asneiras; eu andava na universidade - e por isso era universitária - mas não fiz a praxe, não trajei, não fui a nenhum jantar de curso, nunca apanhei uma bebedeira, nunca fui à queima, nunca vi a latada ou a serenata; e eu era "twilighter", porque adorava os livros, os filmes, os atores e tinha um blog sobre o assunto, mas não tinha posters no quarto, não andava a dizer que era "team Edward", não era estridente, esganiçada nem histérica. Em último caso, também não queria ser identificada com esses grupos: não queria que olhassem para mim e pensassem "olha, é mais uma", tal como eu própria pensava. Foi por isso que nunca trajei, por saber que (infelizmente) o traje tem uma grande ligação com a praxe; e foi por isso que tentei evitar ao máximo meetings e encontros, porque eu não queria ser mais uma das estridentes que grita por um ator que nunca irá olha para ela. 

Passaram-se alguns anos desde o dia em que ele veio cá. Tirei um curso, comecei a trabalhar, deixei de publicar no blog sobre o Twilight, passei a ter responsabilidades - mas nunca deixei de seguir o seu trabalho e, confesso, o seu estado civil. E quando soube que ele vinha cá contive-me como não me contive naquela aula de fisíco-química de 11º ano, mas o coração tremeu um bocadinho e pensei logo "é claro que vou!". E podem achar isto parvo porque, de facto, já tenho idade para ter juízo - mas, na verdade, acho que sempre o tive; dentro das maluqueiras que fiz por causa do Twilight, sempre fui contida, reservada, responsável, calada, respeitadora. E eu lembro-me de pensar que se um dia tivesse a oportunidade de estar com alguns daqueles atores que preencheram a minha vida durante tantos anos, eu não iria perder a chance; porque era justo para mim, que tanto os admirei, um dia ter a oportunidade de os ver à minha frente. Fazia-me sentido, quer tivesse 15 anos ou 63. E eu tinha a intenção de manter essa promessa.

Mas depois a minha mente voou para aquele momento em que eu estava aninhada contra uma parede no Centro Cultural de Belém; comecei a ver comentários e comentários como há anos não via no facebook do blog do Twilight, já com alguns uivos virtuais, e comecei a pôr o pé no travão. Eu não me ia meter nisto outra vez. Eu podia fazer-me de erudita, fingir que ia às sessões para ver de novo o Cosmopolis ou o Good Time - que ainda não vi, nem tenciono, porque me parece um tanto ao quanto tenebroso -, mas estaria a mentir. Eu ia lá - como tantas foram - ver o miúdo do Twilight, que é coisa que ele já não é e que sei que quer deixar para trás.

E por isso não fui. Ajudou o facto de ser em Sintra, de ter de passar mais uma noite fora de casa, mais o cansaço das viagens de comboio, num mês já suficiente difícil e com uma agenda demasiado ocupada. Não fui porque não queria reviver o CCB outra vez; não fui porque não queria tornar a sentir na pele o sentimento já muito comum, mas que nunca deixará de ser desconfortável, de estar no meio de um grupo a que na realidade pertenço mas onde não me integro; não fui porque sei que a razão que me levaria não era exatamente a razão pela qual eu devia lá estar. Tomei a decisão de não ir, e custou-me muito; pensei muito, arrependi-me um bocadinho... mas voltei sempre à mesma decisão. Parece simples, mas não foi tomada de ânimo leve. Nunca é fácil quebrar promessas antigas, ainda mais aquelas que fazemos a nós mesmos; nunca é fácil deixar o passado lá atrás e fecharmos a gaveta de vez. E eu sei que nunca o farei.

Ontem estava cá, já a tentar escrever este texto, mas também estava lá, com um bocadinho de inveja de todas as pessoas mais simples que eu, que não pensaram em nada destas coisas e simplesmente foram. Eu nunca fui assim, nunca serei. Lá no fundo, sempre tive um quê de crescida. Mas hoje vejo que momentos houve em que, apesar de ser assim, ainda consegui pôr as minhas paixões e maluqueiras em primeiro lugar; agora, o pensamento prevaleceu. Fui mesmo crescida. E ser crescida, como dizem as más línguas, é mesmo uma merda.

20
Nov17

Viver num mundo de beijinhos, passou-bens e acenos

Nos últimos meses, por questões de trabalho, tenho vindo a conhecer mais pessoas do que o normal. Aliás, muitas vezes nem é conhecer, as pessoas são-me simplesmente apresentadas: "muito prazer" para trás e para a frente, "foi um gosto, até à próxima" e adeus. Mas quer sejam situações em que falamos mais com as pessoas e passamos a conhece-las e até conviver com elas ou simplesmente apresentações mais formais, há sempre uma questão que se coloca: como é que cumprimentamos alguém no primeiro contacto? Beijinho, passou-bem ou um simples aceno de cabeça?

Eu acho que neste tipo de coisas cada um cria as suas próprias regras - o pior é que as regras nem sempre coincidem e algumas situações tornam-se um tanto ao quanto desconfortáveis: um dá a mão e o outro já tem a cara estendida para um beijo; ambos já têm o cumprimento de mão dado mas, naquele impasse, ainda dão um beijo por cima enquanto as mãos estão juntas; há uma hesitação estranha tipo vai-não-vai e fazem apenas um ligeiro aceno de cabeça e um trejeito com a boca como quem diz "foi quase, não percebi o que aconteceu, mas foi estranho"

Eu sou pouco dada a toques e a intimidades por isso a minha primeira reação é sempre estender a mão - pelo menos no que diz respeito a homens. Penso que em mulheres está muito universalizado o beijinho - resta saber se é um ou dois, o que ainda vem tornar toda esta questão mais complexa - e só não o faço quando percebo que há um distanciamento maior do que normal ou quando são de outras culturas ou religiões que entendo que não têm o hábito de dar a cara logo à partida. Mas nos homens é que está o busílis da questão.

Acho que é lógico para todos nós que um beijo é mais íntimo que um aperto de mão - e, por isso, eu opto quase sempre pelo passou-bem. Mas há outra questão deveras pertinente: a higiene. Apesar de nos parecer mais "próximo" cumprimentar alguém de beijo, e embora possamos pensar na quantidade de germes que por ali andam e em "quantas bocas e sítios é que esta boca já passou?", a verdade é que apertar a mão é provavelmente menos higiénico, uma vez que é a nossa ferramenta para tudo nesta vida: para nos apoiarmos nos corrimões, para tirarmos o dinheiro do bolso, para fazermos festinhas aos cães ou - aquilo em que todos pensamos - irmos à casa de banho (e depois não lavarmos as mãos).

Apesar disto, a questão "intimidade" costuma-me pesar mais e eu não dou grandes hipóteses: mal vejo a pessoa já estou de mão em riste. Mas por vezes noto que não era aquilo o esperado ou que estranham o facto de uma mulher dar um passou-bem de forma tão convicta. Mas o mais engraçado é que, se for o caso de ter uma conversa, um jantar ou algo mais próximo, já me é natural deixar que se despeçam com um beijo. E quando saio deste tipo de situações dou sempre por mim a pensar "o quê que mudou nesta hora para já passar de um comportamento para o outro?". A verdade é que eu acho que mudou muito pouco: apenas nos habituamos à presença uns dos outros, o que não quer dizer que não continuemos a ser estranhos. Mas tudo isto não se colocaria se, simplesmente, tivéssemos dado dois beijinhos à partida.

Da mesma forma que há um livro de estilo nos jornais, um livro de marca para as empresas ou um livro de instruções para os eletrodomésticos, devia acontecer o mesmo connosco - ...pelo menos em algumas situações. Isto de viver numa sociedade com beijinhos, passou-bens e acenos é muito complexo.

19
Nov17

Desabafos de uma autodidata

Desde muito miúda que me lembro que um dos elogios que a minha irmã mais me tecia era de eu ser autodidata. Não me recordo sobre o quê que ela se referia na altura, mas a verdade é que com o passar os anos essa foi uma característica que de facto eu fui apurando e gostando mais e mais em mim. E, acima de tudo, penso que ela é movida por uma outra característica: eu detesto pedir ajuda. Posso estar perdida numa vila qualquer, posso não encontrar o fermento no supermercado, posso não saber de onde veio uma t-shirt que encontrei numa loja e que quero num tamanho acima: mas antes de pedir ajuda utilizo todos os recursos à minha disposição para tentar encontrar as minhas respostas.

E eu percebo que nem toda a gente seja como eu. Penso que também já nasci numa geração onde é fácil encontrar as respostas à maioria das nossas dúvidas - saco do telemóvel, vou ao google e encontro o que procuro; ou vou ao maps, ao Youtube, ao TripAdvisor ou o que quer que seja. Vivemos numa era em que só é inculto quem quer, porque quase todos temos acesso a esta cena incrível que é a internet. Ainda assim, desculpo as pessoas mais velhas, que não nasceram com um telemóvel no bolso e com a certeza de que aquilo não serve só para fazer chamadas, mas sim que todo o mundo cabe ali dentro. Mas a preguiça é algo que eu tenho mais dificuldade em aceitar - e acho que muitas das "dificuldades" que muita gente tem não passam disso mesmo. Porque é mais fácil perguntar a quem sabe.

Mas como é que eu sei dar uns toques em html e css? Como é que eu sei trabalhar em photoshop, premiere e lightroom? Olhando para os programas, tentando, errando, pesquisando, querendo fazer sempre mais que o básico. São raras as vezes em que trabalho nestas ferramentas e que não faça uma pausa para ir ao youtube e pesquisar qualquer coisa que comece com "how to...". Porque é assim que hoje em dia se faz: não é em livros, não é em enciclopédias, não é com CD's que vêm em revistas especializadas. As coisas evoluem tão rápido que não dá sequer tempo para escrevermos e lermos sobre elas. É fazer e aprender; e aprender mais depois disso.

Por isso aflige-me que as pessoas tenham medo de clicar, de fazer asneiras, não tendo sempre em mente que nos programas quase tudo é reversível; aflige-me que estejam sempre a perguntar se "é aqui?" sem ler aquilo que está escrito, sem tentarem fazer um raciocínio lógico; aflige-me que o seu primeiro recurso aquando de qualquer dúvida é chamar o nome de alguém que acham ser entendido em vez de o fazerem pelos seus próprios meios; e aflige-me que me digam "um dia destes tens de me ensinar a trabalhar com este programa".

Porque a verdade é esta: as coisas aparecem feitas, eu na prática sei funcionar com os programas, mas não sei ensinar ninguém a trabalhar com o que quer que seja para além do básico. Eu aprendo à medida que trabalho: eu faço asneiras, volto atrás, tento de novo; eu pesquiso depois de não conseguir, tento, não consigo, pesquiso de novo, tento de novo; às vezes decoro os truques, outras vezes tenho de procurar de novo aquilo que outrora já soube; não tenho manuais, não tenho coisas escritas. Aquilo que eu tenho é prática, são horas de trabalho, é a capacidade de não desistir aos primeiros erros nem com a frustração. É capacidade de pesquisa, de encontrar respostas. Porque eu ajudo, mas não sou o Google: e muito menos um manual de instruções.

Se querem fazer, é porque acham que conseguem. E se eu consegui aprender, os outros também podem. Por isso mexam-se. Os tempos mudam - tentem mudar também.

17
Nov17

Os meus arrumos são mais bonitos que os teus

Sou uma mulher de blogs. Desde muito nova que adoro o conceito e já conto com mais de uma dúzia deles no cartório - foram tantos que eu nem sequer me lembro de alguns deles. Recordo-me que um dos primeiros foi precisamente sobre o Sims (que falei no outro post), aqui no sapo, ainda os blogs estavam a nascer - perdi-lhe o rasto porque na altura desisti, por achar a plataforma pouco intuitiva. Tive outros pelo caminho, inclusivamente noutras plataformas, mas só lhes comecei a prestar mesmo atenção a partir de 2009, altura em que também comecei a escrever.

Este é, sem dúvida, o mais importante de todos: é o fio da minha vida. Já me acompanha desde 2011, passa por muitas fases, e é aquele em que eu dispenso sempre mais energia e atenção. Já tive outros blogs de escrita propriamente dita, mas por falta de interesse (da minha parte ou do público) ou por falta de tempo e vontade para escrever acabavam por morrer. Os blogs que tenho agora - para além dos relacionados com o Twilight, que ainda não morreram, mas não são alimentados por mim a não ser que haja algo de excecional - são o que chamo "blogs de arquivo": um com receitas, que infelizmente não tenho atualizado muito porque não me tenho dedicado como gostaria à cozinha/doçaria; outro com citações de livros, que é atualizado quando tenho coisas para lá pôr (o que só acontece quando leio com abundância, o que não tem sido o caso); e por fim a razão deste post, o meu blog dos arrumos, onde ponho tudo e mais alguma coisa. Podiam perfeitamente ser blogs privados, porque não têm vertente comercial: não há uma constância nas publicações, não são posts necessariamente bem apresentados - que por vezes até têm erros por serem escritos do pé para a mão - não há nenhuma publicitação nas redes sociais e afins. Mas nunca vi nenhuma razão para os esconder: se eu guardo coisas é porque as acho úteis e, se são úteis para mim, também podem ser úteis para mais alguém.

De qualquer das formas, ressuscitei de forma mais intensa um desses blogs aqui há uns tempos. Já aqui tinha falado dele, porque sempre achei que, dos três, podia ser o que tinha mais interesse para o público - mas acabei por nunca investir tempo nele. Comecei por lhe chamar "aquele baú", no sentido em que era um baú virtual onde arrumava todas as coisas que não têm sítio; mas esse nome não puxava por mim, não me dava grandes opções de imagem, e desde aí que nunca mais alimentei o blog, apesar de sempre ter gostado da ideia original. Há uns tempos tive um vipe que não me saía da cabeça e pus as mãos na massa: remodelei toda a imagem do estaminé, mudei-lhe o nome e comecei a organizar toda a tralha que tinha aqui no computador para a ir colocando lá, de forma ordenada.

Porque esta é a vantagem dos blogs de arquivo: com as tags, eu consigo organizar (e encontrar) tudo com muito mais facilidade do que estando apenas numa pasta algures no meu computador. Eu tenho aqui centenas de imagens, de sites, de vídeos, de ferramentas e links que nunca pego ou sequer abro - muitos porque nem me lembro da sua existência! Estão em pastas alheias, escondidas, cheias de teias de aranha, porque de facto não têm grande utilidade prática... muitas delas contém apenas coisas giras, que outrora me inspiraram, que me alegraram o dia, que eu achei que podiam fazer sentido no futuro, mas que, naquele estado, nunca iriam servir para nada. 

Quem me segue através dos Blogs do Sapo já se tem apercebido, mas quem só vê os posts por email ou através do facebook desconhece que nasceu o "Ideias nos Arrumos" e eu acho que, pelo menos uma vez, devem ir lá espreitar. Tenho aqui coisas no computador suficientes para meio ano de publicações diárias e é isso que tenho tentado fazer: posts todos os dias. Mas descansem, o Arrumos é a antítese do Entre Parêntesis: é light, tem poucos textos, vive de imagens e traz, quase todos os dias, algo de inspirador. Diria mesmo que é para um público bem diferente deste que por aqui anda. Mas no fundo, tem tanto de mim como este blog, mas numa versão muito mais ligeira e superficial, onde só se apanham praticamente coisas boas.

Não tenciono criar um facebook para ele nem vou fazer muitas vezes isto (publicita-lo no meu blog principal) por isso, se gostarem da ideia e o quiserem acompanhar, sugiro que subscrevam as suas publicações por email, que o leiam através de um feed rss ou que simplesmente percam um minuto e meio do vosso dia e vão lá dar um passeio. Acho que é capaz de valer a pena: e digo isto porque, apesar de ser eu a "criadora", acho que era um blog que eu gostaria de visitar se fosse de outro alguém.

 

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15
Nov17

As impressoras são a ralé dos hardwares

Há algumas coisas que detesto nesta vida. Para além daquelas coisas básicas que toda a gente sabe e que também detesta (médicos, cobras venenosas, agulhas, trânsito e etc.) há um leque de outras coisas muito irritantes nesta vida. Como empresas de telecomunicações (quem nunca protestou e quem nunca se sentiu roubado por uma?) ou, no meu caso, impressoras. Eu tenho um caso sério de ódio por impressoras porque elas pensam que são gente. E, pior que gente, são gentinha de nariz empinado, com mania que têm uma personalidade forte, quando na verdade são só parvas. 

No mundo informático há tantas outras coisas de que não sou propriamente fã - começamos, de uma forma geral, com os macintosh e podemos acabar com o magnífico iTunes, óptimo para arrancarmos todos os cabelos enquanto tentamos fazer algo de útil com ele. Mas em termos de hardware as impressoras ganham num abrir e piscar de olhos. Elas recusam-se a operar quando têm um (um!) dos tinteiros vazios; elas não desligam quando estão empancadas numa "operação em curso" mesmo que cliquemos em todos os botões ao mesmo tempo de forma a despoletar uma overdose de cliques; elas têm botões para digitalizar e mandar faxes mas nunca funcionam - para tais funções serem ativadas tem de ser através do software do computador; quando vamos ao software, ele diz-nos que a impressora está desligada quando nós podemos jurar pela nossa mãezinha que ainda há trinta segundos a filha da mãe imprimiu uma página de teste; depois de o status passar a ligado, ela acha que ainda não está na hora de trabalhar, colocando-se misteriosamente "em espera"; quando por fim ela decide digitalizar o que quer que seja, demora 5 minutos em cada página, qual caracol lento e enraivecido por se ter levantado cedo da cama; quando é para mudar de tinteiros fazem birra - uma pessoa põe um e elas não detetam, torna a tirar para tornar a colocar e nada... só passados 15 minutos é que elas fazem "plim", como quem diz "na na na na na naaaa, estava só a brincar!". Enfim. É de ir à loucura.

E das duas uma: ou eu tenho muita pontaria nas impressoras que escolho ou então elas são todas assim. Porque esta não é a primeira que eu tenho - é pra'i a quarta! E são todas assim, "espíritos livres", como lhe chamaria alguém mais educado e apaziguador. Eu, só assim ao de leve, acho que são umas cabrinhas, vá. 

Há uns tempos tive de ir comprar uma para a empresa onde trabalho. Sabendo que os maus humores deste dispositivo iam sobrar para mim, cortei o mal pela raiz: aquilo não digitaliza, não envia faxes, não tem cores, não tem A3 nem A5 nem todos esses tamanhos desinteressantes, não tem ecrã, não tem teclado, não tem NADA. Só imprime, a preto e branco, e bem rapidinho - as folhas saem que nem pãezinhos quentes. Sei que depois disto o sindicato das impressoras - que de certeza que ainda é mais insuportável que o dos professores - se vai unir contra mim e a filha da mãe vai deixar de trabalhar, à custa de uma greve provocada por insultos àquela classe operária. Mas aoCabrinhas.

 

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13
Nov17

Uma infância a jogar Sims (e muitas saudades...)

Não sei se alguma vez falei aqui da minha paixão assolapada por Sims quando era criança - o que é estranho porque, de facto, este jogo foi uma parte quase que essencial da minha infância. Só para perceberem, aquilo era importante o suficiente para eu gastar a minha mesada e todas as minhas poupanças: logo eu, que sempre fui forreta, não gastava nem eu cêntimo em qualquer outra coisa. Mas se saía uma extensão eu estava na fnac a compra-la e a desembolsar o que quer que fosse, perante o olhar surpreendido dos meus pais.

Os Sims são a única razão pela qual eu me contenho a criticar as horas que os meus sobrinhos passam com os eletrónicos - porque eu passava o dia inteiro a jogar aquilo, excluindo refeições e idas à casa de banho. Era uma loucura que nem eu sei como é que os meus pais toleravam - mas foi uma época (anos!) mesmo feliz e, diria até, bastante partilhada. As coisas não eram como são agora: não havia possibilidade de entrarmos nos jogos uns dos outros, mas eu lembro-me de jogar com os meus primos ou de ligar à minha prima a dizer que a minha família tinha tido um bebé, que o pai tinha morrido num fogo (sim, estas coisas aconteciam - e nós fazíamos de propósito) ou que tinha descoberto uma funcionalidade qualquer nova.

Ainda hoje são os jogos que eu guardo - tenho-os todos comigo, mesmo estando em crer que já não funcionariam com os sistemas operativos atuais. Passei muitas horas da minha vida a jogar o Sims 1 e, quando veio o Sims 2, a diferença foi brutal. Aliás, foi representativa da época: as coisas nos videojogos evoluíram tanto num espaço de tempo tão curto que o jogo quase nem parecia o mesmo. Eu criava tantas coisas, tinha tantas expansões, que dei cabo do meu computador e tive de o equipar com aquilo que, à altura, era uma super placa gráfica: por isso, agora que penso, também eu fui uma gamer nos meus tempos áureos (ah ah ah).

Eu era obstinada com aquilo. Chegava ao ponto de ter documentos com todas as famílias que tinha, com a informação sobre os agregados familiares, o que cada um fazia, a planta da casa, entre outras coisas - por isso, como veem, a minha "panca organizacional" não é de agora. Isto afetou-me de tal forma que eu considerei seriamente ir para decoração de interiores: porque mais do que fazer aqueles bonecos viver, eu adorava decorar as casas, os espaços, os negócios... era a minha perdição. E sim, eu era batoteira: como adorava comprar tudo do bom e do melhor, "criava" dinheiro e assim podia decorar as casas conforme queria. Mas tudo dependia da filosofia de cada família: algumas, "as honestas", lutavam para conseguir aquilo que tinham - mas eu perdia a paciência, porque elas ganhavam um salário muito baixo, eu nunca mais tinha dinheiro para comprar as coisas essenciais e desistia com facilidade. Mas, fora isso, posso dizer com bastante orgulho que passaram por mim muitas e muitas gerações de Sims.

Não sei precisar quando deixei de jogar, mas foi algo muito gradual e acho que por culpa de duas coisas: a primeira foi a falta de tempo - com o passar dos anos vêm as responsabilidades, os trabalhos de casa e outros interesses, por isso acabei por ir jogando menos e menos; a segunda foi o facto de ter comprado o Sims 3 e ter ficado cansada. E porquê? Porque eu sou uma miúda do Sims 1, dos bonecos irrealistas, das coisas simples, das casas só com meia dúzia de cores, das mobílias feias, das músicas só com piano. E a passagem para o 2 foi de facto brutal e necessária, foi todo um mundo diferente, mas o 3 já tem tanta, tanta, tanta coisa que eu já não sabia para onde me virar. A verdade é que aquilo cada vez mais se assemelha à vida real, e a complexidade do jogo aumentou de forma brutal e, a meu ver, desproporcional. Quando eu comecei a jogar, as personagens só tinham fome, sono, higiene, conforto, um objetivo de vida e pouco mais; no 3 eles já tinham traços de personalidade vincados, já ficavam rabugentos e a bater nas coisas caso eu não fizesse aquilo que eles queriam ou até tinham vontade própria. Ao clicar no frigorífico, em vez de ter "fazer jantar", tenho dez opções diferentes (incluindo vinte outras com refeições, que tenho de escolher, mas antes preciso de comprar os ingredientes). E ao clicar na cama, em vez de "dormir", eles podem fazer outras dez coisas diferentes - e, se bem me lembro, já nenhuma diz "triqui-triqui", como originalmente, onde a dita ação só podia ser feita numa cama cor-de-rosa, com uma cabeceira em forma de coração e com níveis de pirosice mesmo muito duvidosos.

Curiosamente, jogar Sims é das coisas que recordo com muita, muita saudade. E sinto aquela coisa típica de velha ao pensar "aquele primeiro jogo é que era bom". Eu tenho consciência que os gráficos eram trágicos, mas tenho na memória tantas coisas guardadas que é difícil ultrapassar. Lembro-me bem de passar a ter animais de estimação, de haver discotecas e restaurantes no bairro... e de no 2 poder abrir o meu próprio negócio (eu matava os meus sims com esgotamentos graças a eles... ups), de ir para a faculdade (alugava um quarto numa residencial, atafulhava-o de coisas e fazia a minha criatura passar o tempo quase todo lá para ter A's a tudo... eu sei, era terrível), de passar a ser possível ter apartamentos ou de, finalmente!, passar a haver estações do ano - com chuva, sol, folhas no chão ou trovoada. 

Normalmente há qualquer coisa que me despoleta lembranças ou saudades e, depois desses momentos, venho aqui escrever para aliviar a alma. Mas hoje não. Do nada, abri o YouTube e decidi ouvir as músicas do Sims 1 - aquelas que ouvíamos enquanto construíamos a casa ou andávamos na cidade. QUase odas elas ao piano e todas com um sabor tão característico a infância... Passaram-se não sei quantos anos, mas aqueles sons continuam a viver dentro de mim e eu reconheceria-os até noutro planeta. Esta é a prova de que a vida passa, mas há coisas que ficam: porque, passado todo este tempo, eu sinto que poderia falar ou escrever sobre isto durante mais duas horas sem nunca me cansar, enquanto debitava detalhes e memórias que teimam em não desaparecer.

 

(E depois deste post, tudo o que me apetece é instalar o jogo e fazer uma direta a criar casas e vidas, ignorando o facto de ser adulta e de amanhã ter um dia de trabalho pela frente. Não posso ser pequenina outra vez? Por favooooor?).

 

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11
Nov17

Web Summit: o rescaldo final

Acho que antes de começar este post devo fazer um disclaimer: em primeiro lugar, eu não paguei para ir ao WebSummit - como sou menor de 23 (ou 25? anos), o bilhete foi-me oferecido devido a uma promoção que na compra de dois bilhetes normais dava outro para um "entrepreneur"; em segundo lugar, fui lá como mera adepta das novas tecnologias e do conhecimento geral - há poucas coisas sobre as quais não goste de aprender e dada a vasta quantidade de talks disponíveis, achei que seria interessante e que enriqueceria a minha bagagem; em terceiro lugar, nunca esteve nos meus planos conhecer startups, (porque não ia investir nem escrever sobre elas) nem pessoas - o que, depois de lá ter estado, acho que é o core deste evento.

 

"O problema não és tu, sou eu". Acho que esta frase, tão comummente usada para terminar relações pelos quatro cantos do mundo, se aplica na perfeição no que diz respeito à minha visão da Web Summit. Acho que ficou patente no meu primeiro texto sobre o evento que eu não estava a adorar e a verdade é que, quando saí, não passei a gostar mais do que no primeiro dia. Não fui feita para viver em ambientes caóticos, cheios de gente, com barulhos e estímulos vindos de todos os lados. Mas era expectável que um evento com mais de 50 mil pessoas, metidas em cinco pavilhões, fosse assim: eu é que fui naive ao ponto de não me lembrar disso.

Acho que vale a pena ir quem, de facto, estiver interessado em conhecer parceiros de negócio. Mas é muito importante saber-se concretamente aquilo que se quer e ao que se vai, porque a oferta é tanta que, se não segmentarmos bem a coisa, o mais provável é passarmos o tempo entre vai-e-vem's. Eram imensos os balcões de startups, sobre tudo e mais alguma coisa, em que cada micro-empresa só tinha prá'i um metro quadrado para ter as suas coisas, o que tornava aquelas zonas sempre em sítios super caóticos. Para além disso, havia os stands das grandes empresas, que devem pagar balúrdios para lá estar. Eu sou sincera: não percebo muito bem o que é que muitas entidades estão lá a fazer, de um ponto de vista prático. Acho que a ideia é só estar presente no evento, marcar um X, gastar um dinheirão e depois voltarem de novo para as suas vidas.

Isto é o que acontece, aliás, com a maioria das pessoas. Percebe-se perfeitamente que muita gente está lá para fazer parte daquilo - basta ver a quantidade de pessoas que andava a fazer diretos enquanto passeava pela feira ou simplesmente esperavam que as filas da segurança andassem. Eu, como pessoa que fui lá para conhecer o evento mas principalmente para ver as talks, digo sinceramente que preferia ter ficado em casa. Foi giro conhecer, foi giro ter um badge com o meu nome e uma pulseirinha para o evento mais falado do ano, mas quando percebi que todas as talks a que fui - ou que queria ter ido - estavam no facebook, com uma qualidade de áudio e de imagem dez vezes melhor do que eu presenciei, arrependi-me um pouco das horas e do cansaço que ali dispensei. Acho que podemos comparar isto a um jogo de futebol: se quiserem sentir a adrenalina e a emoção, vão ao estádio; se querem ver tudo na mesma (ou ainda melhor) e estarem confortáveis, com opção de puxar para trás, parar para ir à casa de banho ou pôr o som mais baixo, enquanto estão sentados no sofá com uma mantinha nas pernas, ficam em casa. Isto sem esquecer a parte monetária: poupam umas boas coroas se decidirem ver as coisas à distância.

É difícil arrependermo-nos de coisas que queríamos mesmo fazer. Eu estava entusiasmada para ir, queria muito ouvir certas coisas, e por isso não estou triste por ter metido uma semana de férias para ir para a capital. Olhando para trás, confesso que não aprendi grande coisa: para além das talks serem muito superficiais, muitas vezes saíam dos tópicos iniciais - e nunca dava para fazer uma "pescadinha de rabo na boca" porque o tempo era tão pouco que nunca dava para fechar o ciclo ou tirar grandes conclusões. Outra das coisas que esperava e não aconteceu foi sentir-me inspirada: estava confiante de que ia ouvir histórias de empreendedores, de negócios ou histórias de vida que me inspirassem a fazer mais, mas nunca aconteceu. Ouvi muitas pessoas a falar, algumas muito interessantes, mas nunca me caiu o queixo de espanto - pelo contrário, estive mesmo para passar pelas brasas em algumas (sabem aqueles momentos em que os vossos olhos estão a fechar e vocês dizem expressamente ao vosso cérebro que isso não pode acontecer?). 

E porquê que nessas conferências, eu que eu já não ouvia nada, não me ia embora para outras que mais me interessassem? 1) Porque só para sair de um palco podia demorar dez minutos, tal era a quantidade de pessoas que estavam em pé atrás das cadeiras e que formavam uma barreira difícil de transpor; 2) porque contando o tempo que demorava a sair de um palco e chegar a outro, a conferência que me interessava já estaria a acabar; 3) porque por vezes somos obrigados a fazer escolhas chatas - e se eu queria estar numa talk, naquele palco, que não era imediatamente a seguir mas apenas 20 minutos depois, mais valia aguentar e esperar. Isto fez com que sacrificasse muito do que queria ouvir e ver - no primeiro dia não me apercebi disto, tentei andar sempre de um lado para o outro, qual barata tonta, mas não há hipótese senão fazer escolhas e sacrificar outras se não queremos acabar o dia com as pernas em gelatina e a cabeça em água. 

Para pessoas como eu que vão para lá para conhecer, para aprender e centrar-se em talks, aconselho a que fiquem em casa. No final do dia, depois de ouvir dez ou doze conferências, estava arrasada e sentia que tudo aquilo que tinha ouvido tinha caído em saco roto: e olhando à minha volta, com toda a gente a mexer nos telemóveis, penso que não era a única. O evento é giro em teoria, mas na prática - e a menos que sejamos supersónicos - não conseguimos disfrutar nem de metade.

Reafirmo o que disse no início: acredito que estes sejam dias de ouro para startups, investidores e entendidos. Para pessoas "normais", e julgando por tudo aquilo que vi (pessoas sempre na conversa ou nos telemóveis, sempre imensa gente nos espaços comuns e de come e bebes) tenho as minhas sérias dúvidas. Acho que é fixe fazer parte do Web Summit, é incrível as massas que aquilo aquilo movimenta, o dinheiro que traz ao país, o movimento que leva para a cidade, o investimento que atrai, os conhecimentos que proporciona: e é por isso que tanta gente vai. Eu também fui, vou guardar a minha credencial na caixa das recordações e relembrar estes três dias com graça. Mas uma coisa é certa: não volto.

09
Nov17

Finalmente vou ter um bullet journal apresentável!

Tenho jeito para muitas coisas nesta vida, mas artes não é uma delas. Ambas as minhas sobrinhas, que têm oito e dez anos, desenham muito melhor que eu, que tenho vinte e dois. Sempre foi uma causa perdida: nunca tive jeito, nunca tive capacidade para desenhar as coisas de forma proporcional, nunca tive a mão precisa ou detalhada. Apesar disso, nunca foi algo que me incomodasse: preciso pouco das artes na minha vida. E, quando preciso, encontro soluções, que é precisamente aquilo que vos vou contar abaixo.

Já tinha dito que tomei a decisão de fazer um bullet journal e deixar as agendas para trás. A experiência tem corrido muito bem, tenho-me vindo a ajustar consoante aquilo que descubro que gosto e não gosto, que uso e não uso, que preciso ou não preciso. Mas perante todo os vídeos e imagens que vi para aprender como é que o bullet journal funcionava, só me apoquentava uma coisa: o meu bloco era horrível. A minha caligrafia não ajuda, é um facto, mas tudo o resto também era mau - eu bem que tentava escrever o nome do mês de uma forma bonitinha, fazer um quadrado com os cantos a 90º ou uma espécie de grinalda num título... mas não resultava. Já utilizava todos os truques que tinha visto no YouTube (autocolantes, washi tape), mas faltava aquele toque de bullet journal. E encontrei.

Comprei uma espécie de moldes (como aqueles que tínhamos em criança) que têm todas aquelas formas típicas de bullet journal e mais qualquer coisa. Desde as típicas setas, aos quadrados e retângulos, passando pelas caixas de título, há logos de redes sociais, números, corações, símbolos meteorológicos, balões de fala... enfim, toda uma panóplia de coisas, muitas que nunca virei a usar. Ao todo são 12 "folhas" com inúmeros desenhos que comprei no ebay por pouco menos de quatro euros. 

Acho que para quem é como eu - um desastre nas manualidades, mas que quer ter um caderno bonito e apresentável - está é uma boa ideia. Fica a dica. Para comprar, aqui.

 

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DSC_0149.JPG

 

08
Nov17

Um ano, um álbum de fotografias

Mais uma das muitas coisas que fazem de mim uma alma velha é o facto de gostar de ver fotografias - e não falo de fotografias no computador. Gosto de álbuns, pesados, com descrições feitas à mão; gosto daquelas mini-mikas para as fotos, de as tirar para passar de mão em mão em vez de estarmos todos colados a um ecrã.

Acho que a passagem do analógico para o digital foi tão rápida que nem deu para nos adaptarmos. Abandonamos completamente os álbuns, mas abandalhamos completamente na fotos digitais: tiramos 41 fotos da mesma coisa, arrumamo-las em pastas incatalogadas, atiramos com tudo e mais alguma coisa lá para dentro e ainda temos a vaga esperança de que um dia, desesperados à procura daquela foto do dia Y e do evento X, ainda encontremos alguma coisa de útil.

Já aqui falei que desde há algum tempo para cá que ando a trabalhar na organização das minhas fotos - que pratico a limpeza geral das fotos, que só deixo ficar uma das 41 fotos que tirei à mesma pessoa, que ponho nomes em todas elas, que ponho as pastas direitas e com o menor conteúdo possível - e agora o próximo passo vai ser fazer álbuns anuais. Não estou a pensar fazer álbuns de anos que já passaram, mas sim daqui para a frente. Um best of de 2017, por exemplo, onde albergo aniversários, eventos de família, datas especiais, férias, passeios ou simplesmente selfies bonitas tiradas nesse ano. 

Mas não seriam álbuns clássicos: para além de não serem fáceis de encontrar, os que há são feios e pouco personalizáveis. Para além disso, imprimir fotografias fica caro, por isso acho a solução dos álbuns digitais muito melhor. Já fiz vários: uns para oferecer às minhas tias em datas de aniversário marcantes (no fundo, álbuns de vida) e outros dois com fotos dos cruzeiros que fiz. Tudo é personalizável: o número de páginas, o número de fotos que ponho em cada página, a disposição com que ficam, o tamanho de cada uma das fotos, o tipo de letra para as legendas (e cor, tamanho, etc.) e até escolher alguns bonecos ou designs para adornar o álbum. As escolhas são infinitas - o que também torna o processo mais moroso. Porque, tal como tudo o que envolve o trabalho pós-fotográfico, é trabalhoso e demorado: é preciso escolher as fotos, trata-las previamente caso seja necessário, dividi-las por páginas (ainda que seja mentalmente) e definir uma linha lógica (quer seja temporal ou de importância, por exemplo) para imaginarmos o resultado final do álbum. Ou seja: não é pêra doce, mas compensa!

O que eu faço é aproveitar as promoções que encontro no Sapo Voucher, que tem um protocolo com a DreamBooks: para quem não conhece, o primeiro é um site de promoções de artigos vários, o segundo é uma loja/plataforma de álbuns digitais (e não só - também tem telas, calendários, canecas e etc., tudo personalizável e tudo coisas que dão boas prendas). Os modelos de álbuns disponíveis vão mudando, mas o preço compensa sempre: eu gosto de livros verticais, por exemplo, e muitas vezes aparecem alguns. Os dois álbuns que tenho de cruzeiros foram comprados assim e são diferentes: um mais leve e com páginas mais finas e outro, premium, mais pesado e páginas mais encorpadas (quase parece um daqueles livros de crianças). Escolhi consoante a oferta que tinha na altura e nunca me arrependi - e se não têm nada que vos agrade naquele momento, o que sugiro é que vão vendo nas semanas seguintes, porque as ofertas vão mudando.

Depois de comprarem o voucher têm 30 dias para fazer a vossa encomenda. Se, tal como eu, deixarem passar este tempo, podem sempre comprar uma extensão do prazo na DreamBooks. Eu acho que os resultados ficam incríveis e que dá uma prenda espetacular (nomeadamente de Natal, já podem apontar a ideia!), mas acredito que não seja para a paciência de toda a gente. Mas para quem gosta de fotografias, de rever momentos e de os ter na palma da mão... é uma óptima solução. Eu espero mesmo conseguir levar esta ideia dos álbuns anuais avante e fazer algo de útil com as centenas de fotos que aqui tenho amontoadas virtualmente.

 

montagem_album.jpg

 

P.S. Ninguém me pagou para escrever este post e mencionar estes sites. Mas se me quiseres oferecer álbuns à borla, be my guests. :p

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