Helsínquia e Porvoo, a simplicidade e as casinhas de madeira [Finlândia]
Finlândia foi, de todos os sítios que visitei, o que menos gostei. É sem dúvida aquele que é mais pobre em monumentos e percursos turísticos e, talvez por isso, foi onde parámos menos horas. Foi a primeira paragem do cruzeiro e, tal como em todos os outros destinos, optamos por ir numa excursão. Foi uma opção que fizemos os três, eu e os meus pais, por acharmos que o tempo em cada cidade era demasiado curto para andarmos a deambular e à procura dos sítios a ver em cada capital; assim íamos diretos à questão, de uma forma mais rápida e prática, aprendendo sempre pelo caminho algumas coisas sobre o sítio em que estávamos. Não é a forma que mais gosto de passear, não há uma liberdade tão grande, mas não me arrependo de o ter feito e aconselho a todos os outros que façam o mesmo - não foi o caso da Finlândia, mas outras excursões ocupavam só a parte da manhã, pelo que podíamos ficar nas cidades da parte da tarde para podermos explorar os caminhos que quiséssemos, com os nossos timings e vontades próprias.
A nossa primeira paragem em Helsínquia foi numa igreja luterana, a Temppeliaukio Church. Era bonita, certamente diferente do normal, mas nada que nos fizesse cair o queixo, até porque não tinha um trabalho incrível ou luxuoso como eu acabaria por ver nas cidades que visitamos a seguir.
Temppeliaukio Church
A melhor parte começou a seguir, quando seguimos para a pequena cidade de Porvoo, a uma hora da capital finlandesa. Esta é das tais coisas que não se visita se não se for numa excursão e, no caso da Finlândia, posso dizer que salvou a viagem e foi de facto a única coisa que me deixou memórias significativas e boas deste país.
O almoço foi numa quinta típica onde se serviam almoços a excursões como a nossa, já nos arredores de Porvoo. Era servido num sítio giro, claramente antigo, à luz das velas, mas a comida era péssima: uma espécie de rolo de carne de sabe-se-lá-o-quê, superrrrrr picante. Tivemos o azar de calhar na mesa com duas chinesas (acho), mãe e filha, que não trocaram nem uma palavra connosco - eram completamente fechadas com o mundo, não falavam com mais ninguém para além dos restantes membros da família (o marido e mais um filho, que ficaram noutra mesa), e até o olhar eram incapazes de pousar em nós. A comida já era má, mas o clima do almoço foi o pior que vivemos em todo o cruzeiro.
A quinta onde almoçamos, em Porvoo
A parte melhor viria a seguir, com a visita ao centro da vila em si: Porvoo é uma cidade medieval muito pequenina, com casas coloridas em madeiras e lojas super mimosas. É algo muito turístico, mas por ser tão pequenino não deixa de perder a graça e de continuar a parecer algo muito único e típico. É pitoresca e bonita, quase como uma casa de bonecas, com um par de violinistas na praça principal e todas as casas em tons coloridos mas pastel, sempre com pequenos adornos amorosos nas paredes, portas e montras. A decoração das lojas era muito cuidada, os produtos vendidos tinham sempre o seu quê de diferente e tive de resistir à tentação para não trazer uns quantos pratos e almofadas para casa. O pormenor fazia a diferença. Para além disso, a vila tinha um rio onde andavam pessoas de gaivota ou mesmo barquinhos a motor, uma vez que havia casas junto à água com o seu próprio "porto" e existe a possibilidade de chegar a Helsínquia através do leito de água.
Porvoo
Porvoo
Porvoo
Porvoo
Pormenores de Porvoo
De volta a Helsínquia, passamos pela catedral principal e demos uma volta de autocarro nas principais ruas da cidade. Vimos muitas pequenas docas e braços de mar, com as saunas e as pessoas a saltarem alternadamente entre elas e a água, o que foi giro.
Catedral de Helsínquia
Catedral de Helsínquia
Em suma, Helsínquia até pode ser (de uma forma geral) uma cidade gira, mas sem grandes destaques para ver e sem qualquer "wow factor" que nos faça ficar de queixo caído e ficar com ela marcada para a vida. Penso que, visitando a capital finlandesa, é para aproveitar a cidade e perceber o seu estilo, mais do que fazer um roteiro pelos seus highlights, que na verdade não existem. Calculo também que, como Porvoo, existam tantas outras vilazinhas que valham a pena uma visita - e aí sim, pode residir o verdadeiro interesse na Finlândia.
Cheguei ao fim um bocadinho desgostosa; gostei, mas esperava mais.