O mau perder
Podem atribuir-me inúmeros defeitos, mas má perdedora e batoteira não estará, com certeza, na lista.
Daquilo que consigo perceber, principalmente nas aulas de educação física, as mulheres são, nesse aspecto, bem piores que os homens. Têm um mau perder terrível, zangando-se com os adversários caso percam e chegando até ao ponto de se chatearem com o parceiro. Quantas vezes ouvi berros estridentes e discussões porque uma bola caiu na linha e um diz que é fora e outro diz que é dentro?
Fico doente. Nessas alturas, apetece-me pegar na bola ou na raquete e parar de jogar. É um jogo – não está dinheiro em cima da mesa, nem sequer a dignidade. O meu orgulho nunca sai ferido, porque no desporto, perder é a minha praia. E apesar de saber que esta não é a praia de todos, acho que nos temos de habituar ao fracasso – muito mais este, que é mínimo e sem qualquer tipo de impactos.
Jogos renhidos, no balneários das raparigas, acabam muitas vezes em zangas sérias, onde nenhuma das partes se fala. Em choros desnecessários. Em irritações e suores frios durante uma partida que teria como fim a diversão.
Eu deixo-me perder, nesses casos. E depois rio de tamanha estupidez.