É possível vir de férias mais cansada do que quando fomos?
É, porque eu estou toda partidinha. Mas partida num bom sentido, como quem vem do ginásio depois de um treino intensivo e já sente o corpo todo dorido, mas sabe que é para um bem maior. Eu estou dorida, cansada, pisada, com as pernas todas arranhadas e esfoladas, mas com aquela sensação maravilhosa de missão cumprida.
Consegui. Consegui ultrapassar os dias depressivos e iguais de todos os verões e tornar este, o meu último verão grande, o melhor de todos. Fui sentido isso à medida que ele ia passando, mas nunca o quis dizer em voz alta: não sou de superstições, mas tinha medo que, exteriorizando, o prego virasse e algo corresse mal (não seria a primeira vez). Mas hoje, 1 de Setembro, data não-oficial para o fim do verão mas o prazo que auto-defini para tornar estes meses memoráveis, posso dizer sem medos ou meias palavras que este foi o verão mais completo e feliz da minha vida. Não foi só porque aconteceu ou porque as oportunidades surgiram, mas também porque eu quis: disse que "sim", atirei receios para trás das costas e disse para mim mesma "é só uma vez na vida" e "são só precisos 20 segundos de coragem, Carolina". Quis que este fosse O verão.
Sinto que estou em viagem desde Maio: Londres. Algarve. Estocolmo. Helsínquia. São Petersburgo. Tallinn. Riga. Peso da Régua. Penacova. Gerês. Pelo meio tive o cortejo académico, o lançamento do novo Harry Potter na Lello, perdi um avião a vir de Londres, vi a Adele ao vivo, Portugal ganhou o europeu, maravilhei-me com as vistas do Báltico, consegui arranjar tempo para ir uma vez à feira medieval de Santa Maria da Feira, fui ao museu do FCPorto, tornei a andar de kayak, estive quase uma semana a acampar.
Acho que não podia pedir mais nada, pois não?