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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

31
Mar14

Noites menos felizes

Desde miúda que a morte me aterroriza. Aliás, ia para além da morte: pensava quando o mundo acabasse e na possibilidade de não existir mais vida em lado nenhum e aquilo que ficaria... que era nada. Mas não é "nada" como pensamos vulgarmente: é nada, mesmo nada, nada, zero, nada. Um nada impressionante e demasiado grande para uma miúda daquela idade conseguir digerir, e portanto acabava frequentemente a chorar quando pensava nestas coisas. Porque eu sempre soube que, em principio, quando morrer, tantos outros ficam na Terra - o problema é quando houver uma catástrofe qualquer e tudo desaparecer e... nada. Nada. Tudo nada. 

Confesso que ainda hoje esse pensamento me consome, embora muito menos vezes e sem choro à mistura. Esta última vaga de "pensamentos" surgiu nestes dias, à noite, e tem-me roubado muita paz: não penso propriamente no fim do mundo, mas no fim do meu mundo. Tenho medo de morrer, basicamente - ou que um dos meus morra. Um pensamento parvo, eu sei, que ninguém deve ter em mente - e que eu não tenho, normalmente, mas que à noite me invade, não sei bem porquê (suponho que seja do stress, de tudo o que me anda a moer por dentro e dos livros que ando a ler). Tenho medo de morrer sem ter sido feliz, de não ter feito toda uma série de coisas que acho que marcam uma vida, sem olhar para trás e sorrir, sem deixar uma marquinha - por pequena que seja - no mundo (um livro, um livro bastava). E, acima de tudo - mais do que não saber o que está do lado de lá - tenho medo de ter sido eu a provocar essa minha infelicidade, de me sentir culpada por ela.

Enfim, têm sido noites pouco produtivas, pouco felizes e pouco fáceis de digerir. Espero que passe rápido, tal como os meus pesadelos vão e voltam sem avisar. Que hoje caia redonda na cama e que tudo isto tenha sido de ontem e que fique lá, sem me perturbar novamente.

30
Mar14

A "Tentações" é a minha tentação

Tenho um ritual todos os fins de semana que gosto de cumprir religiosamente: comprar a revista "Sábado", sacar-lhe o suplemento "Tentações" e lê-lo de uma assentada, de uma ponta à outra. Adoro, adoro, adoro. 

A verdade é que muito raramente leio a revista em si: deixo-a na sala, para quem a quiser ler (e, felizmente, de tanta gente que passa nesta casa, ela é sempre lida e relida), porque o que me interessa é mesmo o suplemento. Adoro ler as críticas aos restaurantes, aos filmes, o provedor do leitor, os artigos especiais, as sugestões de lojas diferentes... enfim! Gosto mesmo muito. Tanto que as sugestões e páginas que mais gosto, vou arrancando e arquivando, para uso futuro - assim, se um dia quiser experimentar um restaurante novo ou oferecer uma prenda mais original, já sei onde recorrer.

Esta semana a revista é dedicada aos melhores sushis de Lisboa e do Porto, o que torna a "Tentações" ainda mais tentadora. Isto vai de bom a melhor.

30
Mar14

Porque já me começo a chatear

Confesso que esta conversa sobre os namoros me começa a chatear (e a magoar). Se não vejo uma pessoa há mais de três meses, uma das primeiras perguntas (e só não é a primeira porque fica mal) é se já tenho, finalmente, namorado. Quando digo a resposta de sempre, começam numa bela dissertação sobre a razão da minha solteirice aguda: uns dizem que afasto os rapazes só com o olhar, outros que nem lhes dou hipótese, outros que ponho o cabelo à frente dos olhos e por isso não conseguem ver a minha carinha "linda" e, por fim, a teoria que mais me espanta, que viro para o outro lado (que é como quem diz: sou lésbica). 

Já devem ter percebido por outros textos meus que eu não tenho nada contra a homossexualidade,  que defendo os direitos deles e tudo mais - mas isso não quer dizer que me insira no grupo. Parece que, hoje em dia, uma rapariga aos 19 anos não ter namorado é tão anormal e tão socialmente inaceitável que começam a ir buscar as razões mais mirabolantes para o justificar. E confesso que fico um bocado magoada e desapontada quando pessoas que me conhecem (porque quem não conhece pode dizer e desdizer à vontade porque não tem conhecimento de causa) coloca sequer algumas hipóteses em questão. Quem me conhece, sabe que para além dos mil e um defeitos que encontro nos homens, encontro o dobro nas mulheres; não gosto de o dizer aqui porque sei que a minha plateia é maioritariamente feminina e temo que se sintam ofendidas, mas eu acho a maioria das mulheres são más como as cobras, não olham a meios para atingir os fins. E se eu não gostasse de homens, bem que ficaria sozinha o resto da vida, porque as mulheres são infinitamente piores.

Mas a pior parte de tudo isto são as dúvidas e os medos que acabam por implantar em nós,  como se estar solteira fosse um crime ou algo raro e problemático no mundo; não são questões em relação à nossa sexualidade (pelo menos não para mim, que sei bem o que gosto), mas sim em relação a nós mesmos. Chega a um ponto em que as questões que as pessoas se colocam, também nós nos colocamos: será que sou assim tão feia?, será que sou assim tão má?, será que tenho alguma coisa de mal que os afaste assim do nada e eu nem sequer me apercebo?, será que sou desinteressante?  Questões parvas, estúpidas e idiotas mas que acabam por nos assombrar pelo simples facto de estarmos solteiras e a sociedade achar que está na idade certa para arranjar alguém! 

E eu não estou a guardar-me para o casamento, não estou a arranjar tempo para sair do armário nem estou a fazer-me de difícil. Sabem também o quê que não estou? Para me chatear com quem não merece o meu tempo, com quem não me desperta interesse, com quem não me chama a atenção,  me deslumbre,  iluda, fascine e alegre. Quando o dia chegar, chegou. E até lá deixem-se de merdas.

28
Mar14

Follow Friday 5#

E porque é sexta e estou bem disposta (nem sempre me dá ou estou inspirada para escrever sobre quem me inspira), aqui vai uma sugestão: o Words Can Change Your Life.

Acho que encontrei este blog algures num recorte na página principal dos blogs e nunca mais o larguei. É diferente de tudo o que visito, tão simplista mas ao mesmo tempo tão complexo. Num dia pode ter uma imagem inspiradora, noutro algo que me dê que pensar para o resto da semana. E depois simples apontamentos: bonitos, inspirados ou simplesmente pertinentes. Tão bom para sair da rotina.

28
Mar14

O pecado mora ao lado mas descarta-se rapidamente

Hoje ia cometendo um pecado. Fui atrás de umas calças a um shopping (as minhas calças preferidas rasgaram do uso, chorem comigo!), comprei-as, mas a minha mãe ainda quis dar umas voltas. Entramos na Zara e eu vi umas calças amarelas que me saltaram ao olho. Peguei nelas e disse à minha mãe: "eu vou experimentar, mas isto fica no segredo dos deuses, não podes contar a ninguém"

Seria a primeira peça da Zara que eu compraria em anos, mas ainda assim a minha consciência não estava limpa - porque eu critico e continuarei a criticar a política daquela loja, as suas peças e tudo o resto que possa criticar (sim, dá-me gozo, não o nego. Entretanto tive de fazer tempo, pois esperava o meu pai; quando ele chegou, perguntei-lhe se gostava das calças - disse que sim e começou a olhar para elas: o tecido, o acabamento e tudo mais. O tecido não era mau, mas odo acabamento não se podia dizer o mesmo: a bainha das calças estava picotada, as linhas desfeitas e mal cosidas (a costureira coseu aquilo mal mas pensou "oh, ninguém nota" e vai com calças meias descosidas para a loja), os orifícios dos botões a desfazerem-se. Ou se chorava da desgraça ou se ria do ridículo.

A verdade é que eu nem tinha olhado bem para as calças, já com medo do inevitável. Um dos bons desafios desta vida é ir a uma loja Zara e conseguir encontrar uma peça (UMA) que não tenha uma única linha puxada, por ali algures. Ou é na bainha das calças, ou é na costura lateral, ou é nos botões, ou... enfim! Inesgotável.

Como não podia deixar de ser, pousei a calça no sítio onde pertencia e vim embora, feliz da minha vida. Sem calças (da Zara, pelo menos), mas com a minha teoria de há anos mais validada do que nunca.

 

27
Mar14

Miúda de 95 14#

Nunca gostei muito de ir a festas de anos, mas ainda cheguei a ir a algumas (sempre pela ponta dos cabelos, mas vamos ignorar isso). Lembro-me de pouco dos pormenores das festas, dos sítios (sei que cheguei  a ir a alguns daqueles parques temáticos,  que odiava e morria de medo dos escorregões gigantes),  das pessoas e mesmo dos aniversariantes - provavelmente o que me lembro melhor é da comida (e quando me impingiam aquelas sandes de queijo em bicos de pato que eu odiava?! - aí,  criança sofre!). Em particular dos bolos. 

E quem se lembra dos bolos dos rapazes? Não eram Faíscas MCQueen's, figuras de wrestling ou pokemons... Eram campos de futebol com relvinha e uns bonecos para lá para o meio. Aqui há tempos lembrei-me e comecei a reparar e, pelo que vejo, esses bolos de relva verdejante e jogadores de plástico já passarram de moda. Agora o pessoal quer tudo muito mais evoluído, e monstros com super-poderes e coisas que tais. Eu cá, apesar de tudo, ainda prefiro o futebol. E o bolo, claro - acima de tudo, o bolo. 

 

27
Mar14

Barcelona há um ano

Há um ano estava eu em Barcelona, na boa vida, a partilhar o quarto com três amigos, no que seria a nossa primeira viagem em modo independente. Sem pais, sem regras, sem horas fixas para acordar, sem grandes planos pela frente. Só aproveitar a cidade. As saudades apertam e apertaram várias vezes neste ano que passou; fui bastante à pasta "Viagem de Finalistas" ver as tantas fotos que tirámos, os vídeos parvos que gravamos. E não fui só eu.

Tenho andado a receber mensagens dos meus amigos estilo "são 10:30h, hora da manteiga com pão" (o nosso pequeno almoço diário, claramente exagerado na quantidade manteiga); "há um ano estavam a ser fortemente fotografados em pleno aeroporto"; "estamos no terceiro dia e ainda não fomos assaltados" e por aí em diante. Tudo frases ou acontecimentos que nos ficaram na memória, por razões diversas, e que para a maioria das pessoas não tem piada ou significado algum, mas que a nós nos enche o coração.

Foi há um ano. Como o tempo passa rápido.

 

26
Mar14

Mais vezes no ginásio? Nãããã

Na segunda-feira fui uma menina má e faltei à zumba. Cheguei a casa mesmo em cima da hora, sentei-me no computador, começaram a falar comigo, os minutinhos a apertar e cedi à preguiça e ao conforto e fiquei em casa. Para além dos remorsos, a verdade é que me fez falta. O meu corpo já está habituado a arrastar-se para lá e fingir que dança e isso é uma verdade inegável. 

Mais surpreendente que isto é o facto de que ir duas vezes por semana ao ginásio começa a saber-me a pouco - mas só há duas aulas de zumba no horário que me dá jeito, portanto não tenho muito por onde andar. A não ser que experimente outra modalidade: combat está riscado da lista, ioga também não me parece muito bem, pilates também não tem a minha cara e podia continuar a e enumerar. Na verdade, não me sinto à vontade para praticar o que quer que seja, portanto estou num belo impasse. Se por um lado o meu corpo se habituou a praticar um bocadinho de exercício por semana e até sinta que me fazia bem ir mais vezes e me ajudaria a obter os resultados que procuro, por outro sou muito atada, envergonhada, desajeitada e todas as outras cosias que acabam em "ada" que me prendem. 

Depois penso melhor e acho que sou louca. Porque na zumba vou toda lampeira mas a meio da aula começo a olhar para o relógio incessantemente a ver quando é que aquilo acaba. E porque há músicas em que não paro de dizer palavrões interiormente porque não acerto uma. E porque, no fundo, eu não gosto de dançar. Acho que é o meu corpo que está a mandar mensagens duvidosas ao meu cérebro e a tentar engana-lo: é a única explicação para estes pensamentos duvidosos e que não são de alguém que andou a repudiar educação física durante doze anos da sua vida.

25
Mar14

Apaixonei-me

É verdade, aconteceu. Algum dia tinha de ser e algum dia eu havia de tornar isto público.

Foi num dia como os outros, em que decidi ir ao NorteShopping comprar sabe-se lá o quê (quando coisas de grande magnitude como esta acontecem esquecemos tudo o resto) - nem sequer estava com particular vontade de fazer compras, sair ou ver pessoas. Foi na MultiÓpticas - eu entrei para ver os RayBan, mas mal sabia que o que queria mesmo ver estava no lado oposto da sala. A minha mãe, que estava comigo, numa indecisão profunda em relação a que óculos comprar, decidiu ir ver outras opções no outro lado da loja. E foi aí que tudo aconteceu, que me roubaram o coração. Não era chamativo, não era nada do outro mundo: mas, olhando bem, era fantástico para mim.

Ali estavam, numa das estantes que dizia "Marc Jacobs"; pretos, lindos e que, lamento a falta de modéstia, me ficavam tão bem... Tenho medo que este seja um amor platónico, que nunca venha a acontecer e que a histórinha do "viveram felizes para sempre" não seja propriamente verdade. Mas o meu coração ficou ali, com aqueles óculos de sonho, independentemente do seu preço horrível e dos rostos em que poderá pousar. 

 

 

25
Mar14

É testosterona a mais

Apesar de todos os desastres dos últimos tempos, eu sempre disse (porque é verdade) que gosto muito de conduzir. Embora agora me encolha por todos os lados e conduza a medo (isto passa daqui a uma semana) e, como tal, o prazer não seja o mesmo, ele ainda continua lá. Acho que sou calma, não me enervo muito e tento conduzir o melhor possível (e acho que até conduzo bem, mas até tenho vergonha de o dizer depois de dois retrovisores partidos).

Mas enfim. Quer uma pessoa conduza bem ou mal, há sempre aqueles espertinhos (homens, pois claro) que te ultrapassam. Podes estar no centro da cidade, ir a 20, 30, 40 ou até mesmo a 50 quilómetros por hora, mas estás a irritar o "coitado" que vem atrás. Vai daí, toca a ser ultrapassada. No início uma pessoa não nota, mas com o traquejo já se vai apercebendo dos sinais antes mesmo de eles nos ultrapassarem: começam a aproximar-se cada vez mais, a colar-se à nossa traseira (não tivesse eu um amor assolapado pelo meu carro, travava a fundo, esperava pela batidela e queria ver quem é que me pagava uma parte de trás nova), começam a espreitar para a esquerda, colam o carro ainda mais um bocadinho e aí sim, ultrapassam. 

Não é que eu fique ofendida por me ultrapassarem, mas acho um bocadinho ridículo - principalmente quando é mesmo por embirração. Adoro quando, por exemplo, me ultrapassam e, 300 metros à frente há uma rotunda. Eles param na rotunda, dez segundos depois chego lá eu; eles continuam parados, eu coloco-me ao lado deles e, tau!, entro primeiro na rotunda. Nesses momentos gostava tanto, tanto, tanto de ter um daqueles letreiros tipo autocarro a dizer: "então amiguinho, esses dez segundos de vantagem souberam-te bem ou serviram-te de alguma coisa?". Tenho mesmo de arranjar uma coisa dessas para o carro.

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