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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

28
Fev17

Ora então... bom Carnaval!

Que me perdoem os foliões, mas eu não gosto nada do Carnaval. Acho que mesmo quando era pequena não era algo com que vibrasse muito. Tive um Carnaval que me marcou muitíssimo, passado com a minha família, mas não passa disso. Acho que a última vez que me fantasiei foi há uns oito anos, para uma festa onde uma amiga minha me levou de arrasto: fui de gato, esquecendo-me (na minha inocência) de que este animal fofinho tem uma conotação meio sexual, e passei a noite a ouvir "miaus" e coisas do género. Já não me bastava ter de estar numa festa e ainda levei com aquilo. Jurei que, enquanto me lembrasse, não me metia noutra (e, como se vê, ainda me lembro muito bem, portanto o retorno não está para breve).

Mas a verdade é que mesmo não participando no Carnaval há já muitos anos, em Maio do ano passado tive os meus 10 minutos carnavalescos, patrocinados obrigados pela minha mãe. Quando em Londres, numa visita a Camden, andávamos lá às voltas até que a minha mãe encontrou uma espécie de estúdio de fotografia, onde as pessoas se mascaravam para fazer sessões fotográficas temáticas; sei que havia três temas possíveis, mas só me lembro das damas antigas e da máfia. No fundo, é um souvenir personalizado (e caro) de uma visita a Londres.

A minha mãe delirou com aquilo, adorou a ideia, mas eu disse logo que nem pensar, não me ia vestir coisíssima nenhuma. Mas o dia não nos estava a correr bem, estávamos com o estado de espírito pelas ruas da amargura e, numa segunda passagem, a minha mãe voltou a folhear as fotos que havia à entrada e quis fazer uma coisa daquelas. E, pronto, uma pessoa pelas mães faz tudo. Lá escolhemos o tema, as roupas e os acessórios (eram postos por cima das nossas roupas), as raparigas puseram-nos um bocado de maquilhagem e lá fizemos a sessão fotográfica. Foi uma coisa de partir o coco a rir, eu achava que estava alucinar e nem me acreditava que me tinha metido naquilo. O fotógrafo dizia-nos como segurar no livro, para levantar o queixo, para olhar para o canto, para fazer isto e aquilo... e eu estava sempre à beira de um ataque de riso.

Ataque de riso esse que aconteceu mal nos sentamos no sofá e começamos a ver as fotos. Nem sequer consigo explicar bem, mas sei que estavam já outras pessoas a ser fotografadas (aquilo era um open-space, só com umas cortinas, o cenário era todo o mesmo para os diferentes temas mas tinha "cantos" específicos para cada um) e eu e a minha mãe começamos a rir-nos estéricamente daquilo que estava a passar no ecrã. Eu chorava, chorava, chorava de rir... acho que mal respirava. De cada vez que a rapariga mostrava uma nova, eu ia morrendo. Foi uma risota pegada e um drama para conseguirmos escolher três para imprimirmos e trazermos para casa (no início, só pensávamos trazer duas... mas as pérolas eram tantas que não deu para evitar).

Lá escolhemos, pagamos e mais tarde passamos para as levantar. Quando as vimos, voltamos a rir-nos à gargalhada. De facto, a experiência teve muita graça, mas aquilo é algo tão fora de mim que só mostrei as fotos a um par de pessoas (já a minha mãe, mesmo contra todos os meus pedidos, esparramou aquilo no facebook...). Ainda hoje, quando passo pela foto que a minha mãe emoldurou (!!!), me encolho de vergonha. Sim, teve graça, mas ainda não me acredito que posei como Dama Antiga, com um fotógrafo a dizer-me o que fazer e o diabo a quatro. 

Há uns dias, enquanto pensava no Carnaval e nos posts aqui no blog, lembrei-me disto. É uma pérola que tenho escondida há quase um ano - aliás, quando tive as fotos na mão, achei que as ia guardar para a vida. Mas a verdade é que há coisas demasiado boas para estarem escondidas - e embora esta seja uma faceta que, no meu caso, é pouco comum e que, sinceramente, eu tenho muita dificuldade em mostrar, ela há-de existir algures em mim. Por isso, meus amigos, bom Carnaval.

 

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27
Fev17

A minha loucura por camas elásticas (ou o meu plano na próxima ida a Lisboa)

Há cerca de dois anos escrevi aqui um texto, na rúbrica "Miúda de 95", que não vos dizia nada em particular mas que para mim guardava uma memória especial. Foi este, em que falava das "camas pinchonas" do Algarve, que não passavam de um conjunto de camas elásticas que existiam na rua da Oura, em Albufeira, e que eu frequentava todos os anos, quando era mais nova. Na altura não havia nada parecido, a não ser nos complexos de ginástica, e ter um espaço onde eu pudesse saltar livremente durante dez minutos era assim a melhor coisa do mundo para mim. 

Entretanto esse complexo de diversões acabou mas a coisa das "camas pinchonas" ficou para sempre no meu imaginário. Já não salto numa cama elástica há uns 14 anos, mas sempre que olho para elas teletransporto-me para esses momentos de pura felicidade e liberdade de quando era pequena. E quero sempre voltar a saltar, mas muitas vezes a altura não é certa e a entrada é só para crianças. A verdade é que, para além do ginásio onde andei em pequena, nunca mais voltei a ver camas como aquelas do Algarve - existem aqueles círculos elásticos, com rede à volta, mas não é a mesma coisa.

Até que há uns dias vi um artigo qualquer que falava de um espaço chamado Bounce, em Lisboa que é... um complexo de camas elásticas. Fui à loucura. A minha mãe estava ao lado e olhava-me como se eu fosse uma autêntica criança que descobriu uma taça cheia de guloseimas. No fundo, é tal e qual aquilo que havia no Algarve mas em ponto ainda maior; na Oura havia tipo dez camas, lá parece-me haver dezenas - e com obstáculos para saltar, cestos para "afundar" bolas, camas de diferentes tamanhos para fazer diferentes brincadeiras, um sítio especial para jogar ao "mata" e umas camas para saltar para o "vazio". Enfim, o paraíso.

Estive a fazer uma pesquisa e o preço de entrada, por uma hora, são 12€ (mais uma meias que é obrigatório comprar, que custam dois euros, mas que são reutilizáveis) - o que, comparado com o que pagava no Algarve, é uma autêntica pechincha (acho que pagava o mesmo por vinte minutos). Mas a verdade é esta: até podia ser mais, porque eu ia na mesma. Até tremo só de pensar na possibilidade de ir. Isto é tão parvo... mas é algo que queria há tanto, tanto tempo que achava que nunca mais ia sair do meu imaginário e da minha memória. É quase como aquela história dos bolos das avós: é quase impossível voltarmos a sentir aquele sabor, aquela sensação especial - mas há sempre aquela réstia de esperança.

Na minha próxima ida a Lisboa, o Bounce vai ter de fazer parte do itinerário. Acho que à partida vou ter medo, mas também não duvido que depois de acordada a criança que há em mim... ninguém me para. (Podemos ir já amanhã?!)

 

 

26
Fev17

Viajário

Sempre adorei ver, nos filmes, aqueles supostos diários que algumas personagens fazem cheios de fotos, colagens, recortes, bilhetes e todo o tipo de coisas. Tenho para mim que isso é uma moda um pouco americana, mas que sempre gostei. Aliás, na verdade, sempre invejei esses diários: nunca consegui manter um simples diário de escrita, quanto mais um diário onde punha tudo e mais alguma coisa, em modo artístico e bonito. 

Apesar de nunca ter conseguido manter diários em papel, quando comecei a escrever no blog, isso mudou: aprendi a escrever todos os dias e sempre tive gosto em fazer algo contínuo (embora sejam coisas diferentes: há muitos anos que não vejo o blog como um diário íntimo - no máximo é um diário de bordo da minha vida, das minhas opiniões e estados de espírito). Hoje cá ando, a chatear-vos todos os dias, mas fiquei sempre com aquele bichinho daqueles diários coloridos, cheios de recordações e movimento, muito mais que os dramas do dia-a-dia, de amores e desamores e coisas do género. Para mim, on a daily basis, continua a não ser exequível: quanto mais não seja porque não tenho paciência para escrever muito em papel. Hoje em dia escrevo com muito mais facilidade aqui no computador no que à mão, salvo raras exceções, que gosto de manter à moda antiga.

Mas bom, no início do ano recebi uma prenda incrível, que adorei, e que cabe perfeitamente nessa categoria de coisas que ainda gosto de fazer como antigamente. E o que foi? Um viajário. No fundo, é um caderno já preparado para servir de diário de bordo de várias viagens - já tem uma série de páginas para se fazer o planeamento da viagem, outras para fazer o relato das mesmas, o antes e depois, sítios para fotos, apontamentos, etc. É uma ideia gira. Não está organizado da forma que eu acho mais lógica, mas a verdade é que pouco importa: podemos fazer daquilo o que quisermos. Para além do mais está decorado de uma forma deliciosa, repleto de frases sobre viagens que nos enchem a alma e que no dão ganas de fazer a mala e partir para a descoberta.

Recebi isto antes de ir para Munique e fiz logo lá o meu plano de viagem. Só hoje é que consegui completar a parte do "pós", mas juntei o útil ao agradável e fiz do meu viajário um bocadinho daqueles diários que via nos filmes e que sempre me fizeram delirar. Normalmente guardo tudo o que tem que ver com viagens na minha caixa de recordações (que agora, devido ao tamanho, é mais um caixote), mas a verdade é que não há ali qualquer tipo de organização e só eu é que consigo dar valor às coisas que estão lá dentro, porque me vou lembrando das minhas aventuras e peripécias à medida que vejo bilhetes disto e daquilo.

Quando decidi fazer este apanhado no viajário, pensei: "mas então... não vou poder guardar as coisas na caixa onde sempre guardei tudo" - e é verdade. Mas a mudança nem sempre é uma coisa má e acho que, neste aspeto, é sinceramente para melhor: assim há uma história com início, meio e fim, as coisas não andam perdidas no meio de envelopes sem vida, está tudo junto e com mais significado - com o bónus de ser um diário de bordo como aqueles que eu via quando era pequena e que sempre me fizeram inveja até hoje. E sei que, um dia que estiver cheio, há-de ir parar também à caixa das memórias, onde eventualmente vai parar tudo o que me leve a viajar pelo tempo.

Já há vários anos que faço diários de bordo (publico-os aqui, sempre que faço), mas esta é uma versão menos "massadora" e complexa das minhas viagens. Não pus fotos: só bilhetes e pequenas recordações que trouxe de lá, que é aquilo que normalmente guardo na tal "caixinha". Pelo meio pus umas notas e umas peripécias e, voilà, estava feita a minha primeira entrada no viajário. Deixo abaixo algumas fotos para ficarem com uma ideia.

 

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 (obrigada A. pela prenda que, como sabes, me assenta como uma luva!)

25
Fev17

Uma semana de verão enganador

Esta semana foi divinal no que à meteorologia diz respeito. Parecia verão. Tirei a barriga de misérias e, sempre que pude, pus-me a fazer a fotossíntese - e é quase impossível descrever por palavras o quão bem é que isto me soube e quão bem, efetivamente, me fez.

O mais engraçado é que esta semana de bom tempo fez com que, na minha cabeça, parecesse que o verão estava aí ao virar da esquina. A certa altura pensei para os meus botões "ah, o Senhor de Matosinhos deve estar mesmo aí à porta!". Só que não. O senhor de Matosinhos - uma das maiores festas populares aqui nas redondezas - é entre Maio e Junho... ou seja, ainda falta um par de meses para lá chegarmos. 

Num dos outros dias, depois de jantar, abri a porta para sacudir a toalha e cheirou-me a sardinhas assadas. Para mim, churrascos de sardinhas assadas e febras são o típico sinal de que o verão chegou - adoro receber gente aqui em casa, ir à lota buscar peixe ou ao Continente comprar carne, e ficarmos lá fora pela noite dentro, sem que o frio nos enregele a espinha. Mas enfim: também era psicológico. Ainda não há sardinhas para assar e o nosso barbecue já não se liga há mais de meio ano, por isso foi só uma mera ilusão olfativa.

Outro dos sintomas é que, pela primeira vez desde que trabalho, apeteceu-me ter férias. Pegar na tenda e ir para o Alentejo e para o Algarve. Já ando aqui a magicar para onde quero ir, o que vou ter de comprar, as coisas que tenho de marcar. Apetece-me muito o mar, o sol e a praia do sul. 

Acho que para a semana volta o Inverno, com a sua chuva típica. É a vida. Esta semaninha de verão enganador já foi suficiente para subir o espírito e dar fôlego para os tempos mais frios que ainda temos pela frente, mas já deixou água na boca para os meses quentes que hão-de vir. Pela primeira vez na vida não vou ter dois ou três meses de férias para gozar; a parte boa é que, tendo menos dias de férias, tenho a certeza que não vou desperdiçar nenhum deles e planeio-o vive-los ao máximo, aperta-los até ficarem sem sumo, tirar tudo o que me tiverem para dar. Até lá, vou trabalhando, que esta vida não se faz (só) de sonhos.

24
Fev17

A canção da semana, para o resto das semanas da vida

Acho que o pessoal da minha geração não vê a Eurovisão. Não temos aquelas histórias que se ouvem da boca dos nossos pais e avôs, de que meia vila se juntava à volta de uma televisão só para ouvir a Simone, o António Calvário ou, mais tarde, as Doce a cantar e representar Portugal por essa Europa fora. Acho que há muitas razões para isso acontecer: primeiro, não vibramos com uma Europa que para nós já é "velha" e é um dado adquirido; segundo, porque as musicas normalmente são uma treta e quase nos escondemos de vergonha só de pensar que algo como a "Quero ser tua", da Suzy, nos representou no estrangeiro; e, terceiro, porque já sabemos que nunca vamos ganhar aquela treta e há demasiadas séries boas para ver enquanto passam vinte músicas maioritariamente terríveis, algumas em línguas em que não se percebe sequer um "ai". 

Por tudo isto, acho que nunca vi um Eurovisão. Nem o espétaculo principal nem aquelas eliminatórias anteriores. Conheço mais ao menos todas as músicas que levamos, mas vi sempre posteriormente a terem sido escolhidas ou apresentadas no festival. E no domingo não foi excepção - por acaso estava na sala a ver um filme enquanto o programa decorria e, por sorte, acabei por fazer zapping, apanhando a fase final das eliminatórias do Festival da Canção. Vi a última música (quer dizer, talvez seja melhor dizer "sobrevivi à última música") e esperei pelo apanhado de todas elas, naquelas promos que fazem para as pessoas verem os números de telefone, gastarem dinheiro e votarem.

E foi aí, nesses cinco segundos, que eu ouvi o Salvador Sobral.. Eu nunca vi o Ídolos, nunca o tinha visto mais gordo, mas fiquei instantaneamente apaixonada por aquela voz e por aquela letra, que não é nada mais, nada menos, que genial. Topa-se a léguas que ele é irmão da Luísa Sobral, a voz é muito semelhante, e a letra também tem a genialidade que lhe é típica - sou uma fã acérrima da Luísa, já fui a um concerto dela na Casa da Música, e foi das coisas mais simples e bonitas que ouvi (e vi) até hoje. 

Pelos vistos o dom corre na família. A presença dele no palco foi um bocadinho estranha mas, pelo que sei, ele estava doente e podia estar um pouco alterado nesse sentido; ele meio que dançava e "tocava" instrumentos imaginários, enquanto fazia expressões sui generis, mas acho que também era por estar totalmente absorvido pelo momento. 

Mas bom, a verdade é esta: desde domingo que não ouço outra coisa senão uma música apresentada no Festival da Canção. E o "pior" é que a música é linda, a letra incrível e a voz do rapaz de fazer arrepiar a espinha. Por isso, ao que parece, até há coisas fixes no Festival da Canção. Ainda não está decidido quem é que vai à Eurovisão, até acredito que ele não vá (os melhores ficam sempre pelo caminho...) e, mesmo que fosse, não ganhava na certa (já há muito que se percebeu que aquilo não é uma questão de músicas). De qualquer das formas acho que foi uma lufada de ar fresco: há coisas boas a acontecer e a serem feitas neste país, inclusivamente a serem apresentadas num concurso que está mal visto pela grande maioria do público e onde antes já foram apresentadas obras-primas como "Quero ser tua". 

Esta foi a música que reinou a minha semana, que me enche o coração e me preenche as medidas. É muito mais do que uma "música de Festival da Canção" e muito mais do que o hit da semana. É uma obra prima.

 

23
Fev17

O rídicúlo dos diretos (ou coisas que não percebo nas redes sociais 1#)

Gosto muito do instagram mas não achei grande graça quando quis imitar aquelas funções do snapchat (que, por sua vez, não acho piada) criando o instastories. Mas enfim, como tudo na vida, primeiro estranha-se e depois entranha-se e eu agora até vou fazendo uns vídeos - nomeadamente quando estou entretida a cozinhar - para essa nova função do instagram. O que nunca fiz foi um direto, tanto no instagram como no facebook; não é algo que me parece que vá fazer tão cedo, porque não me apetece falar para o boneco, mas ainda assim é disto que quero falar.

De vez em quando, enquanto estou a passear pelas redes sociais a ver as horas passar e me aparece uma notificação de que alguém que eu sigo está a começar um direto, vou lá espreitar. Normalmente são sempre figuras públicas, não há muita gente anónima a fazer os chamados lives, e acho que quem utiliza mais estas ferramentas é malta mais jovem (e muitas vezes com um target ainda mais jovem), o que também afeta aquilo de que vou falar. Nestes casos, refiro-me por exemplo aos diretos da Maria Vaidora e da SofiaBBeauty - que, para quem não sabem, são duas vloggers de moda, beleza e lifestyle, de quem eu por acaso gosto muito e acompanho nas várias redes sociais.

Mas voltando à vaca fria: eu presumia que, quando se fazia um direto, é porque se tinha algo interessante para dizer ou mostrar; algo que está a acontecer no momento ou que tenha valor por ser transmitido, ali e agora. Mas não. Em primeiro lugar, muitos lives são marcados com antecedência - tudo bem, têm um pressuposto diferente, não é para transmitir nada de especial mas para marcar um "encontro vrtual" com os seus seguidores. Até aqui até é aceitável. O pior são os eventos em si, em que 95% são os protagonistas a mandar beijinhos, dizer "parabéns" a alguém que faz anos daqui a dois dias ou a tentar ver os comentários que pedem para mandar beijinhos mas já estão escondidos pela própria plataforma. Os restantes 5% são divididos entre os momentos iniciais (2%), em que os bloggers/vloggers/famosos tentam perceber se aquilo está de facto a funcionar, e a dizer qualquer coisa de novo, útil ou minimamente interessante (3%).

Ou seja, a questão que se coloca é: para quê que eu vou ver um vídeo onde só ouço coisas como "beijinhos Xana, também gosto muito de ti!", ou "parabéns Rita, um dia muito feliz!" e ainda "a Sónia diz "mil beijinhos!"; também para ti, Sónia!". E eu não culpo propriamente quem faz os diretos por isto: está "escrito" que, neste tipo de coisas, é essencial ter interação com o público, para criar o tão falado "engagement" e fazer com que as pessoas se sintam mais próximas de quem admiram. Por outro lado, eu percebo que seja difícil ter alguma interação minimamente interessante quando só te pedem para mandar beijinhos para as amigas e não te fazem qualquer tipo de questão pertinente - não condeno, por isso, os papéis de pessoas que até acho interessantes e inteligentes (como os dois exemplos que dei acima), só acho que é preciso dar a volta ao texto. 

Há que perceber que esta nova moda é completa e totalmente desprovida de conteúdo e que o feitiço se vira contra o feiticeiro: porque se no início uma pessoa até quer ver, no fim já só quer desligar, por se sentir "beijada" até às pontas do cabelo. No fundo, só lá fica quem está na fila de espera para os beijinhos para a tia, para o namorado e para a melhor amiga. Todos os outros, os não beijoqueiros, já se foram embora há muito.

22
Fev17

Há um ano tive medo. Há um ano comecei a ser mais feliz.

Faz hoje um ano que me iniciei no maravilhoso mundo do trabalho (na altura ainda em regime de estágio) - e digo "maravilhoso" num misto de ironia com realidade. Cresci (e acho que crescemos todos) a ouvir cobras e lagartos sobre o mundo do trabalho; todos nos dizem para aproveitarmos os tempos de escola e de faculdade, que o que vem a seguir é muito pior, e acho que temos tendência a acreditar. Depois de vários anos de escola dolorosos e uma licenciatura também não muito prazerosa, vi a minha vida a andar para trás: se o que vinha a seguir era pior, eu estava tramada literalmente para o resto da vida. No entanto, e apesar dos "saberes das gentes", sempre acreditei que era a trabalhar que sou o melhor de mim. E acho que não me enganei.

Acho que o melhor elogio que posso fazer a este ano de trabalho (quer dizer, 9 meses de trabalho, porque ainda tive direito a férias de verão) é que foram poucos - mesmo muito poucos, provavelmente menos que os dedos de uma mão - os dias em que saí triste de qualquer um dos escritórios onde estive. Tive dias difíceis - os primeiros, por exemplo, doem sempre - mas os seguintes eram sempre melhores. Foram igualmente raros os dias em que acordei e não quis trabalhar, os dias em que fiz o caminho contrariada, os dias em que achei que não tinha nada para dar às entidades com quem trabalho. Errei algumas vezes - chorei quando cheguei a casa após o primeiro raspanete, com razão, que levei - mas acho que nós nos definimos pela forma como lhes damos a volta e pela honestidade e humildade com que os admitimos.

Sinto-me uma privilegiada - por tudo, tudo, tudo o que me rodeia. Logo à partida por ter trabalho e logo a seguir por gostar do trabalho que faço; por trabalhar com pessoas de quem gosto, por gostar do projeto em que estou inserida, por acreditar nele; por conseguir escrever, viajar, falar de moda e têxtil todos os dias, por poder vir almoçar a casa sempre que quero, por poder trabalhar na minha secretária ou na secretária dos outros, por não ter nada "meu" e ser tudo "nosso"; por, em apenas um ano, ter feito amigos (por esta não esperavam, hã?) e, mais do que isso, não ter feito inimigos (é isso que é difícil no mercado de trabalho, não é o que dizem?); por estar rodeada de muito mais pessoas de que gosto do que de pessoas de quem não gosto; por ter liberdade para fazer diferente e por ter dias diferentes todos os dias.

Sou uma sortuda. Nasci com sorte, mas tenho vindo a aprender que isso não é só genético: a sorte cria-se, luta-se, conquista-se; como tudo na vida, é também fruto do trabalho que fazemos ao longo do passar dos dias. E eu tenho feito muito por ela. Na última feira em que estive, já depois de Munique, várias pessoas passaram por mim e cumprimentaram-me pelo nome. A situação era tão embaraçosa quanto gratificante: porque a verdade é que eu não sabia a maioria dos nomes de quem me cumprimentava, mas eles (já) sabiam o meu. E, só isso, já é a vitória que procurava: é precisamente aquilo que vim para aqui fazer, o início do plano de vida que tracei para mim. 

Sei que nem todos os anos vão ser assim, que nós andamos constantemente numa montanha russa puxada por alguém com um humor instável e, por vezes, dotado de um sadismo cruel. Ainda assim, é impossível não querer acordar todos os dias para saber o que o futuro me reserva. Se isto é o início de uma vida, então eu quero mais. Muito mais. Que ela venha.

 

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21
Fev17

Quem foi o génio que decidiu pôr uma série dobrada em Portugal?

Este fim-de-semana, enquanto tomava o pequeno-almoço, liguei o AXN só para fazer barulho de fundo enquanto comia - era melhor que os desenhos animados que passavam na RTP2 ou a missa que dava no primeiro canal. Ao menos via um pedaço de uma série qualquer e ficava entretida. Mas quando liguei, e sem qualquer tipo de espanto, passavam anúncios. Estranhei quando ouvi várias vozes portuguesas, naquilo que me pareceram ser cenas de ação ou de diálogo, e olhei para a TV.

Fiquei em choque quando me apercebi que o anúncio estava dobrado para português. Sim, essa coisa horrível, típica de brasileiros e espanhóis, que fazem com que séries e filmes sérios pareçam autênticos desenhos animados, enquanto alguém fala por cima da imagem de outra pessoa que se nota perfeitamente que não está a dizer nada daquilo que ouvimos. É absolutamente medonho. Apressei-me a escrever no facebook e a comentar aqui em casa, mas o assunto morreu.

À noite, quando falava com a minha cunhada, ela comentou comigo que aqui há dias tinha visto uma série no AXN dobrada, que tinha ficado espantada com o que viu - e aí é que me caiu a ficha. Eu achei, na minha ingenuidade, que o AXN tivesse tido um ataque de loucura (ou pelo menos de experimentação) e passado apenas (!) um anúncio dobrado, tal como faz o TLC; o que nunca me passou pela cabeça é que a série fosse, efetivamente, dobrada! No TLC os anúncios passam todos em português mas as séries mantêm o formato original, apenas com legendas. Mas, no caso do Einstein, pelos vistos não acontece o mesmo.

É claro que fui logo a correr ao facebook do canal, já a prever o chorrilho de críticas que por lá havia. Não me enganei. Aliás, o primeiro comentário já era mesmo um esclarecimento do próprio AXN, em que dizem "As séries dobradas não perdem o seu valor original, ganham um novo valor, como se pode comprovar em vários países. No caso de Einstein, os diálogos são tantos e tão rápidos que não era possível legendá-los todos porque se sobrepunham continuamente, e acabávamos por perder muito conteúdo importante e imprescindível para poder entender a história. Como tal, e para benefício do espetador, o AXN decidiu assumir a dobragem da série.". Ri muito. 

Não havia um único comentário positivo relativamente à dobragem. Um! O que não me surpreende, porque em Portugal só se faz dobragens nos filmes de animação - e, mesmo assim, conheço muito boa gente que vê as versões originais (eu me confesso). Não temos essa cultura - e ainda bem! Por só ouvirem as suas línguas é que os brasileiros e os espanhóis não conseguem falar mais nada direito; já nós apuramos os ouvidos desde pequenos e desde sempre que nos habituamos a ler legendas. Para além de que temos uma aversão natural a tudo o que é dobrado, tal como os hispânicos parecem ter ao inglês e línguas estrangeiras. 

Por acaso nunca calhou de ver a série, mas tenho a certeza de que não aguentaria dois minutos a ver algo de ação com as nossas vozes de pasmaceira (mesmo que estejam aos gritos, o português nunca parece fidedigno neste tipo de cenas, desculpem lá). De qualquer das formas, já vi um comentário algures dizendo que o AXN vai também transmitir a versão original, em alemão. Parece-me uma melhor ideia. Porque uma coisa é certa: quem teve a esperteza de dobrar uma série em Portugal, não é de certeza absoluta nenhum Einstein.

20
Fev17

A simplicidade de um dia bom

Hoje acordei com dores de garganta e a manhã começou logo com um problema chato para resolver, que me pôs logo a cabeça às voltas, em busca de soluções e planos. Não foi um bom início. Mas estava sol lá fora e mal me pus fora do escritório e senti aquele quentinho, típico de um dia de primavera, soube que tinha tudo para melhorar.

Almocei e fui ao correio, fazer uma prova de teste à meteorologia - pelo caminho tive de tirar o casaco e percebi que ao sol se estava maravilhosamente bem. Não estive com meias medidas: peguei nos óculos de sol e no computador e fui para a varanda trabalhar. Passado uns minutos estava a suar as estopinhas - levantei-me e vim trocar a camisola por a parte de cima do biquíni. Mais dez minutos e percebi que este já não era sol de inverno e já quase ultrapassava o de primavera: parecia verão! Levantei-me outra vez e espalhei protetor solar pelo corpo e ali fiquei, a tarde inteira, enquanto muitos textos fluíam pelos meus dedos ao mesmo tempo que a vitamina D entrava por mim adentro, ao mesmo tempo que - espero eu! - a minha pele ganhava uma corzinha.

Lá pelas cinco da tarde, quando o sol se estava a deitar, olhei à minha volta e vi que o chão por baixo das laranjeiras estava crivado de fruta. Voltei a calçar-me, fui buscar um saco e deitei as mãos à obra. Pelo meio ainda subi a um tronco de uma árvore, tirei fotos aos meus cães e com os meus cães, sujei-me toda, fiquei a arfar de andar de gatas a apanhar as laranjas e as tangerinas do chão, o cabelo parecia saído de um filme de terror e as minhas mãos escuras de terra. Depois regressei à varanda, com um livro no regaço, e li até o sol se esconder debaixo das árvores que cobriam a minha linha do horizonte. Voltei a entrar, tomei um banho quente, fiz um chá para amansar a garganta que voltou a dar de si e relaxei, enquanto sentia o cheiro do creme que tinha acabado de pôr no corpo - coisa que só faço quando apanho sol, o que me traz inevitavelmente memórias dos dias de verão. 

É engraçado como eu agora sinto uma necessidade crescente de sol e de terra. Antigamente ficava fechada imensas horas no meu quarto - que antes era ainda mais escuro do que o que estou atualmente - e não sentia isso, mas agora não consigo estar muito tempo no quarto enquanto é dia, principalmente se estiver sol. Há qualquer coisa que me atrai para a luz. Mesmo enquanto trabalho, tento sempre procurar sítios cujas janelas estejam viradas para a posição do sol naquele momento, porque me dá mais energia e vontade de continuar. Por outro lado, também a terra me chama e me relaxa imenso nos últimos tempos - sempre tive um jardim enorme onde brincar e uma horta, para onde a minha mãe me chamava vezes sem conta (sem sucesso); sempre fugi de ambos, ora por causa do cocó dos cães, ora pelas galinhas ou os ratos. Continuo a não desfrutar de ambas as coisas na sua plenitude - quando temos as coisas como garantidas, nunca o fazemos - mas agora sabe-me bem ir à horta de vez em quando, buscar fruta, colher vegetais para distribuir no trabalho, tirar fotos no jardim e sentir a relva a baixar-se por eu passar por cima. Relaxa-me de uma forma incrível, faz-me sentir viva.

E hoje foi um dia tão simples como este: escritório - almoço - trabalho ao sol - laranjas - banho - chá. Agora vem a parte chata, a pescadinha de rabo na boca: resolver o problema que apareceu de manhã. Mas depois de um dia destes, tudo parece mais fácil. É incrível como este ano já viajei, já fiz coisas diferentes e incríveis, já conheci pessoas novas e inspiradoras, tive em sítios diferentes e de que gostei - e, ainda assim, acho que este foi o melhor dia que tive em muito tempo. Hoje sei que me deito com uma paz de espírito com que já não me lembro de estar. Porque basta um dia de sol para fazer um dia feliz (quero tanto lembrar-me disto quando, mesmo em dias de sol, o meu humor estiver de chuva...)

 

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19
Fev17

O meu jeito de fotografar

Há cerca de um ano escrevi aqui um texto - que nunca cheguei a publicar - sobre a forma como gostava de fotografar e os meus problemas enquanto tirava fotos. Tinha acabado o curso de fotografia e aproveitei para, nesse mesmo post, fazer também um balanço de como é que aquilo tinha sido e portanto, como eu não o publiquei, acabou por ficar datado e esquecido nos meus rascunhos.

Lembrei-me dele antes das minhas viagens, quando disse aqui que uma das coisas que mais me chateava em viajar sozinha era não ter quem me fotografasse. Depois fiquei a pensar no assunto e achei que podia ter soado um bocado fútil, como quem diz "olha-me esta, só precisa de alguém para fazer de fotografo ambulante para escarrapachar as fotos no instagram!" - e isso não é de todo verdade. A fotografia é, para mim, uma parte essencial de qualquer viagem - e ao contrário de muita gente, eu depois vejo, revejo, escolho, trato e arquivo as imagens de forma hiper cuidada, para depois passar a vida a ir lá cuscar. Quem me conhece sabe que sou menina para passar a vida a ir ao baú, em busca de recordações, memórias e detalhes. Não diria que vou todos os dias à minha pasta de fotos - mas umas três vezes por semana é mais que possível. Porque para além de gostar de tirar fotos, gosto de as ver e reviver os momentos bons da minha vida. 

É muito mais que um simples capricho de facebook ou de "toma lá que a minha viagem foi melhor que a tua". Gosto de ter fotos nos sítios que gostei e onde fui feliz - e, por isso, essa continua a ser uma das coisas que me chateia em viajar sozinha. Porque, tal como calculei, acabei por tirar muito poucas fotos - as que tirei a mim mesma foram selfies, com o telemóvel, e as outras são paisagens, acabando por morrer um pouco e por não terem uma âncora que nos fixe àquela fotografia (é claro que isto é um ponto de vista pessoal, eu adoro foto de paisagem, mas têm de ser extremamente bem tiradas, o que não é a minha especialidade).

E isto leva-me ao tema do post que tinha escrito há um ano atrás, em que eu falava das dificuldades que tinha ao fotografar. Um dos exemplos que dava - e que se mantém - é que embora goste de fotografar um bocadinho de tudo, tenho um especial gostinho em fotografar pessoas, principalmente se estas me dizem algo. No entanto, gostava também de fotografar algumas pessoas que vejo na rua - e isto já me dava a alma que procuro nas fotos, de que falava acima, e que de certa forma "me" poderia substituir quando eu estivesse sozinha - mas não tenho nem lata para lhes apontar a objetiva à revelia nem coragem para ir ter com elas e pedir para tirar uma foto; é algo que não faz parte de mim, porque sempre tive muita dificuldade em falar com os outros, principalmente quando sinto que os vou "chatear". Por outro lado, mesmo que tivesse a lata de ir falar com as pessoas, tenho a sensação de que, por cá (os portuenses), são sempre um bocadinho impulsivos, com uma certa tendência para a agressividade espontânea, pelo que tenho - para além de vergonha - medo das potenciais reações que possam ter após lhes pedir para tirar uma fotografia. 

Adoro fotos de rua, muitas vezes a preto e branco, de casais num café, um velhinho a ler um livro num banco ou uma criança num escorrega - mas sou incapaz de ser eu a faze-la e disparar nas alturas devidas. De certa forma, sinto-me a invadir a privacidade das pessoas, e eu não consigo ver-me livre desse sentido "moral" que não me deixa tirar fotos livremente. Na altura, quando acabei o curso, isso mexia muito comigo - o facto de me sentir impedida de tirar um tipo de foto que gosto; hoje em dia, que também já não tenho tanto tempo para fotografar, essa questão já me passa um pouco ao lado e acho que se calhar nem tenho assim tanto jeito para a coisa. Limito-me praticamente a fotografar quem gosto, em ocasiões mais ou menos especiais. Acho que também me safaria em tudo o que é foto de ocasião - casamentos, aniversários e essas coisas assim, com pessoas efetivamente predispostas a serem fotografadas. Porque se, por um lado se perde um pouco de magia e autenticidade, por outro há o gosto de conseguir tirar fotos efetivamente boas. Não sei, talvez um dia.

Por agora, guardo a lente para os meus, para as minhas viagens e para mim - quando estou acompanhada. Para o bem e para o mal, é aquilo que tenho.

 

DSC_0463.JPGDavidEscorrega (1 de 1).jpg

(David no escorrega, 19.02.17)

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