Das boas mudanças
A terça-feira é, sem dúvida, o meu pior dia da semana. É sair de casa logo de manhãzinha e só retornar ao fim da tarde, e seguir logo para a zumba. Já não bastava ser um dia pesado, com aulas teóricas e chatas, ainda tive o azar de calhar a minha aula favorita logo a seguir. Não é preciso dizer que chego a casa imprópria para consumo, onde só meto qualquer coisa à boca em forma de jantar e sigo direta para a cama de cansaço, dores de cabeça e completa falta de raciocínio.
E isto obriga-me a tomar decisões. Em semanas diabólicas como estas, onde preciso de trabalhar e ter o mínimo de concentração quando chego a casa - porque se pudesse ir dormir logo de seguida não havia grande problema - alguma coisa tem de ficar por fazer. Ou acordo mais tarde e falto à aula da manhã, ou falto à aula da tarde e descanso antes da zumba, ou saio mais cedo da última aula por uma questão de sorte e boa disposição do professor, que me daria alguma margem de manobra e algum descanso entre tarefas. Ou, claro, faltar à minha zumba, que é a opção mais óbvia e recorrente, tendo em conta que não ir à faculdade é coisa rara em mim. E é precisamente o que está a acontecer hoje.
O mais engraçado disto tudo é que, há dois anos atrás, quase que dava um dedo para não ser obrigada a ir para as aulas de educação física e nem me passava pela cabeça pagar para treinar; hoje estou aqui pesarosa porque tenho mesmo de faltar à minha aula preferida daquele ginásio, porque sei que há dias em que o meu corpo não dá para tudo ("e o corpo é que pagaaaa"). Há mudanças espetaculares. Porque hoje, mesmo faltando, sinto-me orgulhosa de mim.