Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

02
Set19

Em busca da francesinha perfeita #10

no Bufete Fase

Se no último par de anos comi mesmo muito poucas francesinhas - muito por culpa de me sentir eternamente insatisfeita com aquilo que ingiro sempre que faço uma nova tentativa - nos últimos meses tenho-me vingado e experimentado vários restaurantes que têm como especialidade esta iguaria portuense.

A última foi naquele que é, provavelmente, o local mais famoso de todos: o Bufete Fase, na rua de Santa Catarina.

Sejamos claros à partida: é um tasco. Se procuram um sítio bonito e glamouroso para comer e estar confortáveis, este não é certamente o lugar ideal. Aliás, ali não se cultiva a arte de estar à mesa: é chegar, comer e sair (prova disso é termos jantado em 40 minutos). No fundo, é uma coisa à antiga: o objetivo é sair satisfeito, não é postar uma foto bonita no Instagram.

E isto vê-se logo no atendimento. A senhora foi direta: "são então duas francesinhas? E para beber, o que vai ser?". Ou seja: não há muito mais escolha para além do prato típico - se não é francesinha, é bife (daquele que vem dentro da francesinha...). E vamos diretos ao assunto: a dita é boa. E lembrou-me a do Gambamar, o que é um óptimo elogio.

O pão é bem tostado e o conteúdo recheado; o bife é fino mas tenro e não há salsicha fresca (yey!). E há aqui um twist: não só há bife como também carne assada, que dá um travo final que não é do gosto de todos, mas que eu não achei mau. No meio das carnes nenhuma me pareceu ter daquelas pepitas malvadas de pimenta, que normalmente me infernizam as refeições. E isto leva-me ao molho. Apontem bem isto: NÃO. É. PICANTE. Aleluia, irmãos! É uma autêntica lufada de ar fresco. Os molhos de francesinha foram progressivamente ficando mais pungentes neste sentido, algo que nem o meu palato nem o meu estômago aprovam; mas o molho do Bufete Fase, por default, não é picante. Mas descansem os fãs da língua em formigueiro, porque também há uma versão picante ;)

Penso que a questão do molho foi crucial para não me sentir pesada quando saí de lá. Normalmente, sempre que como francesinha, sinto-me enfartada, como se tivesse comido um boi (o que depois me faz sentir arrependida de a ter comido - porque ninguém quer sentir que comeu um boi, não é verdade?). E ali, pelo contrário, senti-me leve e bem disposta depois de sair do restaurante - o que, só por si, já é uma sensação a registar.

A nota final vai para a dificuldade em arranjar mesa. Nós chegamos ao restaurante pelas 19:40h e estreamos o jantar dessa noite; quando saímos (pelas 20:20h) o corredor apertado que liga a porta às salas de jantar já tinha pelo menos uma dúzia de pessoas à espera. Encheu num fósforo. E, pelo que me pareceu, ia continuar a encher nas horas seguintes.

O maior elogio que posso fazer ao Bufete Fase é que acho que há uma razão válida para isso acontecer. Eles têm a fama, tiram claramente o proveito - mas é bom finalmente ver uma base nisso.

Fiquei fã (desde que se vá cedinho).

 

IMG_20190830_195314.jpg

 

02
Nov17

Em busca da francesinha perfeita 9#

Adorava dizer que esta rubrica está morta porque eu me deixei de gulodices e passei a ter uma alimentação espetacularmente saudável. Mas não. A verdade é que deixei praticamente de comer francesinhas. Sou aquele género de pessoa que está sempre a dizer (e a pensar) “estou tão gorda” e estar a comer francesinhas que não me sabiam bem só aumentava o meu nível de desespero.

Sempre gostei bastante desta iguaria portuense e acho que, desde que me lembro de comer como gente grande, nunca tinha passado tanto tempo sem comer uma francesinha. Este ano devo ter comido umas três, o que bate um recorde mínimo nunca antes alcançado.

Porque a verdade é que comia e não me sabiam bem – ou, se sabiam, deixavam-me maldisposta a seguir, com o fígado a gritar por misericórdia depois de tanto molho inglês. Há mais de dois anos que não comia uma francesinha que não fosse demasiado picante, que não tivesse o bife mais fraco que se encontrava no talho, cujo pão fosse rijo e crocante e as carnes de boa qualidade.

Mas neste feriado decidi fazer mais um tentativa, sacrificando mais uma vez as minhas ancas em prol desta causa. E talvez tenha resultado. Gosto de pensar que, em parte, a culpa é do sítio.

 

Francesinha 9#: A Marisqueira do Porto (antigo Gambamar)

A Marisqueira do Porto abriu há pouco mais de um mês num sítio, para mim, muito especial: o antigo Gambamar, onde aprendi a gostar de francesinhas e onde havia, para mim, as melhores de todas. Esta rubrica surgiu quando o restaurante fechou e eu fiquei “órfã” de francesinha, por isso esta nona tentativa representa quase o fechar de um ciclo.

Estava bastante esperançosa. Conheço o dono, que me disse que elas eram boas, e que quem as fazia tinha vindo d’A Regaleira (que, para quem não conhece, é a criadora deste “petisco”). Tudo era um bom prenúncio e veio a concretizar-se.

Acima de tudo, e deveras importante, o picante não se sobrepunha a nada; não era demasiado intenso, não queimava o paladar, não deixava o estômago a roncar horas depois. O molho é, aliás, um pouco para o adocicado.

Mas a melhor maneira de descrever esta francesinha é dizendo que ela é “rica” e “pesada”. É muito grande – eu já não sou o que era, porque há dez anos comia o prato inteiro enquanto o diabo esfregava um olho, e agora deixei parte da comida no prato, porque já estava a arrebentar pelas costuras – mas muito bem constituída, com muito boas carnes. E o bife era excecional, com uma altura bem razoável, saboroso e tenro, tal como se quer.

Vem com o típico camarão por cima (eu, por acaso, dispenso) e um cestinho de batatas fritas. Ao todo, dez euros.

O veredicto não podia ser mais positivo. Dado o preço que se paga por aí, num simples café, por uma francesinha… penso que a relação preço/qualidade desta é, até, muito aceitável. O restaurante é muito agradável, tem estacionamento e fica no coração do Porto, por isso não se pode pedir mais. Foi das melhores francesinhas que comi desde que comecei esta rubrica e é óptima para quem gosta de bem enfardar. Estou contente e prometo voltar.

 

image1 (1).JPG

 

19
Mar16

Em busca da francesinha perfeita 8#

Francesinha 8#: Cufra Grill (Edifício Transparente)

É verdade que já não publico esta rubrica há muito tempo, mas isso não quer dizer que tenha deixado de procurar a minha francesinha perfeita. Já encontrei aquela que, de todas, é a minha favorita - ainda assim, nem sempre está como gosto, e procurar não custa (quer dizer... as minhas ancas não concordam com esta afirmação, mas enfim).

Uma das últimas tentativas foi no Cufra Grill, no Edifício Transparente - não sei se este espaço está de alguma forma associado à Cufra da Avenida da Boavista, mas as francesinhas também são o prato principal deste restaurante. E é muito mau quando o prato mais servido num restaurante não é bom - que foi o caso. Aliás, para dizer a verdade, nem sei dizer se a francesinha era boa má nem posso opinar sobre a qualidade dos ingredientes ou outros aspetos do género: isto porque o molho era tão, tão, tão picante que, à primeira garfada, metade do meu paladar se foi à vida. E foi diminuindo à medida que ia comendo, porque a fome apertava e eu não estava com vontade de deixar uma francesinha inteira no prato.

Podia ser só eu a queixar-me, que sou muito sensível em matéria de picantes, mas não fui. Era um jantar de aniversário, com uma mesa longa, e toda a gente se queixou do mesmo. E é pena, porque as francesinhas em si até podiam ser a 8ª maravilha, mas o molho ofuscou todo o seu potencial.

No restaurante há várias "modalidades" de francesinha, sendo que a tradicional é com carne assada. De qualquer das formas, é possível pedir com bife ou até com duas coisas. Eu pedi a primeira opção, normalmente mais segura no sentido da carne ser mais tenra; o sabor da carne assada é um bocadinho diferente, como é lógico, mas não é necessariamente pior - e não se corre aquele que é um dos maiores riscos das francesinhas, que é terem um bife de péssima qualidade que não se consegue comer de forma alguma.

Outro ponto negativo é o preço. A francesinha mais barata custa 8€ (há restaurantes mais baratos, mas este é um preço médio), e as mais elaboradas são um pouco mais caras; o pior são mesmo as bebidas, que tornam as contas bem mais chorudas. Uma coca-cola custou 1,70€ (se não estou em erro) e as cervejas também andaram lá perto. Tendo em conta o quão picantes as francesinhas estavam, o pessoal teve mesmo de abrir os cordões à bolsa para acalmar o "fogo" que ardia nas nossas bocas, pelo que não duvido nada que seja nesse campo que eles façam um bom dinheiro - assim como não duvido que tanto picante seja colocado no molho "inocente".

Posto isto, o balanço não é muito positivo. Acredito que, sem aquele molho, até fosse uma francesinha a ter em conta - mas da forma como foi servida, não dá para o meu palato. De qualquer das formas, dou o benefício da dúvida e aceito que possa ter sido um acidente e uma mão mais "pesada" do cozinheiro do dia em questão.

31
Out14

Em busca da francesinha perfeita 7#

Francesinha 7#: Capa Negra (Campo Alegre)

Eu arrisco-me a dizer que esta é, provavelmente, a francesinha mais famosa do Porto. Como de costume, tem a fama, tira o proveito dela, mas no fundo, comparada com outras, não é nada - mas mesmo nada - de especial.

Tivemos uma sorte enorme em ter lugar para o carro logo à porta, assim como não tivemos de esperar para nos sentarmos. Ficamos logo na sala à esquerda da entrada, que me pareceu mais um anexo de quem viu que o negócio estava a dar dinheiro e preparou um espaço logo assim, do pé para a mão. Um ambiente frio, desconfortável (estilo café) e nada acolhedor; o empregado que nos atendeu também não era particularmente atencioso. 

Já na francesinha: o molho era agradável, o pior era mesmo a constituição da dita. As salsichas estavam mal cozinhadas e não se mastigavam muito bem, o bife também não era uma especialidade. O preço rondou o normal: 10 euros cada. 

Em suma, tendo em conta a normal falta de estacionamento, a espera mais que comum, o espaço pouco acolhedor e a comida que não me agradou assim tanto, o mais provável é não mais voltar.

 

 

06
Out14

Em busca da francesinha perfeita 6#

Francesinha 6#: no Bonanza.

Embora já tenha descoberto boas francesinhas pelo caminho, continuo a engordar em prol desta investigação pelas mais conhecidas e conceituadas francesinhas da cidade do Porto. Desta vez calhou de ir ao Bonanza, um dos restaurantes mais antigos a fazer francesinhas, situado na Avenida Fernão Magalhães (perto do Estádio do Dragão) e que sobrevive graças a uma ideia genial: mandar francesinhas para casa (embora também tenha restaurante, onde fui).

O espaço do restaurante é muito antiquado, com pouca luz, azulejos envelhecidos - mas consegue ver-se diretamente para cozinha e a nossa francesinha a ser feita, mesmo debaixo do nosso nariz. Os empregados são à antiga, mas sempre simpáticos e atenciosos. Quanto ao preço, um dos melhores que já encontrei: 7,50 euros, com batata frita incluída.

A francesinha em si era muito boa, com a pequena desvantagem de ser - para mim - bastante picante. O pão era tostado, o bife bem fininho e super tenro, as salsinhas também bem cozinhadas e uma camada generosa de fiambre, o que fazia com que o total de carnes fosse grande - o que, para quem gosta, é muito bom (é o meu caso). O molho é mais acervejado e adocicada e nada forte, mas o picante acaba por sobressair. 

No fim, ao contrário das outras vezes, não sobrou nenhum pedaço de bife ou salsicha para contar a história - normalmente as salsichas frescas ficam sempre, que não gosto do seu sabor intenso e apimentado. É, por isso, um bom sinal. Acho que apesar do passar dos anos, o Bonanza continua a ter uma das melhores francesinhas da cidade. No meu top 3.

 

 
A carregar

Na rota das mais típicas francesinhas do Porto. Desta vez no Bonanza.

Ver no Instagram

31
Jul14

Em busca da francesinha perfeita 5#

Francesinha #5: na Marisqueira de Matosinhos

Acalmem-se, acalmem-se, que esta aqui ainda não é a "the one"! Mas está lá perto.

Esta foi das melhores francesinhas que comi depois do "meu" sítio ter fechado portas: estava tudo equilibrado, tudo no ponto certo; o molho é picante e forte mas aguenta-se, o bife é de excelência, a construção da francesinha igualmente boa. O restaurante é um dos meus preferidos, onde sou SEMPRE tratada como uma princesa, portanto não podia pedir melhor. Gostei nesse dia, decidi pedir na vez seguinte: e aí é que a coisa deu para o torto.

O que eu quero dizer com isto é que este restaurante é uma marisqueira, serve marisco e peixe do melhor que há, e é isso que tem mais saída; as francesinhas podem ser boas, mas são inconstantes. A Marisqueira não é um bar especialista nisto, onde a cada cinco minutos sai uma para cada mesa - e por ser mais esporádico, por provavelmente não ser sempre a mesma pessoa a faze-las, a probabilidade de termos uma francesinha de bradar aos céus de tão boa, se calhar é a mesma de termos outra que pode não ser assim tão especial.

Mas enfim, uma francesinha "fraca" deste restaurante é melhor do que várias das outras que já experimentei. Se é barata? Não, é provavelmente a mais cara que já experimentei. Se compensa? Provavelmente sim. Nem que seja por aquele bifinho de lombo, coisa rara de ver num prato deste género.

 

27
Jul14

Em busca da francesinha perfeita 4#

Francesinha #4: no Café Santiago (Rua Passos Manuel, Baixa)

Ah pois é, fui finalmente ao tão famoso Café Santiago, que tantos apregoam ter a melhor francesinha do mundo e que tantas vezes me aconselharam aqui na caixa de comentários. Pois que não tenho boas notícias para vós - vou ser tolerante e dizer que posso ter tido azar, apanhado um mau dia, mas a verdade é que houve ali uma coisa de muito mau (que é, já agora, o "erro" mais frequente de todos nas francesinhas): o bife.

Eu juro que tenho bons dentes, que a faca que eles me deram tinha uma boa serrilha - mas, mesmo assim, cortar aquela carne não era para meninos. Vi-me um bocadinho grega para conseguir partir o bife sem desmontar a francesinha toda, e sendo esta uma das partes mais importantes deste "petisco", toda a refeição tornou-se bem menos agradável. Quis comer, porque não queria deixar e tudo o resto estava bom, mas no fim deixei-me de coisas e pus o bife de lado, e devo confessar que me soube bem melhor. O molho era agradável, mais atomatado do que noutros sítios, e não muito forte no que diz respeito a pimenta/picante. O pão estava tostado, o que é um ponto muito, muito a favor. 

Agora dizem-me: mas é barato! E eu digo que não, não é. A refeição ficou-me por dez euros, num café normal, abarrotado de pessoas e com uma mesa a quinze centímetros de mim, onde me entretive a ouvir cada bocadinho de conversa que trocavam entre si. O serviço é normal para um café, mas como o local estava lotado é um bocadinho difícil interagir-se com os empregados. No fundo, acho que o preço é injustificado: nem a francesinha, nem o espaço, nem o serviço explicam que se pague dez euros. 

Mais uma vez, pareço ser do contra, e não concordar com a (grande) corrente que diz que o Santiago tem a melhor fracesinha de todas. 

 

(a parte boa é que já descobri, para mim, o melhor sítio para as comer - a revelar em breve)

 

 

10
Dez13

Em busca da francesinha perfeita 3#

Francesinha #3: na Alicantina (Campo Alegre).

Há mais de uma semana decidimos continuar a nossa busca. A intenção era ir ao Capa Negra II mas, como de costume (ai a crise!), este estava a abarrotar de gente e nem sequer nos demos ao trabalho de tentar. Passamos logo a outra opção - em que eu não estava nada confiante - mas que, diziam alguns, era uma boa tentativa.

O meu pai andou a pesquisar no TripAdvisor e, segundo diziam algumas pessoas, a francesinha da Alicantina era a melhor do Porto (claramente que não sabem o que é bom, mas enfim, não me vou estar a adiantar). Eu nunca lá tinha ido, mas a ideia que tinha era de um café transformado em restaurante, perfeito para refeições rápidas, típicas de trabalhadores ou estudantes que tivessem sempre de comer fora, de uma forma barata e rápida.

Qual não foi o meu espanto quando cheguei lá e vi, de facto, que até os individuais eram uma publicidade às suas francesinhas; tinham até a história da dita delícia, onde havia sido criada, como era feita, entre outras coisas. Fiquei mais esperançada, mas foi em vão.

A inicio, até nem me pareceu muito mal: era uma mistura de todas as francesinhas que havia comido até agora. Não muito picante, mas forte em molho inglês (e eu prefiro assim, que o picante tolda-me o paladar). O pão de forma não era ligeiramente torrado, como eu gosto e o bife (no inicio até me parecia carne assada, mas conclui depois que não) era uma desgraça. Ainda estou para encontrar uma francesinha com um bom bife: que não seja duro, que não seja fraco e que se corte bem. 

É chato andar a engordar quando as coisas não nos sabem como queremos. Não é que seja intragável, muito longe disso! Mas não está nem perto da qualidade do meu "falecido" Gambamar, de quem tantas saudades tenho. Há que continuar a engordar em vão, portanto. Na mira continua o Capa Negra II e o Café Santiago.

17
Out13

Em busca da francesinha perfeita 2#

Francesinha 2#: no Galiza (Campo Alegre).

Era o sítio onde o meu pai ia antes de ir ao Gambamar, que foi o tal restaurante que fechou. Nisto, já lá vão umas décadas. Ainda assim, e porque há tempos vi uma foto de uma amiga lá, decidimos experimentar.

O ambiente é, sem dúvida, muito melhor que na Cufra - menos "popularucho", mais sóbrio e, apesar de tudo, mais actualizado. Senti-me mais contextualizada, ali. É engraçado como um restaurante na Avenida da Boavista, que devia ser bastante mais chique, tem um público-alvo tão diferente deste, no Campo Alegre, que apesar de ser uma bela zona, não pode ser comparada àquela grande via no centro da cidade. A relação empregado-cliente já é feita de uma forma mais cortês e não de amigo-para-amigo.

Quanto à francesinha, agradou-me muito mais do que na Cufra. Ainda assim, com falhas graves. Aliás, uma grande falha, que é o suficiente para estragar tudo. No ínicio não dei conta e pensei "é desta, o meu problema está resolvido", mas afinal não estava assim com tanta sote. Quando cheguei a meio comecei a desfazer a francesinha toda, porque o bife que lá tinham posto estava cheio de nervo e, ainda por cima, estava extremamente mal passado, o que me dificultava o corte. Cheguei ao fim a comer pão, fiambre, queijo, mortadela e molho, porque os meus dentes já não rasgavam conveniente aquele naco de carne, de tão mau que estava. É uma pena, porque o molho - apesar de não ser igual ao do meu restaurante-referência - é melhor que na Cufra: não é tão agressivo e picante e eu consigo, portanto, manter o meu esófago intacto, sem sentir que toda eu sou fogo. 

Ainda não foi hoje. Vou continuar a minha busca.

04
Out13

Em busca da francesinha perfeita 1#

Isto do meu restaurante favorito de francesinhas ter fechado tem muito que se lhe diga. Não foi mais um, simplesmente. Foi O restaurante! Agora onde é eu vou comer quando me der aqueles desejos insaciáveis? Não pode ser, uma pessoa entra em depressão por causa de uma brincadeira destas! Não devia ser permitido fechar assim os restaurantes... os clientes habituais deviam ser informados pelo menos duas semanas antes, de forma a irem lá e encherem o bucho o mais que puderem, para matarem as saudades mesmo antes destas aparecerem. É um mundo injusto, este.

Mas enfim, agora já não há nada a fazer. Tenho portanto de me sujeitar às outras francesinhas, com carnes de que não gosto, molhos que incendeiam todo o sistema digestivo de tão picantes e salsichas fracas. Comecei hoje a minha prospecção de mercado quanto a esta especialidade tripeira e vou fazendo críticas à medida que for provando. Mas aviso já que aquele restaurante é como um primeiro amor para mim: todos os que vêm a seguir vão ser, de alguma forma, comparados com o primeiro. Não há nada a fazer.

 

Francesinha 1#: na Cufra.

Conheço pessoas que dizem que aquela é a melhor, que é super típica e tititi. Foi a nossa primeira investida, no que diz respeito à nossa investigação.

O restaurante ficou parado no tempo, com bancos corridos ao longo de uma sala e cadeiras de balcão saídas dos anos 60, muito ao estilo de uma disco fraca dos dias de hoje. O ambiente é mais "popular", com uma relação cliente-empregado bem diferente da do outro restaurante onde ia: aqui é de amigo para amigo, uma relação mais física e descontraída; no outro sítio era mais cortês e educado. No entanto, a simpatia é um ponto forte. Mas, a nível de ambiente, devo confessar que me senti um pouco deslocada.

No entanto, se a francesinha fosse de bradar aos céus, eu esqueceria todos os senãos e aquele passaria a ser o meu spot. Mas não era. Em vez de bife levava vitela assada - o que não é mau, não fosse a carne estar extremamente seca. O molho era demasiado picante para o meu gosto (eu gosto de francesinhas soft, até porque o meu fígado e vesícula não me permitem grandes exageros) e ácido - tinha um toque de álcool (vinho ou cerveja, não consegui identificar) demasiado sobressaído. Por fim, não tinha uma coisa que aprecio muito e que é rara: o pão não era estaladiço. Não passava de pão de forma normal, nada torrado; no outro restaurante, torravam-no levemente, de forma a que ele tivesse um toque estaladiço quando o trincávamos. Ai as saudades...

Em suma, e de uma forma geral, a avaliação não foi muito positiva. Esperava mais, tendo em conta a fama. O próximo deverá ser o Galiza, com o Capa Negra também já na lista. Se tiverem sugestões a dar, sintam-se à vontade para o fazer!

Pesquisar

Mais sobre mim

foto do autor

Redes Sociais

Deixem like no facebook:


E sigam o instagram em @carolinagongui

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Leituras

2024 Reading Challenge

2024 Reading Challenge
Carolina has read 0 books toward her goal of 25 books.
hide


Estou a ler:

O Segredo do Meu Marido
tagged: eboook and currently-reading
A Hipótese do Amor
tagged: currently-reading
I'm Glad My Mom Died
tagged: currently-reading
Spare
tagged: currently-reading

goodreads.com

Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2023
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2021
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2019
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2018
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2016
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2015
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2013
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2012
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2011
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D