Acho que fui adoptada
Por um gato. Lindo, castanho, com os olhos douradinhos!
A verdade é que, na minha adoração geral por animais (excluamos roedores desta categoria), os cães e os gatos têm um lugar especial no meu coração. Já não é a primeira vez que faço posts sobre o assunto, e até já fiz uma declaração quase universal a dizer que queria, de facto, um gato! Mas nada. O meu pai não é o maior fã e eu tenho um medo herdado que os cães lhe façam mal, tendo em conta que já vi muitos gatos mortos por este quintal fora graças ao seu instinto predador. Mas isso era antes.
Feliz ou infelizmente, os cães que agora tenho são muitos diferentes dos antigos. Uma paz de alma. São pastores, basicamente, e estão habituados a lidar com todo o tipo de bichos, ao contrário dos Pastores Belga que tinha antes, que matavam todo o bicho que aparecesse à frente (cheguei a ter uma cadela que apanhava pássaros em pleno vôo...). Já não é a primeira vez que vejo aí gatos a vaguear e os cães continuam na paz do senhor, ignorando, preferindo continuar a dormir a sua soneca em vez de se chatearem. E assim têm cedido território aos felinos.
Tenho visto um ou outro a cheirarem o lixo que pomos numa divisória exterior a que os cães não têm acesso; rompem o saco com as unhas e pronto, está o jantar feito. Mas ontem apercebi-me que todos nós já tínhamos visto o mesmo gato, naquele sítio, e que ele, muito provavelmente, já nem sequer abandona as redondezas. Quando cheguei, à hora de almoço, ele estava lá; depois do jantar - ou seja, muitas horas depois -, lá continuava ele, abrigado da chuva debaixo do meu carro. Acha que lhe damos jantar voluntariamente e pronto, é-nos fiel. Não sei qual será o final desta história, mas aqueles olhos douradinhos derretem qualquer um. O final mais feliz seria comigo, a mata-lo... com mimos e a estrafaga-lo com festas e beijos e todo o amor que tenho para dar.