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Entre Parêntesis

Tudo o que não digo em voz alta e mais umas tantas coisas.

31
Dez16

2016

Em 2016 eu...

 

- fui operada, levei uma anestesia geral e pernoitei no hospital - tudo pela primeira vez;

- ouvi a Adele ao vivo e afigorou-se, provavelmente, o melhor concerto da minha vida;

- para além dela ainda ouvi James Bay e Kodaline no Marés Vivas, o Miguel Araújo e o Zambujo no Coliseu e os D.A.M.A. na Régua;

- comprei uma tenda de campismo;

- acampei com a minha família durante dois dias e com as minhas amigas durante três;

- fui a Londres, a Estocolmo, a Helsínquia e Poorvo, a São Petersburgo, a Tallinn e Riga;

- acabei a licenciatura com 16 valores;

- fui ao cortejo académico;

- estagiei durante quase quatro meses;

- arranjei o meu primeiro trabalho;

- por causa disso, vi pela primeira vez o meu nome escarrapachado num jornal, como sendo eu a autora;

- recebi o meu primeiro salário e comprei um relógio com parte dele;

- fui uma semana inteira para o Algarve e foi ma-ra-vi-lho-so;

- fui ao museu do FCPorto;

- fui a Aveiro, Serra da Estrela, Gerês e Régua;

- festejei na rua o facto de sermos Campeões da Europa;

- fui voluntária na livraria Lello no lançamento do último livro do Harry Potter;

- escrevi pela primeira vez numa revista, por convite;

- fui pela primeira vez ao Portugal Fashion;

- vi fotografias minhas expostas no Hard Club;

- fiz arborismo e slide pela primeira vez;

- arranjei um PT e desisti duas aulas depois;

- passei um dia inteiro no Douro a andar de kayak;

- para além do Douro, ainda nadei no Mondego;

- deixei de beber Coca-Cola;

- joguei pela primeira vez num casino;

- perdi pela primeira vez um avião;

- li muito menos do que queria e desisti de demasiados livros;

- comprei uma árvore de Natal com 3 metros;

- fui júri num concurso de jovens estilistas;

- comi demasiados pães com chouriço.

 

Que 2017 traga isto e muito mais. Acima de tudo, sejam felizes - é tudo o que vos desejo para o ano que se aproxima. E, já agora, que me continuem a seguir e a acompanhar a minha vida, os meus pensamentos e as parvoíces do costume!

 

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30
Dez16

Desculpa mundo, mas o meu 2016 foi absolutamente espetacular

É engraçado como as coisas se repetem: há um ano atrás estava também a escrever um post de balanço e a fazer um esforço para refletir sobre os 12 meses anteriores e não só nos últimos tempos que tinha vivido, que não tinham sido muito bons - eu sabia que 2015 tinha sido generoso comigo, mas tive de me esforçar para o admitir, porque quando nos deixamos invadir por sentimentos negativos parece que tudo na nossa vida é escuro.

Não esperava, mas este ano está a acontecer-me o mesmo. O último mês não tem sido brilhante: mas a verdade é que todos os outros foram (com exceção de Janeiro, que estive de cama). 2016 foi, talvez, o melhor ano da minha vida com aquelas que foram - e aqui sem qualquer tipo de dúvida - as melhores férias até hoje. Até me sinto mal em dizer isto, uma vez que todo o mundo está com vontade de dar um pontapé no rabo de 2016 e nunca mais o ver à frente - mas não é o meu caso. Lembro-me todos os dias das coisas maravilhosas que fiz este ano: o que vi, o que senti, o que viajei, o que conheci. Vivi dias incrivelmente felizes e com uma paz de espírito rara em mim; sinto que cresci imensamente a nível emocional e somei muitas pequenas vitórias profissionais, que tornam os meus dias de "luta" numa guerra que estou feliz por lutar.

O incrível no meio disto tudo é que, para além das viagens e de um par de coisas realmente marcantes, não há assim tanta coisa que eu possa dizer que foram a razão para este "título" que estou a dar a 2016. E isso é maravilhoso, porque é sinal que a vida que levo - todos os dias, a minha nova rotina, as "minhas" novas pessoas - são o suficiente para uma vida feliz. É claro que fui extra feliz quando fui para Estocolmo, quando pisei solo russo, quando ouvi a Adele ao vivo ou quando passei o dia num kayak no meio do Douro - mas tudo isto são adereços no meio de um quadro, só por si, muito bonito. 

E é isto que eu quero reter sobre 2016 - acho que aprendi a ser feliz. Mais: antes disso, aprendi o que é ser feliz. Viver as pequenas coisas, saborear as vitórias e saber deixar ir as derrotas, as tristezas e as coisas menos boas da vida; saber deita-las para trás das costas, não as vivendo ainda mais intensamente do que todas as outras coisas. Diria que o cruzeiro foi das melhores experiências da minha vida e fazia-o todo de novo, mas não há nenhuma viagem ou concerto que se comparem a um ensinamento destes, que acho - e espero - me vai servir para o resto da minha vida.

Fecho 2016 com todas estas lições em mente e tentando pô-las em prática, dando a volta a este estado de espírito menos positivo das últimas semanas. Se 2017 for igual, só tenho a agradecer: acima de tudo, só quero saúde para mim e para os meus e muito trabalho à mistura. Do resto, trato eu. Acho que já tenho pózinhos de prilim-pim-pim suficientes para fazer a coisa brilhar.

 

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28
Dez16

Mãe, estou na revista!

Estou de volta, depois do furacão natalício e sua consequente ressaca, que me fez dormir durante uma tarde inteira como já não dormia desde o meu primeiro ano de faculdade, quando parecia ter sido ferrada pela mosca tse-tse. Espero que esse Natal tenha sido bom, que o Pai Natal tenha sido generoso e que as férias (se for o vosso caso) vos estejam a saber pela vida, porque por aqui trabalha-se e eu já tenho uma série de posts programados para sair. Preparem-se para uma avalanche de balanços, reflexões e coisas que tais sobre 2016, porque o meu cérebro já não aguenta conter isto por muito mais tempo.

Mas adiante. Para já, quero contar-vos uma novidade boa! Há uns meses recebi um convite da revista "I Like This" para escrever um artigo de opinião sobre a Finlândia, o país que ia ser alvo da 15ª edição desta revista trimestral. Admito que não a conhecia, mas fui pesquisar e aceitei prontamente o convite - porque se gosto de escrever só por si, escrever sobre viagens é um autêntico bónus. Avisei à partida que não tinha estado muito tempo na Finlândia e que queria ser o mais sincera possível em tudo o que dissesse, porque sempre admiti que este não foi um país que me tenha deixado de queixo caído. Correu tudo bem e tudo o que lá está é a perceção real e verdadeira que tive naquelas poucas horas em solo finlandês.

Escrevi e enviei o artigo e as fotos - e agora voilà, já estão espalhados pelas bancas de todo o país. Não escondo que estou super feliz - o artigo é pequenino, mas é aquilo que há vários anos desejo fazer: escrever para contar e partilhar experiências com os outros. Ver algo meu numa revista tão bonita (que é mesmo, tem capas fantásticas e um design muito apelativo e fácil de ler) aquece-me o coração e faz-me ver que é por aqui o caminho.

Eu já comprei a revista - vou guarda-la com todo o carinho e amor na minha caixa de recordações - e vocês podem fazer o mesmo se tiverem curiosidade sobre a Finlândia. Caso contrário (ou caso simplesmente queiram ler o que lá escrevi) podem clicar aqui.

 

Obrigada à I Like This pelo convite!

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24
Dez16

Bom Natal!

No fim de Novembro fui aos correios e a senhora que me atendeu, depois de ver a data, disse "meu deus, Dezembro está mesmo a chegar! É aquele mês que passa num ápice, nem se dá conta do tempo passar". Na altura anui, sorri e fiz essas coisas todas de quem ouve mas ao mesmo tempo não ouve, porque só quer despachar aquilo e não está para se chatear. Mas como quase tudo na vida, a senhora (muito mais velha que eu) tinha razão: este mês voou. Não percebo a velocidade com que abri todas as janelinhas do meu calendário do advento, não me lembro de as abrir e parece-me que foi ontem que estava em êxtase por saborear o chocolate número um. Não sei se é por ser o meu primeiro Natal como trabalhadora, mas sinto que muitas coisas - incluindo as chatas, ao menos isso! - me passaram ao lado neste mês das festas. 

Serve esta introdução para dizer que não sei como é possível ser Véspera de Natal e de que estou plenamente convencida de que entrei numa máquina do tempo. De qualquer das formas, e antes que volte outra vez para trás querias, não podia deixar de desejar a todos vós, que me lêem desse lado, dois dias de festa rija, em família e com tudo o que se quer: saúde, felicidade e muitos doces em cima da mesa.

Já sabem que adoro o Natal, que é uma época muito especial para mim, ainda que cada vez mais agridoce. Eu não sou católica nem crente, mas sirvo-me destes dias como pretexto para estar com a minha família e mima-los como posso: quer seja cozinhando os meus doces favoritos para eles ou dando-lhes prendas. É o único dia do ano em que não há desculpas: não há jantares de trabalho, crianças doentes, compras para fazer, trabalho em atraso ou vontade de ficar em pijama. Para mim, muito mais do que um feriado religioso, é uma data em que nos obrigamos a parar e estar e mimar aqueles que mais gostamos.

Sei que não conheço a maioria de vós, mas sinto que me dão muito durante o ano inteiro. São a companhia perfeita para uma loner como eu, têm as palavras certas nas pontas dos dedos e dão muitas vezes alegria a uma vida que é, muitas vezes, monótona. Por isso, quero para vocês tudo aquilo que desejo aos meus: que tenham os vossos natais, como querem e com quem querem, e que desfrutem, porque a vida são dois dias - e já que não sabemos o dia de amanhã, mais vale enfardarmos em bom.

 

Bom Natal a todos!

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P.S. A Molly-Rena também manda lambidelas festivas!

23
Dez16

As pencas da Carolina

"As pencas da Carolina" foi a expressão que mais ouvi durante o meu dia. Podem estar a estranhar por duas razões distintas: primeiro porque muitos não devem saber o que são pencas (meninos do sul!) e segundo porque, mesmo sabendo, juntar "pencas" e Carolina na mesma frase é algo improvável. Mas eu explico.

Em primeiro lugar pencas são as couves que se usam no Natal, para comer em conjunto do bacalhau. Não sei se têm outro nome, mas pelo menos no norte é assim que lhe chamamos e mesmo nos supermercados é assim identificada. São umas couves bonitas e enormes, com uma folha larga, que aqui em casa plantamos sempre com abundância para esta época festiva. É claro que nem sempre saem lindas e maravilhosas, depende sempre do tempo que se faz sentir e de outros fatores, como tudo na agricultura: mas este ano São Pedro foi bondoso e proporcionou as condições climatéricas ideias para umas pencas majestosas. Ao todo, nasceram mais de duas centenas no nosso quintal - e embora a família seja muito grande e a distribuição pelos amigos seja algo já frequente, ainda há muita couve para colher e comer nos próximos tempos. 

Posto isto, enquanto me preparava para sair de casa para ir para o trabalho, a minha mãe vem-me perguntar se não quero ajudar ao desbaste das pencas do nosso quintal, oferecendo algumas ao meu chefe e colegas de trabalho. Eram oito e meia da manhã e já eu lhes estava a mandar mensagens, qual mercearia em ofertas relâmpago e de liquidação. Fiz mais ao menos as contas e levei dez pencas para o escritório, em dois sacos do lixo gigantes e pesados que mal me cabiam dentro do carro.

Vi-me grega para transportar as couves pelas escadas do escritório acima mas lá consegui, orgulhosíssima das couves que ali transportava. Entretanto fui ao almoço de natal do trabalho e a notícia espalhou-se: a certa altura já só se discutia de couves, doces, agricultura e tradições natalícias e eu (supostamente) tinha pencas para oferecer a meio mundo - apesar de só ter 10 ali à mão de semear. Era "o bacalhau com as pencas da Carolina", "ir buscar ao escritório as pencas da Carolina", "perguntar à mãe se quer pencas da Carolina" e muitas outras coisas que acabavam com "as pencas da Carolina". Acabei a racionar as couves em vários sacos: duas para um lado, três para o outro, quatro para outro saco, uma noutro. Foi uma festa, parecia que estávamos na feira.

Porque, afinal de contas, o Natal também é isto: sujar o carro novo todo com as couves, quase cair das escadas por as transportar em cima de sapatos de salto alto, racionar para dar a mais gente. Não é a prenda mais óbvia do mundo, mas não deixa de ser especial. E, sejamos sinceros, não há nada como uma couvinha biológica no bacalhau cozido. (Boa ação do dia: check!)

 

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As ditas - aqui só metade das que levei.

21
Dez16

Como eu blogo (ou como os blogs podem ser importantes na vida de alguém)

Não sei se já repararam mas hoje - e pelos próximos dias - a minha fronha está na página dos Blogs do Sapo, com a rúbrica "como eu blogo" (sei que há fronhas melhores, mas foi o que se arranjou...). Foi com muita alegria que recebi o convite da equipa do batráquio para responder àquelas cinco perguntinhas e, como não podia deixar de ser, aceitei de imediato. Trabalho com o Sapo Blogs há quase oito anos e tenho um orgulho imenso por todos os meus blogs estarem alojados numa plataforma portuguesa, que promove os blogs que alberga e trabalha diariamente para melhorar - mesmo com dificuldades, que sei que existem. 

Ainda hoje fico seriamente comovida quando ainda se lembram do nome do meu primeiro blog e das várias fases da minha vida, resumindo-ma em poucas linhas e de diferentes perspetivas. É algo muito pessoal entregarmo-nos por completo a um projeto e partilhar as nossas vidas com desconhecidos; tem coisas más mas, de vez em quando, há uns bombons que compensam tudo o resto. Há qualquer coisa de mágico e ao mesmo tempo estranho em existir alguém que nós nunca vimos na vida mas que conhece a nossa história, o nosso percurso e a nossa forma de ser apenas porque nos lê.

Tenho 21 anos e, por isso, acho que é razoável dizer que um percurso de quase 8 anos no mundo dos blogs é algo significativo: no fundo, é pouco menos de metade da minha vida. Cresci aqui, a ler e a escrever, e percebi muitas coisas essenciais para a minha vida enquanto teclava nesta plataforma. Acima de tudo, percebi que amo escrever e que essa tem de ser uma das linhas condutoras da minha vida - e no momento em que percebi isso, dei uma volta de 180º. O blog assumiu uma importância na minha vida que ultrapassa o hobbie mas que, felizmente, também não chega a ser trabalho: é um limbo, um meio para atingir um fim e, acima de tudo, uma forma de fazer aquilo que mais amo e ter a sorte de ter alguém com a paciência suficiente para me ler.

Desde 2009 que faço publicações e escrevo diariamente; já pensei muitas vezes em desistir e mandar isto para as urtigas, já mudei várias vezes de blog e de conceito e sinto que finalmente cheguei a águas calmas e a uma fase em que me sinto feliz e confortável da forma como estou. O Entre Parêntesis tem cinco anos e meio e é um resumo de uma fase de enorme mudança para mim e do caminho para um sonho. Os passos para lá chegar dou-os aqui, todos os dias, com os muitos textos que escrevo - e que espero continuar, porque há um longo caminho a percorrer.

Em resumo, sinto-me lisonjeadíssima e muito feliz pelo convite do Sapo e queria apenas demonstrar que tudo isto que aqui vêem e lêem não é um pormenor na minha vida, mas algo que tem uma dimensão significativa e muito importante para mim. Podem ler a rubrica aqui

 

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Obrigada ao Sapo pelo convite e por todos estes anos de "parceria"!

 

21
Dez16

Review da semana 13#

O chá da Twinnings

 

Há uns dias a minha mãe foi a Inglaterra buscar o meu sobrinho e, apesar de ter sido uma visita curta, ainda deu tempo para me trazer um miminho. Aliás, vários. E podem não acreditar nisto, mas o melhor de todos foi uma caixa de chá da Twinings, que é só o melhor chá deste universo e do outro.
A primeira vez que o provei foi precisamente quando fui a Bristol pela primeira vez, quando esse meu sobrinho nasceu. Estava a tomar o pequeno almoço no hotel quando tive a brilhante ideia de fazer chá; arranquei da caixinha o que tinha sabor a menta e, a partir desse momento, percebi que todos os outros chás eram uma brincadeirinha. Não há nada comparado com aquilo, não há chá de menta igual aquele - o fresco da menta combinado com o quente do chá... aquela sensação refrescante pela garganta abaixo enquanto ao mesmo tempo aquecemos o corpo e a alma... não há nada igual. Na altura peguei nos outros dois pacotinhos de chá e, sorrateiramente, meti-os na carteira, para poder beber aquilo em Portugal e procurar pontos de venda.
Desde aí que, quando bebo chá, é da Twinnings - e sempre de menta, que eu sou fiel aquilo que realmente gosto. Até há uns tempos comprava sempre no Continente (nos grandes, nunca encontrei nos mais pequenos), mas agora não o encontro em lado nenhum - há todos os outros sabores menos o de menta, uma tragédia.
Andava aqui de coração partido, a beber chá da Lipton (que é como passar de cavalo para burro), até que a minha mãe voltou de Inglaterra com uma caixa milagrosa com 15 saquinhos daquele chá mágico. Quase verti uma lágrima de alegria. Apressei-me a abrir o saco e a enfiar lá o nariz, qual viciada, só para sentir aquele cheirinho a menta pura. É caso para dizer que não há nada como chá inglês. (E hoje começa o Inverno - é sempre uma boa desculpa para fazer litros de chá e aquecer a alma!)

 

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19
Dez16

Calendário do advento em modo geek

Nada bate o calendário de advento de chocolate, isso é certo. Não me venham cá com produtos de maquilhagem dentro de caixinhas, vídeos de Sara's Sampaios e Irina's Shayks a dançarem sensualmente só com uma mini-peça de roupa sobre o corpo ou meias feitas à mão penduradas pela casa. A verdade é que nada bate aqueles chocolatinhos, que nos consolam nestes dias frios de Dezembro e nos põem logo com um sorriso pela manhã diante a perspectiva de ter de abrir mais uma janelinha.

Acredito que os outros calendários agradem a alguns (percebo que quem adore maquilhagem ache piada aquele calendário que anda aí em voga, da The Body Shop, ou que os senhores se babem para cima do calendário da revista americana Love, de que a nossa Sara Sampaio fez parte), mas a verdade é que continuo a achar que nada bate os chocolates. Ainda assim, também me dou ao luxo de apreciar outros calendários - e aqui se prova que sou meia geek. Porque podia gostar da maquilhagem ou das meias espalhadas pela casa, mas não... o calendário que eu achei mais piada foi mesmo o da Google, naquilo a que eles chamaram "Santa Tracker". No fundo, todos os dias vemos um novo "ponto de paragem" do Pai Natal - que podem ser jogos (óptimos para matar tempo, que é coisa que não tenho mas mesmo assim mato), vídeos ou pequenas animações que têm o intuito de ensinar como se diz "pai natal" em todas as outras línguas ou que querem simplesmente entreter. Ah, claro, nunca esquecendo uma contagem decrescente - até ao segundo! - da chegada do Pai Natal.

A verdade é que sou uma apaixonada pela Google e adoro o facto de uma empresa tão grande e importante "perder" recursos e tempo para dar estes mimos aos seus utilizadores. Na verdade são coisas com pouca utilidade prática, mas que fazem com que nos relacionemos muito mais facilmente com a marca. Dito isto - e escrito este post, que já tardava em chegar - vou voltar ao trabalho, que hoje tenho noitada pela frente. Quanto a vós, se estiverem de férias e sem nada para fazer, podem ir sempre jogando com as renas e os elfos no "Santa Tracker", enquanto caem em vocês de que faltam só quatro dias para o Natal. (Sim, quatro, OMG!).

 

SantasTracker.jpg

 

16
Dez16

Uma ode ao [meu] Natal

Eu não sei quanto a vocês e à vossa família, mas na minha o Natal é assim uma espécie de guerra fria: todos os anos há cenas, todos os anos alguém quer acabar com esta brincadeira, mas todos os anos se mantém tudo igual. Acho que esta época envolve uma série de mixed feelings complicados de gerir: por um lado é tempo de estar com a família, mas por outro sente-se ainda mais a falta dos que cá não estão; há férias e feriados, é uma altura de "paz", mas todo este frenesim das prendas, doces, festas, jantares e a própria consoada fazem com que se precise de ir uma semana para as Caraíbas no início do ano para um repouso absoluto com vista a "repor os valores de origem".

Na minha família da parte da mãe o maior drama (ou alegria, depende do ponto de vista) é o número de pessoas: passamos sempre dos 30 e a família tende a aumentar, entre namorados, maridos e toda uma nova geração de filhos que se está a construir. Isto significa mais gente para sentar, mais gente a sujar, mais gente para dar de comer, mais gente para coordenar. É complicado e extremamente cansativo ao ponto de, desde há muitos anos, haver sempre um momento em que alguma das matriarcas da família (que organizam os Natais) dizerem "chega!, para o ano não quero o Natal!". Felizmente nunca cumprem com a sua palavra porque, passado o cansaço, valores mais altos se levantam - e eu percebo, juro que sim. Também é a minha casa que fica em pantanas, também sou eu que carrego mesas e cadeiras para sentar toda a gente, também sou eu que acordo às 7 da manhã para fritar os doces - e sei que tenho idade para isso mas que os anos no lombo da minha mãe e da minha tia, as "anfitriãs" das festas, já lhes começam a pesar.

Sempre que elas vêm com estas conversas eu ataco por outro lado, alinho na delas. "Pronto, está bem, acaba-se com o Natal. Para o ano passamos o Natal sozinhos, cada um para seu lado?". A resposta nunca é positiva, após pensarem seriamente no que dizem. "Então, vamos viajar?". Aí já hesitam, mas eu não. A verdade é que nenhum de nós (da minha família, entenda-se) vai tomar como "normal" ter um Natal só com meia-dúzia de pessoas à mesa. A ideia de viajar é muito bonita - e não me interpretem mal, porque eu adoro passear por esse mundo fora - mas a verdade é que é Natal em qualquer parte do mundo; naqueles dois dias vai sempre haver famílias reunidas, prendas e todo o tipo de tradições natalícias e isso, inevitavelmente, faz-nos ter saudades de casa, do "nosso" Natal.

E sim, o nosso Natal é caótico. Mas é também maravilhoso. O ano passado passei o dia sozinha, com os meus pais e o meu avô, e foi um dos Natais mais tristes da minha vida; tinha o cabrito, os bolinhos de bolina, as rabanadas, o bolo rei. Mas sabem o que tinha mais? Um silêncio ensurdecedor, que é coisa que, no meu conceito de Natal, não encaixa. Acredito que existam Natais maravilhosos com 4, 5, 7, 10 pessoas - mas não para mim, que vivo desde que nasci no seio de uma família grande, barulhenta, com muitas diferenças mas, acima de tudo, muito unida. Não sei o que é passar um ano sem que me olhem, num sentimento de espanto, pena e inveja, quando digo que somos mais de trinta à mesa - porque toda essa confusão é que é para mim o Natal.

Há quem apregoe há anos que este nosso conceito natalício vai eventualmente acabar - porque se juntam tantos núcleos familiares que a articulação entre todos, num só dia, é praticamente impossível (uns vão às mães, outros às sogras, outros aos sogros - quando há pais separados ainda é pior - e por aí em diante). E é verdade. Já há muitos anos que não estamos todos juntos - ora falta o meu irmão que não veio de Inglaterra, ora falta uma tia que também está emigrada, ora faltam os meus primos que já têm mais do que duas famílias para se dividir. Mas ao menos persistimos ao tempo e continuamos na esperança de que, no ano seguinte, consigamos estar todos juntos. Porque o nosso Natal é tão forte, é tão bom e tem um tamanho impacto nas nossas vidas que nós não o conseguimos deixar ir - e no dia em que isto acabar, se acabar, posso garantir que nunca mais teremos Natais tão felizes, porque a nossa memória não nos deixa esquecer todos os risos, sorrisos, dramas e cumplicidades (ou, como quem diz, o amor) que se vivem nestes dias. O Natal pode ser complicado, pode ser difícil de (di)gerir - mas eu tenho a certeza absoluta que mais complicado ainda é a falta dele.

 

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15
Dez16

Sobre deixar de estar encalhada numa fase da vida

Nos tempos da faculdade a minha segunda casa passou a ser a baixa do Porto e eu, apesar de adorar a minha cidade, tinha muitas saudades do sítio da minha antiga escola e onde sempre fiz a minha vidinha. Na altura sentia que tudo estava perto - o supermercado, o restaurante, os correios, a papelaria, a escola de condução, o metro... enfim, mesmo que não tivesse tudo isto, aquele foi o sítio que me viu crescer e a minha segunda casa durante anos a fio, que já são razões suficientes para ter um lugar de estimação no meu coração. 

Nos meus três anos de faculdade o ginásio que frequentava era por ali e eu, apesar de não fazer ali a minha vida, ainda por lá ia andando - e de cada vez que passava em frente da minha escola suspirava, com saudades daqueles tempos. Dos recreios, dos meus colegas, dos meus professores. Tive fases muito más naquele espaço, sofri e chorei muito em algumas daquelas salas, mas a nossa memória encarrega-se de desvanecer as coisas menos positivas. Ainda para mais todos esses dramas foram vividos nos primeiros tempos naquele liceu e as coisas foram ficando melhores com o passar dos anos, culminando num 12º espetacular - e por isso, sempre que lá passava, reinavam as saudades e a nostalgia dos tempos que considerava terem sido os melhores da minha vida.

Agora já saí do ginásio onde estava mas, de vez em quando, vou passando por lá para fazer uns recados. E há dias, enquanto via aquele edifício azul e os grupinhos de mochilas às costas, chiclete na boca e uns risinhos aparvalhados, apercebi-me que sim, que ainda tenho saudades, mas não tantas como tinha antes. Já não olho para ali da mesma forma que olhava nos tempos da faculdade - que toda a gente sabe que foi, para mim, tudo menos um mar de rosas.

Não é que tenha deixado de gostar daquele espaço, dos meus professores ou dos meus colegas, mas aconteceu-me algo que nunca me tinha acontecido na vida: a fase (drástica) para a qual mudei é melhor do que a que conhecia anteriormente. Hoje em dia, pura e simplesmente, conheço uma realidade melhor, porque sou ainda mais feliz do que era naquele último ano de secundário. E no momento em que me apercebi disto, em que andava nas correrias habituais do meu dia-a-dia, só pude sorrir. É tão bom quando não ficamos encalhados em certos momentos da nossa vida e nos permitimos andar para a frente. Às vezes custa mais do que aqueles típicos vinte segundos de coragem... mas vale a pena. 

 

 

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