Sei que o atraso neste post é imperdoável, mas o meu tempo voou nestes últimos dias. Tenho dormido cerca de 3 a 5 horas por noite, e ontem as minhas pernas já não se aguentariam por muito tempo.
Não esperem o relato fã mais histérico de sempre: um post muito resumido do meu seria o da Vanita.
O melhor momento do meu dia foi quando o vi pela primeira vez, a entrar no CCB pelas onze da manhã. Foi o choque típico: "ele é mesmo real e está à minha frente". Entrou a sorrir, a olhar para o chão. Mas não deixou de ser uma visão divinal.
No entanto, foi o inicio do desastre. À saída, quando já éramos umas 20 e tal fãs (30, talvez) à espera que ele saísse, sai o Cronenberg, os pais do menino de ouro e o Paulo Branco. E no meio da distracção, sai o Pattinson pelas traseiras. Foi feio, foi mau e saí desiludida. Porque durante a passadeira levou com centenas delas, e não foi capaz de despachar "meia dúzia" que estavam à porta. Primeiro banho de água gelada.
O dia seguiu-se por um passeio no Chiado - um geladinho na Santini, uma visita à loja da Pipoca, uma visão rápida da Claúdia Vieira. E pouco antes das cinco da tarde, lá estávamos no CCB outra vez. Estava quente, os escaldões foram muitos. Mas estava tudo animado e calmo, até ali.
Sinto-me bem nestes dias - adoro Lisboa, lembra-me uma mudança radical na minha vida. E ontem estive a oportunidade de estar com dezenas de pessoas - eu parecia um bicho carpinteiro e já me disseram que dava bem para relações públicas. Beijinho ali, um "olá" aqui, posa para a foto acolá.
E depois o inicio da passadeira. Começamos com meia hora de atraso (vê-se bem que o rapaz já perdeu muita da essência de british). E depois o caos. Gritos e berros e pareciam que iam ter filhos ali em plena passadeira. Histéricas até mais não (e pessoas que já deviam ter juízo). O rapaz começou a autografar no inicio da passadeira e, subitamente e tipo relâmpago, faz 3/4 da passadeira sem dar cavaco a ninguém, directo para a imprensa. Caos vezes mil. As pessoas saem dos sítios onde estavam para se aglomerarem no sítio onde ele estava e eu - já mais do que irritada, a ficar possuída por todos os lados - afasto-me o máximo da balbúrdia. Desisti naquele momento - sabia que a foto que tanto queria tinha ido ao ar e que o autógrafo também. E depois, o filho da mãe, volta para o sítio onde eu estava para dar autógrafos e tirar fotos. E aí sim, eu espumei.
Enquanto ainda estava na passeira, passaram algumas figuras públicas - Mariana Monteiro (muito querida do público), Maria João Bastos (linda), Margarida Rebelo Pinto, Ana Salazar, Rita Redshoes... O Cronenberg deu-me um autógrafo de boa vontade e ainda lhe disse algumas coisinhas. Os pais do Robert são uns doces - ela a tirar fotos ao filho em plena passadeira, ele a dar autógrafo a quem queria e a ser um amor que só visto.
Quanto já me tinha afastado e algumas das "minhas" pessoas vieram fazer-me companhia, uma delas roubou-me o livro (de onde faltava A assinatura) e levou-o a autografar - sendo que ela nem sequer um autógrafo levou. Já te agradeci em privado, mas não posso deixar de o fazer aqui. O autógrafo pouco me importou - mas o teu gesto para comigo não me levou às lágrimas porque meio mundo ali me conhecia. Lamento se estou a ser injusta para com alguém, mas não me lembrava que alguém tivesse tal gesto para comigo e que me marcasse tanto. Estava ali um homem estilo osso, com mil e um cães em cima dele - todas tínhamos o mesmo objectivo. E alguém foi buscar um autógrafo por mim. Nesse momento dei graças por estar ali, não pelo Robert, mas por me ter encontrado com pessoas que vejo em tão pouco tempo e por quem me sinto tão acarinhada. Posso garantir que poucas pessoas que me conhecem e que lidam comigo no dia-a-dia - os que chamamos amigos, mas que não são nem perto disso - fariam o mesmo que tu fizeste, M. E eu não me vou esquecer disso.
Depois disso e de ver pessoal a chorar e a gritar fomos ver o filme. A breve apresentação foi mesmo breve, mas sempre soube bem. É sempre melhor que nada. E aí, posso dizer-vos, a minha máquina fotografou pela primeira vez Robert Pattinson - porque em todas as outras vezes apenas a minha memória gravou aquilo que vi.
Adorei o filme e tenho consciência que metade do público não percebeu peva do que se passou. Mas é o meu tipo de filme - complexo e obscuro. Achei os diálogos deliciosos e fez-me pensar (ainda mais um bocadinho).
Estive com companhias maravilhosas - conheci pessoas maravilhosas. Eu vi o Robert Pattinson - e no fim, essa foi a menor das minhas alegrias. Obrigada a todas.
(fotos depois)