Oh não, estou de férias!
Acho que, quase como todas as pessoas, anseio sempre o meu período de férias. Vemos esses dias sempre como os mais felizes e descansados do nosso ano e é natural que estejamos sempre à espera que eles cheguem - mas a verdade é que, no meu caso, só 10% das minhas férias é que são felizes e descansadas (que é quando estou no Algarve ou viajo e entro em modo turista). O meu cérebro teima em esquecer-se que eu não sou uma pessoa de férias e que passo sempre pior no período de férias do que em trabalho ou aulas.
Bastaram 4 dias para eu entrar no meu eterno drama das férias. Na segunda-feira ainda fui trabalhar - mesmo já estando fora do período de estágio e com uma gripe em cima - e despedir-me das minhas colegas, que estavam claramente mais entusiasmadas com as minhas férias do que eu. Para além do mau estar típico de quem está com gripe, esse dia foi difícil: despedir-me de vez daquele cantinho de secretária e das minhas colegas doeu-me a sério. Mantive-me composta enquanto lá estive, mas à vinda para casa chorei como uma perdida, já com saudades daquele caminho que no dia seguinte não iria fazer.
Como no dia seguinte estava meia febril, cansada e envolta em lenços de papel, nem deu para viver aquela euforia (que também dura pouco, mas ao menos existe) do primeiro dia de férias. Desta vez até essa parte passei à frente e vim dar diretamente ao ciclo vicioso em que acabo sempre, a curtir a depressão e a solidão em que me vejo sempre metida nestes dias de férias. É quase difícil lembrar-me de quando saí de casa, durante esta semana; e do sofá, na verdade.
Comecei mal e já estou a dar em louca. É urgente que comece a preencher a agenda com tarefas para que os meus dias incluam mais do que televisão e sofá. E eu sei que isto é chato de dizer, mas começo a concluir que é verdade: odeio férias.