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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

24
Jul13

Os olhos defeituosos dos homens

Nunca tive problemas em admitir que acho as mulheres mais bonitas que os homens; que reparo mais nas senhoras que nos senhores; que acho muito mais fácil uma rapariga ser mais vistosa que um rapaz. E isso não faz de mim lésbica ou bissexual.

Nós, mulheres, temos a oportunidade de nos fazermos passar por muita coisa que não somos: e aqui se pode incluir a beleza. Nós depilamo-nos, maquilhamo-nos, usamos cintas, saltos altos, pintamos as unhas, o cabelo, arranjamos as sobrancelhas, alongamos as pestanas, auto-bronzeamo-nos, utilizamos soutiens com almofadas... Temos, naturalmente, muito mais ferramentas que enganam assim a olho nu. Para além de tudo mais, temos mais curvas, um corpo que, na sua essência, e na minha opinião, é bem mais bonito que o masculino. É muito raro eu encontrar um homem bonito, que tenha aqueles traços que eu acho necessários para que se possa considerar ter essa qualidade - mas, mulheres bonitas, há quantas baste!

E quanto a esta última parte os homens não discordam - normalmente, passam metade do tempo a ver as "paisagens" envolventes. Mas da mesma forma que eu tenho olhos para ver e apreciar ambos os sexos, os homens dizem-se, muitas vezes, com uma limitação: não conseguem apreciar homens. Desculpem? Os olhinhos dos senhores têm filtros especiais que eu desconheço ou é só mesmo o machismo e o espírito másculo a falar mais alto? Sim, porque um homem admitir que consegue ver beleza num outro elemento do sexo masculino é algo que prova imediatamente a sua orientação sexual: é gay de certezinha. Mas... porquê? Porquê que é assim tão difícil admitirem que, tal como todos, têm olhos para olhar para tudo e responderem quando vos pedem uma opinião? Sim, vocês também olham para homens; sim, vocês conseguem ver quando um rapaz é mais giro que outro; sim, vocês sabem dar uma opinião; sim, vocês têm é medo das línguas alheias e dos estigmas que vocês próprios ajudam a criar. E, sim, é perfeitamente ridículo fingirem-se de cegos.

24
Jul13

5 dias depois de ter tirado a carta

1. Continuo a não gostar de rotundas.

2. Continuo a gostar de ser conduzida pelos outros.

3. Já transportei uma criança no carro (que se benzeu antes de entrar, veja-se a confiança).

4. Já estacionei num parque de estacionamento. Sozinha.

5. Já me habituei - mais ou menos - a fechar o carro antes de sair - estava sempre habituada a que o fizessem por mim.

23
Jul13

Memória em constante actualização

Irrita-me o facto de nos esquecermos de como era uma coisa quando nos desligamos dela ou ela sofre alterações. Muitas vezes tento lembrar-me como era algo antes de ter sofrido obras, se calhar aquele sítio onde passei tantas boas horas e.... puff!, não me lembro! Não gosto que a minha memória me pregue partidas, renovando os dados quando tal não lhe devia ser permitido.

Eu já tenho muita dificuldade, por exemplo, em lembrar-me de como era a minha escola - fantástica, empedrada, gigante - antigamente, antes de ter sofrido obras e ter ficado estilo hospital; em recordar o meu quarto quando ainda tinha uma cama metálica aqui algures; em me lembrar da mesa da cozinha antes desta ter sido aumentada ou dos sofás quando eles eram amarelos; em pensar na rua de acesso a minha casa com paralelos em vez de asfalto. Enfim, tanta, tanta, coisa!

Tenho pena que, às vezes, não funcionemos estilo android: era-nos pedido autorização sempre que fosse necessário fazer uma actualização na memória. Se assim fosse, havia tanta coisa que não seria perdida... E, provavelmente, tantas saudades poupadas...

23
Jul13

Fresh look

Hoje passei pela página principal dos blogues do sapo, vi que havia novos templates (um avé à maravilhosa equipa do batráquio!) e apeteceu-me. Eu adorava o meu template anterior, mas apontava-lhe algumas falhas; apesar de tudo, era super versátil, algo que também queria fazer com este. A diferença, no fundo, é muito pouca (sendo que o "logótipo" ficou o mesmo).

A minha ideia de já algum tempo era mudar a imagem do cabeçalho para algo mais fresco, mais verão, mais livre, para festejar o sol que - espero - venha para ficar! Acabei por mudar um bocadinho de tudo, mantendo-me, no entanto, fiel à "minha" Marylin. E, devo admitir, estou profundamente apaixonada. Espero que o sentimento desse lado seja semelhante.

23
Jul13

Boa noite

Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo. Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço. Porque metade de mim é amor e a outra metade também.


Oswaldo Montenegro

22
Jul13

De menina a mulher

O facto de ter feito 18 anos não mudou nada em mim. Nunca me senti diferente, maior, mais responsável, nada. A passada sexta-feira, quando tive a oportunidade de andar de carro, em plena rua, sem a minha instrutora, foi o primeiro momento em que senti que era maior de idade.

Como acho que nunca tive uma mentalidade muito infantil e sempre pensei em mim com uma idade mental acima da real, imaginar-me como alguém jovem adulto não é estranho - é, sim, estranho que os outros o façam. Principalmente aqueles que me são próximos, que me conhecem profundamente, como a minha família (porque conhecidos dão-me sempre mais idade do que a que tenho realmente - da última vez que perguntei a alguém que havia acabado de conhecer, essa pessoa deu-me 23 anos) - é estranho que me comecem a ver como mulher, como alguém que já conduz, que tem a sua independência, que já vai para a universidade. Sempre fui a bebé da casa, tratada como a mais pequenina, a mais acarinhada por todos e agora, de um momento para o outro, esse status começa a ser substituído.

E eu sempre gostei muito de ser tratada como uma adulta, que pensassem em mim como alguém com maturidade, mas hoje apercebo-me que, ao mesmo tempo, sempre adorei ser a menina dos meus pais e dos meus irmãos. E não quero nada, nada, nada que isso mude. Por muito grande que seja, que conduza, que ande na faculdade, que arranje namorado, que tenha amigos, que vá sair... quero este lugar a que me habituaram. Para sempre menina.

22
Jul13

3 dias depois de ter tirado a carta

1. Continuo a achar que as passadeiras deviam ser subterrâneas.

2. Já conduzo sozinha.

3. E à noite!

4. E até acho que conduzo melhor on my own.

5. Dou graças a deus por o carro já ter passado pelo meu pai e pela minha mãe - assim, se der um toque com as jantes, a coisa não se nota.

6. Continuo a falar para mim mesma, estilo "vá lá, Carolina, não deixes ir o carro abaixo".

7. E a fazer caras estranhas quando me vejo mais atrapalhada ou quando acho que faço asneira.

8. Já passei pelo "esparguete" do Dragão (só o povo nativo do norte perceberá a dificuldade).

20
Jul13

Calças que me doem no bolso

Eu posso não parecer, mas sou extremamente forreta. Eu gosto sempre de acumular dinheiro para se uma dia precisar e para ter uma fundo de maneio e me sentir confortável. Como tal, penso mil e uma vezes antes de comprar o que quer que seja - se for uma peça de roupa, os conjuntos que posso fazer com a dita; se for uma tecnologia qualquer, pergunto a quem sabe e pesquiso profundamente até perceber os prós e os contras; se for uma jóia, bijutaria ou treta do género, passa-se o mesmo que a roupa. Eu não poupo naquilo que realmente gosto, que realmente quero - mas essas coisas são todas pensadas até á exaustão e eu normalmente desisto delas mal encontro um senão maior.

Como sabem, eu compro roupa quase que só e exclusivamente na internet - no entanto, não consigo faze-lo em relação a calças. Preciso de ir à loja, experimentar, ver se a cinta é suficientemente subida, se a minha perna mais gorda passa na parte mais estreita da calça e etc. Eu odeio andar a vestir a despir naqueles vestíbulos cheios de luzes que me apontam mil e um defeitos, mas umas duas vezes por ano lá tem de ser. Normalmente vou à Zara ou à Pull&Bear, encontro um modelo que goste e trago todas as cores que me agradam (mesmo à homem, é verdade).

A questão é que a qualidade das peças dessas lojas estão cada vez mais fracas. As da Pull estão mal cortadas (a parte da frente é consideravelmente mais pequena, na parte inferior, ficando elas "tortas") e com as linhas podres passadas duas semanas e as da zara perdem a cor após meia dúzia de lavagens - passado um mês, parecem aquelas calças hippies, todas manchadas de diversos tons de cor. Posto isto, fiz algo que já pensava fazer há algum tempo mas ainda não tinha tido coragem: gastar 60/70 euros numas calças de ganga.

Já há muito que tenho a filosofia de comprar melhor roupa a "pior" preço, mas ainda não a tinha conseguido aplicar neste campo. Dar tanto dinheiro por umas calças dá-me a volta ao estômago, mas a verdade é que comprar 3 pares de calças numa loja "normal" fica por praticamente cem euros, sendo que passados dois meses têm de ir para o lixo. Assim, estou na esperança de que estas durem uns bons tempos e que evitem que torne a entrar naqueles vestíbulos horrendos durante algum tempo. Ganga, como as que comprei, não é a minha onda - mas adoro o modelo e, a ver que duram, começo a apostar neste tipo de lojas, mais caras, mas melhores, para comprar as minhas calças (que, verdade seja dita, levam um uso valente, mas têm o dever de se aguentar!).

19
Jul13

Dia de exame

Queria ter escrito este texto logo ao fim da manhã, mas a verdade é que só consegui vir ao computador ao fim da tarde. Isto porque... estive a conduzir, de um lado para o outro.

A noite passada foi terrível. Eu não sou pessoa de nervosismos, mas a ansiedade e a exigência que tenho comigo própria estavam a comer-me viva. O meu pai costuma dizer que se aprende a esquiar no verão e a nadar no inverno - e é mais ao menos isso que se passa na condução. Todos os erros que sei que faço, que sei que tenho de corrigir, são todos repensados durante a noite, onde martelo em mim mesma que tenho de fazer isto e aquilo, ter atenção a algo a que normalmente não tenho e coisas que tais. Eram quatro da manhã e ainda estava eu a rebolar na cama (e eu deitei-me perto da meia-noite).

A verdade é que, hoje de manhã, não estava o supra-sumo da calma, mas também não estava mal. Quando cheguei à escola às 8 da manhã apercebi-me de que a minha colega - super simpática - estava que nem lhe cabia um feijão e vi que aquele era o estado a evitar. Conduzi um pouco e a Carolina que conheço veio ao de cima: relaxei. Combinamos que eu seria a primeira a fazer exame - nenhuma de nós tinha preferência mas, apesar de não conhecer a minha parceira, pareceu-me que estava a pensar "eu não me importo de ir primeiro, mas se fosses tu era melhor". E ele estava nervosa e eu nem tanto - como tal, ofereci-me.

Quando, com atraso, vemos um "alinhamento" de examinadores com folhas na mão, sussurramos uma à outra que esperávamos que um deles, com cara de rezingão, não nos calhasse a nós. Ainda não tínhamos completado a frase quando o ouvimos a chamar pelos nossos nomes. Era uma personagem não muito alta, com óculos à aviador espelhados, cabelo à palmeirinha e uma careca ainda não muito pronunciada, vestido com uma camisola de uma qualquer banda de rock. Isto não podia ser coisa boa.

Apesar de tudo, fui a rir-me a bandeiras despregadas para o carro, devido à partida que o destino nos havia pregado. Se reprovasse, há mais tentativas para tentar. Entrei no carro e, pouco depois, arranquei. O exame durou pouco mais de quinze minutos e fomos para a zona mais impensável de todas e onde nunca havíamos treinado: os arredores da minha casa (bónus para mim!). Fiz contorno do passeio e estacionei direitinho (não à primeira, mas o que importa é saber endireitar); deixei ir o carro abaixo numa situação de maior pressão (e ele, gozão, disse-me: "se não fosse trapalhona, o quê que gostava de ser?" -  e eu ri-me) mas, de resto, correu tudo às mil maravilhas.

Quando chegamos ao ACP ele só nos disse "as meninas agora tenham juízo na estrada" - e dois sorrisos iluminaram imediatamente aquele carro. A prova tinha sido superada e, afinal de contas, aquele grandalhão com uma camisola toda rockeira era um boa onda.

Aproveitei todos os conselhos que me deram, tanto aqui, como pessoalmente - a confiança não era (nem é) o meu forte na condução, mas com o tempo vamos lá. Descrevi tudo (e respondo a mais, se necessário), porque sei o quão importante é ouvir outras experiências se estamos a tirar a carta e nos preparamos para ir a exame - mesmo tendo em conta que nenhum caso é igual a outro. Nas voltinhas que dei, com o carro que agora é meu, a coisa já foi correndo - sempre achei que era preciso mandar-me para o meio da rua mal tivesse a carta na mão, pois senão ganharia medo e nunca mais pegaria no dito cujo. Assim fiz. Dei mais voltas do que pensei, deixei ir o carro abaixo várias vezes (não estou minimamente habituada ao meu novo veículo), mas correu tudo bem. Hoje foi um dia feliz (e obrigada pela força, desse lado - talvez as novas calças de ganga - azuis - tenham também dado alguma sorte!) =)

 

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