Sobre a moda da comida saudável, dos super-alimentos e tretas do género
Houve uma altura em que andava muito atenta a toda estas ideias da alimentação saudável, dos super-alimentos, do corte no açúcar e todas essas tretas que vemos pelo facebook fora. Entretanto a frustração de uma série de receitas mal sucedidas, os preços elevadíssimos de certas coisas e as gordices tradicionais levaram à melhor de mim e eu voltei ao que era. (#lontra)
Agora estou, pouco a pouco, a tentar retomar alguns velhos hábitos - coisas tão simples como reintroduzir a fruta no pequeno-almoço ou o iogurte magro a meio da manhã. Mas, desta vez, deixei-me daquelas tretas todas dos super alimentos, dos 5 frutos secos por dia, das sementes no iogurte e trinta por uma linha. A verdade é que numa hora lemos uma coisa e noutra lemos outra, dizendo exatamente o oposto. "Evite os hidratos à noite" / "afinal comer massa ao jantar pode potenciar o emagrecimento". "Coloque sementes no iogurte e nos bolos para uma melhor regulação do intestino e reubeubeu pardais ao ninho" / "sementes em excesso poderão fazer mal ao organismo". "As frutas proibidas de qualquer dieta" / "Se quer emagrecer coma 3 bananas por dia". "Cinco receitas de sumos detox espetaculares" / "Os sumos detox são um pequeno-almoço incompleto".
Isto são alguns exemplos inventados por mim só para vos dar uma ideia daquilo que eu falo - não fiz propriamente uma listagem de todos os artigos que, em pouco tempo (e publicados muitas vezes nos mesmos blogs e meios de comunicação social), se contradizem, mas são sempre coisas deste género. Por isso cheguei à conclusão que não vale a pena basearmos a nossa alimentação em teorias mal fundamentadas ou em ideias de alguém que muitas vezes nem sabe ao certo do que fala.
Eu sou esquisita e tenho um palato exigente, por isso muitas daquelas receitas hiper-saudáveis com farinhas XPTO, sem açúcares e coisas do género simplesmente não me passam pela goela. Eu bem tentei, fiz, experimentei, dei muitas trincas em coisas que não gostava - e desisti. Acho que não existe uma alimentação ideal, mas sim o equilíbrio que cada um de nós pode tentar atingir, a partir do momento em que tenhamos noção das consequências e daquilo que estamos a meter para dentro do nosso corpo.
Tenho muito para evoluir e melhorar, mas deixei de me acreditar em toda a porcaria que vejo por essa internet fora e em supostas zonas "fit". Não nego que exista muita coisa boa aí para explorar e comer, mas há efetivamente algo de errado em todas estas modas, porque todos os dias saem coisas contraditórias. Eu cá vou continuar a comer a minha granola e "comida de pássaro", mas recuso-me a passar sem o meu quadrado de chocolate milka com oreo diário e uma fatia de bolo que a minha mãe faz de quando em vez - porque, afinal de contas, são estes prazeres da vida que também nos fazem felizes.