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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

14
Dez16

Eu não prefiro Beirão mas adoro boas ideias

Eu não sei porquê mas em Portugal as bebidas alcoólicas têm muito bons anúncios e óptimas campanhas, tanto a nível dos meios de comunicação social como fora deles. Uma campanha que me ficou marcada na memória foi a do Casal Garcia, no NOS Alive, o ano passado: andava um grupo de "malucos" com um rádio e uma série de adereços e punham-se em cima das mesas, na zona das refeições, e cantavam "Haja alegria, haja Casal Garcia", enquanto interagiam e se metiam com o pessoal, para alinhar nas danças e cantorias.

A Super Bock também tem cartazes espetaculares e muito personalizados, consoante a cidade ou a altura do ano em que são divulgados - ainda há dias partilhei este no facebook, com uma private joke (pouco private, é claro) para os fãs do Harry Potter. E agora é a Licor Beirão que lança uma super campanha de Natal para todos aqueles que recebem meias da tia-avó no Natal, tal como os 23 natais anteriores, e têm de sorrir só para não partir o coração da senhora mas que ficam na realidade despedaçados à medida que vão abrindo o embrulho. O mote é "neste Natal, preferia Beirão" e consiste em dar a uma instituição os presentes que não gostamos e não vamos usar e troca-los por algo (supostamente) mais apetecível: uma garrafa de Licor Beirão.

Já todos estamos fartos de saber que eu não gosto de álcool - e muito menos de Licor Beirão, aquele toque adocicado dá-me a volta ao estômago - mas sei tirar o chapéu a uma boa campanha. Alia um bom marketing ao espírito natalício e à solidariedade, o que não podia ser uma melhor mix. Se a vossa tia-avó vos der as meias ou o roupão do costume e se, ao contrário de mim, preferirem Beirão... já sabem o que fazer. Eu cá mantenho-me na água mas passo a palavra.

 

13
Dez16

Prenda de Natal antecipada

A 12 dias de Natal recebi uma prenda antecipada mas não menos deliciosa: o "meu" Jamie Cullum volta ao EDP Cool Jazz no próximo verão. Como podem imaginar só não dei saltinhos de alegria porque estava no trabalho e uma pessoa tem de fingir que é séria e não vibra com estas coisas.

É claro que, no meio do faz e não faz, nem me apercebi que os bilhetes já estavam à venda. Só agora ao fim da tarde é que li uma notícia dos pés à cabeça e, quando fui ver, os bilhetes da primeira fila já tinham ido todinhos. Uma tragédia. E eu sei que falta mais de meio ano para o concerto: não sei onde vou estar, o que vou estar a fazer, se tenho férias ou sequer se estou viva. Mas faz parte da minha condição não perder um concerto do Jamie - já perdi alguns e só eu sei o que me doeu - por isso, e assim na loucura, comprei dois bilhetes (um para mim e outro para quem o apanhar) na plateia VIP, logo na segunda fila, que é para o ver bem pertinho. 

É caro, é imprevisível, é daqui a muito tempo - eu sei de tudo isso. Mas bolas, se ando a poupar os meus salários é para estas coisas maravilhosas da vida. E não há nada mais maravilhoso do que ouvir o Jamie Cullum a meia dúzia de passos de distância, não é verdade? Já conto os dias.

  

 

12
Dez16

Chávena de letras - "Remember When"

rememberwhen.jpg

Ler romances Young Adult (YA) é como voltar a casa. Pelo menos nesta fase da minha vida é algo que me dá realmente prazer em ler e que tenho facilidade em devorar. Já tinha esta trilogia pousada na minha estante há algum tempo, depois de a ter comprado após ler umas críticas positivas no Goodreads e achei que era altura de lhe pegar. 

A primeira coisa a assinalar é que a edição é muito fraquinha. Parece um simples documento word impresso com a primeira fonte que apareceu, sem qualquer tipo de desenho, destaque de capítulos ou qualquer outro floreado ao nível da edição que a torne mais rica. A capa também não tem nada que ver com o livro (talvez tenha sido a primeira imagem que apareceu no google?), por isso a obra ganhava muito em ter este aspeto mais trabalhado. Porque de facto merece.

Esta é uma história fácil de ler, com muito humor e algo que é raro encontrar em personagens neste tipo de livros: auto-crítica. Os adolescentes são muitas vezes retratados como simplesmente impulsivos e quase "sem cérebro", regendo-se simplesmente pelas emoções e pelas hormonas. A minha experiência não foi assim e calculo que nem todas assim sejam, pelo que é bom ver que há autores que se aproximem dessa visão mais realista (na minha opinião) daquilo que é ser jovem. A personagem masculina, como de costume, é perto de irresistível, por isso também não há nada que lhe possa apontar.

Há muita coisa que é possível desenvolver nos próximos dois livros, por isso já estou no encalço do segundo volume desta história que quebrou com a minha "depressão literária".

11
Dez16

Acabei um caderno, whowww!

Há coisas nesta vida que são difíceis de acabar. As borrachas, por exemplo: quantas borrachas é que eu tive ao longo dos meus anos de escola e quantas é que eu substitui por, de facto, já estarem tão pequeninas que já não serviam para nada? Umas zero, mais coisa menos coisa. Entretanto perdia-as ou alguém brilhante decidia cortar-mas aos bocadinhos ou outra razão parva assim parecida. Eu lembro-me de já ser mais velha e olhar para uma borracha pequenina e encher-me de orgulho por todo o esforço (e trabalho implícito) que aquilo implicou, mas acho que mesmo essa teve uma morte precipitada.

Outra exemplo são os elásticos do cabelo. Nós não deixamos de os usar porque eles rebentam ou porque estão em fim de vida: é porque os perdemos. Os lápis a mesma coisa - sim, há aqueles casos raros em que os lápis parecem miniaturas, mas a maior parte das vezes ficam perdidos no fundo das mochilas ou em estojos antigos, ou simplesmente mudaram de dono à custa de um "empréstimo" inocente.

E depois há os cadernos. No meu caso em particular não se trata de os perder, é mais o facto de gostar tanto de ter sítios por onde escrevinhar que não resisto em saltitar de uns para os outros e nunca os acabo. No fundo, sou uma salta-pocinhas no que diz respeito aos blocos de notas. Não são só aqueles que compro (desculpem, não resisto...) ou os que vêm de oferta (que não são tão giros, claro), mas ainda por cima há imensa gente mos oferece, porque sabe que são coisas que me deixam SEMPRE feliz da vida. Isto resulta numa pilha de cadernos, caderninhos, cadernões, com folha lisa, quadriculada ou pautada, com e sem elástico, com papel reciclado ou normal. Há toda uma panóplia por onde escolher e a maioria deles têm meia-dúzia de páginas escritas e as outras estão deixadas ao abandono. Porque a verdade é que eu adoro cadernos e escrevo de facto muito... mas no computador. Pelo menos até agora. 

Felizmente o meu trabalho veio mudar esse panorama e eu agora escrevo, finalmente!, em blocos de notas. Dá-me jeito ter sempre sítio onde escrever, apontar respostas, números de telemóvel, coisas que me faltam fazer quando a agenda já não tem espaço. Enfim, em resumo: ESCREVO! E portanto estou a começar a dar vazão à minha pilha de blocos e hoje posso gritar ao mundo que, finalmente - e após tantos anos como acumuladora-compulsiva-de-cadernos - ... acabei oficialmente o meu primeiro caderno não-escolar!

Este, por acaso, é particularmente especial, porque imita uma claquete (daquelas dos filmes); comprei-o na altura do Fora da Caixa, porque achei que se adequava perfeitamente aquela fase e àquele propósito. Usei-o para esses meses do programa de televisão, depois ainda serviu como sebenta para os apontamentos do curso de fotografia e agora finalmente para estes meus primeiros quatro meses de trabalho. Todas as páginazinhas ocupadinhas, escritas, rabiscadas e com gatafunhos para dar e vender. Um regalo para a vista, é o que é.

E é isto. Consegui, oficialmente, acabar um caderno. Epá, não há como não estar orgulhosa.

09
Dez16

Sobre a complexidade de ser uma "loner"

“Let me tell you this: if you meet a loner, no matter what they tell you, it's not because they enjoy solitude. It's because they have tried to blend into the world before, and people continue to disappoint them.”

Jodi Picoult, My Sister's Keeper

 

Acho que não há nenhuma tradução perfeita a palavra "loner" para português. "Solitário" não é abrangente o suficiente, não tem a carga emocional que "loner" carrega. De qualquer das formas sempre senti que esta era uma das palavras do mundo que mais se ajustam a mim. A sua complexidade encaixa-me como uma luva.
Digo que "loner" tem uma carga emocional complicada porque a entendo profundamente - e sei que toda ela é feita de paradoxos dolorosos e de um confronto com a nossa própria essência. Explicando: eu gosto de estar sozinha - na verdade, chego à conclusão que não sei estar de outra forma. Mas por outro lado é inerente à condição humana precisar dos outros, conviver, amar. E isto abre um gap gigante entre mim e o mundo, porque  preciso e gosto das pessoas, mas a necessidade de estar sozinha faz com que muitas vezes as ponha na prateleira à espera da próxima necessidade, qual frasco de especiarias à espera de ser usado e apetecido na próxima iguaria. Sei que isto soa mal, mas é difícil pôr uma coisa a soar bem quando ela própria não é bonita. É um ato profundamente egoísta e eu lamento que a minha tendência seja sempre esta, muito embora a tente contrariar.
Por outro lado a solidão é algo enraizado em mim. O facto de precisar de estar sozinha em quantidades maiores que o normal e aconselhado, aliado ao facto de ser uma péssima companheira, criaram desde muito cedo um ambiente propício para que o bicho da solidão se mudasse de vez o meu casulo. E ele é caseiro, nunca sai. Porque nunca, independentemente de onde esteja e com quem esteja, deixo de me sentir só - porque sei que, pela condição da vida ou simplesmente pela minha forma de viver e não-amar, tudo é finito e que eu acabarei impreterivelmente só.

Nunca escondi que sempre tive poucos amigos - aliás, muitas vezes não tive nenhuns. Sempre lidei com isso como pude: pensando muito, escrevendo, rindo quando a ocasião é para tal. Gozo com a minha anti-sociabilidade e com a minha agenda social "hiper-preenchida", porque é a forma de tirar peso a algo que ao longo dos anos tenho sabido lidar mas que me demorou muito tempo a compreender e a aceitar. A verdade é que acho que sou assim e a culpa não é dos que me rodeiam, mas minha. Não sou parva ou ingénua ao ponto de pensar que todos eventualmente se afastam por causas exteriores à nossa relação ou por culpa deles próprios ou de algo que essas pessoas fizeram. É como uma turma onde, a uma disciplina, só há negativas e nas outras os resultados se mantêm normais: normalmente a culpa vai para cima dos alunos mas, nesse caso em particular, a culpa pode mesmo ser do professor. E neste caso o professor sou eu: sou eu quem tem o defeito e não todos os outros.

Numa fase inicial cheguei a achar que sim: que tinha azar nas pessoas que me calhavam na rifa, que éramos feitos de matérias diferentes, que tínhamos diferenças inconciliáveis. Se calhar em muitos casos é verdade - houve situações que me magoaram profundamente, que deixaram cicatrizes que não vão passar e que provavelmente são a razão para hoje em dia querer um afastamento constante de todos aqueles que aparentemente têm uma ligação direta ao fundo do meu coração; pode até não passar de um instinto de auto-defesa, mas a verdade é que ele existe e é sentido. Por mim e pelos outros. Faço muitas coisas mal, nisto das relações. Por um lado canso-me das pessoas, por outro sou chata e muito exigente com quem me rodeia; às vezes sinto necessidade de falar e mando mensagem, noutras não respondo durante horas; uns dias são insuportavelmente solitários e só quero é o aconchego de alguém, outros rejeito um café porque me apetece ficar de pijama. Se esta fosse uma fórmula matemática provavelmente daria zero. Zero pessoas, zero amigos - porque ninguém resiste a tanto e eu tenho mais é que compreender. Vale-me a minha família que, por ser grande e incrível, me acompanha e faz as vezes de melhores amigos do mundo - com a mais valia de que não poderem fugir, porque a força do sangue não o permite.

Normalmente, quando defino os temas das minhas publicações, tenho logo em mente um início e um fim. Neste só tinha o início - talvez porque é impossível descrever isto, algo que é tanto uma característica como um defeito, que é tão meu e tão difícil de (d)escrever e admitir. Podia escrever infinitamente mas, no fundo, este post não passa de um pedido de desculpas por ser como sou, quem sou e por uma das piores partes de mim. E um obrigado. [A quem tentou. A quem ainda tenta. E a quem desistiu.]

08
Dez16

Quando vira o prego

Acho 2016 foi o melhor ano da minha curta vida. Foi porque aconteceram-me coisas boas, porque tive umas férias absolutamente espetaculares, porque saí da faculdade, concluí a licenciatura e comecei a trabalhar numa área que me apaixona. Mas, acima de tudo, porque mudei o meu chip; porque decidi que queria ser feliz. Isto pode parecer parvo, mas é a realidade: eu nasci com o chip errado, o meu estado de espírito natural era - é - estar triste. E é óbvio que isto não se faz de um dia para o outro, qual ficha que se liga e desliga quando bem se quer: funciona mais como um dual sim, em que um dos cartões nunca sai - o original. Temos é a oportunidade de acrescentar um cartão extra, quando estivermos preparados e dispostos a tal.

O nosso material de fundo permanece sempre o mesmo, podemos é acrescentar-lhes uns bónus que tornem toda a "embalagem" melhor. E eu este ano quis fazer isso: atirei-me para fora da minha zona de conforto, fiz coisas incríveis e livrei-me de outras que nunca me fizeram bem. Isto ajudou a construir o meu novo chip, que consiste num trabalho diário que, creio, vai durar para o resto da minha vida. Não há qualquer tipo de dúvidas que é algo que vale a pena mas também é óbvio que o facto das coisas me terem corrido bem também ajuda a um estado de espírito positivo. No meio destes vários meses em que andei nas nuvens, às vezes parava para pensar e perguntava-me: "e quando o prego virar, como vai ser?". Tinha medo de não conseguir enfrentar as coisas com o positivismo e esperança necessários para continuar neste caminho que tem sido tão bom para mim mas que constitui sempre uma luta.

E chegou o dia. O prego virou. Não todo, não drasticamente, não por causas fortíssimas que me atirem ao fundo do poço (como costumo dizer). Mas que o ângulo que ele tinha mudou, disso não há dúvidas. Esta semana, pela primeira vez desde que estagiei, não me apetecia ir trabalhar; não me apetece tratar das compras de Natal e nem me lembro que o ginásio existe, porque só quero aqueles minutos extra durante a manhã, enrolada no quente da minha cama, que parece ser das poucas coisas que me aquecem a alma nestes dias frios, tanto lá fora como cá dentro. A maioria das coisas desta vida não matam, mas moem.

Tenho sido a pessoa que quero ser em vários dos papéis da minha vida: como trabalhadora, como filha, como mulher. Noutros sei que sou um fracasso (como amiga, por exemplo). Mas nem sempre é fácil manter a simpatia constante, a educação exemplar, o sorriso na cara - principalmente quando vemos os nossos sofrer, quando o trabalho não corre assim tão bem ou a nossa própria alma dói. 

É nestes dias que custa mais pensar que o meu sistema é dual sim. Que há um chip que nunca vou conseguir desencaixar mas que, felizmente, há um outro que eu sei criar e que torna a minha vida muito mais fácil e feliz. Há dias em que parece que o perco, outros onde sinto que nunca o cheguei a construir. E esses são os dias mais difíceis. Vale-me a memória dos dias bons, do meu ano fantástico e exemplar para me relembrar que é possível. 

Vou varrer o pó debaixo da alma e encontrar o maldito chip que andará lá perdido. Já é sabido que ninguém gosta de limpezas, mas nenhum dia é bom para se desperdiçar. E eu tenho um feriado pela frente para desfrutar.

05
Dez16

A prensadora de flores

Gosto de ter uma jarrinha com meia-dúzia de flores aqui no quarto. Sei que tem algumas desvantagens, mas são sempre pouquinhos ramos e dão vida e cor ao espaço, que é precisamente aquilo que eu quero. Chamem-me pirosa, mas gosto muito de flores; para além disso, gosto que mas ofereçam - ainda me lembro da primeira vez que me deram um ramo, no meu 18º aniversário, e eu fiquei contentinha da vida. A maioria das vezes é a minha mãe que mas põem aqui no quarto, vindas diretamente do nosso jardim; outras sou mesmo eu que compro na feira, quando vejo algo que me chame à atenção.

O pior das flores é mesmo o tempo que duram. É triste ver coisas tão bonitas a morrer tão rápido. É por isso que gosto de as eternizar, nos meus livros e cadernos, metendo no meio das páginas algumas das pétalas que vão caindo na minha secretária à medida que os dias vão passando. Acima de tudo, gosto da surpresa de, muitos meses ou anos depois, encontrar uma pétala seca no meio de um livro, agenda ou caderno. Normalmente não deixo nenhuma nota, nem com o tipo de flor nem a data de quando lá a deixei, mas acaba por ser sempre um momento contemplativo e especial.

Quando, há uns dias, disse isto à minha mãe e lhe mostrei uma pétala de rosa que encontrei no caderno que estou a utilizar agora, ela mostrou-me uma "prensadora de flores" que comprou há vários anos. No fundo faz as vezes do caderno ou do livro, mas é algo feito mesmo para aquele propósito. E se por um lado tira a piada de deixar as pétalas espalhadas por esses livros fora, por outro é giro haver algo mesmo para este efeito, onde está tudo pensado para resultar (regula-se a pressão, tem várias camadas de papéis e cartões). Aproveitei logo para experimentar numa flor de orquídia que estava caída e que, por ser muito "gorda", não ficava muito bem metida num livro. Estou ansiosa por a ver daqui a uns meses e achei tanta graça à ideia que decidi partilhar. Ficam as fotos.

 

prensadoraflores.jpg

 

04
Dez16

O drama de ir ao cinema na altura do Natal

Ando há imenso tempo para ir ver o "Fantastic Beast and Where to Find Them", mas muitas coisas se tem metido pelo meio e a minha sessão solitária de cinema tem sido adiada dia após dia. Isto não seria um problema se não nos estivessemos a aproximar perigosamente do Natal, época em que, como todos sabemos, os shoppings ficam totalmente impróprios para consumo.

Pelo menos no Porto, é o drama que temos: todos os cinemas ficam em centros comerciais, não há nada descentralizado destes "epicentros" das compras. Eu só tenho algumas compras finais a fazer, já sei precisamente o que quero e sou rápida e eficaz, mas fora isso só queria mesmo ir ao shopping ver o filme. Quando é para passear ou comprar qualquer coisa, principalmente nestas épocas, opto sempre por ir mal o shopping abre, mas para o cinema somos obrigados a ir sempre a horas de maior afluência, o que dificulta tudo isto. Apetecia-me levar um cartaz colado no carro a dizer "deixem estacionar esta pobre alma que só quer ir ao cinema e não vos fará concorrência nas compras natalícias", mas não me parece que vá funcionar. 

Posto isto, lembrei-me de uma coisa que poderia ajudar ao fluxo de pessoas nos shoppings. Tal como há câmaras nas praias para se conseguir ver o vento, a ondulação e a quantidade de pessoas no areal... também se podia fazer algo do género em versão centros comerciais. Bastava ter uma câmara em cada parque de estacionamento e já se percebia se o caminho estava desimpedido ou se era missão impossível. Fica a ideia. Aposto que quando estiverem meia hora à procura de lugar no vosso centro comercial, se vão lembrar de mim. 

03
Dez16

Sobre a publicidade em blogs alheios (e neste em particular)

Há dias escrevi um post onde já se vislumbrava um pouquinho sobre os meus pensamentos sobre a publicidade em blogs, mas na altura não era esse o tema principal. Hoje é. É um assunto que eu sinto necessidade de falar, porque sinceramente tenho ideia de que se mente e finge muito por essa blogosfera fora - e se há coisa que eu quero ser é sincera e genuína, tanto para convosco como comigo própria.

A verdade é que eu já não me acredito em nada do que leio em blogs alheios, porque acho sempre que têm o dedo de marcas por detrás. Percebo que as empresas tenham visto nos blogs a oportunidade de promoverem melhor os seus produtos nesta plataforma, mas creio que quem fica a perder no meio disto tudo são muitas vezes os próprios bloggers, que ficam totalmente descredibilizados perante o olhar dos outros (principalmente os que fazem disto vida e cujas despesas são pagas com posts e parcerias comerciais). A culpa é nossa (aka bloggers), que nos deixamos corromper e aliciar por ofertas ou dinheiro em troca da nossa escrita e da confiança que demorou anos a conquistar - mas enfim, o dinheiro tem essa capacidade.

E não me perguntem como, mas eu topo à distância os posts que são patrocinados. Leio as duas primeiras linhas desse tipo de publicações e percebo logo que me estão a tentar impingir qualquer coisa - e acho que quem os escreve não se apercebe disso, tentando escrever exatamente da mesma forma e no mesmo estilo, com todas as graçolas e comparações... mas há algo que ali que foge do seu controlo e que eu deteto, não sei bem como. E é triste ver que os leitores estão a começar a ficar desgastados deste modelo, a afastar-se dos blogs à custa disto: porque a confiança se quebra, porque aquela pessoa que líamos para rir um bocado só nos quer impingir produtos à força e porque aqueles conselhos espetaculares que dava há uns anos agora têm todos notas por detrás. Entro muitas vezes nas caixas de comentários desses posts e vejo coisas como "já não escreves um post como antigamente há semanas", "nos últimos sete dias não publicaste nada que não fosse patrocinado". E sabem que mais? É a triste verdade. Quando, finalmente, essas pessoas escrevem alguma coisa que lhes sai da alma, os comentários também são sempre os mesmos: "ufa, afinal ainda existe aquela pessoa que eu lia há x anos!". 

E eu sinto necessidade de escrever sobre isto porque ando há vários meses a empurrar parcerias de publicidade com a barriga, sem saber o que fazer. Por um lado é bom para mim: é sinónimo de notoriedade, de que as coisas estão no caminho certo, embora eu nunca tenha tido nos planos (nem tenho!) fazer disto vida. Por outro, e sendo também eu leitora e estando farta de publicidade enganosa em tudo quanto é blog, fico de pé atrás. Porque, sinceramente, eu não estou aqui para enganar ninguém e tudo o que eu conquistei nos últimos 7 anos se deveu ao meu esforço, autenticidade e sinceridade para com quem me lê. Falo muitas vezes aqui de produtos mas nunca, em ocasião alguma, foram publicidades encapotadas ou coisas oferecidas pelas marcas; a rubrica "review da semana" seria, por exemplo, ideal para este tipo de coisas, mas tudo o que está lá saiu do meu próprio bolso e experiência, nada mais que isso.

Este blog tem diferentes objetivos: o primeiro é libertar-me dos meus fantasmas, fazer-me ficar mais leve e desabafar quando a alma está pesada; o segundo é treinar a escrita, escrever todos os dias, mesmo naqueles em que a "desinspiração" bate à porta e é preciso contraria-la; o terceiro é conquistar um público, perceber o que gosta e não gosta, para mais tarde - quando escrever um livro - saber o que esperar; o quarto é a interação com as pessoas, que está patente em todos os outros pontos e que se torna essencial a partir do momento em que já temos alguns leitores (hoje em dia é impensável para mim escrever num diário, porque não tenho ninguém a responder-me). E só depois de tudo isto é que vem a publicidade, o dinheiro e os produtos. No fundo, vem no fim de todas as minhas prioridades, porque este blog é muito mais do que qualquer coisa que me possam dar em troca e assume, hoje em dia, uma importância na minha vida difícil de qualificar. Nunca este espaço será mais publicidade que posts vindos do fundo da minha alma, nunca será politicamente correto, nunca dirá só bem. O Entre Parêntesis sou eu. Porque no meio dos meus muitos defeitos e algumas qualidades, destaco a autenticidade: e no dia em que isso acabar, o blog morreu. 

Algumas das marcas que me contactaram têm produtos que eu gosto, que se calhar até já tenho, uso e sobre os quais nunca escrevi. Outras nem por isso. Nenhuma delas teve resposta até agora, porque tenho andado a refletir sobre o assunto, e venho aqui anunciar as minhas conclusões, porque só assim acho justo para convosco (embora mau do ponto de vista comercial mas, como disse, essa é a parte menos importante): posso garantir que, como de costume, tudo o que lerem neste blog é sincero, desde as opiniões positivas às negativas. Este é um espaço meu, onde partilho aquilo que acho que vale a pena ser partilhado (ou criticado), e será sempre assim, até ao último dia - porque no dia em que não for, ficará desvirtuado e é preferível parar. Não quero e não vou viver disto - tenho muitos planos para mim e vários passam pela escrita, mas de livros -, por isso só aceitarei mostrar as coisas que de facto gostar e caberá às marcas terem confiança suficiente nos seus produtos para os colocarem à mercê de alguém que vai ser sincera (ou ficar calada, que também é uma opção). Todos os (poucos) posts feitos neste blog com a parceria de alguma marca serão devidamente identificados, sendo que as mesmas serão sempre avisadas que aquilo que aqui é escrito é sincero, independentemente se isso é bom ou mau para a reputação delas - e sim, isto vai fazer com que os potenciais convites sejam ainda menos do que os que são atualmente, mas só assim consigo dormir descansada com a minha consciência.

Desculpem o post longo, mas este era um esclarecimento que tinha de fazer se queria dar este passo aqui no estaminé. Obrigada pela paciência!

03
Dez16

E adormecer que é bom... nada

Ando cansada, com os horários todos trocados. Agora tenho uma vida de "velha": deito-me cedo e acordo cedo e, muito sinceramente, é assim que gosto. Deixei a minha veia de notívaga nos tempos do secundário e agora prefiro usufruir de um dia cheio do que dormir até às 11 da manhã. 

Isto foi uma rotina que me obriguei a ter desde o início deste ano, quando comecei a estagiar. Percebi rapidamente que estar muitas horas seguidas em frente ao computador me desgastavam imenso e que precisava de dormir mais para compensar o cansaço mental; comecei a deitar-me gradualmente mais cedo até perceber que já não precisava de dormir durante a tarde para conseguir estar bem acordada e desperta. Atualmente mantenho a mesma tática - apesar de já estar habituada a estar muitas horas em frente ao PC, adoro deitar-me cedo e acordar naturalmente pouco depois do sol nascer - aliás, acordar sozinha às horas que preciso é o meu "sonho". Ainda para mais agora tenho o ginásio, que tento frequentar antes de ir trabalhar, o que me obriga a madrugar ainda mais que o costume, por isso as noitadas são impensáveis se não quero andar aí aos caídos.

Mas a semana passada apanhei um susto que me alterou todo o esquema e, desde aí, durmo menos e ando cansada, porque este corpo não é de pouco sustento ao nível das horas de sono. Passava pouco mais da uma da manhã e eu estava sozinha em casa (coisa raríssima), já deitadinha confortavelmente na minha cama, quando o alarme toca. Eu não tenho medo de estar sozinha, quer de dia quer de noite, mas também não sou pessoa de reagir: pelo contrário fico um bocadinho petrificada enquanto o meu cérebro gira a 300 à hora em busca de alternativas e soluções. E foi isso que aconteceu: passei de um sentimento de relaxamento total para um estado de alerta absoluto, como se me tivessem injetado gelo pelas veias. 

Fiz os procedimentos normais, mas sem nunca perceber se de facto estava a ser assaltada. Calcei umas botas, alarmei de novo a casa e sentei-me na cama, à espera de ter uma ideia genial sobre o que fazer... quando o alarme toca de novo. E aí não foi só o alarme que tocou mas também todas as sirenes de pânico no meu corpo, que me devem ter injetado uma quantidade absurda de adrenalina pelas veias. Chamei a polícia. Tornei a sentar-me à espera que eles chegassem - e pensava, pensava, pensava, enquanto ouvia o silêncio e tentava detetar quaisquer sinais de anormalidade. Estava tudo normal a não ser o meu batimento cardíaco, as minhas pernas e as minhas mãos, que tremiam qual estado gravíssimo de hipotermia. Racionalmente eu sabia que devia estar tudo bem: não havia sinais exteriores de que algo estivesse mal, mas o meu corpo não me deixava relaxar. 

A polícia veio, foi-se embora, eu deitei-me em total estado de vigia e o alarme toca outra vez. Desligo. E finalmente quando estou a conseguir relaxar, ainda sentada e com as luzes todas ligadas, o filho da mãe toca outra vez. Depois não tornou a tocar, mas tive um chorrilho de mensagens e telefonemas que não me deixaram dormir.

E desde esse dia que não consegui dormir decentemente. Quando adormeço até corre bem, mas o problema é mesmo chegar aí: agora não me apetece deitar com as galinhas, não quero estar na cama à espera que o sono chegue, naquele estado em que há uma semana fui arrancada tão violentamente. O meu cérebro uniu o sono àquele sentimento de susto que vivi naquela noite, de tal forma que eu agora não tenho vontade de ir dormir, por muito sono e cansaço que tenha. Estou a ver-me grega com isto e o meu sono, as minhas olheiras, os meus tiros ao ginásio e as minhas sestas durante a tarde são a prova disso.

 

P.S.: No final era tudo falso alarme, descansem. Eu também gostava de descansar se esta história me saísse da cabeça.

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