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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

10
Out16

Como é fazer um cruzeiro?

Este post vem com quase três meses de atraso, o que é uma vergonha. Normalmente, sempre que deixo passar as "datas úteis" para este tipo coisas, esqueço e avanço para outra - mas o cruzeiro foi tão marcante que eu queria mesmo fechar este capítulo. Quis muito escreve-lo mal acabei a série de roteiros de viagem que aqui fiz, mas fiquei assoberbada com a quantidade de coisas que queria escrever e que tinha para contar. Não se admirem, portanto, se esta publicação for muito comprida - eu própria me desencorajei por causa disso, mas acima de tudo isto serve um propósito: primeiro, porque eu gostava de ter encontrado um post como este antes de ter ido, só para ter uma ideia para o que ia, e não foi fácil encontrar algo que condensasse toda a informação; segundo, porque prometi a algumas pessoas que ficaram entusiasmadas com a minha viagem que este post sairia, por isso cá está ele! Tardou, mas não faltou. A quem isto não interessar, é só passar o post à frente.

 

Fazer um cruzeiro foi das melhores experiências da minha vida e uma total surpresa para mim. Li bastante sobre o barco, porque estava com medo do que dali pudesse vir ou de me sentir totalmente deslocada, mas todas as minhas expectativas foram superadas, ainda que com um choque inicial bastante grande. 

Antes de mais, é importante dizer que eu marquei a minha viagem nas agências El Corte Inglês, mas a experiência não foi a melhor (descrevi o porquê aqui, e tenho quase a certeza que a razão desta confusão foi a própria agência de viagens e não a companhia do barco). Eles disponibilizam um catálogo de muitos cruzeiros pelo mundo inteiro e eu e os meus pais optamos por este, da Royal Caribbean. É uma companhia americana bastante conceituada neste ramo, pelo que estávamos confiantes que - neste aspeto - as coisas iriam correr bem. O nosso barco era o Serenade of the Seas.

 

CruzeiroBaltico (581).JPG

Serenade of the Seas, à esquerda

 

O primeiro embate dá-se no check-in, confuso quanto baste e com filas de centenas de pessoas. É assustador ver a quantidade de pessoas que segue connosco no navio e perceber que são precisos muitos serviços e muitos empregados para fazer dispersas e movimentar uma multidão daquelas. Apoquentei-me no início, mas rapidamente percebi que o barco é tão grande que essa dispersão se faz de uma forma natural. É-nos dado logo o nosso seapass card, um cartão que serve como nosso "bilhete de identidade" dentro do barco - tem o nosso nome, o nosso deck, o número do quarto, o número da nossa mesa no restaurante principal e o nosso turno (o restaurante é enorme, mas ainda assim são precisos dois turnos para conseguir "rodar" toda a gente) -, servindo também como cartão de crédito para tudo o que compremos dentro do barco e como cartão de entrada no nosso quarto.

 

Cruzeiro_TlmMae-157.jpg

 Isto foi no check-out, à saída, mas é só para terem uma ideia da quantidade de malas e pessoas que estamos a falar. Isto é só 1/5 das malas (senão menos)...

 

O segundo embate, para mim, foi precisamente o quarto. Este navio tem cerca de 1000 camarotes - é muito, mas há barcos com o dobro - e o meu era melhor que muitos quartos de hotel que por aí andam. Mas achei-o envelhecido e antiquado, pesado para um barco com um ar tão jovem em toda a sua restante estrutura. Foi a primeira impressão que tive mas, sinceramente, passou-me ao longo da viagem. Passei lá pouco tempo, mas acabou por ser um refúgio confortável.

 

quarto.jpg

O quarto - neste caso, o meu tinha varanda

 

O terceiro e último embate foi na zona do restaurante self-service, onde se pode comer praticamente 24 horas por dia. Fomos lá depois de chegarmos e de visitarmos os nossos quartos (ou seja, já tinha os dois primeiros choques no lombo), já com alguma fome, e eu dei por mim quase de queixo caído com a balburdia que ali se vivia. Centenas de mesas, muitas delas todas sujas e com pratos com comida até acima e com as misturas mais inimagináveis da história. Literalmente à americana. E eu, que sou um pouco maníaca das limpezas, fiquei logo com o estômago pequenino e a fome evaporou-se - principalmente quando me sentei na mesa onde acabamos por almoçar e ela estava com restos de comida a cada centímetro. Este foi talvez o pior embate de todos mas também percebi que naquela altura devem ter recebido mais pessoas que o costume e não conseguiram dar vazão. Nas outras vezes que lá fui, apesar de sempre cheio, o ambiente era mais controlado.

 

CruzeiroBaltico (129).JPG

 

CruzeiroBaltico (134).JPG 

Fotos tiradas ao zarpar da Suécia

 

 A partir daí, foi tudo maravilhoso. Acima de tudo, aquilo que eu gostava mais de destacar é a simpatia constante do pessoal. O meu room atendant, chamado Nikolay, era um doce. Era da Bulgária e, quando falava inglês, tinha um sotaque meio russo, o que me dava imensa vontade de rir. Nos barcos é natural todos os empregados se apresentarem e dizerem de onde são a partir do momento em que vos servem: no caso da limpeza do vosso quarto, batem-vos à porta no primeiro dia e apresentam-se; no restaurante de jantares principal, também acontece o mesmo - e durante toda a estadia são servidos pelas mesmas pessoas. No caso do Nikolay, ele sempre que me via saía do quarto que estava a limpar e dizia "Hiii Carolina! You're so kind, so beautiful, so fresh! You're my favourite guest in the whole ship"; havia outros em que me dava amostras de produtos de higiene (no barco, ao contrário dos hotéis, não têm amenities) e dizia "I have a special gift for you!". Têm de imaginar tudo isto com sotaque russo para ter piada - aqui escrito até pode parecer um vangloriar da minha parte, mas creio que ele era mesmo querido e sincero naquilo que dizia.

No restaurante fomos servidos pela Cecília e pelo Ádrian, ela da Colômbia e ele do México. Principalmente a senhora era de uma alegria contagiante e de uma simpatia infinita - a partir do momento em que nos perguntou o nome já o sabia de cor, e sempre que se chegava a mim perguntava-me "Carolina, que vai ser?". Para além disso, era super atenciosa - se percebia que eu não gostava da comida perguntava-me se queria trocar ou se via que eu estava gostar de um acompanhamento em particular trazia-me mais. O sistema de jantares era simples: há o tal restaurante self-service para quem quiser e há também um restaurante normal (sempre com dress code), onde todos os clientes têm uma mesa marcada, que é sempre a mesma durante todo o cruzeiro (há também vários outros restaurantes, mas são pagos à parte). Apesar do restaurante ser enorme, não é suficientemente grande para albergar toda a gente de uma vez, pelo que há turnos - o nosso era o segundo, às 20:30h. Por norma, eles tentam sempre juntar as pessoas da mesma nacionalidade ou, pelo menos, com a mesma língua - nós ficamos com uma família de brasileiros com quem acabamos por ir sempre falando e no fim trocamos contactos.

 

 Cruzeiro_TlmMae-146.jpg

 Eu e os meus pais com a família de brasileiros e o Adrián e a Cecília.

 

Por este relacionamento ser tão bom, e apesar de ser pouco tempo, há uma tendência para nos apegarmos aos "nossos" empregados. Vi muita gente a tirar fotos, selfies e até meia dúzia de lágrimas a rolar, porque a simpatia deles e a forma como eles se entregavam era notável. Também por isso é que é clássico dar gorjetas no final do cruzeiro, que não são "leves" como as que se dão aqui em Portugal - em relação ao nosso room attendant, é mesmo deixado um envelope para o efeito.

Nos últimos jantares, os empregados de mesa e de cozinha invadiram a sala e fizeram umas danças na escadaria principal do restaurante e levaram muita gente à loucura. Devo admitir que foi emocionante. Nos barcos trabalha-se muito, sem folgas, de sol a sol - mas nota-se que há boa vontade e as pessoas notam isso e dão realmente valor.

 

Cruzeiro_TlmMae-144.jpg

 Os cozinheiros na escadaria do restaurante

 

No que diz respeito ao dress code dos jantares, a minha dica é não se preocuparem demasiado - há noites de gala, noites formais e, no caso deste barco, uma noite branca, mas as pessoas pouco respeitam o dress code imposto. Preocupei-me imenso com o que vestir nas noites de gala, foi uma dor de cabeça para pôr tudo na mala, e depois percebi que foi uma parvoíce - vi coisas naquele barco de bradar aos céus de tão horrível!!

 

CruzeiroBaltico (274).JPG

 Não dá para perceber muito bem porque a foto está longe de ser perfeita (foi tirada por mim, com a máquina em temporizador, num tripé improvisado), mas este foi o vestido que levei para a primeira noite de gala. Na segunda levei um macacão.

 

Relativamente a atividades, isso depende obviamente de barco para barco. Eu tentei experimentar de tudo, mas ficou muita coisa a faltar. Não fui ao ginásio, ao spa ou a piscina (não achei que era ocasião para tal nem estava tempo para isso) - para além disso, no que diz respeito a "corpo e mente", há uma pista de atletismo, parede de escalada e campo de basquetebol/futebol que também não usufrui. Também não fui à discoteca. Aquilo que mais usufrui foram as atividades que podia fazer depois de chegar das visitas às cidades - ia ao casino depois do jantar (nunca tinha ido a um, foi todo um novo mundo para mim), ao cinema, ao teatro, às sessões de karaoke, a sessões de trivia (jogos de competição entre grupos) e etc. Há atividades para todos os gostos e idades, e todas nos são ditas nuns panfleto que todas as noites são deixados nos quartos, com toda a informação necessária relativamente ao dia seguinte (o dress code no restaurante, as atividades, o tempo e a temperatura esperada, a que horas aportamos e a que horas zarpamos, se é preciso alterar a hora dos relógios, sítios interessantes a visitar na cidade onde vamos parar... enfim, toda uma panóplia de informações muito úteis).

 

Cruzeiro_Tlm-49.jpgCruzeiro_Tlm-51.jpg

Eu no casino e com alguns dólares, que nunca tinha visto "em pessoa" - o dólar é a moeda oficial do barco e aquela que é usada no casino

 

No que diz respeito à saída para as cidades, nós optamos sempre por fazer visitas guiadas. Da mesma forma que, quando chegamos ao quarto, temos o panfleto com as informações, há outro com todas as visitas guiadas disponíveis - e acreditem, são muitaaaas. Há para todos os gostos e feitios, de um dia inteiro ou só um par de horas, a pé, de segway ou autocarro, a visitar só igrejas ou museus ou para ver highlights das cidades. Nós tentamos escolher sempre aquele que nos parecia ser mais abrangente e que nos dava uma melhor visão da cidade - por pessoa, as visitas iam desde os 25 dólares até aos 200. 

Eu aconselho vivamente a que se façam as visitas guiadas. Isto porque apesar de adorar andar a vaguear pelas cidades e "perder-me" para as conhecer, num cruzeiro as paragens são relativamente curtas e não há tempo para isso. Andar com mapas, transportes públicos e perceber a dinâmica da cidade demora - e neste caso pode mesmo considerar-se tempo perdido. Numa tour está tudo planeado, mostram-nos o "grosso" da cidade e, ainda para mais, temos um guia que nos contextualiza - eu aprendi muito mais do que se fosse sozinha, numa viagem normal. Os países bálticos, ainda por cima, são países recentes e com histórias turbulentas, por isso houve muita coisa interessante para ouvir e aprender, pelo que acho que cada dólar gasto nestas viagens foi bem empenhado. No caso da Rússia, comprar uma tour era quase imperativo, porque o passe da visita guiada servia como visa para passar na emigração - e ainda hoje não é assim tão fácil (ou barato) arranjar visas para entrar na antiga URSS. Ainda para mais, é uma forma genérica de conhecermos as cidades - aquelas que gostamos mais, podemos sempre voltar com tempo e já sabemos para o que vamos.

A entrada e a saída do barco pode ser um bocadinho confusa e demorada, principalmente nas primeiras vezes (e, no caso deste cruzeiro, em particular na Rússia, por ter de se passar na emigração à entrada e à saída e por chegar toda a gente ao mesmo tempo por irmos todos em excursões). Há que ter um bocadinho de paciência pois é tudo controlado: à saída passam o nosso seapass (o tal cartão) para nos dar baixa, e à entrada temos de mostrar o cartão várias vezes e passar em máquinas de raio-X. Há um controlo grande a nível de segurança, o que apesar de demorar um bocadinho mais o processo, não foi algo que me afetou. 

O facto de eles controlarem de perto as entradas e as saídas faz com que este seja um óptimo meio para viajar sozinha. Primeiro porque sabem sempre se estamos ou não dentro do barco (e não saem sem vós), segundo porque nas excursões organizadas há muito menos riscos de roubo ou de nos perdermos e terceiro porque é muito fácil conhecer pessoas lá dentro - há mesmo atividades para esse efeito, mas nem é preciso: eu fui falando com imensa gente durante os almoços e jantares mas, acima de tudo, durante as tours

O que me leva a falar do tipo de pessoas que frequenta estes navios. A verdade é que a faixa etária menos representada é de facto a minha - há bebés e crianças, há adultos e há pessoas mais velhas. Mas não sei se é por estar habituada a dar-me sempre com pessoas com mais idade que eu, isto não constituiu qualquer tipo de entrave. No que diz respeito a nacionalidades, os americanos ganham em larga escala - o que é óptimo, porque falei com muitos americanos super simpáticos e de conversa fácil que é tudo aquilo que ser quer neste tipo de situações. Nunca me tinha dado de perto com americanos e são, sinceramente, mais do que aquilo que esperava - o que aumentou ainda mais a minha ânsia de lá ir. Para além disso, havia um grupo muito grande de israelitas - esses sim, mais velhos e fechados.

 

Cruzeiro_Tlm-143.jpg

 Com a maior cara de sono de todos os tempos, a aportar na Suécia, no último dia. Na foto, a minha "vizinha" de quarto, também americana

 

O dia de ir embora também é um bocadinho confuso (e, claro, triste). Há várias modalidades de saída, mas a mais comum é que consoante um número que vos dão (que é igual ao da vossa mala), têm de sair a uma certa hora do barco. A parte realmente chata é que na noite anterior à da saída têm de deixar as vossas malas na porta dos quartos, para durante a noite os empregados pegarem nelas, organizarem-nas e logo bem cedo na manhã seguinte as terem no porto, também por números (ver a foto que coloquei acima com as malas). Isto implica organização da vossa parte, têm de meter tudo nas bagagens bem cedo e se se esquecerem de meter algo essencial, tem mesmo de ir na vossa carteira no dia seguinte, pelo menos até reaverem a mala grade (o mesmo acontece se se esquecerem de alguma coisa - só a vêem no dia seguinte).

A saída é definitivamente mais fácil do que a entrada, sem toda aquela complicação no check-in; só é mais chata porque há uma fila interminável de pessoas para os táxis - que apesar de estarem sempre a chegar, acabam por ter dificuldade em dar vazão com muita rapidez.

 

Cruzeiro_Pai (48).JPG

Eu, provavelmente com vontade de esmagar o meu telemóvel contra as paredes douradas da Rússia

 

Outro apontamento que talvez possa ser importante: os vossos telemóveis vão enlouquecer. Creio que, ao navegar, passamos perto de muitos sítios e por isso os telemóveis passam a vida a trocar de rede (assim como as horas do próprio telefone, por isso não se pode confiar muito nos despertadores - eu optei por pôr o telefone do meu quarto com uma wake-up call). Quando se está em alto mar é difícil ter-se rede. Quanto à internet, é paga e a preço de ouro. Pagam packs de 24 horas, que ficam por cerca de 25 dólares, se a memória não me falha. Nós optamos por só comprar a meio da semana, para ver emails e etc. e no último dia de cruzeiro, o dia de navegação, onde não havia tanto para fazer e um escape na internet sabia a petisco.

 

barco.jpg

  

Descrição das imagens, de cima para baixo, começando pela esquerda

- Quase todos os dias nos era deixada, no quarto, uma "escultura" com as nossas toalhas. Esta foi a primeira e teve particular graça, porque eu tinha literalmente atirado o óculos para cima da cama. Quando chego, vejo um "elefante" com os meus óculos postos, o que me valeu umas boas gargalhadas.

- Um espetáculo no teatro - neste caso era de música dos anos 50, mas houve outros a que fui e que gostei muito: havia um malabarista, um duo de ginastas, etc.

- Uma escultura em melancia, no primeiro dia de cruzeiro (presente no tal restaurante self-service que me assustou imenso no início)

- Espetáculo aéreo no centro do barco. O navio tinha 13 andares, sendo que 11 deles tinham este "buraco" no meio, acessível de todos os pisos, que permitem este tipo de atuações. 

- Um "mapa" do barco - está presente em todos os elevadores, para as pessoas não se perderem.

- Slot machines no casino.

- Campo de basquetebol/futebol.

- Piscina coberta.

- Mais uma atuação dos empregados de mesa do restaurante principal, tal como as que falei em cima.

 

E pronto, assim termina este looongo texto explicativo. Se servir para esclarecer pelo menos uma pessoa com dúvidas, já é o suficiente para me fazer feliz!

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