Secundário passa a pagar proprinas?
Quando ouvi isto, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi: "óptimo - isso quer dizer que o secundário deixa de ser obrigatório". E isso bastava para me deixar contente.
Para começar, dizer que o ensino é gratuito é uma daquelas mentiras bem pregadas - eu bem sei quanto os meus pais gastam para me pagar os livros todos os santos anos (e costuma sempre ultrapassar os 200€), já para não falar da calculadora que comprei no 10º, mais a bata, mais todos os materiais que é necessário renovar todos os anos.
Para além disso, nunca concordei que o ensino obrigatório fosse alargado até ao 12º. Sempre fui boa aluna e sempre me vi prejudicada por pessoas que não fazem a ponta de um chavo e só prejudicavam nas aulas - e lembro-me de, no básico, pensar que me veria livre delas pois deveriam ficar-se pelo 9º ano. Há pessoas que, pura e simplesmente, não gostam de estudar. Não estão interessadas, não querem - óptimo, que trabalhem! Mas sempre me irritou o facto de perturbaram os que queriam aprender, os que de facto estavam lá por uma razão.
Hoje em dia, porque essas pessoas continuam a existir, vão arrastar-se com negativas e passar porque os professores não os querem reter ou esperar até atingirem a maior idade para se poderem livrar da escola - e eu não concordo. Cada aluno fica caro ao estado e, se não querem estudar, que façam alguma coisa de útil, porque não são só as pessoas que têm cursos XPTO que constroem uma sociedade.
Por tudo isto, vi esta "suposta" medida como um escape a essa parvoíce introduzida no governo de Sócrates. Não concordo com proprinas no secundário, porque conheço muito boa gente que se esforça muito para lá estar e faz, de facto, por isso - mas o retrocesso que teria de existir para elas serem aplicadas agrada-me profundamente.