Mulher que é mulher, consegue o que for preciso
Ontem fui a um hipermercado com a minha mãe, tratar de comprar uma série de coisas para o jardim e para a piscina, que de ano para ano há sempre baixas no que diz respeito a espreguiçadeiras, guardassóis e etc. Importa dizer que eu sou a voz da consciência da minha mãe: passo a minha vida a dizer "não precisamos disso", "já temos uma", "é demasiado grande, não cabe no carro", "não nos faz falta", "é muito caro". Mas também é importante referir que ela não ouve metade do que eu lhe digo.
Resultado: dois carrinhos. O meu com uma espreguiçadeira, um guarda-sol, uma base de guarda-sol e uma mesa e o dela com um puff gigante. Chegamos ao carro (uma viagem atribulada, tendo em conta que ver para lá do carrinho não era tarefa fácil) e tínhamos um problema pela frente: meter tudo lá dentro. O carro da minha mãe não é uma carrinha, nem um monovulume - tem 5 portas, os bancos rebaixam; é espaçoso para um carro daqueles, mas não deixa de ser um carro normal! Começamos por meter a mesa, a base de guarda-sol, o guarda-sol e a espreguiçadeira. E o puff? O puff teve de entrar pela porta. E entrar pela porta? Uma a puxar de um lado e outra a empurrar doutro.
A questão é que tínhamos audiência. Dois homens, na casa dos seus 30, fumavam o seu cigarrinho pacíficamente enquanto nós nos víamos gregas para meter tudo dento do carro. Riam-se como perdidos. Ajudar? Pffff. Eu ria-me com eles, que nestas situações não me consigo conter; a minha mãe teve um acesso de raiva, porque eles estavam literalmente a gozar com a nossa cara, como quem diz "nem nos vossos melhores dias vão conseguir meter isso tudo aí dentro".
A verdade, meus amigos, é que demos muitas voltas, empurramos muito, tentamos várias formas, mas entrou tudo lá dentro. Fechamos as portas com um estrondo, eles abanaram a cabeça e provaram se uns novatos nisto: as mulheres, quando querem, conseguem. Nem que uma de nós fosse a pé. Novatos, idiotas e com uma falta de cavalheirismo astronómica, é o que é.