Todos os anos há uma praga qualquer que assola as lojas e que arruína uma peça qualquer de roupa, ao ponto de se ter de andar à lupa à procura de algo usável e decente. O ano passado foram as botas: feias, horríveis, grosseiras. Falei disso aqui.
Este ano a praga foi para os biquínis. Onde andam os biquínis normais, giros, bonitos mas simples? Onde é que se arranja uma roupa de banho sem ter trinta fivelas em sítios estranhos, buracos a meio da barriga, cuecas enormes ou subidas até ao pescoço, ou coisas a fingir que são cuecas, de tão reduzidas que são? Onde está a normalidade, o bom senso, a vontade de ficar sem marcas?
Eu ando há procura de um biquini novo há meses - os meus estão velhos, manchados e eu ando sem vontade de os usar. A culpa não é só deles, claramente - é minha, de não me gostar de ver com eles e provavelmente qualquer outro biquini. Mas enfim - queria um novo e não encontro nada que goste: para além de ser tudo estranhíssimo, os preços são muitas vezes exorbitantes. Percebo esta nova vaga de marcas nacionais que invadiu a praça, com todos esses novos conceitos e um espírito diferente e único. Mas a minha questão é: isto resulta mesmo? Ou a vontade de ser diferente é tanta que anda toda a gente a cair no ridículo para ganhar o troféu de mais diferente? É que até eu, que até sou muito despreocupada com as marcas no corpo (ao contrário da maioria das mulheres que conheço), acho um exagero. E, mais do que isso, acho verdadeiramente feio. Já para não falar de que é preciso um manual de instruções para vestir algumas daquelas peças.
A parte boa disto tudo é que acho que não vai durar muito. Isto é como a Desigual: houve uma febre inicial, toda a gente adorava e dava uma moeda de ouro por aquilo, e depois, sem aviso prévio, todos se fartaram e a marca morreu em Portugal. Acho que daqui a um par de anos todos estes biquinis e espécies-de-fato-de-banho não vão sair da gaveta, porque já ninguém vai gostar deles. Até porque, nessa altura, a praga da moda já invadiu outra peça qualquer e o mar voltará a acalmar no que a roupa de banho diz respeito. Até lá, é continuar a vasculhar nas profundezas da internet à procura de coisas usáveis e giras. Deixo-vos, no entanto, com um best-of das milhentas coisas horríveis/que-não-cabem-na-cabeça-de-ninguém que encontrei nas minhas buscas.
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