Uma ideia milionária (ou não)
Escrevo-vos enquanto degusto a minha mais recente paixão, aquela por quem sonho dia e noite e que me contenho para não comer mais vezes: os húngaros. Fui busca-los ao fim da tarde, no sítio onde para mim os fazem melhor: a Padaria Ribeiro. Ao contrário dos húngaros que mais se vêem por aí, estas bolachinhas são mais duras e crocantes, mas não deixam de se desfazer quando encontram o calor da nossa boca. E o chocolate? Não podia estar mais no ponto. São só assim a melhor coisinha desta terra.
Já provei húngaros de outras pastelarias, às vezes naquela loucura de satisfazer uma paixão intensa, mas não é a mesma coisa. Até já fiz em casa, mas o resultado ficou longe do esperado - tanto no sabor da bolacha, como na textura e até no chocolate (que ficou terrível). Fiquei desgostosa por, depois de tanto trabalho a amassar, estender e cortar o resultado final não tivesse sido do meu agrado - principalmente tendo como padrão as da Padaria Ribeiro, diferentes de todas as outras que comi.
E foi aí que eu tive uma ideia que, acredito, pode vir a ser milionária. Na têxtil (e mais propriamente na tinturaria) existe o computador de cores, que consiste em colocarmos uma amostra de um determinado tecido sobre um "scanner" especial e o computador ligado a esse aparelho deteta a percentagem de cada cor necessária para se obter exatamente uma cor igual àquela. Logo, baseado neste princípio, não era absolutamente espetacular termos um aparelho que experimentasse um determinado doce e nos dissesse que precisávamos de "50g de farinha", "100g de açúcar" e por aí em diante?
Ou isso ou vamos diretamente à padaria pedir a receita, com a maior lata do mundo. O que, vá, pode ser um bocadinho chato. Continuo a preferir a máquina.