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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

14
Abr14

A questão do traje

Nota inicial: três pontos que devem ter em conta ao lerem esta publicação: a) eu sou anti-praxe e assumo-o e já o expliquei mil e uma vezes e esta não vai ser mais uma; b) não estou disposta a ser insultada, mal interpretada ou o que quer que seja à custa deste post o que me leva ao ponto c) este blog não funciona necessariamente como uma democracia: é meu, é a minha opinião, eu justifico-a, posso aceitar e agradecer opiniões opostas à minha mas nunca em proporções desmesuradas como aconteceu com posts deste género num passado próximo - para isso tenho botões como o "eliminar comentário" ou "fechar caixa de comentários" para me prevenir de situações menos agradáveis e que quase me fizeram deixar de escrever por estes lados. Espero, claro, que percebam aquilo que quero dizer e que esta nota seja muito, muito desnecessária. Acrescentar apenas a todos os pró-praxe: este texto, provávelmente, não é para vós.

 

Eu sempre babei para cima de trajados (homens - atentem! - homens! - até porque acho o traje feminino muito mais feio e menos elegante). Admito-o. Sempre que via uma tuna masculina a tocar na baixa só me faltava mesmo a babete, e saía de lá sempre derreada e com as vistas bem saciadas. E talvez por isso - e por ter visto os meus irmãos trajar - sempre quis fazer o mesmo. E essa foi a única questão que, antes de entrar na faculdade (bastante antes, enquanto não tinha pesquisado o suficiente sobre o assunto), me fez questionar sobre ir ou não à praxe - tal era a vontade que eu tinha de usar aquilo! Mas, claro, quando comecei a ler coisas apercebi-me que eu podia trajar sem ir à praxe e todo um peso saiu de cima de mim. E aprendi muito mais coisas como o facto do traje ser dos universitários e não de quem faz a praxe, algo usado para atenuar as diferenças financeiras entre os universitários (como um uniforme, basicamente).

Pois que não me tem faltado tempo para pensar sobre esta questão. E antevejo já a vossa pergunta: "Então, e já compraste?" Não, meus amigos, não comprei nem o vou fazer. Por muitas razões que vou, pois claro, passar a enumerar. A primeira e a mais forte é, de facto, a relação que hoje em dia o traje tem com a praxe; há um par de anos, quando andei a fazer as minhas pesquisas e fiquei a saber que não tinha "pré-requisitos" para usar traje, fiquei feliz da vida e pensei que seria ainda melhor usar traje pois iria confrontar todas as pessoas que o usavam como um "orgulho de praxe". Seria uma afronta, um "ai-me-deus-que-aquela-não-foi-à-praxe-mas-usa-traje-que-ultraje!". Mas depois refleti - as pessoas não iam saber que o facto de eu usar traje seria um acto de revolta e protesto; olhariam para mim na rua e pensariam "olha, mais uma que anda aí com os caloirinhos como aqueles do Meco", quando eu queria precisamente o oposto. E, a menos que andasse com um cartaz colado nas costas a dizer a minha missão, ela seria mal interpretada, e para isso mais vale não trajar, pois não tenciono que me liguem à "tradição" praxista.  Para além do mais, penso que trajar é um símbolo de orgulho universitário - e, como já puderam perceber, a vida universitária, para mim, tem-se resumido a desilusões, problemas e dores de cabeça, algo que não é muito bom de mostrar ao mundo. Por fim - e não menos importante - aqueles horrendos sapatos! Já mencionei aqui que tenho um problema num pé - que incha cronicamente - e, como tal, se as outras meninas que têm pés de princesa já se queixam horrores por causa deles, a mim seria o inferno em forma de sapato (já para não falar do pormenor que, com aquele modelo, o meu pé provavelmente nem sequer conseguiria "entrar").

Este texto já era para ter sido escrito há algum tempo, mas dado os recentes acontecimentos achei por bem "dar um tempo" ao assunto e às cabeças em geral - incluíndo a minha. Como sempre, não é por um tema ser polémico que vou deixar de escrever sobre ele e por isso é que existe a nota que escrevi acima.

Assim sendo, não vos vou poder presentear com uma foto da minha pessoa dentro de um traje. Foi um sonho defraudado por mim própria, mas que nada me preocupa. Tenho a certeza de que meninas e meninos (uhhh) trajados não hão-de faltar por aí. Eu é que não serei um deles.

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