A minha luta contra certas edições de livros
Se há algo que é um entrave entre mim e alguns livros - mesmo alguns que sei que iria gostar - é o tipo de edição a que eles são submetidos, em específico o tamanho da letra. Sou menina para deixar um livro na loja se vir que este tem uma letra demasiado miudinha para o meu gosto.
Sei que é mais preguiça do que outra coisa, mas é mais forte que eu. O livro pode ser a sétima maravilha do mundo mas, tendo a letra pequena, está praticamente condenado a ficar na mesinha de cabeceira. Dá-me um sono do outro mundo e, consequentemente, nunca me apetece pegar na obra, sabendo que dali a minutos começo a bocejar. Ainda assim, e mesmo sabendo disso, este ano propus-me a ler "A Tia Júlia e o Escrevedor", de Mario Vargas Llosa; já tinha o livro cá em casa e, mesmo sendo de um dos meus escritores favoritos, nunca tinha tido coragem para lhe pegar. A edição é da Biblioteca Sábado, deve ter vindo numa daquelas promoções em conjunto com a revista por um preço simpático, mas a letra é assustadoramente pequena. E apesar de estar a gostar da história e adorar a escrita, está a custar muito a ler. Mas vai ser desta - posso ler às pinguinhas antes de cada sesta, mas vou acabar!
A parte boa é que, pelo menos, o livro é leve e leva-se muito bem para todo o lado - ao contrário da maioria das edições portuguesas, que pesam como chumbo. Esta foi uma das coisas que notei nos livros que passei a ler (e a comprar) em inglês: conseguem ter uma letra com um tamanho muito decente mas são pequenos e, acima de tudo, super leves! Porquê que os nossos não são assim? Muito mais transportáveis, maleáveis, baratos (!) e, como bónus, ainda têm um cheirinho maravilhoso.