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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

29
Abr15

Dia mundial da dança

Passava pouco mais das sete e meia da manhã e eu conduzia para a faculdade enquanto ouvia a rádio Comercial. A Vanda Miranda começou a anunciar os "dias de", altura em que normalmente me rio muito com aquelas palermices. Mas hoje foi o contrário - ouvi aquilo e tudo o que me apeteceu foi chorar - de alívio por já ter passado e de riso por ter feito tanta coisa parva. Pois que hoje é o Dia Mundial da Dança. Passou-me em dejá vù três anos da minha vida em que este dia em particular era penoso: um dos piores dias do ano, a par daqueles em que tinha de ir ao médico ou outra coisa terrivelmente parecida. E porquê, perguntam vocês leitores esquecidos?

Porque do 7º ao 9º ano tive aulas de dança na escola - as responsáveis por todo um trauma que se mantém até aos dias de hoje. E o dia 29 de Abril era o dia em que expúnhamos os nossos trabalhos sobre os vários estilos de dança, em que pendurávamos desenhos de bailarinos em tamanho real pela escola fora e, claro, em que apresentávamos as nossas obras de arte em forma de "dança". 

E quem diz "obras de arte" ou "dança" fala em coisas como coreografias em que eu fazia de andorinha com uma meia enfiada na cabeça, de anjo com asinhas feitas de cartão e algodão (com 14 anos, atente-se!), em que vestia uma mini-saia ao som de Nelly Furtado e, não menos importante, onde dancei a "dança da agricultura" em frente a toda uma plateia. Dito isto, acho justo que tenha o pleno direito de esganar quem voltar a dizer, como em tantos posts espalhados por esse facebook fora, que "a dança é a melhor coisa do mundo".

Experimentem enfiar uma meia na cabeça e dançar de andorinha e depois falamos, está bem?

29
Abr15

Write deprivation

Escrever - e escrever a sério - anda nos meus planos há coisa de uma semana. Vou adiando, adiando, adiando - porque surgem sempre coisas "prioritárias". É o facebook a apitar com problemas por causa do programa, são trabalhos de design por acabar (e talvez começar, ups!), são resumos para fazer, livros para ler (leitura não recreativa, entenda-se) e demasiado sono para pôr em dia. 

Estou aqui a teclar com os olhos meio fechados de cansaço, mas não conseguia deixar o meu cantinho sem mais palavras durante mais tempo. 

Tenho saudades de escrever. Engraçado como isto se tornou quase numa necessidade fisiológica.

 

(Semana da queima, chega rápido! Sinto-me como o Super Mário que precisa de vidas (ou dias, neste caso) extra para sobreviver à sua aventura!)

22
Abr15

Diários de uma realizadora wannabe 1#

Falta um mês (menos um dia) para o Fora da Caixa ir para o ar (se ainda não sabem o que é, leiam o post aqui). As coisas estão a andar, vão-se fazendo coisas, mas olhando para o panorama geral tenha a sensação de que ainda falta... tudo. Já não durmo direito, não largo o telemóvel, passo horas e horas no planeamento das coisas e outras tantas com a agenda de um lado, bloco do outro e o computador com trinta coisas abertas ao mesmo tempo. Marco reuniões gerais, saio em filmagens, vejo-as a todas (só ontem vi para cima de 120 vídeos), chateio-me à séria, visito a régie e quase me dão ataques de pânico. Têm sido semanas animadas.

Por tudo isto, e porque o programa tomou conta da minha vida - e vai continuar nas próximas quatro semanas - decidi partilhar convosco um bocadinho desta minha experiência. Apesar de tudo - e do cansaço, do trabalho e das chatices - tenho-me divertido muito. Nenhum de nós tem experiência nisto, quase nenhum de nós trabalhou sequer com estas câmaras semi-profissionais, nenhum de nós tinha saído em reportagem. O acompanhamento dos professores é quase nulo (a todos os níveis), por isso pode classificar-se tudo isto como desenrascanço puro e duro. E, claro, um mundo novo para todos, onde (quase) todos os erros dão para chorar de rir. Como acho que tudo isto é um mundo desconhecido para a maioria das pessoas, decidi criar esta rubrica e mostrar um bocadinho do que andamos a fazer. Espero mesmo que gostem.

 

AS REPORTAGENS  

 

Saí em reportagens com as "jornalistas" duas vezes - ainda devo ir mais três, pelo menos. Não seria propriamente essa a minha função, andar aí a vadiar, mas é importante definir planos e algumas questões de forma a dar coerência ao programa: a jornalista aparece ou não aparece?; aparecem as caras, meio corpo ou corpo inteiro?, fazem-se entradas e saídas ou é tudo com offs (jornalista a falar em fundo)?. Como também sou uma control freak, gosto sempre de ir vendo como correm as coisas, por isso fui de boa vontade - embora estivesse de pé atrás com o facto de ter de estar com pessoas, falar com elas e todas essas coisas estranhas para mim.

Da primeira vez fui para Famalicão filmar com a primeira vencedora do Masterchef, com mais três raparigas - primeira reportagem, primeiro contacto com o material fora de aulas. Resultado? Quase vinte minutos só para montar o tripé, a pershe e a câmara. E depois ver se a câmara estava a filmar no formato que queríamos, se o som se ouvia bem, se o tripé estava nivelado com o chão. Ou seja, mais outra catrefada de minutos.

A segunda reportagem já correu melhor, embora a nível logístico fosse mais complicado, pois tínhamos de "perseguir" desde carro um Side Car, o alvo da nossa reportagem. As câmaras são muito leves, as ruas do Porto têm imenso paralelo e eu muito pouca experiência a filmar - ver aquelas filmagens quase que enjoa de tanto tremor! Mas foi, sem dúvida, a reportagem mais divertida - andamos por ruas estreitas, "mal frequentadas", mas onde toda a gente sorria para nós. As senhoras diziam todas "boas fotografias!" e "ai que lindas!!!" e os senhores elogiavam sempre a mota e pediam boleia - não sei se da mota ou de quem andava nela. O resto das pessoas e os turistas sorriam, pediam para tirar fotografias, acenavam e, em cima da mota, elas faziam um mesmo, deixando um rasto de boa disposição pela cidade.

Tivemos uma sorte incrível com as entrevistadas - nunca pensei que as pessoas aderissem tão bem e que fossem tão simpáticas e com tanta vontade de colaborar. Nós somos super verdes nisto mas em nenhuma das ocasiões se mostraram impacientes ou irritadas - chegaram a repetir respostas uma e duas vezes e a rir connosco, o que também nos ajudou a destressar e dar o nosso melhor. 

Tudo isto está a contribuir para que a vivência neste curso seja incomparavelmente melhor - tanto pelas experiências que não devo esquecer tão cedo, mas também por conviver (ainda) mais com algumas pessoas, que estou a gostar muito de conhecer melhor. Longe de mim querer ser jornalista - isto veio confirmar ainda mais as minhas certezas - mas todo este trabalho de backstage, com tantas asneiras e gargalhadas à mistura (descansem, que vai tudo para bloopers) está a dar-me um gozo inacreditável. 

 

Na "perseguição" do side car, a rir-me a bandeiras despregadas (embora não se note):

filmagens2.jpg

 

 

Podem ver mais fotos e descobrir os novos conteúdos que vamos produzindo na página de facebook do programa. Quem ainda não tiver posto like é um ovo podre escalfado (se fosse só podre não era Fora da Caixa, percebem a ideia?).

22
Abr15

Dos crescimentos díspares (ou a falta deles)

Quando era mais nova e comecei a gostar de futebol, metia-me em muitos bate-bocas por causa da rivalidade entre o Porto e o Benfica. O Benfica era isto, Lisboa era aqui, os mouros era aqueloutro. Vivia aquilo com uma intensidade imensa. 

É verdade que, ao longo dos anos, me fui distanciando do futebol e de toda essa febre que brotou em mim durante muito tempo. Já não sabia o plantel de cor, já não via os jogos todos nem chateava o meu pai semana sim, semana não para irmos ao estádio. É claro que nunca perdi os grandes jogos, nunca me abstive de dar opiniões, nunca deixei de ter o olho nos resumos e na tabela de classificações nem nunca - jamais! - deixarei de detestar o Benfica. Aprendi que, se não vir os jogos todos e se não viver tudo aquilo com tantos picos de alegria, raiva, fúria e êxtase sofro incomparavelmente menos. E também não me chateio tanto, pelo menos no que toca a Benfiquistas. As minhas bocas - a não ser para amigos muito próximos, com private jokes que sei que não vão dar zaragata - já não saem cá para fora. Acabou.

Eu agora vejo os jogos porque quero que o Porto ganhe. Porque vibro com aquilo, porque me apetece chorar de alegria, porque - apesar de tudo - continuo a gostar muito daquela adrenalina própria que só um jogo de futebol nos oferece. E, claro, também gosto que o Benfica perca - na liga, na champions ou onde quer que seja (embora consiga perfeitamente admitir que mereceu ganhar num determinado jogo ou que esteve de parabéns por outra coisa qualquer). Mas tomo isso como um dado adquirido: não preciso de escarrapachar isso no facebook, não preciso de picar os outros porque estou com raiva por ter perdido.

Um dos meus grandes defeitos é achar que tudo ou é preto ou branco e esquecer-me da escala dos cinzentos. Em quase todas as coisas tenho uma falha de interpretação devido a essa minha incapacidade de ver os cinzas. E, neste caso, passa-se o mesmo: eu acho que aquilo que me aconteceu, o "desinteresse" e o autocontrolo sobre mim mesma, foram uma aprendizagem que adquiri com os anos. Chama-se crescer. E de cada vez que vejo estados no facebook de benfiquistas com postas de pescada ("porque eu não tenho memória curta, também gozaram com o minuto 92!") ou os portistas com estados aziados ("o Porto ao menos jogou com o Bayern - vocês nem que quisessem podiam!") dá-me vontade de esganar alguém. No fundo, acho que todos crescemos de igual forma, quando tal não acontece (lá está a história do preto e do cinza). O que, neste caso, é uma pena. Se apoiassem o vosso clube e se se deixassem de merdas e (in)diretas é que faziam bem.

 

(E sim, escrevo-o com muito orgulho: sou Portista, apanhamos 6 e ficamos pelo caminho. Mas a vitória da primeira-mão ninguém apaga - e muito menos os sorrisos, os abraços e os urros de alegria que dei durante aqueles 90 minutos. Isso sim, é a essência do futebol). 

20
Abr15

Hoje não tenho tempo para posts

Estou demasiado ocupada a estudar para um teste de programação que tenho amanhã - e que vou reprovar. Ainda assim, posso dizer-vos que metade do meu dia foi passado assim, em reportagem e com a câmara às costas, com dezenas (ou centenas?) de turistas a sorrirem-nos, tirarem-nos fotos e a dizerem-nos olá em todas as línguas possíveis e imaginárias. 

Deixava o estudo de parte, mas de facto preciso de mais dias felizes (e solarengos) como estes na minha vida.

DSC_0716.JPG

 

18
Abr15

Um postal do Porto

Há muitas coisas na minha faculdade que detesto, há cadeiras que abomino, mas em todas tento dar o meu melhor. Tento ser perfecionista em tudo o que faço, e se não é para fazer bem prefiro nem fazer (embora, no caso de trabalhos, seja sempre melhor entregar alguma coisa do que não entregar nada). Por isso, e embora tenha sido feito em tempo record (gravado em pouco mais de uma hora, editado também em pouco mais do que isso), acho que foi mais uma tarefa que ficou bem gira.

O trabalho era para rádio e o mote era "Um postal do Porto". Conseguem adivinhar onde estive?

 

 

[lembre-se que já fiz outro trabalho com esta temática, que podem ver aqui.]

18
Abr15

Miúda de 95 33#

Os cromos do Bollycao

 

Se agora passo a minha vida a olhar para os rótulos das coisas, a ver os açúcares, a evitar jantar coisas pesadas e a ter outros cuidados do género, quando era mais nova era exatamente o oposto (e era rechonchudinha também por isso). Ele eram pastéis de nata, bolachas, chocolates, croissants, madalenas e... bollycaos. Não queiram saber a quantidade absurda daqueles pães meios-secos que eu comia por dia, que até tenho vergonha! 

E não sei se ainda hoje se mantém a prática mas, na altura, (quando ainda não havia 30 espécies de bollycao diferentes) ofereciam sempre qualquer coisa: ora um tazzo, ora um cromo, ora outra porcaria qualquer. Eu colecionava tudo, como é óbvio - à quantidade que comia, outra coisa não seria de esperar. E uma das coisas que mais me ficou na memória foi uma caderneta de cromos com cãezinhos fofinhos - em cada pacote saía um cromo e na compra daqueles packs de meia-dúzia de bollycaos trazia-se a caderneta para casa. Alguém teve?

img_220092231_1390051823_l.jpg

(há uns meses passei na zona das bolachas de um supermercado e, quando os meus olhos bateram nos bollycaos, trouxe um para casa para matar saudades. resultado: dei uma dentada, achei horrível, deitei-o fora. como é que eu consegui gostar daquele pão recesso e daquele chocolate terrível?)

17
Abr15

Leitores portistas&lisboetas chamados à recepção!

Passa-se o seguinte: eu vou ter de ir, pelo menos uma vez na vida, ver um Benfica-Porto (sim, no estádio do SLB, porque no nosso estádio conto ir bem mais vezes). Gostava mesmo muito de ir ver o jogo no dia 26 mas os bilhetes já estão esgotadíssimos (embora haja muitos no mercado negro, a um preço um bocadinho ridículo), portanto isto já serve para outras possíveis ocasiões.

A questão é: quando vão ver jogos destes na Luz, onde ficam? Na bancada portista, onde nos arriscamos a ser confundidos com os Super Dragões e somos por isso trucidados pela claque do SLB ou na bancada benfiquista, completamente rodeados de mouros à nossa volta que, ao mínimo sinal da nossa parte, nos podem abater a qualquer momento? Ou estou enganada e é tudo pacífico, tanto de um lado como de outro e só mesmo entre as claques é que há molho?

Digam de vossa justiça!

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