Bruxelas, apesar de ser uma cidade grande, não tem assim tanto que ver - principalmente se forem pessoas como eu que dispensam passar dias metidas em museus sabe-se lá do quê, coisa em que eles são peritos: é o museu da cerveja, deste e daquele, da arte urbana, da arte sabe-se lá do quê.
Eles têm duas imagens de marca: os chocolates e a fonte do menino a fazer xixi (algo que não passa de uma estátua com trinta centímetros e sem nada de bonito em particular, mas enfim). A cidade interessou-me mais pelo seu lado político, pela importância que tem, pelas pessoas que a frequentam; não seria um sítio onde gostasse particularmente de viver, principalmente por causa do tempo (que normalmente é frio e chuvoso - nós tivemos imensa sorte, porque apanhamos sol), mas se se quiser ter um cargo importante e bem remunerado, é lá o sítio certo.
O centro da cidade tem uma dúzia de edíficios muito trabalhados e bonitos que merecem ser vistos (Grand-Place de Bruxelas), assim como umas galerias líndissimas, com lojas para lá de caras mas muito fofinhas e deliciosas (Les Galeries Saint Hubert). Foi lá que passei o meu primeiro dia, seguido de um jantar de moules (a especialidade da maioria dos restaurantes de lá - mexilhões) que foi uma porcaria (se eles comessem moules feitas pela minha mãe iam ao céu e voltavam, ficavam a saber o que é bom). A manhã do segundo dia foi o melhor da viagem: fomos a um sítio que não está muito nos roteiros de turismo, uma espécie de feira da vandoma mas que se realiza todos os dias (Place du Jeu de Balle). Havia de tudo: móveis, roupa, bijuteria, calçado, malas, talheres, todo o tipo de pratas, espelhos, quadros, tapetes, peças de decoração feitos em todo o tipo de materiais... enfim, maravilhoso. Eu trouxe uma série de garfos para pôr em prática umas ideias que já tinha em mente há algum tempo e uns postais antigos, mas ainda trouxemos também uma máscara venesiana, um saleiro em prata, umas colheres, um pousa-garrafas e um leque. Tralhas giras, basicamente. Almoçamos na praça principal (deixem-me frisar que paguei quatro euros por uma coca-cola: é uma cidade cara) e depois fomos comprar uns chocolates para oferecer, mais os souvernirs do costume. Mais tarde fomos a uma rua espécie Santa Catarina mas em ponto gigante, com imensas lojas acessíveis - comprei três peças de roupa, ou porque eram quentes (sim, lá faz frio, e eles têm consciência que precisam de malhas e roupa que aqueça, não é como aqui que temos todos a mania que no inverno se pode usar t-shirts) ou porque estavam com super saldos - não podia exagerar na quantidade de compras que a minha mala era um tanto ao quanto minúscula.
A última paragem foi mesmo o parlamento europeu, na manhã do dia em que voltamos a Portugal. A parte que se pode visitar não é paga e consiste numa exposição desdes os primórdios da União Europeia - eu gostei muito, apesar da UE me dizer muito pouco. Adorei o facto de ser muito contextualizado e se basear em centenas de fotos. Não há guias, mas sim uns aparelhos electronicos que carregamos connosco e que nos dão todas as informações necessárias sobre aquela foto, aquela maquete ou o que quer que seja. Surpreendeu-me pela positiva e acho que esta experiência ainda me poderá ser útil, tendo em conta que estou na área das letras (já agora, foi muito bom estar ali a olhar para as imagens e para as suas histórias e pensar "ah ah, já sabia disto, benditas sejam aquelas aulas de história!").
Apesar de ter sido uma visita de médico, acho que foi o suficiente para ver o essencial. Muito mais tempo e acabaria por ficar entediada, tendo em conta que não é uma cidade fascinante, com uma vida fora do normal. É giro para ver, ter uma noção global, mas nada do outro mundo. Ficam as fotos.
Numa das catedrais principais lá do sítio.
Um dos edifícios da praça principal.
O menino que faz xixi. Uma pessoa para tirar uma foto quase que é atropelada e trucidada pela multidão. Um perigo.
Uma das muitas montras de chocolate.
A comer moules num dos sítios mais típicos de lá, e que eles dizer ser o melhor. Se aquilo é o melhor, não quero imaginar o que será o pior. Um desconsolo.
No mercado diário que vos falei (sim, estava frio).
No restaurante na Grand-Place, onde se pagava 30 cêntimos para ir ao quarto de banho. Um show.
Na viagem de vinda, onde apanhamos bastante turbulência. Já mais para o fim, ficamos entre duas camadas de nuvens, pelo que deu para tirar fotos lindíssimas. Esta já foi tirada numa fase mais escura, porque antes disso estava tão derreada com a paisagem que nem me lembrei de pegar na máquina. Esta é uma das coisas que adoro ver quando estou no avião.
A minha foto favorita de toda a viagem, que ontem aqui postei. Se há cliques certeiros, este foi um deles. Por detrás de mim está o palácio real.