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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

15
Fev16

Aleatoriedades minhas

Já foi o tempo em que também tinha porta-moedas com aquelas zonas transparentes onde normalmente pomos as fotos dos nossos familiares. Na realidade eu tinha fotos: mas eram minhas. Não por olhar para ali e me achar a última coca-cola do deserto, mas por mero acaso: às vezes devolviam uma foto qualquer ou não era preciso para um documento e pumba, enfiava-a ali, para mais tarde arrumar - coisa que, logicamente, não acontecia. Podia ter fotos dos meus pais, as pessoas mais importantes da minha vida - mas não tinha fotos deles; por outro lado, também gostava de ter dos meus irmãos - e, já agora, dos meus sobrinhos. Mas não há carteira nem espaço-transparente que aguente tanta foto, por isso ou o espaço estava vazio ou tinha um par de fotos minhas, estilo "evolução com a idade".

Entretanto reformei a minha antiga carteira e deixei esse tipo de fotos para trás. Agora só ando com uma - e não me retrata a mim, nem à minha família, amigos ou cães. É uma polaroid (o que, só por si, já tem outro significado) que tirei nas minhas últimas férias no Algarve. Na Minha praia, com o céu azul, a areia fina, as falésias num degradé alaranjado, o mar a perder de vista com uma onda suave. 

Momentos normais, como uma ida ao supermercado, ficam mais ricos quando abro a carteira e dou de caras com aquela paisagem que me diz tanto; e momentos mais tristes ficam apaziguados quando, propositadamente, vou ali buscar inspiração e esperança para dias melhores. O meu paraíso existe e está à distância da abertura de um fecho zip (ou, pelo menos, a lembrança de que ele está a apenas 4 horas de carro).

 

carteira-1.JPG

carteira-2.JPG

15
Fev16

Dou por mim a pensar

Aqui em casa sempre me ensinaram de que uma das coisas mais importantes da vida é a coerência; que podemos achar o que quer que seja bonito ou feio, desde que mantenhamos a nossa posição coerente, tanto no passado como no futuro. Sempre levei essa "regra" a peito e, embora ache que o ser humano é naturalmente incoerente, dou sinceramente o meu melhor para contrariar isso, em todos os aspetos da minha vida. E custa-me quando percebo que não consigo o meu objetivo.

E acho que é por isso que, tantas vezes, tenho uma espécie de amor-ódio por este blog. Não consigo ter uma posição coerente ou sequer coesa em relação a isto; num dia já penso em cinco coisas diferentes para dinamizar o "espaço" e dar o "próximo passo" e noutro já estou a pensar em fecha-lo. Vivo num constante dilema entre o meu amor pela escrita, os seguidores que já tenho e os cinco anos que já estão para trás e a sensação de às vezes revelar demasiado ou, por outro lado, me começar a conter gradualmente, por saber que a pessoa "x" ou "y" está a ler ou de forma a prevenir revelar certos pormenores da minha vida que, não sendo essenciais ou "principais", dão a noção de que esparramo toda a minha vida aqui e que todos os que me lêem me conhecem de ginjeira.

Dou por mim a pensar que não quero isto, que só quero escrever: e que para isso não preciso de me expor num espaço virtual aberto a todo - e, mesmo que tivesse, ninguém precisava de saber um nome, uma idade, um curso ou uma cara. Podia só ser a miúda que escrevia num blog.

Dou por mim a pensar que é preciso ter estômago para isto e que a vida de outras bloggers conhecidas, que aos olhos de textos e fotos bonitas nos parecem de ouro, devem ter muitos meandros que as pessoas não iam gostar de ver ou conhecer. 

Dou por mim, demasiadas vezes ao ano, a tentar perceber se tudo isto é positivo ou negativo para mim; se me traz mais coisas boas do que más; a equacionar alternativas; a tentar mudar pormenores que acho que podem melhorar esta minha "estada virtual" mas que, a médio e longo prazo, não parecem sortir grande efeito.

A verdade é que não sei lidar com os prós e contras deste blog. Gosto tanto dele por umas coisas, mas detesto-o por tantas outras. Mas, acima de tudo, tenho com ele um vínculo emocional tão forte que me dificulta a tomada de muitas decisões mais drásticas, racionais e potencialmente mais saudáveis para mim. É muito dificil largar uma casa de que gostamos e que já muitos conhecem, não é verdade? 

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