Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

06
Fev24

Chávena de Letras: "As Coisas Que Faltam"

9789899087583_1675720847.png

Eu gostava muito de ter gostado mais deste livro - mas não consegui. Queria gostar porque sendo uma autora recente, queria muito apoiar este pontapé de saída; queria porque sinto que "conheço" a Rita dos podcasts e, de certa forma, desenvolvemos uma relação emocional e queremos fechar um círculo perfeito. E continuo a apreciar a força que é preciso ter para se publicar em Portugal e a capacidade que é preciso para se escrever um livro. Acima de tudo, acredito que a prática conduz à perfeição - e que este é um início para algo ainda melhor.

Não que este tenha sido mau, que não foi. Mas, primeiro, talvez este não seja o meu tipo de livro - isto não é um romance, é uma narrativa de personagem (?), uma história centrada na vida da Ana Luís, em que é ela o objeto principal da história; mas, acima de tudo, sinto que não me consegui relacionar com a história nem ambicionar continuar a ler. Não me é fácil encontrar adjetivos que classifiquem a esta personagem principal, mas talvez "desenxabida" sirva o propósito; ou amorfa, talvez. O que não tem nada de mal, mas não é um tipo de pessoa que me puxe - e, talvez por isso, também a obra não me tenha agarrado. Sinto que a vida passava por ela e que, apesar de haver ambição, não havia a iniciativa nem a garra para fazer mudar o rumo da sua própria história.

Percebo o moto da narrativa e, quer seja intencional ou não, acho que o vazio que a personagem principal sente é de facto refletido no livro. Falta algo. Há, de facto, "Coisas que Faltam" neste livro - mas para mim são detalhes importantes, que deixam mais que o dissabor da personagem na boca. Acho que é possível não adorar uma personagem mas gostar do livro - e não foi bem o caso.

A escrita da Rita da Nova é corrida, simples e sem grandes floreados, com alguns detalhes de que gostei e outros que nem tanto; às vezes era corriqueira demais, outras meio poética (exemplo: "Engraçado como o vazio pode ser tão pesado. Achar-se-ia que não, já que o vazio é só ar, e o ar é só nada, e o nada não existe, logo não pesa - mas só quem se habituou a esperar sabe reconhecer essa pressão, que nos impede de respirar como deve ser"). Isto na voz da mesma personagem, que no meio disto tudo era pintalgada por uma voz um pouco infantil, uma mistura que me pareceu mal envolvida e trabalhada (exemplo: "Seria incapaz de imaginar o meu pai com a minha mãe, a ideia deixava-me ligeiramente enojada, como se eles fossem feitos de ingredientes diferentes, daqueles que não se deve misturar porque dão dores de barriga") . A parte final, das cartas, sofre o mesmo problema - aquela linguagem não me pareceu nada "casar" com aquilo que conhecíamos da mãe até então.

 

Destaque muitíssimo positivo para a capa, que está muito bonita e trabalhada até em relevo - mas que, na minha opinião, não casa com o interior.

De qualquer das formas, é uma autora que quero manter debaixo de olho.

21
Jan24

Chávena de Letras: "Ontem à noite no Telegraph Club"

tele.jpg

Este foi um livro em que me custou um bocadinho a entrar - não mergulhei imediatamente na narrativa nem o livro me agarrou de início. Foi pouco a pouco que comecei a perceber a Lilly e onde a obra me levava - e no fim já seguia com a onda, emocionada e a vibrar com a história como se fosse minha.

A meio do livro fui ler sobre a autora, porque pensei: "é impossível que quem tenha escrito isto não tenha estado na pele da personagem principal". Acertei. A dor presente no livro, a incerteza, a confusão, o sentimento de que algo está certo mas que para os outros está errado... É um livro que ensina a ter empatia por todos os que nascem a gostar do sexo "errado"; porque se hoje não é um caminho fácil, antes era um caminho dificílimo, que implicava escolhas terríveis. Neste "Ontem à noite no Telegraph Club", para além da questão da sexualidade, há ainda o factor da raça: Lilly é chinesa e vive numa América dos anos 50, cada vez mais hostil para com os asiáticos, numa época em que a China de transformava numa potência comunista e oposta à visão americana. Juntar "lésbica" ao rol de entraves que um chinês tinha na altura era uma escolha que só os mais arrojados se atreveriam a tentar - mas Lilly era uma "chinesa bem-comportada". Será que as duas coisas são de convivência possível? Será que não é redutor sermos só uma coisa, termos uma faceta?

Sobre a obra: adorei o facto do romance ser linear, não ter triângulos ou outros fatores típicos de entraves neste tipo de narrativas mais jovem. Aqui, o grande obstáculo era o contexto - e esse já é mais do que dissuador para todos os envolvidos - a autora foi inteligente por perceber isso. Não percebi a necessidade de determinados flashbacks da família de Lilly, a não ser a oportunidade de entrarmos num contexto mais completo. E Shirley... É uma red-flag desde o início! Que vontade tinha de a esganar a ela e a Lilly por se deixar levar... Mas enfim, tudo encontra o seu caminho.

Gostei muito. Acima de tudo pela empatia que cria com todas as pessoas que, por gostarem de alguém que não era suposto, têm de sair de um armário cuja porta tem definitivamente muitos espinhos.

14
Nov23

Chávena de Letras: "No Início eram Dez"

noinicio.jpg

Creio que este foi o segundo livro de li de Agatha Christie - mas o primeiro não me deixou marcas. Este, que não tem nenhuma das suas personagens mais icónicas, talvez deixe - li-o num ápice, como há muito tempo não me lembrava de ler um livro. É viciante, praticamente impossível de o deixar a meio. Óptimo para alguém que esteja a passar por um "reading slump" porque é daquelas obras que nos agarra do início ao fim, com personagens que nos despertam emoções diversas e uma escrita coloquial mas de tão fácil leitura que até parece ser uma coisa fácil de se fazer.

Há, de facto, várias razões para lermos Agatha Christie passado todos estes anos: porque mentes como a dele há muito poucas. É um génio do thriller, ainda que os seus livros consigam não ser pesados nem macabros como os thrillers contemporâneos que agora se vêem nas mostras das livrarias.

Aconselho muito.

26
Out23

Chávena de Letras: "Talvez Devesses Falar com Alguém"

talvez.jpg

Este livro levantou-me, de novo, um problema com os audiobooks: há partes que eu gosto tanto, tanto que tenho pena de não conseguir sublinhar, apontar, rabiscar e levar comigo para a vida.

Para alguém que, como eu, é seguido há dois anos por um terapeuta e conhece os métodos e os meandros deste mundo, acho que este livro consegue ser ainda melhor do que para as outras pessoas que nunca tiveram esta experiência. Como é que o terapeuta nos vê, a nós, enquanto pacientes? Como é que se depuram as tantas coisas más que eles ouvem, como é que se lida com tamanha tristeza dos outros? É algo que me questiono com frequência e que Lori Gottlieb descreve um pouquinho ao longo destes capítulos.

No livro ela retrata alguns pacientes com quem lidou mas, acima de tudo, fala sobre si própria - como lidar com os outros quando nós próprios temos problemas. E não somos todos assim - mesmo quando a nossa profissão não implica ouvir nem tentar ajudar a resolver problemas alheios?

Ver o ponto de vista de um terapeuta a fazer terapia é muito interessante. Gostei imenso deste livro e aconselho-o a todos - quer sejam ou não novos neste mundo, quer achem que precisam de ajuda, quer não.

07
Out23

Chávena de Letras: "Onde cantam os grilos"

grilos.jpg

Estou muito, muito contente por ter encontrado uma autora portuguesa cuja escrita eu tenha realmente gostado. Maria Isaac não escreve só bem; tem uma escrita desempoeirada, comum mas bonita; é uma escrita com os pés assentes na terra, humilde sem ser vulgar. Sinto que é raro conseguir envolver-me e relacionar-me com autores nativos de Portugal por acharem (quase) sempre que têm de redigir de forma pomposa e palavras caras para provarem o seu valor e conhecimentos. Adorei que a história decorresse numa família portuguesa, numa vila portuguesa, com personagens com nomes portugueses; gostei imenso do retratar das várias personagens, desde a forma de falar das pessoas com menos instrução, passando pela clara distinção de classes, tão típica na nossa sociedade mas retratada de uma forma muito real e não-destrutiva ou crítica (o que é raro, tão raro!). Sinto que tudo faz sentido, que é de uma fluidez tal que parece impossível aquilo não ser uma história real. E isso, penso eu, é dos maiores elogios que se podem dar a um autor.

Porquê as quatro estrelas? Porque a narrativa foi a única coisa que não adorei. Já sabíamos, através de vários avisos que se vai lendo ao longo do livro, que alguma coisa não vai correr muito bem na história dos Vaz; mas depois de tanta tensão e de construir todo um mundo à volta da herdade e seus protagonistas, senti que o final foi apressado e abrupto. O fim, que para mim foi surpreendente, podia até ser o mesmo - mas faltou-lhe uma rampa de lançamento final para ser perfeito. O que, ainda assim, não tira o mérito a Maria Isaac, cujos próximos livros irei ler com toda a certeza.

Ah, não esquecendo: bonito título, linda capa!

14
Set23

Chávena de Letras: "O que procuras está na biblioteca"

500_9789892355184_o_que_procuras_esta_na_bibliotec

Confesso que não consigo perceber a classificação média de 4 estrelas a este livro no Goodreads. Atenção: o livro não é péssimo. Seria óptimo se fosse para crianças ou pré-adolescestes. Sendo para adultos, acho-o com uma linguagem extremamente básica, com estruturas frásicas dignas de primeiro ciclo e com lições de moral simples. São frases e parágrafos curtos, ideias básicas, onde há pouco por onde puxar da concentração ou pelo vocabulário - não sei até que ponto a tradução do japonês poderá ter culpa, mas a verdade é que achei um livro superficial em todos os níveis.

Tratam-se de cinco short-stories cuja premissa é sempre a mesma: alguém, num determinado contexto, precisa de ajuda - e, de uma forma ou de outra, acabam na biblioteca municipal, nas mãos da bibliotecária e sua assistente, que de uma forma quase milagrosa lhes dão a conhecer livros que lhes abrem horizontes e permitem uma mudança de vida ou mentalidade. A ideia é gira, mas repetitiva - não era necessário que, em todos os contos, fossem sempre mencionadas as características físicas das personagens ou a descrição dos espaços. O local principal de todas as narrativas assim como as suas personagens são comuns a todas as histórias, sendo que alguns dos sujeitos principais das histórias se ligam de uns contos para os outros, o que é giro, mas não é suficiente.

A capa é muito gira e a ideia de se passar no Japão atraiu-me (quero sempre voltar aos sítios onde fui feliz), mas as expectativas não foram correspondidas.

26
Jul23

Chávena de Letras: "A Sombra do que fomos"

a sombra.jpg

Ainda não tenho a certeza se gosto ou não de Sepúlveda. Por um lado sinto-me atraída pela sua escrita, por outro não me agradam nunca os temas sobre a qual escreve - ou, pelo menos, a forma como os aborda. Esta leitura foi impulsionada pelo tamanho do livro - pequeno, perdido numa estante, ideal para pôr na mochila e levar para ler onde fosse necessário.

Este livro tem uma perspectiva interessante sobre o comunismo - um olhar sobre passado, saudosista, mas já manchado pela realidade dos acontecimentos que toldaram o sonho de tantos. Mas dirá muito mais aos sul americanos do que a nós, com muitas referências que nos passam ao lado por não fazerem parte da nossa história (a menos que sejamos especialistas no tema). Isto faz com que a capacidade de nos relacionarmos seja mais pequena, fazendo-nos perder aos poucos o interesse pela história, pois todos os relatos daqueles homens implicam um contexto que nos passa ao lado.

Vale por um par de histórias engraçadas que ilustram bem o comunismo e pela escrita do Sepúlveda. Não gostei da narrativa.

19
Mai23

Chávena de Letras: "All Aboard Family"

all aboard.jpg

Comprei este livro online, sem nunca o ter folheado; sigo há relativamente pouco tempo esta família e achei que o livro "viajaria" por alguns destinos que tinha na minha lista a curto prazo, pelo que achei que seria uma boa ajuda e que poderia seguir de guia. Não aconteceu.

A qualidade física da edição é evidente, entre papel e capa. Mas mal abri o livro e olhei para a fonte escolhida (e o tamanho e o espaçamento), não gostei do que vi; o meu primeiro pensamento, ainda que um pouco exagerado, foi que se parecia a um livro de crianças.

Não costumo ler livros sobre viagens (sejam crónicas ou relatos simples) - embora seja um estilo que aprecie e que tendo a fazer muito -, mas infelizmente não acho que este seja um bom exemplo. Primeiro porque, sendo um livro, esperava relatos extensos, descritivos, que acrescentassem algo; percebo que nas redes sociais não haja espaço para grandes escritos (nem paciência dos leitores) mas, com um livro, a predisposição é diferente - e, na minha perspectiva, era exigido mais. Nesta obra tudo fica pela rama. Faltam coisas simples - em que hotel ficaram, qual é o nome do santuário de elefantes a que foram, qual é a moeda usada em cada país, etc. Tanta coisa...

Para além disso, falta edição. É gritante a ausência da mão de um editor. Apontei uma frase como exemplo: " Numa pausa rápida para almoço, tínhamos um buffet com banana assado, vários tipos de arroz, vários tipos de carnes e peixes e vários tipos de molhos". Vários de vários de vários. Repetições constantes. Escrita muito pouco coloquial (com o uso excessivo da palavra "coisas", por exemplo - uma muleta que é muito usada na oralidade, mas que num livro devia ser poupada) e falhas ao nível da pontuação.

Acredito que esta família tenha muito para contar - e é óbvio que, com filhos às costas e um doente renal, são uma fonte de inspiração para muita gente, que faz de pequenos pormenores autênticos obstáculos, quando não tem de ser assim. Mas um livro não é um post no Instagram ou num blog; um livro pede mais. Ou, pelo menos, devia.

26
Abr23

Chávena de Letras: "O Caso Alaska Sanders"

o-caso-alaska-sanders.jpg

O Dicker está, sem dúvida, no meu top 5 de autores favoritos. A capacidade de nos fazer virar a página com leveza e voracidade é simplesmente notável, e distingue-o dos restantes - embora tenha muitas outras características que o tornam muito bom, como a construção de um enredo profundo, capaz de dar 31 voltas e acabar mesmo assim numa direção diferente daquela que esperávamos.

Gostei muito deste livro - mas foi mais um do Dicker. Muito bom no universo dos livros, mas bom no universo Dicker. É o problema de ter a fasquia alta - ultrapassa-la fica cada vez mais difícil. Achei "O Caso Alaska Sanders" demasiado longo; tenho medo que o autor esteja um bocadinho "viciado" em livros extensos, quando isso não os torna melhores. Não sei o que vem a seguir (o fim já antevê mais um livro...), mas assim de repente lembro-me de uns três tópicos que foram explorados na obra - e que "gastaram" páginas - que não contribuíram nada para a narrativa... Percebo que para tornar as personagens menos superficiais seja necessário dar-lhes contexto e que para tantas reviravoltas na história seja necessário espaço e tempo, mas confesso que se pode tornar cansativo.

Gostava que o próximo livro fosse mais curto mas que não perdesse o fator wow - sem nunca descurar aquilo que mais gosto no Dicker, que é a leitura rápida. Veremos o que vem a seguir. Curto ou longo, estarei cá para ler.

17
Abr23

Chávena de Letras: "Verity"

verity.jpg

Wow, que viagem foi esta? Este foi o primeiro livro da Colleen Hoover que li e sei que não será o último. Não que o tenha adorado - na verdade, creio que me deu alguns pesadelos à noite - mas tem a característica que mais gosto numa obra/num autor: é um page turner incrível. Houve alturas em que até fiquei tonta - talvez porque me esquecia de respirar, tal a voracidade para chegar ao fim da história. É um livro que se sorve num só trago; faz de nós criaturas insaciáveis pelo final.

O que não faz dele perfeito - pelo contrário. Há falhas típicas aqui, e até parece que não somos os únicos a querer saber o fim da história - a própria autora precipitou-se em alguns momentos, parecendo que também ela queria acabar de escrever para perceber onde as palavras a levavam. A construção das personagens tem lacunas - a evolução da relação entre os dois protagonistas é abrupta e rápida demais, e isto vai além da percepção - do nada, por exemplo, o Jeremy já trata a Lowen por um diminutivo como se se conhecessem há meses... e nem sequer é feita uma menção a isso, um pensamento qualquer onde isso seja posto em causa... é simplesmente interpretado como normal. A própria aproximação física é estranha, não acontece na realidade - pelo menos não na realidade que eu conheço. Já para não falar de uma sequência de acontecimentos pouco prováveis - mas que se perdoam por isto não ser a vida real (e ainda bem!) - e de uma certa previsibilidade da narrativa, o que mesmo assim não tira o ímpeto de continuarmos a ler.

Mas a ideia por detrás da história é boa - macabra, mas boa - e deixa-nos em eterna dúvida. É capaz de ser a primeira vez que leio um livro cujo final é fechado... mas que, mesmo assim, não fecha nada em concreto, o que é um twist engraçado.

Estou curiosa para ler outra faceta da Colleen em breve.

Pesquisar

Mais sobre mim

foto do autor

Redes Sociais

Deixem like no facebook:


E sigam o instagram em @carolinagongui

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Leituras

2024 Reading Challenge

2024 Reading Challenge
Carolina has read 0 books toward her goal of 25 books.
hide


Estou a ler:

O Segredo do Meu Marido
tagged: eboook and currently-reading
A Hipótese do Amor
tagged: currently-reading
I'm Glad My Mom Died
tagged: currently-reading
Spare
tagged: currently-reading

goodreads.com

Arquivo

    1. 2024
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2023
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2021
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2019
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2018
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2016
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2015
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2013
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2012
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2011
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D