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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

03
Dez16

Sobre a publicidade em blogs alheios (e neste em particular)

Há dias escrevi um post onde já se vislumbrava um pouquinho sobre os meus pensamentos sobre a publicidade em blogs, mas na altura não era esse o tema principal. Hoje é. É um assunto que eu sinto necessidade de falar, porque sinceramente tenho ideia de que se mente e finge muito por essa blogosfera fora - e se há coisa que eu quero ser é sincera e genuína, tanto para convosco como comigo própria.

A verdade é que eu já não me acredito em nada do que leio em blogs alheios, porque acho sempre que têm o dedo de marcas por detrás. Percebo que as empresas tenham visto nos blogs a oportunidade de promoverem melhor os seus produtos nesta plataforma, mas creio que quem fica a perder no meio disto tudo são muitas vezes os próprios bloggers, que ficam totalmente descredibilizados perante o olhar dos outros (principalmente os que fazem disto vida e cujas despesas são pagas com posts e parcerias comerciais). A culpa é nossa (aka bloggers), que nos deixamos corromper e aliciar por ofertas ou dinheiro em troca da nossa escrita e da confiança que demorou anos a conquistar - mas enfim, o dinheiro tem essa capacidade.

E não me perguntem como, mas eu topo à distância os posts que são patrocinados. Leio as duas primeiras linhas desse tipo de publicações e percebo logo que me estão a tentar impingir qualquer coisa - e acho que quem os escreve não se apercebe disso, tentando escrever exatamente da mesma forma e no mesmo estilo, com todas as graçolas e comparações... mas há algo que ali que foge do seu controlo e que eu deteto, não sei bem como. E é triste ver que os leitores estão a começar a ficar desgastados deste modelo, a afastar-se dos blogs à custa disto: porque a confiança se quebra, porque aquela pessoa que líamos para rir um bocado só nos quer impingir produtos à força e porque aqueles conselhos espetaculares que dava há uns anos agora têm todos notas por detrás. Entro muitas vezes nas caixas de comentários desses posts e vejo coisas como "já não escreves um post como antigamente há semanas", "nos últimos sete dias não publicaste nada que não fosse patrocinado". E sabem que mais? É a triste verdade. Quando, finalmente, essas pessoas escrevem alguma coisa que lhes sai da alma, os comentários também são sempre os mesmos: "ufa, afinal ainda existe aquela pessoa que eu lia há x anos!". 

E eu sinto necessidade de escrever sobre isto porque ando há vários meses a empurrar parcerias de publicidade com a barriga, sem saber o que fazer. Por um lado é bom para mim: é sinónimo de notoriedade, de que as coisas estão no caminho certo, embora eu nunca tenha tido nos planos (nem tenho!) fazer disto vida. Por outro, e sendo também eu leitora e estando farta de publicidade enganosa em tudo quanto é blog, fico de pé atrás. Porque, sinceramente, eu não estou aqui para enganar ninguém e tudo o que eu conquistei nos últimos 7 anos se deveu ao meu esforço, autenticidade e sinceridade para com quem me lê. Falo muitas vezes aqui de produtos mas nunca, em ocasião alguma, foram publicidades encapotadas ou coisas oferecidas pelas marcas; a rubrica "review da semana" seria, por exemplo, ideal para este tipo de coisas, mas tudo o que está lá saiu do meu próprio bolso e experiência, nada mais que isso.

Este blog tem diferentes objetivos: o primeiro é libertar-me dos meus fantasmas, fazer-me ficar mais leve e desabafar quando a alma está pesada; o segundo é treinar a escrita, escrever todos os dias, mesmo naqueles em que a "desinspiração" bate à porta e é preciso contraria-la; o terceiro é conquistar um público, perceber o que gosta e não gosta, para mais tarde - quando escrever um livro - saber o que esperar; o quarto é a interação com as pessoas, que está patente em todos os outros pontos e que se torna essencial a partir do momento em que já temos alguns leitores (hoje em dia é impensável para mim escrever num diário, porque não tenho ninguém a responder-me). E só depois de tudo isto é que vem a publicidade, o dinheiro e os produtos. No fundo, vem no fim de todas as minhas prioridades, porque este blog é muito mais do que qualquer coisa que me possam dar em troca e assume, hoje em dia, uma importância na minha vida difícil de qualificar. Nunca este espaço será mais publicidade que posts vindos do fundo da minha alma, nunca será politicamente correto, nunca dirá só bem. O Entre Parêntesis sou eu. Porque no meio dos meus muitos defeitos e algumas qualidades, destaco a autenticidade: e no dia em que isso acabar, o blog morreu. 

Algumas das marcas que me contactaram têm produtos que eu gosto, que se calhar até já tenho, uso e sobre os quais nunca escrevi. Outras nem por isso. Nenhuma delas teve resposta até agora, porque tenho andado a refletir sobre o assunto, e venho aqui anunciar as minhas conclusões, porque só assim acho justo para convosco (embora mau do ponto de vista comercial mas, como disse, essa é a parte menos importante): posso garantir que, como de costume, tudo o que lerem neste blog é sincero, desde as opiniões positivas às negativas. Este é um espaço meu, onde partilho aquilo que acho que vale a pena ser partilhado (ou criticado), e será sempre assim, até ao último dia - porque no dia em que não for, ficará desvirtuado e é preferível parar. Não quero e não vou viver disto - tenho muitos planos para mim e vários passam pela escrita, mas de livros -, por isso só aceitarei mostrar as coisas que de facto gostar e caberá às marcas terem confiança suficiente nos seus produtos para os colocarem à mercê de alguém que vai ser sincera (ou ficar calada, que também é uma opção). Todos os (poucos) posts feitos neste blog com a parceria de alguma marca serão devidamente identificados, sendo que as mesmas serão sempre avisadas que aquilo que aqui é escrito é sincero, independentemente se isso é bom ou mau para a reputação delas - e sim, isto vai fazer com que os potenciais convites sejam ainda menos do que os que são atualmente, mas só assim consigo dormir descansada com a minha consciência.

Desculpem o post longo, mas este era um esclarecimento que tinha de fazer se queria dar este passo aqui no estaminé. Obrigada pela paciência!

03
Dez16

E adormecer que é bom... nada

Ando cansada, com os horários todos trocados. Agora tenho uma vida de "velha": deito-me cedo e acordo cedo e, muito sinceramente, é assim que gosto. Deixei a minha veia de notívaga nos tempos do secundário e agora prefiro usufruir de um dia cheio do que dormir até às 11 da manhã. 

Isto foi uma rotina que me obriguei a ter desde o início deste ano, quando comecei a estagiar. Percebi rapidamente que estar muitas horas seguidas em frente ao computador me desgastavam imenso e que precisava de dormir mais para compensar o cansaço mental; comecei a deitar-me gradualmente mais cedo até perceber que já não precisava de dormir durante a tarde para conseguir estar bem acordada e desperta. Atualmente mantenho a mesma tática - apesar de já estar habituada a estar muitas horas em frente ao PC, adoro deitar-me cedo e acordar naturalmente pouco depois do sol nascer - aliás, acordar sozinha às horas que preciso é o meu "sonho". Ainda para mais agora tenho o ginásio, que tento frequentar antes de ir trabalhar, o que me obriga a madrugar ainda mais que o costume, por isso as noitadas são impensáveis se não quero andar aí aos caídos.

Mas a semana passada apanhei um susto que me alterou todo o esquema e, desde aí, durmo menos e ando cansada, porque este corpo não é de pouco sustento ao nível das horas de sono. Passava pouco mais da uma da manhã e eu estava sozinha em casa (coisa raríssima), já deitadinha confortavelmente na minha cama, quando o alarme toca. Eu não tenho medo de estar sozinha, quer de dia quer de noite, mas também não sou pessoa de reagir: pelo contrário fico um bocadinho petrificada enquanto o meu cérebro gira a 300 à hora em busca de alternativas e soluções. E foi isso que aconteceu: passei de um sentimento de relaxamento total para um estado de alerta absoluto, como se me tivessem injetado gelo pelas veias. 

Fiz os procedimentos normais, mas sem nunca perceber se de facto estava a ser assaltada. Calcei umas botas, alarmei de novo a casa e sentei-me na cama, à espera de ter uma ideia genial sobre o que fazer... quando o alarme toca de novo. E aí não foi só o alarme que tocou mas também todas as sirenes de pânico no meu corpo, que me devem ter injetado uma quantidade absurda de adrenalina pelas veias. Chamei a polícia. Tornei a sentar-me à espera que eles chegassem - e pensava, pensava, pensava, enquanto ouvia o silêncio e tentava detetar quaisquer sinais de anormalidade. Estava tudo normal a não ser o meu batimento cardíaco, as minhas pernas e as minhas mãos, que tremiam qual estado gravíssimo de hipotermia. Racionalmente eu sabia que devia estar tudo bem: não havia sinais exteriores de que algo estivesse mal, mas o meu corpo não me deixava relaxar. 

A polícia veio, foi-se embora, eu deitei-me em total estado de vigia e o alarme toca outra vez. Desligo. E finalmente quando estou a conseguir relaxar, ainda sentada e com as luzes todas ligadas, o filho da mãe toca outra vez. Depois não tornou a tocar, mas tive um chorrilho de mensagens e telefonemas que não me deixaram dormir.

E desde esse dia que não consegui dormir decentemente. Quando adormeço até corre bem, mas o problema é mesmo chegar aí: agora não me apetece deitar com as galinhas, não quero estar na cama à espera que o sono chegue, naquele estado em que há uma semana fui arrancada tão violentamente. O meu cérebro uniu o sono àquele sentimento de susto que vivi naquela noite, de tal forma que eu agora não tenho vontade de ir dormir, por muito sono e cansaço que tenha. Estou a ver-me grega com isto e o meu sono, as minhas olheiras, os meus tiros ao ginásio e as minhas sestas durante a tarde são a prova disso.

 

P.S.: No final era tudo falso alarme, descansem. Eu também gostava de descansar se esta história me saísse da cabeça.

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