O interregno dos pêlos
Quando era mais nova revoltava-me imenso que as mulheres da Holanda e outros países não se depilassem. Não era pelo facto de elas terem pêlos: era por não os terem de tirar (e obviamente que eu queria que aqui fosse igual)!
O meu querido pai, para além de muito da forma de ser e de pensar, deixou-me também como herança genética o facto de ter pêlos a mais, sendo que comecei a desenvolver uma certa fúria em relação a eles.
O chato no meio disto tudo é que para tirarmos os pêlos a cera – por exemplo – eles já têm de estar suficientemente grandes. É um drama autêntico. No verão, quando queremos passar semanas na praia, há ali uma em que não nos sentimos tão bem. Porquê? Porque já temos pêlos mas não estão suficientemente grandes para os tirar-mos. Outro exemplo é praticar natação. Aí é certinho que aquela malta nos vai ver com as pernas ligeiramente peludas, principalmente se vamos mais do que uma vez por semana.
Este interregno entre o tem pêlo/não pode tirar pêlo põe-me doente. Pior do que isso só mesmo ter pêlo.