Foi a segunda noite mal dormida na Islândia - na verdade, muitas mais estariam para vir. O entusiasmo da noitada anterior não ajudou mas o problema real era outro: a maldita luz. Se no primeiro hotel achei que a entrada excessiva de luminusidade tinha sido azar pelo estilo de cortinas, neste apartamento percebi que esta questão iria continuar: as cortinas e os blackouts não são suficientes para bloquear a luz que começa a entrar pelas quatro da manhã. Às cinco, o meu corpo, percebendo que a luminosidade era equivalente à das dez da manhã em Portugal, mandava-me logo abrir a pestana. Foi um inferno - um inferno que tinha de ser resolvido, porque eu precisava de energia para caminhar e me manter acordada durante as viagens de carro para, por um lado, apreciar a paisagem e, por outro, fazer companhia ao Miguel.
Um chá e umas torradinhas depois, fizemo-nos ao caminho. Primeira paragem: Uridafoss. Fui ao engano, achei que não nos esperava grande coisa... e fiquei agradavelmente surpreendida! Perceberão, daqui em diante, até pelas "pontuações" que darei, que gosto muito mais de cascatas de grande volume - mesmo que as quedas de água sejam mais pequenas - do que das cascatas altas e em fio. Esta era grande e larga, com uma movimentação de água apreciável e uma cor muito bonita. A massa de água que é movimentada é, quase sempre, proporcional ao vento e ao frio que se sente junto à cascata - e nesta quase que enregelávamos!
Uridafoss
Uridafoss
Uridafoss
O acesso a pé é muito curtinho - nem cinco minutos de caminho - e o parque não é pago. À hora a que fomos não tinha quase ninguém, o que foi ouro sobre azul - aliás, gelo sobre azul, porque parte da cascata ainda não havia descongelado. Av. P/Q: 5. Av. E/Q: 5.
Seguimos depois para mais um dos ex-libris da Islândia: Seljalandfoss, a famosa catarata onde se pode caminhar por detrás da queda de água (pelo menos nos meses mais quentes - penso que no inverno fecham o caminho por precaução). Dentro da categoria "cascatas altas" esta é das minhas preferidas, até porque o ponto de vista interior é de facto imperdível. É mesmo um ponto de paragem obrigatório - e a melhor parte é que vem em "combo", pois logo ao lado (cerca de dez minutos a pé) tem a cascata Glufrabui. Esta última está escondida por rochedos gigantes, pelo que não é visível do lado de fora - têm mesmo de se pôr praticamente debaixo dela para a conseguirem ver!
Nós já tínhamos apanhado um belo banho a caminhar por detrás da queda de água da primeira cascata - levar poncho impermeável é absolutamente obrigatório se não querem ficar encharcados - e achamos que não valia a pena ficarmos ainda mais molhados para ver a Glufrabui (nesta, diria que as calças impermeáveis também darão jeito) - demos só uma espreitadela pelo lado exterior das rochas, até porque o acesso é limitado e estava demasiada gente para se circular à vontade. De qualquer das formas, se fosse hoje, teria ido. Isto porque, nesta fase, ainda estávamos a aprender a gerir o nosso roteiro e as suas paragens e tínhamos sempre medo de não o conseguir cumprir e ficar com coisas importantes por ver; eu fazia um controlo apertado dos tempos e sabia quais as nossas margens, mas é desconfortável saber que temos de chegar ao último ponto dentro de "x" tempo. Nunca se está completamente relaxado - é como estar numa visita guiada, em que o guia nos está sempre a chatear com o tempo que podemos ter para nós... sendo que, neste caso, nós somos os nossos próprios guias, apesar da nossa parca experiência. No entanto, aquilo que a prática me mostrou é que o roteiro que eu defini era perfeitamente fazível, mesmo nos dias mais duros e cheios de paragens. A previsão de tempo que dei em cada atração (baseada em pesquisas do google) foi quase sempre superior à duração real - e houve dias em que chegámos ao fim cedo demais, deixando-nos até um pouco desorientados. Isto apesar de nunca termos madrugado nem nos deitado muito tarde - fizemos os percursos sempre em "horas normais", até porque na maioria dos dias esperámos pela abertura de um supermercado ou padaria para nos abastecermos com produtos frescos para o dia. No entanto, a partir de certa altura, perceber que os dias eram longos fez-nos levar o roteiro com outra tranquilidade - sabíamos que desde que não tivéssemos hora marcada para entrar num local ou num hotel, poderíamos ver as cascatas e os desfiladeiros com luz do dia até bastante tarde. Obviamente que isto só é válido para quem vier na primavera ou verão; caso estejam a planear viagens no Outono ou Primavera, é obrigatório que estudem muito bem os tempos de caminho e de visita, pois a noite, quando se põe, é escura como breu. E fria!
Em Seljalandfoss o parque é pago (seis euros) e uma a duas horas deverá ser suficiente para verem as suas cascatas. Av. P/Q: 5. Av. E/Q: 5.
Seljalandfoss
Seljalandfoss
Seljalandfoss
Por detrás da Seljalandfoss
Glufrabui
A próxima paragem é, também, das mais conhecidas do país. Mas antes, fizemos uma breve escala à margem da estrada para ver as Rutshellir Caves - umas pequenas cavernas em que fizeram uma espécie de casinhas à entrada. A ideia é gira e podia ser um sucesso se fosse melhor trabalhada com umas lojinhas lá dentro ou uma decoração gira (lembrei-me, por exemplo, do sucesso que fazem as Casas de Santana, na Madeira), mas infelizmente é só uma gruta vazia com uma entrada em palhota, que não tem muito que ver. É uma boa paragem para se esticar as pernas e tirar uma fotografia da paisagem sulista da Islândia, que para nós é sinónimo de céu azul, rochas e... palha, muita palha.
Dentro de uma das Rutshellir Caves
Rutshellir Caves
Foi neste segundo dia que percebi que tinha de fazer as pazes com aquilo que os meus olhos estavam a testemunhar sobre a paisagem islandesa - que, por alguma razão, não estava a casar com as minhas expectativas. Mas depois percebi: era o cenário seco que me estava a fazer confusão. Normalmente as imagens que vemos deste país ou são verdejantes, pintadas a relva, ou brancas, com um tapete de neve imenso. Mas o que eu via eram tons pastel, mais para o bege e o acastanhado! Onde estava o verde e o branco dos meus sonhos?
A resposta é simples: estão no Verão e no Inverno. Nas outras duas estações a paisagem fica num meio-termo. Porque não se passa do verde para o branco - ou vice-versa - num abrir e fechar de olhos. Aquilo que testemunhámos foi o panorama intermédio, que na verdade tem um nome do meio: palha. Aquilo que era relva no verão, seca e queima quando a neve cai. Com o degelo natural das estações mais quentes, aquilo que era relva volta a ficar visível, mas em forma de palha, pintando a paisagem de tons amarelados e castanhos. Das três paisagens - verde, branca ou pastel -, diria que a que me saiu na rifa é a menos bonita... e admito que o meu coração ficou um bocadinho partido quando percebi que a ideia que tinha da Islândia não era necessariamente aquilo que os meus olhos estavam a ver. Mas é aceitar e perceber que esta metamorfose também faz parte da beleza do país. Na foto acima conseguem perceber aquilo de que falo: na altura em que fomos, o verde já começava a querer tomar o lugar da palha, mas a cor amarela era aquela que ainda dominava no horizonte.
Depois das grutas, fomos então para outra das cascatas mais famosas: Skogafoss. O parque não é pago, mas confesso que não foi das cascatas que me roubou o coração; a queda de água é bonita, mas o enquadramento não é o melhor. Já para não falar que tem muita, muita gente.
Meia hora basta para ver a cascata; no entanto, se quiserem subir à plataforma de observação, precisarão de pelo menos hora e meia. São 370 degraus e a subida, para mim, foi absolutamente penosa. A pior parte? É que, quando cheguei lá acima, não achei que valesse a pena. A cascata é mais bonita vista de baixo do que de cima, onde nem sequer se tem um ângulo de visão desafogado. A única coisa que pode valer a pena, para quem for com tempo e vontade de caminhar, é um trail que percorre todo o caminho da água, que tem algumas quedas de água anteriores à Skogafoos que podem compensar a subida. Nós andamos o suficiente para encontrar uma outra cascata - e, principalmente, para podermos esticar as pernas e dar descanso aos glúteos, depois daquela subida do demónio - mas acabamos por só percorrer uma pequena parte do trail. Av. P/Q: 5, uma vez que não é pago. Av. E/Q: 2, considerando a escadaria.
Skogafoss
Skogafoss
No topo da Skogafoss, numa das quedas de água anterirores à cascata principal
Mas se Skogafoss é um caos de pessoas, logo ali ao lado, a pouco mais de um quilómetro, têm uma pérola escondida que vale bem mais a pena. A Kvernufoss fica depois do museu Skogar, onde se encontram muitos artefactos antigos islândeses dentro das típicas casinhas de madeira e palha. O parque da cascata é pago (cinco euros), mas dá acesso os quartos de banho do museu, o que pode dar muito jeito, uma vez que não é fácil encontrar WC's na Islândia, principalmente que não sejam pagos.
Mas falemos de Kvernufoss: é bastante acessível, com uma caminhada de cerca de meia hora, só com uma ou duas subidas curtas. O fluxo de água não é muito grande mas a forma e o local onde esta cai é muito bonito. Imaginem uma cúpula sem teto, mas com a mesma forma arredondada; forma-se ali, de um dos lados, uma espécie de redoma que torna o ambiente quase acolhedor - e acima de tudo, muito bonito, com a queda de água a adornar tudo de forma perfeita. O outro lado, por onde a água escorre, é um vale muito agradável e sossegado - um óptimo contraste para quem saiu de uma atração mais agitada como é a Skogafoss. Av. P/Q: 4. Av. E/Q: 5.
Kvernufoss
Kvernufoss
O trilho de chegada à Kvernufoss
As casinhas típicas do museu Skogar
Quando saímos de Kvernufoss e olhámos para a hora, percebemos que tínhamos ganho muito tempo em relação às expectativas. No roteiro, a paragem seguinte era facultativa e o meu interesse não era muito - mas como tínhamos horas de sobra, decidimos parar no Solheimasandur, os famosos destroços abandonados de um avião americano, que caiu ali perto de uma praia em 1973 por falta de combustível. Ninguém morreu, mas os os restos do avioneta ali ficaram - acabando por se tornar naquela que é hoje uma das imagens mais famosas da Islândia.
Esta é das paragens em que é obrigatório o uso do maps, pois não há indicações na estrada do local de entrada. No entanto, verão de certeza carros num parque estacionamento que foi construído recentemente - e que é, como não podia deixar de ser, pago (mais 5 euros, catchim!). Aqui têm duas opções: ou pagam 20 euros por pessoa para apanhar o transfer de ida e volta para o avião ou andam cerca de duas horas, ida e volta (pouco mais de sete quilómetros), para lá chegar. Como o preço do transporte nos pareceu claramente exagerado, optamos por ir a pé. Foi provavelmente a caminhada mais longa que fizemos durante toda a viagem - e para mim foi cansativa e um pouco frustrante, porque só quando nos aproximamos bastante é que começamos a ver o avião, como quem vê aparecer uma luz ao fundo do túnel. Anda-se, anda-se e anda-se... e a estrada de areia e gravilha parece confundir-se com o horizonte e nunca mais acabar. Até que lá o vemos, o famoso! O avião em si vê-se em cinco minutos e não é, nem de longe nem de perto (na minha opinião!), uma paragem obrigatória. Mas é mais um check num ex-libris islandês, sendo que esta será provavelmente a única vez que estarei dentro dos destroços de um avião (ou, para bem da minha saúde, assim o espero).
Se a caminhada de ida foi difícil, a vinda foi pior - parecia que o carro se distanciava à medida que íamos andando. A única coisa que compensa são a vistas lindas da montanha que se tem na praia e no caminho. Av. P/Q: 3, no caso de só estacionarem o carro, 1 se optarem pelo transfer. Av. E/Q: 2, se fizerem o caminho a pé.
Solheimasandur
As montanhas vistas de dentro do avião - Solheimasandur
Solheimasandur
A última paragem oficial do dia foi na Reynisfjara Beach, uma famosa praia de areia preta rodeada por pedras de basalto. Pelo caminho passamos pelo viewpoint de Dyrholaey, um dos sítios mais famosos para ver puffins (papagaios-do-mar), mas na altura não nos apercebemos que era lá uma das suas mais famosas colónias e não parámos. Acabamos por nunca os conseguir ver durante toda a viagem - a verdade é que fomos na altura em que eles começam a aparecer (é normalmente a partir de fim de Abril até meados de Setembro) mas ainda não são muito comuns, para além de que o tempo, neste dia em particular, também estava a ficar escuro, ventoso e encoberto, ao contrário daquilo que eles parecem gostar.
O parque da praia também é pago (sete euros, auch!) e eu confesso que não fiquei encantada. Pensei muito em Portugal e na sua incrível diversidade durante esta viagem... a verdade é que muito daquilo que as pessoas vão ver à Islândia, nós temos em terras lusas. Temos fumarolas e parques geotérmicos, temos mar e uma costa incrível, temos casinhas de madeira e palha, temos praias de areia preta... Por isso, para nós, caminhar numa praia escura não é novidade nem nada que nos faça cair o queixo.
O mesmo não se pode dizer daquilo que estava no meio do mar. Estávamos nós a tirar fotos quando o Miguel aponta para a água e diz: "olha ali uma foca!". Foi o ponto alto do meu dia. Fechei o ângulo o mais que pude e aumentei a objetiva até não conseguir mais - e foi aí que me apercebi que não só a foca estava a dar espétaculo a toda a praia como também se estava a deliciar com um pequeno banquete... inicialmente achei que era uma raia devido à cauda do animal que ela tinha na boca, mas só depois, ao ver as fotos com cuidado, é que chegamos à conclusão que ela estava provavelmente a comer um pequeno (ainda que grande) tubarão. A natureza é mesmo incrível, não é?
Foca aparte, e tendo em conta que não sei se elas costumam aparecer nesta praia com frequência, este não é, para mim, um local de paragem obrigatória. Há muitas praias de areia preta na costa e não é necessário pagar uma fortuna para se desfrutar da vista, da areia de cor peculiar e do mar (ainda que só de longe, porque entrar neste mar, ou simplesmente ser apanhado por uma onda, é perigosíssimo). Aliás, se caminharem um pouco mais na zona dos destroços do avião, darão por vós num areal sem fim muito maior que este; é verdade que não têm as pedras basálticas como pano de fundo, mas confesso que não acho que façam a diferença ou justifiquem o preço que se paga. Por isso - Av. P/Q: 2, Av. E/Q: 4, não por o esforço ser muito, mas por a paisagem não justificar grande pontuação.
Reynisfjara Beach
Reynisfjara Beach
Foca na Reynisfjara Beach
A caminho do nosso hotel apercebemo-nos que muita gente fazia um desvio que não estava planeado no nosso roteiro. Como ainda tínhamos tempo, decidimos seguir o nosso instinto e fomos atrás do fluxo de carros. Demos por nós no topo de uma montanha onde está o farol de Dyrhólaey, de onde é visível o famoso arco, onde na verdade também pousam muitos puffins. No entanto, à distância a que estávamos, seria impossível ver o que quer que fosse.
Quando falo de uma imensidão de praias de areia preta é a isto a que me refiro. É ou não magnífico? E, já agora, grátis!
Vista do farol de Ddyrhólaey e o famoso arco rochoso
Seguimos depois para Vik, uma vila muito simpática, onde jantamos no Smidjan Brugghus, por conselho da recepcionista do nosso hotel. Já tínhamos planeado jantar na Black Crust Pizza, onde servem pizzas de massa escura feita com lava, mas eu sentia que o meu corpo precisava de qualquer coisa para além dos hidratos de carbono que tinha vindo a comer, de forma exclusiva, nos últimos dois dias. Precisava de carne. E eu, que não sou fã de hambúrgueres, devo dizer que aquele que comemos estava uma delícia - ou isso ou eu estava mesmo com muita fome. A carne era de boa qualidade e toda a mistura do hambúrguer estava bem harmoniosa e saborosa. Pagámos 50 euros os dois (dois hambúrgueres, duas pepsi max e uma dose de batatas fritas).
Igreja de Vik
Smidjan Brugghus
Nessa noite ficamos hospedados no Farmhouse Lodge, onde fomos muito bem recebidos por uma portuguesa que lá trabalha há vários anos. Independentemente disso, devo dizer que ficamos um bocadinho desiludidos - foi dos sítios mais caros onde dormimos e aquele de que menos gostamos. O quarto em si não era mau, era confortável e bem decorado - e a Sílvia (penso que era assim que se chamava?), colocou-nos naquele que tinha melhor vista! Mas o quarto de banho era minúsculo, o local do banho não estava nada bem conseguido, as toalhas estavam em mau estado e nem toalha de mãos forneceram, não havia muitas tomadas acessíveis, etc. A cama era boa e - em conjunto com uma venda! - tive uma noite de sono decente, mas o bolo geral não se mostrou justificativo do preço que pagamos. Era dos hotéis que mudaríamos caso voltássemos.
Dica do Dia: na Islândia é tudo muito, muito caro - e comer não é excepção! Num restaurante típico é fácil gastar-se cinquenta euros por cabeça (sem bebidas alcoólicas); pizzas, hambúrgueres e até sandes ascendem facilmente aos 25 euros por pessoa. Por isso, podendo, abasteçam as vossas malas de comida em Portugal - nós levamos secos, principalmente bolachas. Íamos comprando diariamente pão fresco e foccacias - uma espécie de pizzas pequenas - assim como ingredientes para colocar no interior do pão (fiambre a queijo) e batatas fritas, sempre que precisámos - que foram duas ou três vezes. Mesmo assim, gastámos facilmente quinze euros todos os dias em produtos frescos - e sempre a comer a mesma coisa! Cozinhar é uma hipótese caso fiquem hospedados em locais com cozinha, mas a verdade é que em alguns supermercados é difícil comprar carne conforme nós temos (vêm em embalagens enormes, com muita quantidade) - e os preços ascendem também para números ridículos para a nossa realidade.
De qualquer das formas, fazendo pelo menos metade das refeições fora de restaurantes (como nós, que almoçamos sempre no carro ou em mesas de pic-nic), fica a dica de algumas coisas fáceis de esquecer mas que vos irão fazer muito jeito: alguns talheres, guardanapos, toalhitas, sacas herméticas, molas para fechar os sacos, café e chá, assim como alguns pacotinhos de açúcar e, tendo planos para cozinhar, um ou dois caldos Knorr, pois não vão certamente comprar na Islândia um conjunto de temperos para fazerem da vossa comida a mais saborosa possível. Levem bolachas, tostas, patês ou enlatados caso gostem; frutos secos também podem ser uma boa opção.
Passando dos sólidos aos líquidos: levem garrafas de água vazias e encham-nas nos vários sítios que percorrerem. A água da torneira é boa e mais que potável (embora, em muitos sítios, cheire a enxofre quando colocamos a maçaneta do lado “quente”) - e o mesmo se pode dizer da água das cascatas.
Curiosidade do Dia: os cavalos, na Islândia, são o nosso equivalente às vacas ou às ovelhas. São, sem dúvida, o animal que mais se vê numa roadtrip. Passamos por algumas renas, poucos carneiros e ainda menos vacas - mas cavalos vimos centenas! Claro que, gostando de animais como eu, estava ansiosa por estar com eles de perto - mas não são muitos os sítios em que eles estão suficientemente próximos da estrada para nos conseguirmos aproximar. No caso das fotos abaixo conseguimos, mas tinha um aviso para não lhes dar comida ou mimo, algo que eu cumpri (embora a custo, pois eles aproximaram-e imediatamente e pareciam muito sociáveis).
Os passeios a cavalo são muito populares na Islândia. Por isso, se gostarem de hipismo, essa é das atividades que encontram com grande facilidade em todo o país. Do que me pareceu, os cavalos tomam quase conta de si próprios: a maioria nem estábulo tinha, o que me soa estranho, pois não diria que são animais capazes de aguentar o frio que se faz sentir naquele país, principalmente à noite. Mas o número de bichos desta espécie contraria o meu raciocínio e eles são, aparentemente, feitos para viver nesta terra. O seu pêlo era maior do que os cavalos que vemos cá e estão, na sua maioria, gordinhos e bem tratados, sendo que não lhes falta espaço para correr. E como o que se quer é animais felizes... diria que estão no sítio certo.