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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

22
Jul15

Pagar por aplicações de smartphone

Não sou de vícios, nunca fui, mas posso admitir com toda a certeza que um dos meus maiores hábitos sempre foi, desde muito miúda, estar à frente do computador. Um dos principais culpados disso era um jogo chamado "Sims", na altura ainda na primeira edição, com gráficos muito básicos mas que, a meu ver, veio mudar todo um mundo de jogos para computador criados a partir daí.

Eu era viciada naquilo, jogava tardes e noites inteiras até não aguentar mais. Tinha os packs todos, as extensões todas; tinha "planos" impressos para cada família - a arquitetura da casa, o número de membros, o tipo de negócio, enfim... a loucura. Na altura era muito mais forreta do que sou hoje e todo, todo, todo o dinheiro que me davam (mesadas, prendas de anos e de natal) era para guardar e, mal saíssem coisas novas, comprar. E não estamos a falar de jogos baratos - rondavam entre os vinte e os sessenta euros cada! (Como, aliás, ainda custam hoje em dia os jogos para playstations e afins).

Estou a fazer este throwback não por me terem dado umas súbitas saudades do Sims mas sim para refletir sobre o preço das coisas. Eu, na altura, dava - sem pensar muito - sessenta euros por um jogo. Eu adorava aquilo, não tinha mais sítio onde jogar (o computador sempre foi a minha plataforma de jogos favorita), por isso parecia-me mais que justo. A questão é que hoje em dia praticamente me recuso - eu e quase todos - a dar valores simbólicos como oitenta cêntimos ou dois euros para pagar um jogo para o smartphone. Acho que estamos tão habituados e obstinados com a ideia de termos imensas coisas grátis para o telemóvel que pensarmos em dar uns cêntimos (muitas vezes nem chegam a um euro) para pagar um jogo nos ultrapassa. O que é, só e simplesmente, parvo. Porque relativizando com o que eu pagava na altura e com a fortuna dos jogos de hoje em dia, que se encontram em fnacs e derivados e chegam a atingir os 120 euros, um ou dois euros não é... nada (e, diga-se de passagem, é muitas vezes mais do que justo, tendo em conta o trabalhão que dá construir um jogo de raiz).

Posto isto, ando a tentar mudar a minha mentalidade. Até hoje só comprei um jogo, há já um par de anos, que devo ter usado uma ou duas vezes - por isso não se pode considerar uma compra de sucesso. Ainda assim, considero-me aberta e disponível a pagar, se quiser assim mesmo, mesmo, mesmo muito uma aplicação qualquer. Tipo... muito... que a forreta em mim continua viva e mesmo de mentalidade aberta não me deixa cometer muitos pecados. [Pronto, ok... se calhar ainda preciso de trabalhar um bocadinho essa coisa da mentalidade aberta e da relativização dos preços. Mas estou num bom caminho.]

21
Jul15

O que é feito dos lençóis?

Não me considero propriamente uma caça-promoções, mas gosto de estar sempre em cima do acontecimento e atenta àquilo que posso poupar - especialmente em produtos alimentares e nos supermercados, com talões cupões e essas tretas todas. Por outro lado, também gosto de deitar o olho a sites com artigos de lojas descontinuadas, com coleções antigas e preços muito apetecíveis (como é o caso da showroomprivé ou do clube fashion). 

Uma das coisas que ando sempre atenta é a roupa de cama. Em lojas físicas e ditas "normais" são coisas relativamente caras e, das duas, uma: ou muito simples ou muito feias (mesmo no Ikea, que costuma ter coisas giras a cada canto, não costumo gostar). Neste tipo de sites com promoções arranjam-se coisas muito em conta e, se tivermos olho, bem giras - já moram aqui em casa uns lençóis que comprei há um par de anos, na showroomprivé, e fiquei muito satisfeita.

Mas o problema agora é mesmo encontrar os lençóis. É de mim ou são uma espécie em extinção, ultrapassados pelas capas de lençóis através da seleção natural? Ou estas lojas me dão a impressão errada, ou as pessoas deixaram de comprar lençóis (porque se houvesse muita procura de certeza que havia oferta). Julgo que, por ser mais fácil, as pessoas limitam-se a comprar o edredom e a capa - assim, fazer a cama deixa de ser um bicho de sete cabeças e passa a ser só puxar a manta para cima. 

Agora só se vê capas lindas, de babar, e lençóis... nicles. E eu, que sou toda tradicional e gosto de ter lençóis, é que me lixo. Quer dizer, não me interpretem mal: eu, como friorenta que sou, gosto de ter tudo o que tenho direito - lençóis, edredom, capa e colcha. Mas, ainda assim, o que dá "cor" à cama são os lençóis (que não consigo arranjar!!!). Podemos deixar de ser preguiçosos e voltar ao antigamente? É que sejamos sinceros: não há nada como uma cama feita de fresco, com uns lençóis lindos e lavados. 

20
Jul15

Mudança de quarto & mudança de ares

Há uns meses atrás mudei de quarto. A ideia era passar para o "bright side of life" e viver numa área com mais luz, menos sombria e que, mesmo em tempos de estudo, me desse alguma vitimina D. Isso implicou obras, pinturas, instalação de um novo ar condicionado, tornar a pôr as prateleiras, os candeeiros e todas essas chatices típicas de mudanças, mesmo que seja para um quarto poucos metros ao lado do nosso.

Mal as coisas críticas ficaram prontas, mudei-me e dispus as coisas um bocadinho ao calhas. Foi uma altura de muito trabalho na faculdade, com o programa de televisão a aproximar-se perigosamente e eu não tinha tempo a perder com pequenos detalhes. A decoração do quarto foi ficando para depois. E para depois. E para depois. E continua até hoje, uma vez que ainda não está acabado. A parte da parede da cama e a própria cama ainda não estão finalizadas (por isso não fotografei), porque quero alterar alguns pormenores. O objetivo, neste momento, é continuar com o quarto em tons neutros e acrescentar alguns apontamentos de cor - sendo que o amarelo é a cor que quero que predomine nesses pequenos detalhes.

Admito que o facto de querer fotografar tudo isto também deu um empurrãozinho para que terminasse a parte das prateleiras e fizesse algumas mudanças e compras de última hora. A maior alteração foi numa das prateleiras, que virou homenagem a uma parte muito importante da minha vida: os livros! Para dar um brilho especial, também já mora cá o Fernando Pessoa (pintado de azul), uma prenda de anos que me encheu o coração. O "cantinho da minha avô" também mudou de sítio, mas consegui arranjar forma de se manter com destaque no meu quarto.

As velas, as fotos, as frases, as pequenas luzes e os apontamentos de viagem continuam presentes. E, acima de tudo, a luz amarela e acolhedora e todo este envolvimento de coisas minhas que me faz sentir bem, e em casa, mais do que nunca.

 

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19
Jul15

Um picnic em família

Nunca, em vinte anos de vida, tinha ido a um picnic - mas sonhei muito com isso. Os meus pais sempre me contaram as suas histórias, de quando iam com os meus avós para terras que já mal se sabe o nome e passavam dias inteiros naquilo; o que levavam de comer, o que comiam e como brincavam. A juntar a isso, tinha no meu idílico todas as histórias e livros que li desde criança, que metiam picnic's deliciosos/românticos/super-divertidos pelo meio.

Claro que, quando anunciaram que ia haver um picnic de família, quase dei saltinhos de alegria! E ontem, quase um mês depois do anúncio, lá fomos nós! A pensar no que tinha lido e sonhado, levei tudo o que me lembrei digno de picnic: a ceirinha de palha (com a manta dentro para não "arrefecer" a comida), a mochila (para transportar tudo o que fosse meu), a polaroid e a máquina fotográfica (para registar os momentos marcantes), os liteiros (para nos deitarmos no chão), o papagaio (embora não houvesse vento) - e houve quem levasse uma barraca, uma cama de rede, uma mesa de campismo, cadeiras e tudo o que tínhamos direito. Como se isso não bastasse, acabamos por ficar literalmente numa clareira a meio do mato (e o que eu já sonhei com clareiras, à custa deste programa de televisão!), perfeita para a ocasião - com as medidas certas, com as árvores à distância correta para a cama de rede, com "caminhos" bem escondidos para as "casas de banho", etc. Por fim, e não menos importante, ficava muito perto de um praia... deserta. À semelhança de muitas praias nas redondezas, os acessos são terríveis, tanto para os carros (com caminhos em terra e pedras) como para as pessoas (obrigadas a descer a ravina com alguma perícia e dedicação). Mas eu, com uma coragem rara, lá subi e desci aquilo três vezes - provavelmente a razão pela qual hoje estou toda partidinha.

O dia estava farrusco (chegou até a orvalhar um bocadinho), mas depois acabou por ficar divinal. Depois de comermos os salgados em família e na nossa clareira, depois da hora do almoço descemos todos à praia - o sol decidiu abrir e, com o areal quase só por nossa conta, fomos quase todos à água (alguns em roupa interior), tiramos fotos a saltar (estilo filme), jogamos raquetes, brincamos com as crianças, apanhamos sol e tudo o que tínhamos direito. Quando voltamos para cima foi hora de comer os doces e a fruta, cantar os parabéns à aniversariante e brincar mais um bocadinho, à picnic tradicional: os homens a jogar à malha (muito macho!) e as mulheres a um jogo semelhante, com bolas, de que não me lembro do nome. 

Quando dei por mim, eram horas de ir embora, que tinha o Jamie Cullum à minha espera na Praia do Cabedelo. Ainda foram umas horas valentes em família, mas passaram num abrir e piscar de olhos, como se de magia se tratasse. Esperei vinte anos por isto, mas pelo menos foi em bom.

 

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18
Jul15

Birkenstock

Depois de, na estação passada, ter andado louquinha atrás de umas botas (acabei por comprar umas mas, consigo já admiti-lo, estão longe de ser a melhor compra da minha vida), esta estação andei a correr atrás de sandálias. Só tinha umas coral, que não dão com tudo, por isso queria encontrar a todo custo umas pretas, versáteis, que eu pudesse conjugar com toda a roupa sem ter de me preocupar demasiado. Da última vez que tinha ido a Lisboa, depois de uma caminhada de quilómetros até Alfama, as minhas preferidas romperam e foram, de uma forma impiedosa e dolorosa, diretamente para o lixo. Já andava a sofrer por antecipação há meses, com uma vozinha na minha cabeça que me dizia constantemente "vais ter de comprar sandálias, muahahaha", mas consegui ignorar até meio da estação, onde tive de enfrentar o touro pelos cornos - que, neste caso, é o mesmo que dizer "visitar todas as lojas de sapatos num raio de vinte quilómetros". 

Não gostava de nada, nada me ficava bem. Foi um drama. E eu sem sandálias, a torrar os pés dentro de sapatilhas ou alpergatas. Até que chegou aqui a minha cunhada, que é uma grande adepta das Birkenstock e eu, que nem sequer sou grande fã, lembrei-me: e se for isto? Andei a pesquisar, a ver preços e modelos, e umas duas semanas depois acabei mesmo por mandar vir o modelo Yara, da Spartoo (que estava, na altura, com 20% de desconto). Mandar vir sapatos da net é sempre uma questão delicada, mas como podia devolver, atirei-me de cabeça.

Sejamos francos: estes não são os sapatos mais bonitos do mundo. São meios grosseiros e chegam até, em alguns modelos, a ser feiosos. Mas já li e ouvi imensa coisa sobre o seu conforto extremo, como é a melhor coisinha que inventaram para andar e eu preciso mesmo de bom calçado. Já tenho um pé com problemas, não preciso de arranjar mais - por isso dar sessenta euros por um par de sapatos, que me durem muito tempo e que sejam bons para mim, até não é demasiado exagerado.

E pronto, as sandálias chegaram e eu estou muito satisfeita! Estou a aprender a conjuga-las e a lidar com o facto de serem menos "finos" do que aqueles que costumo usar, mas de resto tudo bem, Os primeiros dias custaram um bocadinho, uma vez que a sola é tipo ortopédica e tem muitas formas e "lombas" e eu tenho o pé raso - ou seja, não tenho essas "lombas" naturais dos pés, o que me causou desconforto e até dor. Mas, pelo que sei, até me faz bem, por isso é ouro sobre azul. Agora é inspirar-me e deitar o olho às "it girls" do momento que, segundo consta, andam a transformar estas sandálias meias grosseiras em coisas bem mais trendy.

 

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 O modelo que comprei e que achei mais bonito, por apertar à volta do tornozelo e dar um ar mais sandália e menos chinelo.

18
Jul15

A Santini no Porto

Praticamente um mês depois de ter aberto ao público, consegui ir à nova Santini do Porto, situada na nova zona in da cidade (junto da rua das Flores). Antes de abrir (e mesmo antes de ser anunciado) ansiei muito por este momento, mas devo admitir que, agora que abriu, percebo que vai ser mais um local para ir com amigos de fora, muito de vez em quando. 

Esperei mais de um mês para lá ir porque, segundo me disseram, nos primeiros dias a geladaria tinha filas até cá fora (e eu não estava para isso); por outro lado, comecei a fazer gelados em casa (cada dose de gelado fica-me mais barato que uma taça pequena na Santini) e, os poucos gelados que como, são agora aqueles que faço (sem corantes, conservantes e super genuínos!). Mas, ainda assim e depois de tanto alarido, e porque estava a passar ali ao lado, decidi experimentar.

Posso dizer, honestamente, que me arrependi logo, mal entrei. Julguei mal a fila e, quando me vi entranhada lá no meio, só queria fugir (não era, efetivamente, até à porta como me haviam dito - mas quase!). Demorei entre cinco a dez minutos a ser atendida e desconfio que o calor abrasador que se sente lá dentro é uma bela técnica de marketing para o pessoal comer gelados - depois de se estar naquela fila, o calor é tanto que comer qualquer coisa fresca não é um desejo mas sim uma necessidade. O espaço onde se servem os gelados é muito pequeno e os empregados ainda estão muito pouco coordenados - o que resulta em demasiada demora no serviço, consequente atraso em despachar clientes que, por sua vez, também atrasa a fila de pré-pagamento (que é logo ali ao lado e, se pára uma fila, a outra também não avança porque não há grande espaço para meter pessoas). 

Mal paguei, já a suar em bica, deparei-me com o quadro de sabores: o meu preferido (doce de leite) "não estava disponível de momento". Pela 52º vez naqueles minutos apeteceu-me zarpar dali, guardar o talão para mais tarde e voltar num dia mais inspirado. Mas pensei no post que podia escrever e aguentei, enquanto olhava para a lista de sabores e me decidia. Acabei por escolher coco e chocolate, em parte para os comparar com os meus gelados e perceber diferenças e possíveis melhorias que posso fazer no futuro. Cheguei lá fora, respirei fundo (apesar de estar um dia de sol, estava-se melhor fora do que dentro do estabelecimento), alambazei-me com o chocolate e o de côco nem sequer comi até ao fim.

Cheguei a uma rápida conclusão: os gelados são bons, e isso ninguém lhes tira. Alguém que nunca os tenha comido em Lisboa vai acha-los espetaculares e, se for resistente ao calor abrasador, talvez tornar-se cliente assíduo. Mas, para mim, Santini é Lisboa. É sinónimo de descoberta da cidade, lembra-me os primeiros dias em que comecei a explorar Lisboa e a apaixonar-me por ela. A Santini é a minha amiga C. que me levou lá pela primeira vez, são aqueles tempos bons que nunca hei-de esquecer. A Santini, no fundo, é muito mais do que uma loja de gelados: é um marco, uma memória especial que, descentralizada do seu local, nunca me vai saber ao mesmo. E a loja do Porto até podia ter mais trinta sabores diferentes, ar condicionados super-potentes, um espaço super giro e empregados de tronco nu - seria sempre uma luta perdida, uma luta injusta, porque, neste caso em específico, não é o paladar ou a racionalidade que funcionam e julgam, mas sim as memórias. E essas estão a 300 kms daqui.

 

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17
Jul15

Tobias, o gato livre

Depois de ter passado a fase inicial e de estar no quintal durante algum tempo, o Tobias veio viver para dentro de casa. Era ronha, brincadeira, mimo e muito pêlo espalhado por todas as divisões; toda a gente adora o gato, ele é um mimalho que só visto, mas acabei por ser eu - que inicialmente o quis acolher - a ter de o pôr fora de novo.

À medida que os dias passavam, eu ia ficando com cada vez mais comichão nos olhos e vontade de espirrar. Como cereja no topo do bolo, comecei a desenvolver-lhe uma alergia (tal como acontece com a Molly) verdadeiramente fulminante onde, em poucos segundos, a minha pele se transforma em milhares de bolhinhas vermelhas que me dão comichão até aos ossos. A situação era insustentável e lá teve de voltar ele ao seu poiso original.

Depois disso, andou uns tempos desaparecido, embora o visse muitas vezes a apanhar sol, do lado de lá da rede (a sua parte do reino, fora do perigo dos cães). Mas ultimamente invadiu de novo a casa, passando pelos cães com ar de "não tô nem aí"  e esparramando-se na mansarda, uma zona fechada que temos colada à sala, ao ar livre, onde almoçamos e passamos alguns serões sem termos os cães constantemente à nossa volta. Moral da história: estabeleceu-se ali. Tem tudo o que quer: o conforto de almofadas, cadeiras, sofás. Comida e bebida. Sol, paz e refúgio dos cães. E, não menos importante, basta miar para ter alguém a saber o quê que o lorde necessita, uma vez que está sempre gente na sala. 

Tomei a liberdade de o proclamar "Tobias, o gato livre", porque apesar de mimalho e um pouco caseiro, também desaparece de quando em vez, mostrando que é dono do seu próprio nariz e que não precisa nem de humanos, nem de comida de saco para viver a sua vidinha de rei. Gosto dele assim.

 

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(estão a ver uma mancha preta e branca a andar, literalmente, sobre a piscina? é a versão Tobias-o-aventureiro)

 

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17
Jul15

2º ano: check!

Deixei dois exames para recurso: um que fiz antes de ir para o Alive e outro que fiz durante o Alive. Contra todas as expectativas, achei que o que tinha feito no dia 10 me tinha corrido bem melhor que o de dia 6... mas claramente que a minha percepção estava um bocadito deturpada pelo cansaço. Foi ao contrário: saquei um 17 no primeiro exame (de ética, que eu achei que ia ter pouco mais de dez!) e um 14 no outro, para alguma tristeza da minha parte.

De qualquer das formas, fossem as notas melhores ou piores, isto só é sinónimo de uma coisa: o segundo ano ESTÁ FEITO! 

Se por um lado estou feliz da vida por estar de férias (ou não...) e do stress extremo ter acabado, por outro já sinto um bocadinho a nostalgia do fim. Foi um ano de viragem para mim, importante para a minha auto-estima - tanto ao nível de conseguir aquilo que me foi proposto (passar de algo impensável a bem sucedido) como de acreditar nas minhas próprias escolhas (como foi escolher este curso). O primeiro ano foi terrível, mas compensou ter tido a força para ficar, por tudo o que estes dois últimos semestres me trouxeram.

Em Setembro começa uma nova etapa, já com outra "turma" e já sem a desculpa de ter de levar constantemente com aulas de jornalismo em cima. Se tudo correr bem, entrar na vertente que quero (no meu curso temos três e a entrada funciona pelo sistema de médias, como no secundário para ingressar no ensino superior) e continuar a despachar cadeiras a todo o vapor, para o ano, por esta altura, temos assessora! 

Já só falta um!!!

15
Jul15

Trabalho do momento: gestão de expectativas

Cheguei no domingo de Lisboa e aterrei logo num churrasco de família, com os meus irmãos e sobrinhos todos aqui em casa. Depois de comer, deitei-me e dormi durante o resto da tarde, para tentar repor energias dos três dias de festival. Quando acordei, depois de umas voltas, tomei um banho e preparei-me para sair e ir dar uma volta nas festas da cidade. Já estava pronta, com um pé fora do quarto e de carteira ao ombro, quando a minha sobrinha bate à porta com ar de carneirinho mal morto e preocupação, dizendo "a avó caiu". 

Caiu-me tudo e, naquela fraçãozinha de segundos, tive um dejá-vù daquele dia, há um ano atrás, em que o telefone tocou e me disseram quase o mesmo, mas em relação à minha avó. Essa chamada culminou com o fim imediato do meu verão e do início de meio ano de muito tormento e sofrimento. A questão é que, neste caso, era a minha própria mãe e eu limitei-me a correr para a sala, onde ela já estava deitada no sofá, cheia de dores no pé.

Depois de uma ida ao hospital, o veredito é, para todos os efeitos, um pé partido. Ou seja: um mês e meio de bota (para evitar o gesso). A minha mãe, que é uma pulga elétrica, está com uma bota até ao joelho, com receita de descanso absoluto pelo menos durante os primeiros dez dias. Podia dizer-vos que imaginam o filme, mas não imaginam: é o inferno para ela, que não se pode mexer e é o inferno para nós, que temos de passar a vida a dar-lhe nas orelhas para se ir deitar no sofá.

Se para ela as perspectivas são de muito sofá e descanso, para mim são o oposto. Se as previsões estiveram certas, só no início de Setembro é que ela se livra da bota, logo o verão vai pelo cano. Pelo meio, passa-se a altura do ano em que esta casa está com mais gente, que é também aquela em que não temos a nossa empregada para nos ajudar. E, sem a minha mãe que não pára e faz imensas coisas só num par de horas... vai sobrar para mim. Para além de cuidar dela, de a ajudar e de a transportar de carro para onde é preciso, tenho de ajudar em tudo o resto e na manutenção da casa. O que quer dizer que não há muita praia, férias fora ou descanso que me reste.

É claro que o cenário podia ser muito pior! É só um pé partido, vai passar rápido e tudo vai ficar melhor. E eu não me importo de arregaçar as mangas, trabalhar e fazer o que for preciso. A única coisa que me custa aqui é gerir as expectativas. Este ano fiz algo que nunca tinha feito: fiz all in neste verão, disse que ia ser um dos verões da minha vida. Depois de, no ano passado, ter sofrido demasiado e aproveitado muito pouco, jurei a mim mesma que este ia valer a pena. E agora, no meu segundo dia de férias, isto acontece. 

Fiquei fula. Não comigo, não com a minha mãe, não com a cadela que a fez cair, mas com o raio da vida. Quis muito chorar e deitar esta raiva cá para fora; não me importei de parecer a mais egoísta da casa por estar fula com toda esta situação. Não me interpretem mal: eu amo a minha mãe, dava a minha vida pela dela se preciso fosse e temos uma relação fantástica. Mas foi um golpe duro e que demorou algumas horas a aceitar. O meu último verão grande, o meu último verão como universitária, as minhas últimas férias grandes sem ter de me preocupar com trabalho. O meu verão pelo cano. Pelo segundo ano consecutivo. Doeu. 

 

[agora... é cuidar da mãe e esperar que passe rápido]

14
Jul15

Então e o Alive?

Foi bom! Saí de Lisboa com a sensação de que tinha apanhado uma sova, de tão cansada que estava, mas foram uns dias de beleza.

Quinta foi a maior enchente: não se passava, eram horas para comer o que quer que fosse, passar em frente a qualquer palco era um filme. Vi a minha vida a andar para trás porque ambientes demasiado cheios dão cabo de mim - felizmente, os outros dois dias foram mais calmos. Arrisco a dizer que gostei mais deste concerto de Muse do que o que vi aqui no Porto - ainda assim, ao contrário da maioria das pessoas, não fiquei tipo "WOW" ou a ansiar por mais; foi fixe, foi o concerto com mais festa e efeitos em todo o festival (tivemos direito a confetis e fitinhas no ar, que deram um efeito super giro) mas... é isso. James Bay é muito boa onda, Ben Harper tem aquelas músicas clássicas que sabe sempre bem ouvir e, honestamente, Alt-J foi o que menos gostei desse dia (não sou grande conhecedora da banda mas gosto da onda, mas achei-os muito murchos). 

A sexta-feira foi a estopada que toda a gente sabe: depois de me ter deitado às quatro da manhã, acordei às oito para me meter no comboio e fazer o exame. O plano era estudar na viagem e ir com tudo na ponta da língua (e colado a cuspo), mas estava a enjoar e com um sono dos demónios; acabou por ser a melhor viagem de comboio da minha vida. Dormi, praticamente, durante toda a viagem! Cheguei cá, almocei, tomei banho e segui para o exame (com muito medo e muito peso na consciência). Contra tudo o que esperava, até correu bem (acho eu, estou à espera da nota!). Mal acabei fui para a estação e tornei a meter-me num comboio para a capital - desta vez sem dormir, só com enjoos e muita vontade de chegar. Mal pus os pés na estação de Santa Apolónia (onde nunca tinha estado, e ainda por cima aquilo é grande e confuso quanto baste) segui para o metro, para sair no Cais do Sodré; lá apanhei o comboio urbano para sair em Algés. Achei aquilo tudo muito creepy mas meti-me no primeiro comboio que vi à frente - limitei-me a seguir pessoas que, como eu, tinham pulseiras no pulso e, vá-se lá saber como, cheguei ao festival! Comecei logo a encher o bucho com a melhor refeição que fiz no recinto - um waffle com morangos e chantilly. Ainda ouvi, assim estilo barulho de fundo, os Kodaline, sendo que depois segui para os Mumford and Sons, que gostei muito. Têm uma onda super gira, dançante e festiva, embora o concerto tenha sido calminho - se calhar é a lei da vida, para compensar os The Prodigy, que vieram a seguir. E uma palavra para aquilo: MEDO! Não os conhecia... e fiquei feliz por isso. Não é que seja intragável, mas não é claramente o estilo de música que mais aprecio. Muito barulho, muitos gritos, muitas luzes (óptima para epilépticos...) e muitos "fucking" em tudo o que o senhor dos corninhos pronunciava. Pelo meio ainda houve petardos e alguma confusão, pelo que viemos embora a meio (passamos por polícia de intervenção e tudo, por isso acho que foi a melhor decisão possível). No meio de tudo isso ainda tivemos tempo para ir ver o Herman na tenda dos comediantes e eu, que até nem gosto destas coisas e não sou grande fã dele, achei muita graça. O ambiente era giro, podíamos estar sentados (amén!) e só foi pena por ser curtinho.

O dia seguinte era o meu dia, a razão para eu estar ali. Foi, de todos, o que mais gostei, também porque passei o dia todo na capital. Fui almoçar ao Noobai, no miradouro do Adamastor e a vista valeu por tu-do! Depois ainda andamos uns bons quilómetros, tudo porque eu quis ir ver a Amália do Vhils. Gostei imenso e foi a tarde perfeita para mais uma visita à capital. Cheguei a casa, tomei um banho refrescante e seguimos para o recinto, comigo já em pulgas para ouvir o Sam Smith. Antes dele ainda ouvimos um bocadinho dos HMB e de Dead Combo e depois... fez-se magia. Foi o único concerto que vi, literalmente, no meio da multidão (os outros ou estava mais afastada do palco, com mais espaço e ar para respirar, ou estava na zona de grávidas - que, já agora, era top! - com a minha amiga que está de esperanças). Deixei com ela as minhas tralhas e meti-me lá para o meio, a cantar tudo o que sabia, a dançar e a deixar as lágrimas escorregar pela cara fora quando assim exigiam (e sim, na "Lay me Down" elas caíam simplesmente). Foi, para mim, o melhor momento de todo o festival e teria pago o bilhete todo só para o ouvir a ele. Foi tudo o que queria e esperava: simples, genuíno e lindo de morrer. Adorei o facto de ele falar com o público, de explicar as coisas e, enfim, de ter aquela voz de anjo. Depois disso podia vir o que quer que fosse que eu já tinha o dia (e o verão) ganho. Chet Faker foi giro (não conhecia e gostei) e até os Disclosure subirem para palco demorou imenso tempo (acho que o público todo esmoreceu um bocado), o que deu para passar na tenda electrónica, ouvir um bocado de Azelia Banks e de vislumbrar Rui Unas a pôr músicas de outros tempos. A espera serviu de pouco, uma vez que os Disclosure foram uma desilusão e viemos para casa pouco depois de começarem.

Destes três dias intensos trago o bilhete, a pulseira e o cartaz comigo, para guardar na minha caixinha de recordações. Trago muito poucas fotos (já decidi que não vale mesmo a pena) mas muito boas recordações, para guardar no coração - dos momentos que tive, dos espaços que conheci e, acima de tudo, das pessoas com quem estive, que - a par desta cidade que me recebe sempre tão bem - fazem sempre de mim uma rapariga mais feliz.

 

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