11 anos de blogs em 45 minutos de conversa
2020 tem sido uma caixinha de surpresas. Acho que ninguém, enquanto tocavam as doze badaladas, sabia aquilo que se avizinhava. Eu estou longe de ser exceção. Também fui abalroada pelas notícias do vírus, também me vi imbuída numa sensação de letargia tremenda quando me apercebi que havia muita coisa que ia pelo cano. É fácil deixarmo-nos invadir pela sensação de má sorte que toda esta situação nos leva. Apesar dos dias maus, tenho tentado olhar para estes quatro meses de forma diferente. O que correu bem já ninguém me tira. As conquistas já não as esqueço. E as surpresas boas guardo-as com carinho.
Receber um email da equipa do Sapo foi uma dessas coisas boas - tudo isto antes da bomba da pandemia ter arrebentado sobre nós. Esse email resultou numa conversa com pouco mais de 45 minutos que está disponível desde a última quarta-feira para todos ouvirem. Falou-se sobre o início do meu percurso por estas bandas (numa altura em que ainda nem sequer sabia que gostava de escrever), as várias fases deste meu diário aberto que viria a dar origem ao Entre Parêntesis, a importância da escrita na resolução de alguns problemas interiores, os meus objetivos a longo prazo e até um bocadinho sobre o meu processo de escrita.
Foi das poucas ocasiões em que, ao voltar a ouvir aquilo que disse, não me senti envergonhada. Uma das coisas boas deste blog é que revela uma das minhas facetas mais puras - e é essa faceta que está presente nesta conversa com o Pedro, com quem adorei falar e reviver alguns momentos do passado, que recordo com saudade.
Para quem tiver curiosidade - nem que seja para saber como é a minha voz e de detetar o meu sotaque portuense - a conversa está disponível aqui, no Blog da Equipa do Sapo (a quem eu agradeço, mais uma vez, este convite que me deixou tão feliz). Posso nunca vir a ser um blogger de sucesso - mas, caramba, até já participei numa espécie de podcast (algo que está mais na moda do que as calças de cinta subida)! Já faz de mim uma pessoa feliz.