Mera opinião
Ao António José Seguro só falta o nariz vermelho para ser um palhaço verdadeiro (o espírito está lá).
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Ao António José Seguro só falta o nariz vermelho para ser um palhaço verdadeiro (o espírito está lá).
Foi uma grande desilusão para mim aperceber-me que a informática não era, afinal, aquilo que queria, que respirava, que sonhava. Desde pequena que afirmava que os computadores eram o meu mundo, e acreditava tanto nisso que fiz os outros acreditar também. "Gozava" quando via os estudantes a sair da universidade de letras e chamava-lhes "letrinhas"; olhava para a FEUP como um futuro certo; tirava 3's a português e mandava, invariavelmente, a gramática para o raio que 'a parta (ainda mando).
E ao longo dos anos fui-me apercebendo que me faltava paciência para programar; que me faltava curiosidade para ver o "outro lado"; que não me importava minimamente com o funcionamento das coisas dentro do CPU. E, aliado a isso, comecei a escrever, por ter demasiados sentimentos dentro de mim e com os quais não conseguia lidar. Foi uma terrível coincidência.
Tenho saudades de ter certezas sobre o meu futuro, de saber aquilo que realmente quero. Porque hoje, não sei. Digo "jornalismo", porque não vejo mais nada que se adeque a mim. E apesar de estar extremamente orgulhosa por ter tido a coragem de mudar de curso a meio do ano, por ter tido a capacidade de sair da minha zona de conforto, sinto-me tremendamente desapontada comigo mesma; com a minha falta de objectivos, de certezas e - chego ao ponto de pensar - de competências.
Tal magoa-me de tal forma que todas estas palavras estão cobertas de H2O e cloreto de sódio.
P.S.: A questão não é curso, não são os papéis (e eu sei que é a ideia que passa, mas eu não o consigo descrever melhor). É o facto de ter sentido necessidade de mudar para uma área que via como fraca, que excluía de todo como possibilidade. De um ponto de vista frio e duro, é vergonha de sentir que faço parte daqueles que antes desprezava.
Vai ser isto que eu vou ler depois do jantar e antes de me deitar no vale dos lençóis. A ver se é esta semana que acabo com esta brincadeira.
Já contei aqui a minha história quanto ao futebol: que comecei a prestar atenção na altura em que o Mourinho estava no Porto, por volta de 2003; que não gosto do Ronaldo; que não sou apoiantes das selecções nacionais; que sou ferrenha do Porto, com muito orgulho.
Mas não mostrei a minha parte racional. Bem sei que há jogadores que ganham milhões à conta de chutarem uma bola; por terem um dom que, comparado com muitos outros, é verdadeiramente inútil. É uma verdade indubitável. Mas, na verdade, são poucos os que ganham tais quantias. No universo do futebol, há muita gente com salários por receber, que são iguais aos de um trabalhador normal.
Mesmo tendo em conta a barbaridade que é a quantia que alguns recebem, para mim, o futebol é uma bela forma de entretenimento. Faz as pessoas felizes (e outras tristes, a maior parte das vezes, mas enfim). Não é nada duradouro – passa rapidamente, mas a felicidade é mesmo assim. Quanto valem aqueles sorrisos e gargalhadas e gritos de alegria que ouvimos na Avenida dos Aliados quando o Porto vence? Para mim não têm preço, e sentir estas vitórias na pele faz de mim uma pessoa mais feliz. E é por esses breves momentos que o futebol vale a pena.
Bolo de chocolate na caneca.
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