O meu sobrinho mais velho vai este ano para a primeira classe. Como o tempo passa..
Devo confessar que tenho pena dele. Já não me lembro do choque que deve ser passar do jardim de infância para uma escola, já com obrigações, trabalhos de casa e coisas que tais. Mas quando olho para aquele meio quilo a andar de bicicleta para trás e para a frente, a rir-se como um perdido e a divertir-se como se não houvesse amanhã sobre os dias de sol que têm estado, imagino os tempos difíceis que virão a partir desta sexta-feira.
Lembro-me de quando era eu.. numa secretária, com o caderno à frente e com a minha irmã ao lado a fazer de sentinela, porque eu não queria fazer as letras para os trabalhos de casa. "Mais uma linha", dizia-me ela. E eu chorava. E ainda hoje se podem ver as linhas das primeiras folhas daquele caderno completamente borratadas.
É uma mudança radical para qualquer criatura. Passam de um sítio onde só brincam, gritam e se divertem, para outro onde são obrigados a estar sentados, minimamente calados e concentrados durante horas; passam a ter trabalhos de casa e represálias se não os fizerem; responsabilidades. Responsabilidades essas que tendem a aumentar de ano para ano, mesmo que eles não dêem conta.
Começa para ele uma jornada de 15 anos (em média) e ele nem sonha. Boa sorte, puto.