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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

11
Jul13

Hierarquizar os amigos

Eu nunca percebi a mania que os jovens têm de hierarquizarem os amigos. Aquele é o melhor amigo, a outra a melhor amiga, depois ainda há um num nível intermédio e depois é que vêm os amigos normais. Pior, ainda tornam isso claro a todos, com descrições em fotos no facebook e descriminando bem quem é que é o quê.

Mas esta coisa dos melhores amigos sempre me fez espécie, não é algo recente. A única pessoa a quem chamei de melhor amiga é alguém que conheço há anos sem fim e que, numa certa altura da minha vida, era a única amiga que eu tinha. Logo, podia ser a melhor, a pior, a intermédia... era, pura e simplesmente, a única que tinha, sem qualquer termo de comparação. Como hoje, felizmente, posso dizer que tenho outros amigo, esse estatuto deixou de existir. Eu tenho amigos e dou graças por os ter - e não ponho ninguém acima de ninguém!

Convenhamos: é um pouco desagradável para os amigos que estão em "postos inferiores" saberem que não significam tanto como o célebre "melhor amigo". É verdade que, mesmo dentro do nosso grupo de amigos, podemos dar-nos melhor com este, até achar piada àquele, confiar mais naquel'outro - mas, tal como em muitas outras coisas da vida, devemos deixar essas informações para nós mesmos. Aquilo que fazemos, com quem saímos, a quem confessamos as nossas coisas mais íntimas, pode estar relacionado com essas melhores ou piores ligações que temos entre os nossos amigos, mas diferencia-los em praça pública, sempre achei, é de muito mau gosto.

10
Jul13

Duas notas a descoberto

Ontem tinha a sensação de que a minha noite não ia ser muito bem passada, por hoje ser o dia que era. Disse à minha mãe, em tom de brincadeira, que quando fosse sair à noite trazia uma sangria comigo para beber e cair redonda nos lençóis. Não o fiz mas, em compensação, bebi uma ginja a ver se o efeito era o mesmo. Não tive lá grande sorte. Hoje, mal o despertador tocou, pus-me fora da cama. É um bocadinho parvo, mas eu fico mais nervosa por saber o resultado dos exames do que quando vou faze-los.

Quando fui à escola ainda as pautas não tinham sido afixadas - e, nessa altura, já estava a praguejar por saber que as notas de português não sairiam hoje. De facto, neste país, faz-se tudo à balda e quando se quer e apetece. Enfim. À segunda foi de vez: apanhei um desgostinho quando olhei para a pauta de geografia, com um 14 - tenho 15 do ano passado por isso este exame de nada serviu; mas como os últimos são os melhores, a nota de história, ali a uns metros da de geografia, encheu-me as medidas: o 18 já cá canta.

Já estou psicologicamente preparada para amanhã apanhar um banho de água fria quando vir as pautas de português e de ficar à seca nas filas para a segunda fase de exames. Acho que o pior está por vir. Até lá, festeja-se este 18 que me soube pela vida.

 

E por aí, que tal foram os resultados?

09
Jul13

"Mensagem intersectada"

Por ter crescido num ambiente cheio de tecnologias e com um pai e um irmão super actualizados no que toca aos últimos aparelhos electrónicos e gadgets, sempre tive muito presente aquilo que estes "brinquedos" representavam. As suas vantagens e consequências.

Posso dizer-vos que nunca, nunca me passou pela cabeça ter completa privacidade a partir do momento em que comecei a usar telemóveis e computadores. Não são poucas as vezes em que envio uma mensagem e penso "se alguém intersecta isto vai-se rir à gargalhada". Ou seja: eu levo a questão da confidencialidade tão naturalmente que até chego a achar piada à coisa. Eu sei que o meu computador não é seguro, assim como o meu telemóvel; eu sei que, com uns pequenos truques, quem quiser entra pela minha vida dentro num piscar de olhos e tudo o que basta é querer. Apenas gosto de acreditar que não o farão.

Toda esta polémica que tem havido sobre o facto de os EUA fazerem escutas, romperam a privacidade de pessoas e organizações governamentais em busca de algo, para mim, é algo perfeitamente normal. Condenável? Sem dúvida. Mas digam-me, a sério: há alguém que ainda acredita que nós somos totalmente livres de fazermos o que quisermos, de dizermos o que quisermos?; há alguém - que nas suas totais capacidades intelectuais - não se aperceba que as tecnologias têm essa vertente e que tudo, em todo o mundo, é vigiado?

Se não têm, bem-vindos ao século XXI.

 

08
Jul13

S. Pedro, o extremista

Houve duas coisas que eu fiz recorrentemente durante este Inverno e Primavera: primeiro, queixar-me do tempo; segundo, dizer para ignorarem aqueles meteorologistas franceses, que diziam que este ia ser o verão mais frio dos últimos duzentos anos, ou coisa assim parecida. Pelo menos no último ponto tive razão - eu bem sabia que aqueles franceses d'uma figa queriam era tirar-nos também o sol, como se já não bastasse aquilo que nos têm tirado nos últimos tempos. Enfim!

Mas este tempo de extremos não dá com nada. Nós pedimos calor - e ele veio, tarde e em demasia! Eu quero poder apanhar sol, andar na rua sem suar as estopinhas, conseguir respirar sem me custar! Mas não, agora é sombrinha até às 17 horas da tarde e já com sorte. E a minha sorte é que não trabalho e os livros estão a tirar folga, porque caso contrário eu via-me grega para fazer algo produtivo com o calor que se tem sentido!

Eu só não me ponho aí a dizer mundos e fundos porque, de facto, desejei muito este tempo. Muito, muito, muito. E poder fazer praia e piscina, mesmo abafando e estando constantemente à sombra, é uma bênção. Estou só a dizer que o S. Pedro podia ser um bocadinho mais controlado e não ser assim de extremos. Querido S.Pedro, costumam-me dizer que as coisas não são só pintadas a preto e branco: há muitas escalas de cinzento! Aproveita também o conselho, sim?

07
Jul13

Irmãos

Os meus irmãos são das pessoas mais importantes da minha vida. O amor que tenho por eles é desmesurável e imaginar a minha vida sem a sua presença é-me perfeitamente impossível. Sei, com certeza, que seria uma pessoa muito menos feliz e completa, porque eles me transmitem coisas todos os santos dias. De alguma forma, todos eles me completam: a minha irmã é muito mais sensível e carinhosa que eu; o meu irmão mais novo, compensa-me com a sua alegria e boa-disposição constante, ao contrário de mim que estou sempre com um semblante carregado e a pensar nos males da vida; o meu irmão mais velho, com o seu altruísmo, simpatia e disponibilidade constante. Para além do mais, são sempre "centros" onde posso recorrer quando estou com problemas ou, pura e simplesmente (e é o mais normal), a precisar de mimo.

Falei há pouco tempo com o "meu" mais novo, que para além de contrabalançar comigo com a sua dose de boa disposição, o faz também com a sua parcela de loucura. Disse-me algo que já me tinha passado pela cabeça mas que nunca considerei seriamente: caso não entrasse na faculdade, os exames continuassem a correr mal, a média não dar para o que eu quero... pegar no dinheiro que está no mealheiro e ir viajar. Basicamente, tirar tempo para decidir o que eu quero realmente, poder escrever, conhecer novas pessoas, sítios e coisas.

Esta é uma ideia típica do meu irmão, e que sairia totalmente da minha zona de conforto. Se gostaria de conhecer novos sítios? Claro. Se queria ter muito tempo para escrever o livro que tanto desejo? Sem dúvida. Se teria coragem para o fazer? Isso já não sei. Implicaria sair do conforto de minha casa, das pessoas que sei que posso contar; perder hábitos de estudo e de rotina. Enfim, uma série de coisas que me mexem com o sistema só de pensar.

Espero ansiosamente o resultado dos exames para decidir o que fazer da vida e acaba por, neste momento, estar tudo em aberto. Tenho muitas coisas que quero fazer e apercebo-me que só me falta saber o timing em que elas devem ser feitas. Mas, lá está, aconteça o que acontecer, sei que tenho o apoio incondicional destas três figuras essenciais. Mas só por considerar a hipótese de tirar um ano de folga, começo a achar que um pouco da dose de loucura do meu irmão está a ser transferida para a minha pessoa - e não sei até que ponto isso é positivo (ahah)!

06
Jul13

Late night swim

Há dois dias pus um desabafo meio deprimido no facebook do blog (sim, isto foi uma dica propositada: vão lá fazer um likezinho) - que não actualizo com estados com muita frequência mas que, quando faço, são profundamente sentidos. Basicamente, e para quem está alheado da realidade facebookiana, eu falava na razão pela qual estas noites quentes me entristeciam: porque não tinha ninguém com quem as desfrutar. O meu desejo, tal como lá referi, era poder ter carta, ou um namorado com carta, ou um irmão que ainda cá morasse com carta ou, pelo menos, alguém acordado nesta a casa a horas menos decentes, com quem pudesse ir lá para fora aproveitar aquela noite magnífica. Mas a verdade é que não tinha nada disso e, como tal, enfiei-me na cama para, que com o passar das horas, o meu humor não se deteriorasse ainda mais.

Mas ontem, ao ver que a noite era similar há que eu tinha perdido, combinei um café com o pessoal do costume e trouxe-os cá para casa, para fazer algo que já não fazia há uns poucos anos: ir para a piscina à noite. Era tradição faze-lo na noite de S. João mas, com o passar dos anos e por termos crescido (e ficado mais chatos, consequentemente), acabamos por deixar este hábito de lado e já há muito que eu não punha um pé na piscina depois de anoitecer. A água tem estado um caldo autêntico e passamos perto de duas horas lá metidos, entre conversas e as guerras de água do costume.

Isto, para mim, é que é verão - e eu sabia que este ia ter algo de especial. E é tão bom ter companhia no que, para mim, é o horário nobre. As noites ainda hoje me fascinam.

 

(Desculpa R. por ter roubado a tua foto descaradamente!)

05
Jul13

O suposto encanto das coisas

Houve uma altura da minha vida em que quis fazer parte de um grupo. As pessoas que nele integravam eram totalmente diferentes de mim, mas foi essa diferença que me atraiu (e que, pouco depois, me fez perceber que eu me devia afastar - como costumo dizer, os opostos atraem-se, mas, normalmente, não dão resultado: porque as relações não funcionam só à base se atracões). A verdade é que, de alguma forma (ainda hoje não sei como) me consegui integrar dentro daquela "organização" - e foi aí que todo o encanto do desconhecido se perdeu. Na altura, achei piada ao facto das minhas "amigas" serem populares, terem rapazes (coisa que, como já devem ter percebido, eu nunca tive), terem uma liberdade diferente da minha - liberdade essa que fazia parte de nós, aquilo que cada uma de nós achava que podia ou não fazer; eu sempre fui muito castradora nesse aspeto, protegendo-me muito mais do que elas. Quando via as coisas de fora, era algo novo; mal "entrei", apercebi-me que dali não tiraria nada de bom.

A partir daí percebi que nem sempre vale a pena entender as coisas a fundo - muitas vezes, o aspeto exterior é bem melhor do que aquilo que se vê de dentro. Mas a minha curiosidade continua cá... sou uma alta entusiasta no que toca a organizações "secretas" e deveras misteriosas... sempre que ouço falar na maçonaria fico de orelhas afiadas. Mas, tal como descobri por experiência própria e o meu pai me diz vezes sem conta, "quando estamos dentro das coisas, elas perdem a piada". Pura e simplesmente, torna-se algo natural, sem mistérios ou expectativas.

Normalmente, ansiamos sempre por coisas que não conhecemos bem, mas que nos parecem melhores: queremos um barco, até nos apercebermos que, quando o compramos, a única coisa que ele nos traz são despesas; queremos um Porshe desportivo, até ao momento em que vemos que nos dá umas dores de costas terríveis e temos de o vender; queremos uma casa à beira mar, mas quando reparamos que o sal nos dá cabo das paredes e o vento é uma constante, só queremos é despacha-la. Tudo coisas que só pensamos e refletimos depois de as comprarmos. Todos queremos subir na vida, saber como é ter uma casa grande, uma série de carros de grande cilindrada e um emprego no poder - mas quando lá chegamos, o encanto perde-se, passa a ser algo natural do qual já não retiramos espanto. Adquirir novas coisas, subir de estatuto, pertencer a algo, conhecer as coisas a fundo, é como a paixão: no inicio, é escaldante - depois, vai resfriando.

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